Sua Única Opção escrita por NatynhaNachan


Capítulo 1
A Chinesa




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Kinomoto,Sakura, com seus cabelos avermelhados e faiscantes olhos verdes  fora aluna exemplar e agora começava a se consolidar na carreira de consultora de etiqueta e organizadora de eventos. Talentosa, de personalidade forte e agenda lotada; tinha pouco tempo para se divertir e passar algum tempo com sua família e amigos.

Morando em Tokyo e deixando para trás o pai e o irmão em Tomoeda, a missão se tornava ainda mais árdua. A saudade de sua vida pacata chegava a sufocá-la; nunca havia gostado de metrópoles, mas seu trabalho a levou a se estabelecer lá, no meio do mar de prédios e letreiros luminosos.

Várias noites por semana precisava comparecer a alguns de seus eventos mais importantes, afinal seu nome era novo no mercado e estava em jogo; já começava a ser reconhecida fora de Tokyo. Entretanto era uma chatice absurda para a moça ter que aturar senhores atrevidos e jovens ricos metidos a donos do mundo... Por isso não ficava, na maioria das vezes, mais de meia hora.

Ela sempre adorava dar risadas e tinha um bom senso de humor. Uma dançarina invejável, habilidade comprovada por raras pessoas de seu convívio.Por outro lado era exigente e, por causa de sua seleção rigorosa, não havia achado um namorado ainda; obviamente tivera algumas paixonites e casos mal resolvidos.O seu problema em iniciar relacionamentos era sua relativamente baixa auto - estima; o que a tornava um tanto tímida demais.

— Nakuru , qual minha próxima tarefa de hoje? - Sakura revirava uma pilha de papéis em cima do balcão de sua secretária.

Sua base operacional era uma elegante e discreta casa com cômodos muito bem organizados em salas arrumadas com cadeiras elegantes e confortáveis, além da recepção com o balcão de mármore e um grande sofá azul escuro na volta da parede oposta a tal bancada. Era lá que trabalhava também sua prima e melhor amiga, além de ótima profissional, Tomoyo Daidouji.

— Nada de imediato; após o intervalo do almoço você tem aquela cliente figurona da China, lembra? - Nakuru olhava a tela de seu computador, checando informações.

— AQUELA chinesa? - Sakura engoliu seco - Da família super-hiper-tradicional com a empresa multinacional? – Não deixou de engolir seco após sua fala.

— Ótimas informações! - Nakuru sorriu divertida - Não se preocupe, você vai se sair muito bem com ela. – A secretária/amiga acabava de checar suas unhas, distraidamente.

— Assim espero... - Sakura deu um sorriso nervoso e suspirou. - Vamos almoçar então. - A moça pegou sua bolsa, Nakuru desligou o computador e se levantou de seu lugar. - Tomoyo! – Sakura chamou alto enquanto conferia sua própria bolsa. – Estamos saindo!

A moça de cabelos acinzentados, longos e ondulados apareceu apressada com sua bolsa em mãos.

— Muito bonito, uma consultora de etiqueta gritar desse jeito! - Tomoyo sorriu enviesado.

— Ah, Tomoyo eu tenho essa liberdade com você..Além do que, se eu não te apresso nós não almoçamos hoje! - Sakura abraçou a prima de lado e a levou porta a fora, ladeada por Nakuru.

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As três moças seguiram entre papos animados até o pequeno restaurante onde costumavam almoçar sempre. Pediram seus pratos favoritos e continuaram a conversa ao longo de todo o almoço.

—Tomoyo, o que você sabe sobre nossa cliente chinesa, mesmo? - Sakura olhava a prima com atenção.

— Bem, ela é a matriarca da família Li, muito tradicional na China; a mesma família é responsável pelas empresas Li, multinacionais que funcionam ao redor do mundo todo.

 Nakuru parou para limpar seus lábios.

 - Achei muito estranho essa senhora tão poderosa vir da China só pra falar conosco, interessada em nossa humilde empresa... – A secretária acabava de tomar seu suco. – Será que ela não quer comprar nossa agência?

— Bem, eu.. Acho que a competência é uma boa propaganda não? - Tomoyo sorriu alegremente.  – Ela soube de nossos eventos bem-sucedidos por essa que vos fala. – Tomoyo endireitou o corpo, orgulhosa.

— Nossa competência teria que ser ESPETACULAR pra fazer propaganda na China! -Sakura riu incrédula, procurando sua bolsa, pendurada na cadeira.

As moças voltaram andando calmamente para o escritório.

