Armadilha Em Nome Do Amor escrita por Denise Reis


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Olá, querida família CASKETT - CASTLE!
Volto com mais uma história de amor verdadeiro com este casal que tanto amamos.
Boa leitura e divirtam-se, mas não se esqueçam de comentar, favoritar e recomendar. Isto me fará muito feliz.
Beijo grande.
Denise



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Sentada à pequena mesa de seu apartamento, tomando seu café da manhã, Katherine Beckett torce a boca ao ler o jornal daquele dia.

Recorte de jornal da capital

JUSTIÇA!

Esta é a palavra-chave na carreira de Katherine Beckett, a belíssima Detetive de Homicídios mais brilhante de Nova York.

 

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Richard Castle e Katherine Beckett já se amavam em silêncio e um não sabia do amor do outro. Por várias vezes o Castle até tentou começar a se declarar para Kate, mas, por pânico de se entregar e sofrer, ela fingia não entender, sempre o interrompia e mudava de assunto.

Kate não dava o braço a torcer e comentava com os amigos íntimos que Richard Castle, por ser bilionário, famoso e bonitão, tinha convicção que podia ter todas as mulheres que quisesse. Essa opinião destorcida que a Kate tinha do Escritor, o magoava bastante, mas, mesmo assim, seu amor por ela não diminuía.

Por pensar e propagar essas coisas a respeito do Castle, Kate não se arriscava a assumir seu amor por ele e, para tentar disfarçar este sentimento, ela implicava com ele por qualquer coisa.

Só que Ryan e Esposito percebiam a paixão da Detetive pelo Escritor e também presumiam o medo dela em se envolver com ele. Do mesmo modo que os rapazes acreditavam que Kate amava o Castle, eles também tinham certeza do amor do Escritor pela Detetive.

 

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12ª NYDP - Sexta-feira, 17:30 horas

 

Beckett analisava as anotações que fizera durante a investigação e, compilava os dados e os inseria no relatório de conclusão do caso.

Percebendo o silêncio anormal do Distrito, Kate observou que o Castle conversava com os meninos, Ryan e Espo. Como falavam baixo, não dava para ela ouvir o assunto, mas, com certeza, era algo sério, pois não havia sinal dos gracejos e sorrisos habituais.

Diferentemente do que sempre ocorria, Castle não estava sentado na sua cadeira privativa, colada à mesa da Beckett, prestando atenção em tudo o que ela fazia, situação esta que, na maioria das vezes, a enervava. Contudo, agora fazia falta. Ela queria ele ali fazendo perguntas e comentários divertidos e inteligentes... Queria que ele estivesse simplesmente ali, mesmo que somente olhando para ela a fim de distraí-la.

Mais uma vez Kate olhou na direção do Richard Castle, do Javier Esposito e do Kevin Ryan e foi fácil perceber que os três não estavam fazendo piadas. Eles estavam desanimados e conversavam sem fazer alarde. Mal formulou estes pensamentos, viu os três se encaminharem lentamente para a Sala de Descanso.

 

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12ª NYDP - Sexta-feira, 18:00 horas

 

Beckett concluiu o relatório do caso e o enviou para o Capitão Montgomery.

Assim que finalizou a tarefa, Kate fechou os olhos e respirou aliviada por ter conseguido levar justiça para mais uma família de vítima. Ela olhou comovida para a família de elefantes que ornava sua mesa e seu coração apertou de saudade de sua mãe. Sentia na pele que a dor pela ausência de um ente querido não tem fim, no entanto, saber que o assassino vai pagar pelo crime, alivia um pouco.

A sensação de dever cumprido encheu de esperança o coração de Beckett.

O som das vozes do Espo e do Ryan interrompeu suas reflexões. Ela levantou as vistas e, disfarçadamente, procurou Castle nas imediações, mas não o localizou. Como estivera debruçada no relatório, não percebeu o momento em que ele fora embora. Não perguntaria por ele. Não queria deixar evidente que sentia sua falta.

Os dois moços se aproximaram e se encostaram na mesa de Kate, deixando óbvio que queriam falar algo.

Como Kate sabia que os dois rapazes não sabiam esconder segredo, ela tinha certeza que logo saberia da tal novidade, bastava ser esperta. Entretanto, suspeitava que eles não tomariam a iniciativa de falar nada. Portanto, como era Kate quem queria saber o que se passava, então, ela iria provoca-los de forma sutil.

— Uauuw! Esse foi o caso de homicídio mais complicado que eu já liderei. Ainda bem que sempre posso contar com vocês, meninos. Vocês se empenham ao máximo e, como diz um antigo ditado, “conseguem tirar leite de pedra”. ela sorriu levemente.

— Eu mergulho no caso, Beckett, e, você sabe, só consigo sossegar depois que colocamos o criminoso atrás das grades. – Esposito justificou, todo contente, pelo elogio da chefe imediata.

— Eu também sou assim. Pode não parecer, mas eu fico furioso quando vejo um assassinato. A única coisa que faz minha raiva amenizar é encontrar o assassino e vê-lo confessar e depois trancafiá-lo.  – Ryan explicou.

