Caminhos de um herói escrita por mandeslu


Capítulo 3
Recepção de boas vindas-parte 2


Notas iniciais do capítulo

Warning: Gatilho



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Cesar

Muita coisa aconteceu de repente, fui vítima de uma tentativa de assassinato onde 3 mulheres tentaram me matar. Logo após isso, vi minha vizinhança ser destruída por várias bombas sucessivas que infelizmente só deixaram a mim vivo. Agora tenho que lhe dar com uma ameaça de nível que nunca enfrentei antes. E o máximo de informações que tenho dele é que está aqui para tirar de mim o fruto do meu trabalho. Machucado e forçado a usar minha última alternativa, acionei uma nova técnica, na tentativa de me igualar em relação a poder com ele.

— É hora da situação mudar! É hora de crescer! – falei alto ao infeliz que recaia ensanguentado aos meus pés. – Código de alteração: protótipo de ataque versão final. – Só havia o testado algumas vezes, mas nunca numa situação real como aquela. Eu sabia de seus defeitos e em que condição física usá-lo, e tinha total consciência de que aquela não era a condição exata. Porém, não havia outra escolha, era uma vida por 100.

Meu corpo então esquentou ainda mais, no entanto, o metal fundido a minha pele não permitia que suasse criando uma condição de extremo calor. Aos poucos, senti todos os meus músculos se desintegrarem e depois se reconstruírem em moléculas mais complexas e mais resistentes. Meus pés fraquejaram perante tal dor, no entanto a velocidade da reação de degradação e reconstrução era tão grande e forte que não conseguia nem mesmo me mover. Eu estava morrendo e revivendo sucessivas vezes.

O processo durou 15 segundos ao todo, os piores momentos da minha vida. No entanto, permitiram que cada ponto da minha armadura se tornasse mais resistente e mais quente. Eu sentia que meu corpo agora era uma sopa orgânica dentro de uma panela de metal. E era exatamente o que aconteceu, esse protótipo funcionava exatamente como um ultimo sopro, porque ele era limitado, me permitia persistir por 30 minutos após isso ele entrava em interrupção instantânea para não causar falência dos rins ou explosão cardíaca.

15 segundos foi o tempo suficiente para que o terrorista me encontrasse em meio aos escombros, e viesse em minha direção com um sorriso sanguinário estampado em seu rosto.

— Você me parece diferente – falou enquanto caminhava até mim.

— Ee.. – Hesitei ao perceber que era incapaz de falar devido a imensa ardência que causava a minha boca.

— O que houve? – Perguntou ele – Alguém comeu sua língua? Hahaha – Ele ficava cada vez mais perto enquanto meu corpo se tornava cada vez mais quente e ao mesmo tempo não tanto doloroso, como se tivesse me acostumando gradativamente. – Que seja, vou te matar de uma vez.

Com apenas um movimento de balanço no braço direito, são liberados diversas capsulas prateadas em formato circular que cintilavam pelo reflexo das chamas, e de repente ganhando uma coloração azulada, se fixaram sobre o ar, como se tivessem sido estancadas em meio o espaço. De repente, no entanto, a sua inercia foi quebrada por algo que não consegui perceber e todas as 5 capsulas voaram em minha direção de maneira rápida e precisa. Não havia muitas hipóteses na minha cabeça, mas dentre elas a mais aceita e obvia é que eram bombas teleguiadas.

Não procurando saber o resultado investi sobre ele e suas bombas, e com algumas danças aéreas consegui desviar de cada uma delas, um verdadeiro show, levantando brasas e cortando fumaça por onde eu passava. As bombas por sua vez não pareciam desistir de mim e vinham em minha direção contornando qualquer esquiva e tornando meus movimentos apesar de rápidos, ainda mais cuidadosos.

— Drog...- Engoli seco queimando garganta adentro, isso me fez perder o controle dos movimentos e encostar em uma delas que estourou sobre mim e em cadeia, instantaneamente, produziu a explosão das outras 4. Não foi como o último ataque dele, esse tinha menor intensidade, talvez porque não foi concentrado em um único ponto, e talvez por isso não causou muitos danos como esperava.

Isso me fez despertar coragem, e ao mesmo tempo criar mais cautela sobre minhas ações. Apesar de ter despencado no chão, aquelas 5 bombinhas me ajudaram a prestar mais atenção a tudo aquilo e tentar deixar a responsabilidade de lado, já que estava me atrapalhando bastante durante toda a luta. Sim, de fato não podia me dar ao luxo de perder e deixar mais vidas inocentes irem embora, mas não podia simplesmente me deixar levar por essa enorme pressão e estragar tudo.

Foi então que decidi conhecer o terreno, com um erguimento rápido e passadas de perna que me deixavam tão rápido quanto um leopardo. Tentei circular o psicótico de forma que ele pudesse me ver e vice-versa. Queria dar uma falsa sensação de que meu alvo seria ele, mas que na verdade estava reconhecendo o terreno e buscando possíveis vidas.

Acabei vendo pontos onde os bombeiros tentavam avançar e pontos onde os policiais haviam feito barricadas. Isso queria dizer que ainda podia haver pessoa vivas no entorno onde se mantinham os bombeiros então precisava leva-lo a um local mais afastado dali.