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Após certo intervalo de tempo, uma senhora distinta num vestido longo de setim vermelho de mangas curtas, acentuado por pente de marfim que prendia um coque de cabelos negros, adentrou a sala de espera .

— Boa tarde. Marquei um horário com Sakura Kinomoto.- A mulher encarou a secretária.

— Claro senhora..Yelan Li, eu presumo? - Nakuru a olhou simpaticamente.

— Exato.- Yelan levemente acenou a cabeça, sorrindo com discrição.

— É por aqui... - Nakuru mostrou o caminho até o escritório de Sakura, bateu na porta levemente e anunciou a cliente.

— A senhora Yelan Li , para você, Sakura. - Nakuru deu um breve sorriso e se retirou, fechando delicadamente a porta atrás de si.

— Muito prazer em finalmente conhecê-la; espero que tenha feito boa viagem. -Sakura se curvou ligeiramente.

— Ah, sim, foi satisfatória, obrigada por perguntar... - Yelan retribuiu muito de leve a mesura.

— Sente-se, por favor. Em que posso lhe ser útil? - Sakura pegou sua caneta vermelha , juntamente à sua renomada prancheta de anotações, e esperou que a senhora falasse com seu olhar esmeraldino atento.

— Eu gostaria de realizar uma grande festa com seu auxílio, Sakura. – A senhora chinesa se fazia confortável na poltrona marrom macia do escritório da japonesa. – Na verdade estou substituindo meu filho, que está ainda comprometido com documentações de nossas empresas e o processo de sucessão de nosso clã. Espero que vocês se conheçam em breve. – A mulher se arrumou em sua poltrona, um sorriso no olhar.

— Ah, entendo... – Sakura se ajeitou em seu lugar, sua curiosidade atiçada. - Basta me dizer qual é a ocasião e o que deseja. - Sakura abriu seu sorriso número um e observou atentamente sua exótica companhia.

— Nossa empresa multinacional completará oitenta anos de existência, e para comemorar decidimos por uma festa à altura, com toda a pompa possível; só há dois pequenos detalhes que devem ser observados : essa festa TEM que ser na China, e a organizadora TEM que ser você. - A mulher caprichou na entonação de sua voz, a olhando com determinação no olhar avelã.

Sakura ficou impressionada com o poder que a chinesa emanava através de seus olhos; deveria estar muito acostumada a ter o que queria.

— Ah..Yelan-san, eu agradeço muito a preferência, realmente uma lisonja, mas...Minha base de operações se encontra aqui, entende?Todos os meus contatos confiáveis... Todo o controle de danos eu domino por aqui, mas é quase impensável levar toda essa base de operações para a China e...

— Eu pago por tudo e por todos: estadia , refeição, tradutores se necessário, e tudo se resolve. - A mulher encarava Sakura, aguardando por resposta. - Então, o que me diz?

 Sakura estava sem graça com a insistência da mulher; ela estava pasma : essa mulher estava disposta a pagar por tudo, o quanto fosse necessário, pra ter os seus serviços exclusivos.

— Sinceramente, acho essa situação bem desafiadora ...- Sakura notou o olhar perscrutador da mulher - Mas mesmo assim posso tentar. Seria necessário verificar com meus parceiros antes... - Sakura olhou incerta para ela.

— Pois pode começar, e anote os dados deles também, de toda a equipe, para as passagens de avião que nossa empresa vai fornecer. - Yelan sorriu satisfeita.

Sakura sorriu e apertou um botão de seu telefone.

 - Nakuru, traga chá e biscoitos, por favor. - E desligou o telefone para utilizá-lo novamente. - Não se importa se eu fizer as ligações aqui?

— De jeito algum, fique à vontade. - Yelan pareceu estar relaxada agora. - Bem que Tomoyo disse que você não foge de desafios...

—Tomoyo... - Sakura balbuciou, mas logo teve que entrar em conversa com um de seus contatos.

Nakuru entrou com a bandeja para servir a matriarca Li, com Tomoyo em seu encalço.

— Ah, Yelan-san, quanto tempo sem nos vermos - Tomoyo sorriu largamente e se curvou. – Perguntei a Nakuru e ela me disse sobre sua chegada. Como vai?

— Muito bem, obrigada; aliás, tempo demais sem nos vermos, Tomoyo-chan - Yelan sorriu e acariciou o rosto da moça gentilmente. - E o Eriol, como vai?