— Ainda bem que temos o Castle para nos ajudar... – Kate comentou de forma sutil — Ele aparenta ser imaturo e estar se divertindo com tudo no momento em que menciona aquelas teorias malucas e lunáticas – Kate deu um sorriso de canto de boca— , mas a gente sabe que ele leva à sério a investigação de homicídio, até porque, as inúmeras pesquisas que fez para os crimes ficcionais dos seus livros, nos ajuda muito a elucidar os nossos crimes da vida real. Além de ser muito inteligente, ele é uma enciclopédia ambulante e sempre sabe de tudo e, ao fazer o esboço do psicológico do criminoso, ele consegue nos guiar...

— Huuumm!!! – Javier fez um som engraçado, fazendo todos rirem — Nunca vi a chefinha elogiar tanto o Castle em um só momento.

— Pena que ele não está aqui para ouvir isso, chefinha. – Ryan completou.

— Hahaha! – Kate simulou o som de risada forçada — Mas por falar no Castle, onde ele se meteu, eihm? Ele não ficou aqui me importunando enquanto eu fazia o meu relatório... – ela até tentou disfarçar sua real curiosidade, mas não conseguiu.

— Sentindo falta do Escritor, é, Beckett? – Espo provocou.

— Quem te viu, quem te vê, eihm, chefinha... – Ryan brincou.

Mirando-os com olhos ameaçadores, Beckett os advertiu — Vocês sabem que posso encaixar vocês dois no plantão deste final de semana, não sabem?

— Ops!! – Espo engoliu em seco — Não se pode nem brincar... Onde está o seu senso de humor, eihm, chefinha.

— Ah, Beckett... Pelo amor de Deus, não me coloque no plantão. Eu fiz o possível e o impossível para colaborar no caso não só para colocar o assassino atrás das grades, mas também porque tenho uma programação romântica com a Janny neste final de semana...

— Ok! Relaxem!

Esposito e Ryan se entreolharam e, como se tivessem ensaiado, ambos apanharam cadeiras e sentam-se em frente a Kate que, pega de surpresa com aqueles gestos, os olhou espantada.

— Hey! O que houve? Vocês querem falar comigo?

Mais uma vez os dois rapazes se entreolham e o Esposito é o primeiro a falar.

— Bem, Kate... Não sou de fofoca...

— Eu também não sou. – Ryan esclareceu.

— Sim... – Kate concordou em tom de ironia.

— Posso falar? – Esposito indagou tentando parecer ofendido com o comentário monossilábico e sarcástico de Kate.

— Ah, sim, claro. – Kate deu anuência.

Esposito se levantou e fez menção de ir embora — Mas se você não quiser saber, eu não falo.

— Deixa de embromação e fala logo, Esposito. Sente-se! – Kate o reprende em tom brincalhão, contudo, estava muito ansiosa para saber o que o amigo queria contar.

— Pois é... Eu nem queria comentar... Até porque eu tenho quase certeza que você tem conhecimento sobre...

— Sobre qual assunto você pensa que eu tenho conhecimento, eihm, Esposito, deixe de me enrolar e fala logo... – Kate parecia alarmada.

— Acho que ela não sabe mesmo, Espo. – Ryan avisou — Acho que devemos mesmo falar com ela... Como somos amigos dela, ela deve saber antes de ler na internet ou saber por outras pessoas..., o que seria pior.

— Acho que a notícia ainda não chegou na internet, cara. – Expo observou.

— Meninos, vocês já perceberam que estão falando sobre mim na minha frente? Vocês estão me irritando!

— Ok! Vou falar... – Javier anunciou.

— É melhor resumir, Esposito. – Ryan aconselhou.

— Se não me contarem logo, eu vou dar um tiro em cada um de vocês, meninos. – Kate fez uma nova ameaça.

— Então... Lá vai, Kate. Bem... O Castle não está nada bem... – Espo começou, mas foi interrompido pelo amigo.

— Para ser mais exato, ele está péssimo! – Ryan reforçou.

Aquelas palavras deixaram Beckett atônita e, antes que ela falasse ou perguntasse algo, Esposito continuou.

— Foi tudo muito rápido e aconteceu tudo junto...

— Eu também fiquei pasmo, Kate. – Ryan ratificou as informações do Esposito.

— Bem... Você sabe que o Castle é muito prudente em todos os sentidos e isso é uma forte característica da personalidade dele, mas ontem, aconteceu algo que nem ele mesmo soube nos explicar... Ele disse que alguma coisa tomou a mente dele... Algo mais forte do que tudo.

— Antes que você pergunte, Beckett, ele não bebeu nada... – Ryan esclareceu —  Não tomou uma gota de álcool e muito menos se drogou, pois, como você sabe, ele não faz uso de drogas... Ele não é adepto a essas coisas.

— Bem lembrado, Ryan... – Esposito agradeceu a intervenção do amigo.

— Pois é, Kate... Ontem foi a noite de pôquer do Castle com os amigos escritores. Só que um deles levou um escritor que Castle não conhecia. Um húngaro com dezenas de prêmios pelo mundo. Só que esse húngaro é um cara da pesada que não se harmonizava em nada com o grupo e falava muitas coisas terríveis que tiraram a concentração do nosso amigo e, infelizmente, o pior aconteceu.

Esposito deu uma parada teatral que irritou Kate, deixando-a preocupada.

— O que aconteceu com o Castle, Esposito? Conta logo! Você está me deixando estressada!