— O que está pensando em fazer? – Gritou ele a mim enquanto mais uma vez liberava agora 10 capsulas – Se quer brincar de ciranda cirandinha, então deixe-me colocar mais participantes nessa roda. – Então mais uma vez atirou os em minha direção, circundando edificações como se evitasse ao máximo o contato com qualquer outro ser.

— O que acha das minhas capsulas? São sutis e assassinas, perfeita para tirar pessoas do caminho. Haha, essas belezinhas foram criadas por mim! Não está surpreso doutor? Eu! Um civil comum, não precisei de nada de escola ou qualquer outra baboseira para criar bombas como essa! Eu sou o verdadeiro prodígio!

Confesso que achei que ele fosse mais inteligente, mas me parece mais um lunático que se entrega a ansiedade. Por mais que essa forma me empeça de falar, o idiota vai acabar me contando tudo. De fato, ele ter criado tudo do 0 era realmente impressionante, mas também era um baita furo em sua estratégia, porque isso queria dizer que diferente de mim, que tinha conhecimento prévio, ele teve que descobrir tudo o que eu descobri na raça, ou talvez não descobriu ainda.

Bem, estava na hora de parar de brincar. Mudei a rota, indo agora em sua direção, me esforçando para ir cada vez mais rápido e tornando as esferas voadoras cada vez mais descontroladas pelo próprio movimento de perseguição. Ele se preparava para o combate mais uma vez abrindo a palma de suas mãos, talvez mais um ataque explosivo concentrado como fez comigo da última vez.

Ao chegar nele, suas mãos brilhavam cada vez mais forte, provavelmente o ataque estava se concluindo. Então, temendo continuar um movimento altamente acelerado inclinei meus pés diminuindo a velocidade conseguindo me apoiar sobre a perna direita bem a sua frente, aproveitando isso, chutei com a esquerda a palma de sua mão que bateu sobre seu ombro com tamanha força que pude escutar o osso de seu braço estralar, talvez tivesse quebrado. Não só isso, a palma da mão que preparava para o ataque, com o toque acionou o mecanismo que fez explodir seu próprio ombro em um feixe que pude ver despedaçar a proteção do local usado jorrando sangue em todos os lados.

As esferas que continuavam o movimento vinham e minha direção que agora mais próximas devido ao desacelerado movimento de parada. Felizmente, devido a alta agilidade delas se tornou fácil desviá-las o que fez com que acabassem se chocando em cheio com o psicopata, explodindo ambos e lançando nós dois a uma distância mínima, como havia previsto. Sim, foi de fato um movimento bastante arriscado, mas a ideia de eu ativar esse modulo de armadura significava que estava disposto a correr riscos. Provavelmente, o grande gênio, não pensou ou talvez nunca tenha ouvido falar sobre a inercia de um corpo, já que ele aprendia através da experimentação, esse tipo de condição nunca iria chamar sua atenção, pois o único capaz de ser teleguiado e bater de frente com alguém como ele seria eu.

Aquilo apesar de não ter afetado externamente minha armadura de metal, acabou gerando turbulência entre os meus líquidos internos que prejudicou ainda mais atividade do meu coração. Isso me custou 10 segundos tentando voltar a respirar e mais 15 para me levantar novamente. Bem, era melhor eu não ter me levantado, após os 25 segundos, da fumaça emerge o ensanguentado e devastado homem que agora podia ver claramente seu rosto que possuía algumas manchas e um nariz arrebitado. Em seu corpo, não havia mais armadura apenas farrapos de roupas queimadas que revelavam braços unidos carnalmente ao seu corpo se ramificando por uma pequena área das costelas, seus pés também eram robotizados, no entanto, o sangue carbonizado de seu ombro direito pintava aquela prataria em tons escarlate. No entanto, o que mais me chamou atenção naquilo tudo foi uma tatuagem, que me incomodava por não conseguir esquecê-la, talvez seja porque eu já havia visto ela, mas não conseguia lembrar e não tinha tempo para isso. Uma tatuagem de um escorpião em formato de pirâmide.

Com as duas mãos concentrou novamente o ataque desferindo uma explosão no meio do meu rosto, o único ponto vulnerável naquele momento, visto que o último ataque também ter sido nele e minha armadura não apresentar um efeito reconstrutivo e sim acumulativo. Consequência? Metade do meu rosto queimou em 3 grau, levando consigo um de meus ouvidos. Isso porque eu virei na hora certa que me fez ser lançado a vários metros de distância e pousar debilitado bem longe dali.

Estava em farrapos cheio de dor, meu coração doía a cada batida, meus pulmões pediam para parar regularmente. Estava acabado. Não conseguia se quer me mexer, não havia mais energia para isso. Gradativamente minha armadura se refazia em feridas que se rompiam, voltando a ser minha pele. Minhas pálpebras se despedaçavam em peles soltas me fazendo urrar, e gritar ainda mais por estar gritando.

Foi então que tudo escureceu, e ao mesmo tempo todos os meus pensamentos se tornaram claros. O escorpião, as 3 assassinas, o terrorista. Eu havia conhecido a verdade. Melhor! Eu conseguia ver exatamente onde aquilo iria chegar! Aquilo me empolgava ao passo que me fazia esquecer tal dor. Eu não urrava mais, pois não sentia mais. Não via mais aquilo, pois não enxergava mais. E então, em meio àquela confusão de sentidos, suas gargalhadas sádicas se perderam sobre minha consciência também perdida.


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