Aquele caminho sempre fora familiar à Sasuke. 

Ser arquiteto era o que o fazia feliz (relativamente). Ele havia dado tudo de si para realizar esse sonho, e o fato de estar em Paris, uma das mais belas cidades do mundo, era muito satisfatório. Enquanto caminhava, ele pensava em tudo o que sacrificou para estar onde estava.

Mas foi passando na frente do Museu do Louvre, que o Uchiha esbarrou com aquela mulher pela primeira vez. Eles não trocaram nenhuma palavra a mais do que um “Desculpe” murmurado. A única coisa que reparou nela foi o cabelo rosa, bem curto, com pontas avermelhadas, fora, é claro, o fato de que falaram na mesma língua. 

Ele não deu atenção àquilo. Estava lá a trabalho, então apenas tratou de chegar na inauguração do restaurante, do qual foi o arquiteto responsável, no horário certo. Era mais uma vitória para si. 

Haviam muitos amigos seus prestigiando seu sucesso, e, claro, o sucesso do restaurante. Flashes o cegavam um pouco. Sasuke não gostava muito de fotos. 

No entanto, no meio da multidão de fotógrafos ele viu uma cabeleira rosa. 

Não podia ser apenas coincidência.

— Por favor, Sasuke, só mais uma — pediu seu primo, Obito, dono do restaurante. 

O moreno sorriu forçado para as câmeras, e uma chuva de flashes marcou a última vez, naquela noite, que ele ia fazer pose para fotos junto do primo. Sasuke já estava arrependido de ter saído do seu apartamento alugado logo nas duas primeiras horas. 

— Oh, desculpe — uma voz feminina chamou sua atenção, enquanto ele se encaminhava para a mesa que lhe fora reservada. Os dois haviam se esbarrado.

Sasuke se virou para ver quem era, e se decepcionou ao ver uma loira sorrir sugestivamente para si. Ele detestava mulheres fúteis e fáceis. Geralmente elas farejavam dinheiro e fama a quilômetros. Fez um aceno com a cabeça e seguiu seu caminho. 

[...] 

Já sentado à sua mesa, e degustando de um bom vinho, Sasuke observava o movimento do lugar. Se sentia feliz de ver seu esforço, junto de Obito, para tirar aquele restaurante da planilha dar resultados tão bons.

Foi então uma mulher se aproximou de sua mesa, empunhando uma câmera. Ela era única figura feminina em todo o recinto que não parecia querer chamar a atenção, mas era meio difícil com aqueles cabelos exóticos. 

— Com licença, mas será que eu poderia tirar uma foto do senhor? — pediu. — É só pra fechar. É meu último trabalho. 

Sasuke assentiu brevemente, e não demorou para a mulher tirar a fotografia. 

— Valeu mesmo — disse, checando a imagem na câmera.

— Você é da imprensa? — ele perguntou, fazendo ela deter o ato de se afastar dali. A mulher o fitou. Seus olhos verdes tinham tanto brilho, que até o impressionava. 

— Sim — mostrou o crachá. — Sou fotógrafa de uma revista local. 

— Mesmo? — ele demonstrou interesse. — Qual o seu nome? 

— Sakura Haruno — ela estendeu a mão. — E o senhor é Sasuke Uchiha, certo? 

— É — Sasuke sorriu minimamente. — Quer se sentar? Parece cansada. 

A rosada mordeu os lábios, mas por fim assentiu. Se sentou na cadeira de frente para ele, e sorriu constrangida.