— Castle apostou o que podia e o que não podia e, por infelicidade, perdeu toda sua fortuna para o tal húngaro que foi o campeão da noite. E agora o nosso amigo tem o prazo de 48 horas para honrar a dívida. Como parte do pagamento, tem que desocupar o loft, entregar as chaves da casa dos Hamptons e ainda depositar uma fortuna para saldar o resto da dívida.

— Não acredito! – Beckett estava boquiaberta.

— Não tenho como provar, Beckett...

— Não, Espo... Não estou desacreditando de você... Apenas estou achando terrível esta situação!

— Mas não termina por aí... – Esposito acrescentou.

— Não? – Ryan olhou assustado para o amigo.

— Não? – Kate também olhou assustada para o Esposito e nem percebeu a indagação do Ryan.

— Não, gente. – Esposito olhava para Kate e para o amigo — Ryan, o Castle me segredou que hoje pela manhã teve uma reunião com a Gina e como ele estava com a cabeça quente por conta da dívida do jogo, ele perdeu a paciência e não soube lidar com as cobranças intermináveis dela e então o pior aconteceu.

— O Castle agrediu a Gina? — Ryan indagou, abismado

Esposito o encarou com impaciência — Óbvio que ele não agrediu a Gina, mas ele explodiu e o que não poderia ficar pior, ficou. Ele falou que nem que ela seja a última Editora do planeta ele quer vê-la novamente e rompeu o contrato com a Gina e, sem qualquer tipo de compadecimento, ela disse que vai exigir a multa milionária por rompimento do contrato. Só que logo o Castle caiu em si e viu que fez burrice. Ele até implorou para ela voltar atrás... Mas aí já era tarde. Ela disse que já estava farta das explosões e das loucuras dele e que se ele não pagasse a multa, ela moveria uma ação contra ele.

— Meu Deus! – Ryan estava perplexo.

— Tudo que o Castle construiu desceu pelo ralo. Ele me disse que lhe restaram algumas aplicações financeiras, mas que sua vida desmoronou!

— Gente!!! – Kate lamentava o ocorrido com o Castle— Mas ele veio para o Distrito mesmo com tudo isso acontecendo... Um verdadeiro tsunami na vida dele... Ele nem mesmo demonstrou estar passando por problemas...

— Ah, Kate... – Ryan interrompeu a amiga — Ele sempre pilheriou que assassinatos melhoram o dia dele...  Mesmo triste ele sempre procura algo divertido para falar. Você conhece o Castle... Na verdade, você o conhece mais que a gente, né, pois são amigos e devem conversar muito.

— Você sabe que o Castle não gosta de demonstrar o que sente. Aliás, vocês dois são especialistas nisso... Você então, eihm... Prefere morrer a expor seus sentimentos... – Esposito alfinetou.

— Meninos, eu estou estarrecida! Ao mesmo tempo, estou triste... Nós somos amigos... Como é que o Castle não se abriu comigo... Um assunto tão...

— É um assunto muito pessoal, Beckett! – Esposito lembrou.

— Sim, eu sei... Mas eu e ele somos amigos, meninos. Ele confiou em vocês... Ele sabe que pode confiar em mim...

Os dois rapazes demonstraram pesar diante da reação de Kate e Esposito voltou a falar.

— Ele te vê como uma mulher de fibra, Kate. Vai ver que ele não teve coragem de contar esse tipo de fraqueza para você. Ele não quis te decepcionar, Beckett.

— Estou triste com a falta de confiança do Castle em mim... Mas não quero falar de mim, pois a prioridade é ele. – ela demonstrou altruísmo, uma forte qualidade dela — Não posso pensar em mim agora. Tenho que pensar primeiro nele. Estou muito preocupada, inclusive, com Alexis e Martha. Será que elas já sabem? Será que o Castle conseguiu contar a elas? Como será que elas receberam a notícia? É muito “será”, né... São muitas conjecturas... Eu estou aflita, amigos. Eu queria estar lá com ele... O que eu mais queria neste momento, era...

Kate interrompeu o que falava e engoliu em seco, pois quase confessou aos amigos seus reais sentimentos por Castle... Quase declarou aos meninos que o que ela mais queria naquele momento era abraçar o Castle e passar para ele confiança e segurança e dizer que sentia um imenso amor por ele e que esse amor era forte e infinito, o bastante para os dois.

— Ah, meu Deus! – Kate pensou alto ao constatar que, finalmente, admitira para si mesma o seu amor pelo Castle.

Ryan e Esposito analisavam silenciosamente as feições de Kate.

Tensa com aquelas informações acerca da vida financeira do Castle e também sobre ela própria confessar para si mesma que o amava, Kate se levantou rapidamente da sua cadeira, pegou sua bolsa, seu blazer e correu para o elevador sem nem mesmo se despedir dos rapazes. Ela tomara uma decisão importante.

Aflitos, Ryan e Esposito a seguem e perguntam aonde ela iria com tanta pressa.

— Kate, aonde você vai com tanta pressa? – Ryan tenta segurá-la, sem êxito.

— Se você pretende ir ver o Castle, desista, pois acho que a esta hora ele já deve ter deixado o loft. – Esposito aconselha.

— Você está transtornada, Kate... Não devia dirigir assim. – Ryan admoesta.

