Um Longo Dia... escrita por Only Stark


Capítulo 1
Dia dos Namorados


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura. :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/776517/chapter/1

— Peter Stark, apareça aqui embaixo imediatamente!

Comecei a suar frio, vamos ver se eu fiz alguma coisa. Já arrumei o meu quarto, fiz o dever de casa, não destruí o santuário dele, vulgo a sala que ele praticamente mora fazendo melhorias na armadura. Que eu lembre não fiz nada, então preciso me acalmar um pouco.

Fui para o andar de baixo da torre Stark receoso, odeio quando ele me chama pelo meu nome e sobrenome.

— Oi, pai, algum problema? — perguntei, dando um sorriso inocente.

— Algum problema? — Ele perguntou, me olhando atentamente. — Não era, mas o que você fez?

— Nada. — respondi rapidamente. — Mas por que estava me chamando?

— Eu vou sair à noite, quero saber se quer ir comigo. Talvez se você se sentir sozinho podemos assistir um filme. — Ele falou casualmente, semicerrei os olhos para ele.

Ele parecia meio nervoso, deduzi que fosse sair com alguma namorada mas não queria me deixar sozinho.

— Pode ficar tranquilo, ficarei em casa e não causarei dano algum.

— E nada de pegar sua roupa de Homem-Aranha. — Ele falou enfaticamente.

A gente pega a roupa escondido uma vez e já é injustiçado.

— Eu só queria testar. — afirmei, dando de ombros.

— Não teste mais sem mim, pirralho. — Ele falou, bagunçando meus cabelos. — Sabe que comecei a projetar mas não está 100%.

— Certo, vou sair com o Ned e a Michele, mas prometo não demorar.

— Não vai sair com uma namorada hoje? — Ele perguntou, zombeteiro.

— Não, você por acaso vai sair com uma namorada? — retruquei.

— Claro que não. — Ele falou, mas logo ficou com uma expressão de quem sabia demais, mas tratou de se recompor. — No dia dos finados eu não morri, não preciso de uma namorada no dia dos namorados.

— Facebook de novo?

— Talvez.

— Certo, estou indo, até mais. — falei, já indo para a porta.

— Juízo, pirralho!

— Sou seu filho! — respondi divertido, sem esperar uma resposta.

(...)

Eu não coloco minha vida na categoria fácil, não sendo filho de Tony Stark. Mas antes disso eu era um Parker, até que perdi meus pais em um acidente aos sete anos. Minha tia, May, até tentou ficar comigo, mas vi o modo como ela se esforçava tanto para conciliar sua vida com a vida de uma criança e eu ficava triste por não poder ajudar.

Então aconteceu o que eu não esperaria nem em um milhão de anos, Tony Stark olhou para mim. Ele foi fazer alguma palestra na minha escola mas apesar de eu gostar muito dele e do que ele fazia – que me deixa deslumbrado – eu me afastei de todos e fui para o pátio da escola e fiquei sentado no banco tentando pensar em algo para ajudar tia May, não demorou muito para ele aparecer ao meu lado e conversar comigo, eu pensei que era um sonho, por um momento, mas Tony Stark foi conversar comigo de verdade!

Conversamos durante um bom tempo ali no banco, pensei que nunca mais o veria então aproveitei sua presença ao máximo, até mesmo pedi um autógrafo, mas não acabou ali. Anthony Stark: gênio, playboy, bilionário e filantropo (segundo o próprio) me adotou. Tia May estava relutante no início, via nos jornais como ele era e também como sua vida era perigosa e não queria abrir mão de mim, mas o senhor Stark provou que poderia cuidar bem de mim e que eu gostava dele, então permitiu a adoção, mas vez ou outra ela vinha me visitar, quando pude sair sozinho eu também ia visitá-la, às vezes passar um fim de semana.

Foi um enorme alvoroço quando Tony Stark adotou uma criança, os jornalistas estavam sedentos especulando coisas e querendo informações a todo custo, mas depois de um tempo isso diminuiu.

Cheguei na lanchonete que meus amigos e eu acostumamos nos reunir, um lugar com a aparência meio antiga, mas bonito e reconfortante. Não foi preciso procurar por eles, estavam sentados em nossa mesa de costume parecendo entediados, passei no balcão e pedi um milk-shake de chocolate, depois fui até meus amigos.

— Hey, pessoal. — falei, já me jogando ao lado deles.

— Oi, Peter. — Eles responderam.

— E então, o que vão fazer à noite? — perguntei, fazendo sinal para a garçonete.

— Eu vou sair com a Down de Química, chamei ela para sair e ela aceitou. — Ned falou, com um sorriso enorme.

— Parabéns, cara. — falei, trocando um toque com ele.

— É, ela é legal. — Michele falou.

— Eu sei, espero que dê tudo certo. — Ele falou. — E você, Peter?

— Eu não tenho nenhum compromisso. — afirmei, dando de ombros.

Ned fez um sinal para Michele, me fazendo corar um pouco.

— E você, Michele? — Ele perguntou.

— Nada também, talvez eu possa andar por aí e fazer alguns desenhos, capturar as emoções das pessoas. — Ela falou, dando de ombros.

— Então, você gostaria de ir... — Comecei a falar mas travei, e ela ficou me olhando com a sobrancelha arqueada.

Sem que eu esperasse recebi um chute na perna, e amaldiçoei Ned.

— Ir...

— Ver os casais. Fazer uma pesquisa do comportamento deles no dia dos namorados. — Acabei falando, recebendo outro chute de Ned, mas esse eu retribuí.

— Claro, vai ser legal. — Ela falou, sorrindo.

