Amor Perfeito XIII escrita por Lola
Notas iniciais do capítulo
Boa Leitura ♥
Murilo Narrando
Acordei e vi Kevin ao meu lado. Dei um sorriso espontâneo. Soprei a orelha dele e ele acordou assustado.
— Perdeu a hora diabinho?
— Não, eu quis ficar playboy. – ele fechou os olhos de novo.
— Ficou com medo de me magoar de novo? – comecei a brincar com o rosto dele.
— Você gosta de ser mimado né? – ele perguntou ainda de olhos fechados. – Para de puxar meu lábio. – ele falou com dificuldade. Dei uma risadinha. Mordi sua bochecha. – Meu ombro ainda está marcado, espera passar para você marcar outro lugar. – ri mais ainda. – Você acordou feliz. Nem parece que vai revelar ao pai que tem um caso com a ovelha negra da família.
— Precisava estragar? – suspirei.
— Desculpa. – ele me olhou e me puxou. Sua mão foi dentro da minha camisa e ele começou a fazer carinho em minhas costas. – Vou ir escovar os dentes. Vai dormir mais?
— Não. Vou com você, vamos. – ele continuou com o jeitinho preguiçoso e sonolento. Passei por cima dele e me levantei, tirei a blusa que eu estava, passei desodorante e peguei minha escova de dente, fechei meu armário e peguei meu celular olhando meu cabelo na câmera e o arrumando. Ele se levantou e ficou encostado na cama me olhando.
— Dá. – falei olhando para ele.
— Dá o que? – ele me olhou confuso.
— Sua blusa. – ele pediu explicação com o olhar. – Gosto dela. Quero pra mim. – ele a tirou pela gola e me entregou.
— Vão me encher o saco por andar assim.
— Nem eu deixaria. Toma. – entreguei minha blusa a ele. – Vamos? – ele ficou me olhando depois de se vestir.
— Para de fazer coisas que eu não entendo. Tá me deixando cismado.
— Só quero estar sentindo o seu cheiro na hora que for conversar com ele. – ele pegou meu braço e me puxou, me abraçando.
— Você é a pessoa mais especial da minha vida. – sua voz soou rouca e baixinha em meu ouvido.
— Depois do Arthur, claro. – respondi e ri. Ele se afastou e me olhou de uma forma séria.
— Tá conseguindo ser mais que ele. – seus olhos não saíram dos meus e senti meu coração acelerar. – Por falar nele, acho que ele e sua irmã ainda têm jeito, mas só precisam que mostrem isso a eles... E eu tive uma ideia. Depois que conversar com o seu pai a gente fala sobre isso.
— Tá bom. – sorri. – Você pensando em ajudar... Planejando o bem... Quem diria.
— Você sabe muito bem o motivo.
— Eu sou sua fraqueza.
— Totalmente. Playboy exibido. – fomos andando até o dormitório dele. Ele pegou sua escova e me olhou com aquela carinha sonolenta e séria.
— Diabo mal humorado. – falei e ele riu. Quando saímos do banheiro, voltamos para guardarmos as escovas e depois nos encontrarmos para irmos tomar café.
— Não sei é uma boa ideia comer antes... – comentei nervoso. – Se ele disser coisas nojentas irei vomitar.
— Faça isso no rosto dele, por favor. – dei uma risada alta com a ideia e ele riu junto.
— É sério, melhor eu ir antes.
— Você vai ficar bem? – nos olhamos.
— Espero que sim. – sorri.
— Mesmo sem poder encostar em você sabe que estou te abraçando né?
— E me beijando. – mordi meu lábio inferior. – Tchau. – ele puxou meu braço.
— Assim que sair de lá vou estar te esperando. – concordei e sorri, indo de encontro ao meu pai, que não estava sozinho.
— Caleb? – perguntei estranhando ele estar com o meu pai tão cedo.
— Estamos no meio de uma conversa Murilo. – meu pai avisou e me olhou com seriedade.
— Fica tranquilo Murilo, pode dizer ao Kevin que já está tudo resolvido. Sem problemas.
— Do que está falando? – entrei no jogo dele.
— Só diga isso a ele, ele vai entender. Vocês estão tão amigos, pensei que ele te contasse tudo. – querendo me colocar contra ele. Não vai ser dessa vez.
— Vou esperar vocês acabarem porque quero conversar com o meu pai.
— É urgente? Caleb disse que vai precisar de mim.
— Já pedi para conversar com você assim? É lógico que é urgente.
— Vamos. – andamos para longe daquele imbecil e eu respirei fundo antes de começar a falar.
— Preferia não conversar aqui no corredor, mas como tem um idiota te esperando logo ali... – ele me olhou insatisfeito. – Tenho uma coisa para te contar.
— Murilo. – Kevin apareceu do nada. Seu olhar me mandava não seguir adiante. – Vem comigo.
— Vai lá com o Caleb, depois eu te conto. – falei para o meu pai que pareceu achar estranho e não era pra menos.
— Que porra foi essa e é melhor me dizer a verdade.
— É melhor não falar nada, pelo menos por enquanto.
— Você está achando que eu sou o que? Um fantoche? Vi ele mandando mensagem no celular, o que ele te disse?
— Murilo... – fiquei mais nervoso do que devia e ele continuava sem dizer nada.
— Não. Não vou fazer parte disso. – ele não deixou que eu saísse e encostou-se a mim me olhando nos olhos.
— Ele ameaçou te machucar caso contasse.
— Ah tá, ele quer ter o prazer de contar?
— Não. Eu fiz o que ele queria e ele disse que não vai falar nada e não quer que você fale. Acho que no fundo ele se sentirá humilhado se todo mundo souber.