Kate entra sozinha no elevador do Distrsito e antes da porta se fechar, ela apenas informa que vai resolver uma coisa muito importante, contudo, não entra em detalhes.

Assim que a porta do elevador fecha levando Kate, os dois rapazes sorriem um para o outro e, com semblantes jocosos e com ar de vitória, ambos levantam as mãos direitas e se cumprimentam com um tapinha e um murrinho de mãos, em sinal de êxito no plano.

— Nós somos o máximo! – Ryan admitiu.

— Bem, ela caiu na nossa história e, com certeza deve estar indo pro loft do Castle a fim se solidarizar e oferecer ajuda. Ela não se queixa que o Castle é um bilionário mulherengo? Então... Se tiverem sorte e coragem, vão se declarar, já que dissemos que o cara não é mais o bilionário, perdeu o loft, a casa dos Hampton, o contrato com a Gina... Blá, blá, blá...

— Devemos prevenir o Castle? – Ryan indagou, apreensivo.

— E estragar a brincadeira? – Esposito sorriu — Não!

— Mas ele...

— Vamos ver no que vai dar, Ryan. O máximo que pode acontecer é...

— Levarmos um tiro no meio da testa, né... – Ryan completou, de forma teatral, todo amedrontado, como sempre. Ele morria de medo da Beckett.

— Que nada! – Espo riu — O máximo que pode acontecer é a gente ficar de plantão neste final de semana. – Esposito caçoou.

— Se isso acontecer, eu te mato, Esposito!

— Hey, eu não fiz nada sozinho... Você bem que atiçou também...

Ryan apertou o botão do elevador — Eu vou logo para casa... Vou tomar um banho gostoso, pois, vou sair com a Janny. Vou aproveitar o meu final de semana antes que a bomba exploda.

 

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Loft do Castle - Sexta-feira, 18:45 horas

 

Ao chegar no Loft do Castle, Kate estava com o coração aos pulos e sua boca ficou seca ao encontra-lo no exato momento em que ele trancava a porta, já de saída.

— Castle! – Kate o cumprimentou com um tom de alívio e aflição e isso o deixou pensativo — Por pouco eu não te encontro. – ela confessou.

Não era comum a Beckett chegar assim, esbaforida à sua procura. Aliás, nunca aconteceu.

Ainda sem entender, Castle olha para Kate Beckett esperando uma explicação dela estar tão aflita. No entanto, ele ficou ainda mais preocupado ao acompanhar a direção do olhar dela.

Ela olhava assustada na direção das duas malas grandes ao lado dele.

— O que é isso, Castle?

Como se tivesse vendo e ouvindo uma pessoa demente, Castle, com toda calma do mundo, explica — São minhas malas, Kate.

— É óbvio que eu sei que são suas malas, Castle! – Ela ralha com ele, mas logo cai em si e tenta conversar com ele com mais cuidado e calma, pois ele estava passando por problemas muito graves.

— Desculpa, Castle, eu não quis te agredir. Eu estou tensa...

— Percebi.

— Será que podemos conversar dentro do loft? – ela pede com cuidado — Abra a porta, Castle, pois preciso conversar sobre algo muito importante com você.

— Eu estou com pressa de ir embora, Kate...

— Por favor, Rick!

Castle sentiu seu coração bater descompassado ao ouvi-la chamar pelo apelido. Respirando fundo, ele atende ao pedido dela, abre a porta, a deixa entrar na frente e, em seguida, entra, colocando suas duas malas para dentro.

Kate fica emocionada ao observar o ambiente, mas tenta, ao máximo, disfarçar. Ela percebe que o loft está intacto, inclusive com todos os porta-retratos nos seus respectivos lugares e, andando lentamente até o escritório dele, percebe que todos os livros ainda estavam nas estantes, juntamente com as obras de arte, os troféus, medalhas e prêmios ali expostos.

— Você vai retornar depois para pegar seus objetos pessoais?

Ele não responde, pois não tinha noção do que Kate falava.

Castle franze a testa sem compreender o motivo da Kate falar aquelas coisas e já ia pedir para ela explicar, no entanto, ela levantou a mão em sinal de pedido de desculpas.

— Ah, desculpa, Castle. Eu não tinha que tocar neste assunto. Sei que é muito pessoal e você preferiu não mencionar nada para mim.

Castle continua sem entender nada. Não alcançou o motivo dela olhar para cada detalhe da decoração, muito menos o porque de ela ter ido ao seu escritório, como se estivesse no meio de uma investigação.

— Beckett, não me leve a mal, mas estou me sentindo como se eu fosse um suspeito de um de seus casos de homicídio e o loft fosse o local do assassinato ou como se eu tivesse ocultando aqui em casa a arma do crime.

Perplexa com a impressão que passou, inconscientemente, ela se desculpa novamente — Ah, não! Não é isso, Castle! Desculpe a minha inquietação. Não foi esta a minha intenção. Na verdade, eu estou aqui para te dizer uma coisa... Te confidenciar sobre algo que eu mantive escondido por medo e insegurança.

"Segredo"? "Medo"? "Insegurança"? A cada coisa que você fala, Kate, eu fico mais confuso. Você poderia ser mais clara, por favor?

— Entendo... Muitas coisas acontecendo... Um tsunami...