— Bem, obrigada. - Tomoyo puxou uma cadeira ao lado da mulher e se colocou a conversar com ela enquanto Sakura negociava com as pessoas de sua equipe.

Pensamentos confusos pairavam na cebeça da japonesa: Tomoyo e Yelan se conhecem, e Eriol, o abominável namorado/noivo da prima, também deve ser alguém familiar à Yelan; já se viram antes e parecem se conhecer bem...Provavelmente devido aos estudos de Eriol terem sido na China.

Tudo isso circulava incomodamente em sua mente enquanto concluía as negociações com seus contatos.

—Alguns hesitaram e cobraram mais...Outros aceitaram de imediato.O que eu esclareci foi que o que puder ser arranjado na China, será; só levaremos daqui o indispensável. – Sakura rabiscava alguns itens em sua agenda de anotações.

— Concordo plenamente, caso contrário teria que fretar um avião inteiro para as bagagens - Ela riu delicadamente, como Sakura e Tomoyo  -  Podemos acertar os detalhes dos preparativos agora ? - Yelan perguntou polidamente.

— Claro, quanto mais cedo tivermos isso definido melhor, não é, Sakura? - Tomoyo se dirigiu alegremente à prima.

— Certamente Tomoyo - Sakura precisou fingir um sorriso, já que estava muito indisposta com a prima intimamente. - Nakuru, por favor...Vamos passar o resto da tarde em discussão; não agende mais nada para hoje, ok?

— Combinado .- Nakuru desligou o telefone e providenciou o que a chefe havia lhe pedido.

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Sete dias foi o que as meninas do escritório demoraram a acertar todos os detalhes de viagem para a badalada festa da empresa chinesa. Nakuru ajudou mais do que nunca, e sentia a pressão pela qual as amigas passavam todos os dias em sua pele.

— Meninas..Vocês são heroínas mesmo...- Nakuru relaxou em sua cadeira - Eu não aguento mais tanta coisa pra fazer; e olha que é só pra parte do transporte!

— É que se trata de um evento muito grande e muito importante, Nakuru,por isso temos que ser muito mais chatas com os detalhes...- Tomoyo se sentou pesadamente no sofá.- Mas acho que dessa vez exageramos mesmo..

—Esse nosso cansaço leva à perfeição.- Sakura se sentou ao lado da prima, com uma prancheta em mãos, com alguns papéis, riscando mais um item de sua lista. - Mas agora o mais pesado está feito; estamos prontas pra Hong Kong - Sakura suspirou e encarou a prima - E não me venha com reclamações..Foi você e o seu namoradinho que indicaram nossa agência - Tomoyo olhou de leve pra Sakura - E acho que também abriram a boca sobre mim para os chineses, porque a Yelan sabia que eu não fujo de desafios...Algo me diz que ela sabe mais sobre mim do que somente esse traço da minha personalidade.- Sakura sorriu enviesado.

— Mesmo Tomoyo-chan?Você conhece intimamente aquela senhora?

— Não intimamente, Nakuru...Eu freqüento a casa dela há algum tempo, por causa do Eriol, sabe?Ele é muito amigo do filho dela e me apresentou a eles assim que pôde .-Tomoyo sorriu singelamente. - Eu comecei a comentar sobre minha sócia-prima-amiga-irmã e eles se interessaram..O que eu poderia fazer?Eles começaram a querer saber mais sobre a personalidade dela e...Eu acabei falando!

— Ótimo, uma família inteira sabe detalhes da minha vida pessoal e eu mesma não sabia disso até uma semana atrás. – A moça de cabelos avermelhados suspirou fundo, se deixando relaxar . – Agradeço aos céus por ser minha prima e amiga e não o oposto. – Sorriu matreira e piscou para a prima, que mostrou a língua, brincalhona em retribuição.- Enfim, Nakuru, você segura as pontas nesse período de viagem por nós ok? Nada de festas, nenhum compromisso sério, somente agendamentos e consultas. Você não deve ter problemas, porque esta época não é nem muito favorável ou agitada para os negócios...Quanto a você, Moyo , nos encontramos no aeroporto. – E esticou sua mão para pegar a da prima, fechando o combinado entre ambas.

— Pontualmente,marcado. - Tomoyo sorriu, retribuindo o aperto de mão. – Prometo que vai ser a melhor organização de eventos da sua vida, Saki . – A morena piscou, contente , para a moça.

— Espero ardentemente que sim, Tomoyo. Vai ser uma aventura e tanto. – A moça mirou o horizonte, relembrando a batalha épica que teria à sua frente.


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