Amor Perfeito XIII escrita por Lola


Capítulo 13
Melhora




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— Pede as suas amigas da escola para elas pararem de olhar para o Arthur como se ele fosse um pedaço de carne. – Yuri pediu à meia irmã.

— Deixa comigo que eu dou conta delas. – meu irmão se levantou e saiu pelo salão.

— Esse é um Montez tradicional. – minha mãe disse parecendo segurar a risada. – Não sei o que aconteceu, a Luna fez o Vinicius da geração com a personalidade do Ítalo.

— Será que é porque todos são irmãos? Genéticas se misturam.

 - Princesa come alguma coisa. – meu pai me indicou os petiscos ao centro da nossa mesa.

— Vou pegar algo para ela beber. – Arthur disse e saiu da mesa.

— Ele é tão fofo. Que Murilo não me ouça, mas confio muito mais em Arthur para proteger Alice.

— Murilo é muito agressivo. Já conversei com ele sobre isso... – meu pai disse com uma expressão muito brava no rosto. – Tudo dele é bater, não ensinei isso a ele.

— Ele acha que por ter um pai ex atleta da luta ele pode ser assim.

— Não. – tia Luna discordou. – Ele camufla o que ele realmente pensa e sente com isso. Ele acha que esperam que ele seja assim por ser filho de quem é.

— Concordo. Murilo é o garoto mais reprimido que conheço. A gente nunca sabe o que ele realmente pensa ou sente.

— Sempre o deixei livre para ser o que quiser.

— Sim Vinicius. Mas ele ainda acha que ser semelhante a um lutador é o que todos esperam dele.

— É bom você ter essa figura para ele e para todos. É assim que ninguém se aproxima de Alice. Por medo.

— Com gelo do jeito que você gosta. – meu primo disse ao chegar com o meu refrigerante.

— Obrigada. – peguei o copo de sua mão.

— Alice. – sua mão veio até o meu rosto. – Estão saindo lágrimas dos seus olhos. – ele olhou minha mãe. – Efeito do remédio?

— A melhora dela do trimestre foi maior que o esperado.

— Nossa não me lembro de qual foi a última vez que a vi chorar. – meu pai comentou me olhando. – Você está sentindo algo Alice?

— Sim... Acho que... Não sei.

— Você quer ir embora? – olho para a minha mãe após sua pergunta.

— Vem. – meu primo me levantou delicadamente. – Vou leva-la para tomar um ar. – ele avisou aos meus pais e fomos onde até onde havia um jardim.

— Oi Arthur. – uma garota nos parou e sorria olhando para o meu primo. – A pista de dança já abriu, vamos ir dançar?

— Algum dia da sua vida você me viu dançando?

— Ah, qual é, se solta. Você é muito sério.

— Pode deixar a gente passar? – ele perguntou e ficou olhando para ela.

— Ai Arthur! Pra que você tem todo esse encanto se não usa?

— Sei por quê. – Kevin apareceu do nada. – Desiste. Esse daí nunca usará o encanto que tem já que está encantado... Né irmãozinho? O pai dela confia tanto em você... Seria a terceira guerra mundial se isso viesse à tona.

— Ninguém dá importância ás coisas que você diz.

— Mas todos sabem o que você sente e fingem que não sabem.

— Nós vamos para fora ou não? – perguntei e olhei o meu primo.

— Sim. – continuamos andando e chegamos ao jardim. Sentamo-nos em um dos bancos de madeira e ele me olhou de perto. Contei como havia sido a consulta. E ele falou dos planos para a faculdade.

— Dá camisinha. – meu irmão apareceu e pediu ao meu primo que passou a ele.

— Ele vai transar com alguém aqui? Sério?

— É o seu irmão, dele podemos esperar tudo.

— Que tipo de pessoa se envolve com o Murilo? Ele definitivamente não é legal.

— Às vezes elas também não são, podem só querer isso que ele dá... Não sei. O fato é que você é diferente de qualquer uma então não dá para você ter uma noção.

— Já te pedi para não falar assim.

— Ah Alice... Eu sei que você sente incomodo... Mas você é diferente.

— Por que eu não posso amar ninguém? Ou por que eu não tenho mecanismo de defesa? Tem quatorze anos que convivo com isso, cada vez mais eu consigo sentir uma coisa e outra... Não me trata como se eu fosse diferente. Já bastam todas as outras pessoas, você não.

— Por que eu não?

— Eu não sei. Talvez porque a gente sempre foi muito próximo... Quando eu sinto eu não consigo explicar, você sabe disso. Lembra que combinamos de nada de perguntas difíceis?