— Ãããnnnhh!? Você disse “tsunami”? Continuo sem entender, Kate. Acho que não consigo raciocinar direito... Tantas coisas na minha cabeça... Você pode ser mais direta? Até porque eu estou com pressa e preciso sair...

Aquelas informações trouxeram a Beckett a certeza de que o Castle estava sofrendo por ter de deixar o loft. A vida dele não seria mais a mesma.

— Kate, você não quer se sentar? Você quer um copo com água? – ele apontou para os sofás e poltronas do ambiente.

— Não, Castle, obrigada. Não quero água... E acho que o que eu tenho que te falar, vou preferir ficar de pé.

Ele também não se sentou.

Percebendo que o Castle se mantinha equilibrado e cortês apesar de todo o tormento pelo qual passava, Kate constatou que o amava ainda mais e teria que confessar a ele esse sentimento que nutria. Não que isso fosse salvá-lo da falência, mas, pelo menos, seria um alento para o coração dele, já que tinha quase certeza que ele também a amava.

Ao longo da parceria deles, o Castle tentou falar de amor por algumas vezes, mas Kate sempre o cortava no início do assunto, pois, apesar de amá-lo, morria de medo em viver um relacionamento com um playboy bilionário mulherengo. Hoje ela já sabia que o título de ‘playboy mulherengo’ não pertencia a ele, mas, o medo e a insegurança de assumir o amor ainda continuava dentro dela. Contudo, as informações sobre a falência do Castle, trouxeram à tona outro medo... Um medo muito mais forte e dolorido. O medo de perde-lo para sempre.

Assustada com sua própria decisão, Kate fecha os olhos, toma fôlego como se fosse dar um mergulho profundo. Na realidade, seria, sim, um mergulho profundo, só que não seria fatal. Ela queria muito que este mergulho fosse para uma vida de amor e felicidade.

Kate abriu os olhos e encarou os olhos azuis dele e, antes que perdesse a coragem, começou a falar.

— Eu te amo, Rick... Você é o amor da minha vida e preciso de você e do seu amor. Não importa o que aconteça com a sua vida e com a minha vida. Eu sou o que sou e eu quero e preciso de você do jeito que você é.

No instante seguinte Kate percebeu que o Castle ficou abismado com aquela súbita declaração de amor, portanto, ela logo esclarece.

— Não estou maluca, Rick. Estou apenas assustada com os últimos acontecimentos e, principalmente, com a ideia de você desaparecer da minha vida. Não sei se terei outra oportunidade para declarar o meu amor por você, Castle... Não sei para onde você vai... – Kate olhou para as duas malas grandes ao lado da porta da rua e um nó se formou na sua garganta, embargando sua voz — Se você for embora, Rick, não sei se o verei novamente. Tenho medo de te perder para sempre.

Castle conhecia Kate muito bem e viu verdade nas suas palavras. Ao ver que lágrimas escorriam pelo rosto da Detetive e fixou seus olhos naqueles olhos verdes brilhando, percebeu que não só as palavras e as lágrimas eram de verdade, mas também o amor que ela dizia sentir.

— Rick, eu...

Castle não esperou Kate terminar de falar. Com muita rapidez se aproximou da moça e a tomou nos braços, beijando-a apaixonadamente. Um beijo emendava no outro, uma carícia seguia-se de outra e a paixão aquecia os corpos e os corações de ambos.

Explicações eram totalmente desnecessárias.

Entre beijos, abraços e afagos, Castle conseguiu, finalmente, declarar seu amor por Kate e a felicidade de ambos era intensa.

— Deus do céu! Como eu te amo, Kate! Sempre amei! Você é a mulher da minha vida!

Castle não somente declarou seu amor por ela, como também passou a intensificar os beijos, abraços e carinhos que eram correspondidos de modo apaixonado.

Com a maior naturalidade do mundo, chegaram à cama do Castle, deixando peças de roupas caídas pelo caminho, como se estivessem acostumados a partilhar tal intimidade há muitos anos.

... E o amor se fez...

Fizeram amor como nunca acontecera antes. Não havia inibição nem barreiras. Naquele momento descobriram que nos seus relacionamentos anteriores haviam feito apenas sexo, já que fazer amor era algo mais sublime. Castle e Kate faziam um sexo ardente e até primitivo, contudo, os toques, os beijos, a entrega, as carícias, as declarações de amor e a satisfação final eram a tradução do mais puro e genuíno amor.

 

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Suados, porém, relaxados e satisfeitos, Castle puxou Kate para que ela deitasse a cabeça no seu peito e acariciava seus longos e sedosos cabelos.

Passados alguns minutos, Castle seguia acariciando os braços de sua amada— Eu te amo tanto, Kate. Nunca imaginei que depois de um dia tão exaustivo, você chegaria aqui tão confusa e me diria o que eu mais sonhei ouvir... Que me ama.

— Você não gostou? — Kate pilheriou. 

— Hey, Jamais!! — ele sorriu ao negar — Queria apenas saber porque você esperou tanto para me dizer isso, Kate? E porque você sempre me interrompia quando eu começava a falar sobre amor, eihm?

— Muitos motivos, Rick... Mas...

Kate estava amedrontada, pois, ainda acreditava que Castle teria que deixar o loft.