— Eu estou pouco me fodendo para o que ele vai sentir.
— Murilo, por favor, não seja tão insensato e nervoso assim.
— Preciso ficar sozinho. – me soltei dele.
Caleb sugava a paz, a sanidade, tudo. Eu e Kevin éramos muito recentes para eu ter que passar por isso tudo, para enfrentar esse monstro e fazer parte dessa guerra. Depois de comer fui para um canto que ninguém me achasse. E quando cansei de me estressar com os meus próprios pensamentos achei um lugar para tentar relaxar um pouco. Já estava entediado daquele lugar, daquela rotina.
— Bater em objetos só vai causar dor em você. – falei ao ver a tal Dani socando a coluna de ferro. Ela colocou a mão no peito demonstrando susto e me olhou.
— Pensei que não tivesse ninguém aqui. O que está fazendo deitado aí? – eu estava em um canto no meio de algumas arvores e quase deitado na terra.
— Fugindo dos meus amigos. E você, por que está tão nervosa?
— Não quero ficar mais aqui! Que inferno!
— Ninguém quer. – ela ficou me olhando. – O que foi?
— Não pode ser coincidência estarmos aqui agora.
— Está sugerindo o que?
— Ah, qual é Murilo. – ela deu um sorriso de inconformada. – Você sabe que estou afim de você.
— Minha cabeça tá cheia agora para esse tipo de coisa.
— Tá mentindo. – ela riu e se sentou ao meu lado. – Você coça o nariz quando mente. Reparei nas aulas ao responder por que não fez as atividades.
— Odeio gente que me analisa.
— Você tá mais mal humorado que eu.
— Porra. – reclamei ao ver os meninos vindo e Kevin estava junto.
— Tá de namorinho aí filho da puta? – Alê perguntou me chutando.
— Tô e estamos pelados, não tá vendo?
— Ele tá bem mal humorado. – ela avisou olhando para eles.
— Se não avisasse nem iriamos perceber. – Kevin respondeu encarando a menina.
— Você é sempre debochado assim? – ela perguntou o desafiando.
— É meu sobrenome. – ela o olhou assustada e se recompôs em um segundo me olhando e para minha boca.
— Sei que é linda, mas pode parar. – mandei e ela riu.
— Vamos fazer alguma coisa, anda. – olhei com tédio para Yuri.
— Já estou fazendo. Nada. E vou continuar.
— Qual é Murilo, deixa de ser chato.
— Por que vocês precisam de mim?
— Porque você é gostoso pra caralho. – Rafael sentou em cima de mim e segurou os meus braços. – Só saio daqui quando você falar que vai.
— Ah, também quero. – a Dani disse nos olhando.
— Pronto! Mais alguém quer sentar no Murilo? – Alê perguntou com mais tédio que eu. – Caso contrário já podemos ir.
— VAMOS! – Fael insistiu.
— Sai ou eu vou te chutar.
— Ele não quer ir, deixa. – Arthur falou e vi que ele estava estranho.
— Por que você tá fazendo doce?
— Não posso querer ficar sozinho que to fazendo doce?
— Não tá sozinho tá com essa garota aí.
— Essa garota chegou depois e por acaso. - respondi impaciente. - O que vocês vão fazer?
— Sinuca ou Truco. Anda Murilo. – Fael enfim saiu de cima de mim.
— Levanta. – estiquei a mão para ele e ele me puxou. – Tchau Dani. – sorri para a garota e sai andando com os meninos. Comecei a andar mais devagar que eles e Kevin percebeu, fazendo o mesmo.
— Já sei o que vai dizer, não precisa se dar ao trabalho.
— Que não quero mais ficar com você? – nos olhamos. Ele suspirou. Segurei o sorriso. – Você nunca erra né?
— Nunca mesmo.
— Pois errou feio. – o olhei de lado. – Iria te pedir desculpas pelo meu stress. Não é sua culpa ter o pai que tem.
— Você tá falando sério?
— Eu tô rindo?
— Vem aqui agora. – ele me puxou subitamente para o banheiro perto da sala de jogo ao qual passávamos em frente e se trancou em uma cabine comigo. – Se eu não te beijar depois de você ser tão perfeito eu vou enlouquecer. – dei uma risada antes de ser atacado e após um bom tempo percebi o quanto estávamos correndo risco.
— Eles vão perceber. – murmurei sem fôlego.
— Tá bom. – ele se afastou me olhando. – Quero te pedir uma coisa. – meu semblante mudou sabendo que não seria algo que eu iria gostar. – Não conte nada a seu pai independente de qualquer coisa.
— Por quê? – tentei não ficar nervoso.
— Você gosta de ficar comigo?
— Lógico Kevin!
— Não vamos ficar aqui pra sempre. Aqui conseguimos estar perto um do outro, mas lá fora não vai dar. Você sabe disso. Ele não vai aceitar.
— Não sou a minha irmã, ele não pode me controlar.
— Ele pode. Nem que ele tenha que te bater.
— Meu pai não faria is... – parei de falar e lembrei o que ele já havia feito.
— Não sei se faria, mas ele me odeia, para te manter longe de mim ele seria capaz até de te mandar pra longe. A gente não parou pra pensar no quanto é arriscado.
— Tudo bem. Não vou falar.
— Não vou ficar jogando. – ele avisou enquanto entravamos na sala. – Além de não conseguir parar de te olhar eu preciso saber o que meu pai está tramando. Não fica bravo.
— Não estou. – sorri. – Vai lá. Kevin. – o chamei antes de ele ir. – Não se contamine. – ele piscou e sorriu, me deixando igual um tolo parado.
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