 - Sim. – ele sorriu. – Desculpa. - ele ficou um tempo em silêncio olhando para mim. - É engraçado... As garotas morrem de fazer procedimentos estéticos e você... Nasceu com esse olho amarelo, boca carnuda, sobrancelhas marcantes... Qualquer uma daria tudo para ser tão linda quanto você.

— Olha quem está falando... Quem é mais... Como é mesmo a palavra?

— Assediado? – ele deu uma risada.

— Isso.

— Só acontece porque elas veem em mim um desafio. As pessoas gostam do que não podem ter.

— Hoje a médica ressaltou que eu nunca vou saber o que é isso... Ter alguém. – contei.

— Você ainda vai fazer quinze anos. Tem outras inúmeras coisas para se preocupar. Não está na idade de pensar nisso.

— Exatamente! Mas essa ideia parece tão inaceitável.

— É porque não é necessariamente uma escolha sua. Então se torna fatídico.

— Vocês viram a minha irmã? – Larissa apareceu perguntando sobre Sofia.

— Espero que ela não esteja com Murilo. – comentei inocentemente.

— Vou sentar aqui com vocês, posso? – ela perguntou já sentando. – Vocês dois nem parecem ter quatro anos de diferença na idade, conversam tanto.

— Para conversar precisa ter a mesma idade? – perguntei.

— Não né? Mas os assuntos geralmente não batem. Ou as opiniões.

— O que o Yuri está fazendo? – Arthur perguntou olhando para Lari.

— Para de se preocupar com todo mundo o tempo todo. Você não é um super herói. Apesar de agir como um.

— Se fosse assim eu iria querer ser policial, bombeiro, médico...

— Pode ser. Mas que você tem um instinto protetor você tem.

— Tá vendo isso? Sabe por que eu gosto de ficar sozinho com Alice? Porque quando tem mais gente ela quase não fala.

— É o charme dela! Deixa. Não vou sair daqui. – ela deu um soco nele. Não entendi nada. – Você vai seguir mesmo os passos de Ravi?

— É o que eu gosto. – ele respondeu apenas.

— E vai para outra cidade?

— Não. Optei por ficar.

— Eu estou muito louca. O Murilo e o Yuri conseguiram arranjar bebida. – Giovanna disse ao chegar.

— Filhos da puta. – Arthur se levantou apressado. – Cuida dela. Não saiam daqui. – ele pediu a Lari.

— Ele age como o pai de todo mundo. Que chato. – Gio disse e riu.

— É porque somos adolescentes amiga e o Arthur é quase um adulto. Normal ele agir assim. – Lari explicou. – Além disso, ele sempre teve esse jeito.

— Vamos ir dançar!

— Você o ouviu dizendo para não sair daqui?

— Mano o Arthur é o maior empata foda, que merda. – meu irmão chegou revoltado.

— Vi uma cena que vai me deixar traumatizado o resto da vida. – Yuri comentou enquanto chegava com Arthur.

— Queridinha, o seu rosto está sujo. QUE NOJO! – Larissa disse a irmã que estava junto dos meninos. - Entendi certo? Sofia e Murilo estavam... Aquilo no rosto dela era...

— O que gente? Vocês sabem que sou lerda. – Gio perguntou olhando para todos.

— Você só tem quinze anos garota! – Larissa continuou o sermão com Sofia.

— Não é como se eu tivesse perdido a minha virgindade. Só fiz um carinho nele, muito bem feito por sinal. E cuida da sua vida, insuportável. Você e Arthur deviam ficar juntos, dois chatos.

— Que bom que vocês estão juntos, quero reunir todos, cadê Kevin, Ryan e o Alê? – Otávia perguntou gesticulando.

— Vou chama-los, pra que? – Murilo a questionou.

— Vamos brincar de verdade e desafio, só nossa turminha.

— Ah vai para o inferno Otávia, você tem quantos anos, cinco? – meu irmão perguntou fazendo uma expressão muito feia. Dei uma risada.

— A ALICE RIU! – quase todos gritaram e eu joguei meu corpo para traz.

— ELA SE ASSUSTOU! – arregalei meus olhos vendo que eles quase saíram correndo.

— Parem. – Arthur mandou e se ajoelhou em minha frente. - Alice... – ele passou a mão em meu rosto. O meu corpo todo esfriou por dentro. Afastei-o com rapidez. Parece que eu estava anestesiada a vida toda e agora a anestesia estava passando.  – Sua melhora foi espetacular! – ele exclamou se mantendo com a boca aberta.


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