Acomodando o lençol ao redor de seu corpo, Kate se sentou na cama e fixou seu olhar nos olhos do Castle — Rick quando eu cheguei hoje e o encontrei trancando a porta da rua com suas duas malas lá fora, pronto para sair... – ela fez uma pausa— Você já tinha ideia para onde ir?

Ao ouvir aquela pergunta, Castle também se sentou na cama, ficando de frente a Kate. Ele abriu a boca para responder quando ela, com delicadeza, põe dois dedos nos lábios dele, o impedindo de falar — Perdão! Estou sendo muito invasiva... Não precisa me responder para onde você ia, mas eu vou lhe fazer uma proposta.

A respiração de Kate estava rápida, demonstrando toda sua ansiedade e isso não passou despercebido ao Castle.

— Rick, Não quero apressar as coisas, mas ante a urgência dos últimos acontecimentos na sua vida... Todo esse tsunami... Que tal você ir ficar comigo lá no meu apartamento, eihm, até... – ela tentava escolher melhor as palavras de modo que ele não se sentisse ofendido. Ela o amava muito e por nada no mundo queria ferir seu orgulho.

Castle tentou falar algo, mas Kate, novamente, com a mesma delicadeza, põe dois dedos nos lábios dele, o impedindo de falar.

Sem deixar Castle recusar à sugestão dela, Kate tenta justificar— Eu sei que lá não é tão espaçoso para todos os seus pertences, mas a gente arruma um local para os seus livros, seus objetos de arte e outras coisas suas e depois a gente encontra onde acondicionar o restante... Talvez um aluguel de um depósito ou até mesmo um container. E quanto a Martha e Alexis, eu acho...

Cada coisa que Kate dizia, os pensamentos do Castle ficavam mais confusos e ele teria que fazer algo antes que a situação ficasse mais difícil. Ele precisava entender o que se passava na cabeça dela. Parecia que estavam falando de dois mundos diferentes.

Sem entender nada, Castle a interrompe.

Com gentileza, ele ergueu as mãos e pediu para que ela pareasse de falar.

— Kate, não me leve a mal, mas, por favor, não diga mais nada.

— Mas Rick...

— Kate, eu preciso falar... Prometo que serei breve. Meu amor, eu estou transbordando de alegria por saber que o meu amor é correspondido e que nada me faria mais feliz do que morarmos juntos. Com certeza eu amei sua ideia! Não acho que isso seria apressar as coisas... Pelo contrário, acho que demoramos muito para nos acertar. Não somos mais adolescentes, então, se a gente se ama, temos mesmo é que ficar juntos para sempre. Fique certa de que me senti lisonjeado com a sua sugestão de morarmos no seu apartamento, no entanto, meu amor, será melhor que você se mude para cá, pois aqui no loft tem espaço de sobra não só para todas as minhas coisas, mas também para as suas, sem necessidade de locação de um depósito, muito menos um container. Óbvio que você ficará aqui no quarto comigo, mas aqui no loft temos três quartos vazios que você pode colocar o que você quiser, caso você queira pôr seu apartamento para alugar.

Segurando o lençol sobre seus seios, Kate fica boquiaberta com aquela contraproposta dele. — Mas Castle, não podemos ficar aqui no loft.

— Por que não, Kate? – Castle demonstra não entender aquela afirmação— A não ser que você prefira outro lugar... Mas tudo bem, amor, eu posso comprar outro apartamento... Outro loft... Escolha que eu compro. Será nosso lar.

Ante a afirmação do Castle com tanta certeza, Kate ficou confusa e até constrangida por insistir, mas sabia que não tinha outro jeito — Castle, não precisa mais fingir... Eu já estou sabendo sobre sua dívida do jogo de pôquer e também sobre a multa pela rescisão do contrato com a Gina.

— Dívida? Dívida de jogo de pôquer? – Castle estava realmente perplexo com a informação trazida por Kate.— Multa pela quebra do contrato com a Gina? – Com a mesma paciência de sempre, ele queria saber de Kate sobre essa tal dívida de jogo e a quebra do contrato com a Gina — Desculpe, Kate, mas isso é uma loucura! Não tenho dívida de jogo e tampouco rompi o contrato com a Gina. Nunca ouvi nada mais absurdo que isso. De onde foi que você tirou essas informações completamente erradas, Kate? Você disse que ficou sabendo disso... Está meio indefinido... Mas quem foi mesmo o lunático que te disse essas baboseiras?

— Os meninos... Peraê... Você não perdeu sua fortuna, sua casa nos Hampton e seu loft na mesa de pôquer? Você não brigou com a Gina? Você não rompeu o contrato com ela? Você não deve a Gina uma fortuna pela quebra do contrato?

— Kate, o único fato novo na minha vida, é que eu e você agora estamos juntos e isso não é mentira e nada nem ninguém poderá mudar isso. Eu te amo e você me ama. Ponto! De resto, tudo é mentira. Não existe dívida de jogo. A Gina continua insuportável, mas ainda mantenho um contrato formidável com ela, porque ela é excelente no que faz. Este loft ainda é meu, assim como a casa dos Hampton. Minha conta bancária e aplicações financeiras permanecem idênticos, com exceção dos rendimentos diários... – ele até riu, fazendo-a rir também.

Acostumada com interrogatórios, Kate logo concluiu que o Castle não mentia.

— Kate, pode acreditar em mim. Nada disso é verdade. Aliás, a única verdade é que eu estava decidido a não ser mais seu parceiro na delegacia porque eu estava sofrendo muito por ter que ficar do seu lado sem poder ter o seu amor, pois eu te amo muito e não suportava mais não ser correspondido. Por isso eu ia me afastar de você. Quando você chegou aqui eu estava de saída, sim, mas era para os Humptons a fim de tentar te esquecer... Acho que me afastar seria a solução. Eu teria que encontrar um novo tema para uma nova série e para isso, teria que começar a escrever meu próximo livro onde eu poria um fim na linda, sensual, inteligente e poderosa Nikki Heat.

— Estou sem palavras, Castle!

— De onde foi que você tirou essa história de dívida de jogo e rompimento do contrato com a Gina, eihm?

— Eu já falei... Os meninos. – Kate fez cara de raiva— Ah, mas eu mato esses dois!

— De onde eles tiraram essa ideia maluca? – Castle indagou, curioso.

— Hey, mas uma coisa eles não erraram... Como foi que eles sabiam que você estaria de saída, deixando o loft...  – Kate indaga.

— Deixe-me pensar. – Castle ficou concentrado e depois de fazer uma breve retrospectiva das conversas que mantivera com os meninos, ele estalou os dedos da mão direita, em sinal de que se lembrara de algo — Lembrei! Só pode ser isso!

— Isso o que?

— Bem, nestes últimos dias eu estava decidido a dar um basta de tentar te conquistar. Todas as vezes em que eu tentava falar a sério sobre isso, você sempre dava um jeito de me cortar e mudar de assunto, então, percebi que eu estava perdendo meu tempo. Resolvi dar um basta e hoje eu comentei por alto com os meninos. Falei que eu estava cansado de ser seu parceiro e te seguir nos casos de homicídios. Não falei de modo direto com os meninos, pois eu precisava me preservar e, principalmente, proteger a imagem que eles têm de você, afinal de contas, você é a líder da equipe deles. Comentei com eles que eu daria um tempo nas investigações e que o melhor momento era este, pois precisava aproveitar que Alexis está de férias escolares e viajou para a Europa com colegas e minha mãe está em turnê pelo país em uma peça encenada pelos seus alunos de teatro. Por fim eu falei que iria hoje à noite para os Hamptons e passaria um mês lá.

— Tá explicado! – Kate concordou com o Castle.

— No entanto, como é que eles interpretaram que a gente se amava, já que eu não disse uma só palavra a este respeito, justamente para preservar a mim e a você. – Castle a questionou.

— Eles são Detetives, esqueceu desde detalhe, Castle? – ela sorriu.

— Não, não esqueci. Mas é que estou partindo do pressuposto que você, mesmo sendo a melhor Detetive de Nova York, sequer suspeitou que eu te amava. – Castle deu uma piscada e sorriu, divertindo-se, pois ela ficou encabulada com aquele trocadilho.

— Ah, Castle, mas uma coisa é eu desvendar crimes e outra é desvendar coisas sobre isso... Até porque quem tá de fora sempre capta mais sinais do que quem está vivendo a situação.

— Touché!  Então, quer dizer que os meninos identificaram que a gente se amava e decidiram, por conta própria, dar uma mãozinha...

— Isso!

— E, de uma forma meio tristonha e preocupada, comentam com você que eu tive uma briga terrível com Gina, rompi o contrato e, por isso, tinha uma multa milionária para pagar à ela.

— E que você não tinha ideia de como pagar porque perdeu grande parte da fortuna no jogo de pôquer e parte da dívida você quitou entregando a casa dos Hampton e teria que desocupar o loft imediatamente. Eles armaram para a gente ficar junto, Rick.

— Você ficou chateada?

— No início, confesso que sim, pois fui enganada por eles. Mas agora estou contente. E você, ficou chateado por termos caído numa armadilha?

— Jamais! Imagina se vou ficar chateado por ter caído numa armadilha em nome do amor? Na primeira oportunidade vou agradecer aos dois.

— Eu vou pensar se vou agradecer também... – ela riu.

— Já sei que os dois vão querer a minha Ferrari por meses seguidos, como forma de agradecimento.  – Castle pilheriou— Acho até que cada um deles merece uma Ferrari nova.

Kate ficou alarmada com aquela declaração e ficou boquiaberta, fazendo-o rir.

— Estou brincando, amor. Eu apenas vou deixar a Ferrari com eles o tempo que eles quiserem.

— Mas voltando a investigação sobre o nosso amor... Você também não descobriu sozinho que eu te amava, Castle. Eu tive que me declarar.

— Em primeiro lugar, eu sou Escritor de Mistérios e não Detetive. Mas tudo bem... Em várias oportunidades eu desconfiei que você gostava de mim e nestes dias, ao final do expediente eu sempre tentava tirar a limpo esta dúvida, mas você sempre me cortava. Então eu pensava que era coisa da minha imaginação, ou seja, que você não me amava.

— Tudo bem! – eles riram — Então...

— Mas deixe-me perguntar novamente, de outra forma. Porque você esperou tanto para me dizer que me amava, Kate?

— Muitos motivos, Rick...

— Diga pelo menos um ou dois motivos, Kate.

— Bem, um dos que mais me afligia era o fato de você, por ser o famoso Escritor de bestseller, ter sua vida estampada em todas as revistas de celebridades, sempre com uma nova modelo de grife a tiracolo, todas novas e lindas, tipo namorada troféu, entende? Você era o bilionário bonitão, que as modelos fazem fila para ser a namorada da vez e eu não queria ser apenas mais uma na sua extensa coleção.

Kate confessou um dos seus medos.

— Não imaginei que isso seria um obstáculo. Sério, Kate? Nunca pensei que você iria ficar assustada com isso... Então esse seu medo de ser a namorada troféu acabou de uma hora para outra?

— Bem, na verdade, quando eu decidi vim até aqui te procurar para declarar meu amor por você, isso já não me afligia tanto assim porque, segundo os meninos, você não era mais bilionário por conta das dívidas de jogo. Você não seria mais o dono do loft e da casa nos Hampton. Suas aplicações financeiras estariam abaladas e talvez não seria mais o escritor de bestseller famoso. Bem, escritor famoso de bestseller ainda seria, pois seus livros continuariam com sucesso, mas você seria um Escritor sem Editora, pelo menos por algum tempo. Acho que, por estes motivos, as notícias logo se espalhariam e a fila de modelos e atrizes não existiria e você seria somente meu.

— Só que agora você já sabe que eu continuo bilionário, ainda sou dono deste loft e da casa dos Hampton e ainda faço parte do cast da Editora da Gina. E quanto as minhas contas bancárias e minhas aplicações financeiras... Elas estão muito bem, obrigada. – ele deu um sorriso amoroso para Kate.

— Pois é... Saber do seu amor me deu uma confiança, mas isso ainda me assusta um pouco.

— Então, você não quer aparecer como minha namorada nas revistas de celebridades?

— Não é isso, Rick. Eu não me importo em aparecer nestas revistas na condição de sua namorada. Aliás, fico orgulhosa por você me querer e me amar. O que me causa aflição é o seu histórico de playboy e a longa fila de modelos, bailarinas e atrizes que vão ficar esperando a vez delas. Não sei se terei estômago para encarar isso e para suportar as fake news noticiando suas escapadas que, com certeza, chegarão ao meu conhecimento, até porque, como Escritor de sucesso, você precisa viajar o mundo todo para fazer publicidade dos seus livros, enquanto eu, uma Detetive de Polícia, não vou poder te acompanhar, porque tenho que ficar dando meu expediente no Distrito. Eu amo trabalhar na NYPD e não penso em deixar isso.

— Pois fique você sabendo, Detetive, que eu não sou mais aquele playboy mulherengo. Isso já mudou e você sabe disso, não sabe?

Ela fez um sinal afirmativo com a cabeça, indicando que ele estava certo.

— E tem mais, amor, mesmo que haja uma fila quilométrica de modelos, atrizes e dançarinas esperando para ficar comigo e ser minha namorada, eu não quero nenhuma delas porque meu coração já tem uma dona e esta dona é você. Somente você faz meu coração bater acelerado. Eu não te quero apenas para uma fotografia na revista de celebridades com uma legenda futil. Eu te amo e te quero para toda vida e, ao invés de fotos em revistas de fofoca, eu quero milhões de fotografias em álbuns de família... Sim, teremos muitas fotografias. Fotos do nosso noivado, fotos do nosso casamento, fotos com nossos pais e nossos amigos, fotos de você grávida, fotos de nascimento de nossos filhos e dos aniversários deles e das nossas viagens. O que não impede de termos fotos destes momentos em algumas destas revistas de celebridade. Mas nestas fotos seremos apenas eu, você e nossos filhos, pois quero formar uma família com você. Uma família cuja base é o amor... Um amor puro e verdadeiro, Kate.

— Ah, Rick, eu te amo!

— Eu também te amo, Kate, e é para sempre.

— Para sempre!

 

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Nova York, quatro anos depois.

Sentada à espaçosa mesa de sua cobertura, tomando seu café da manhã, Kate sorri, feliz, ao ler o jornal daquele dia.

 

Recorte de jornal da capital

 

JUSTIÇA!

Esta já foi a palavra-chave na carreira de Katherine Beckett Castle, a belíssima e brilhante Capitã da 12ª Delegacia de Homicídios de Nova York.

Só que agora, ela não vive apenas para o trabalho. Ela agora tem uma vida pessoal digna, maravilhosa e muito feliz, pois ama e é amada. Ela vive uma linda história de amor genuíno com seu marido, Richard Castle, o famoso Escritor de Mistérios, com quem tem três lindos filhos, Lily, Reece e Jake, além da primogênita, Alexis e, a partir de então, além de ser uma maravilhosa MÃE de seus lindos FILHOS, seu dicionário passou a ter mais duas palavras-chave.

AMOR e FAMÍLIA! Estas são as novas palavra-chave na vida pessoal de Katherine Beckett Castle, a mulher mais apaixonada e realizada de Nova York.

 

Feliz, Kate levanta os olhos do jornal e se depara com o olhar apaixonado de Rick, seu marido e ambos olham os rostinhos felizes dos filhos que iluminam suas vidas.

 

❤❤❤ F I M ❤❤❤


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Notas finais do capítulo

Espero que esta história de amor deste lindo casal tenha tocado seu coração do modo como eu esperava.
Ficarei feliz em te ver nos comentários.
Beijos,
Denise



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