Ned arqueou a sobrancelha para mim e eu dei de ombros. Certamente eu não levo jeito para pedidos, deveria ter pedido um conselho para o papai.

(...)

Passei em casa correndo para me arrumar e encontrar a Michele no restaurante que marcamos de nos encontrar.

Ned ainda estava enchendo a minha cabeça pela desculpa esfarrapada para o encontro, mas pelo menos estávamos indo a um encontro.

Passei em frente ao quarto do papai, o vi se arrumando todo e assoviei para ele, que rolou os olhos.

— Desculpe, pirralhos não fazem o meu tipo.

— Eca, pai. — resmunguei, fazendo ele rir. — Estou saindo, okay?

— Quer uma carona?

— Não, tudo bem. — respondi, indo para as escadas.

— Vai, tigrão! — Ele gritou, eu acabei rindo dele.

Papai às vezes é inacreditável.

Peguei um dos carros da garagem e fui para o local marcado, chegando 10 minutos adiantado.

A atendente não demorou muito em me levar à minha mesa que ficava perto da entrada, mas ao mesmo tempo meio escondido de quem chega, e não muito depois Michele também chegou. Não sei se eram meus olhos apaixonados, mas ela estava linda com uma calça preta, camisa com estampa de quadrinhos e sandálias de salto, seus cabelos soltos pareciam brilhar, assim como seus olhos.

— Peter, está aqui? — Ela perguntou, me tirando do transe momentâneo.

— Sim, sim, estou. Oi. — respondi, fazendo ela rir.

— Por um momento pensei que estivesse dormindo de olhos abertos, como anda o movimento?

— Que movimento? — perguntei, confuso.

— Dos casais, como estão? — Ela questionou, divertida.

— Ah, está... normal, eu acho.

Ela riu, balançando a cabeça em negação.

— Certo, Stark, já que diz. Eu achei aquele casal na outra mesa tão apaixonado, acho que vou arriscar o desenho. — Ela falou, abrindo seu caderno e pegando um lápis.

Aproveitamos para fazer nossos pedidos e eu fiquei uns minutos apenas a observando desenhar, ela se concentrava, olhava para seus inspiradores e continuava seu desenho, que achei estar ficando muito bom, e essa não é a parte bobo apaixonado respondendo.

Já iria tentar puxar assunto quando meu pai entrou no restaurante, indo à recepção.

— Hey, aquele é seu pai? — Michele perguntou, se distraindo um pouco.

— Sim, é ele. — respondi, surpreso.

— O senhor Rogers já o espera na parte reservada. — A recepcionista falou.

— Obrigado. — Ele agradeceu e entrou, sem me ver ali.

— Meu... pai... e o Capitão? — perguntei, ainda confuso com a situação.

— Oh, uau! — Michele falou, com um sorriso zombeteiro. — Eu sempre suspeitei daquele atrito todo.

— O quê? — perguntei, ainda mais surpreso.

O que os atritos têm a ver com isso?

Oh, meu, Deus. Meu pai e o Capitão.

— Você está bem, Peter? — Michele perguntou, me olhando curiosa.

— Eu só fiquei surpreso, depois eu passo isso a limpo com ele. — respondi, determinado a esquecer o que eu tinha ouvido e me focar no meu quase encontro.

— É bom. Eu também vou passar a limpo, mas esse desenho. — Ela falou, me fazendo rir um pouco.

— Está se divertindo?

— Sim, é como diz Miss M., “Nada melhor do que um lápis e um caderno para desenhar o que há de belo”.

— Nunca ouvi falar de Miss M. — falei, pensativo.

— Miss Michele. — Ela falou, com um sorrisinho, eu ri disso.

— Ela é muito sábia.

— Não é o que se diz, mas aceito a crítica.

Antes que eu retrucasse a nossa comida chegou.

— Quem não conhece Miss M. não tem crédito nas críticas. — falei.

— Você só está sendo um fofo.

— Apenas estou dizendo a verdade. — respondi, dando de ombros.

Ficamos em silêncio enquanto comíamos. Enquanto esperávamos a sobremesa Michele escolheu outro casal para desenhar pelo tempo que esperávamos, eu ficava apenas observando os traços ganharem forma.

Assim que acabamos a sobremesa e pagamos a conta – ela bateu o pé para rachar, mesmo eu dizendo que deveria pagar porque eu fiz o convite – nós fomos para uma praça que sabíamos que teriam mais pessoas para desenhar nesse dia.

Antes de ter que ir embora eu decidi juntar a coragem que havia em mim e contar a ela o real motivo do convite.

— Sabe, eu não queria convidar você para desenhar pessoas.

— Sério? — Ela perguntou.

— Na verdade eu queria chamar você para um encontro mesmo, sabe? Eu só fiquei com vergonha de pedir.

— Eu sei. — Ela respondeu, sorrindo.

— O quê?

— Eu sei. Na verdade eu suspeitei, mas tinha quase certeza, então basicamente eu sabia. — Ela falou, sorrindo divertida.

— E por que não me falou nada?

— Porque eu queria vir ao encontro, queria saber se teria coragem de confessar a real intenção também. — Ela falou, dando de ombros.

— Então você teria aceitado se eu tivesse chamado normalmente?

— Sim, Peter, eu teria aceitado. — Ela falou, batendo seu dedo indicador no meu nariz, divertida.

Fiquei animado com a sua afirmativa, tanto que a puxei para um beijo, que tinha gosto de chocolate devido ao sorvete que tomamos anteriormente. Eu não sei nem como descrever aquele momento, eu sentia que nada mais existia ali, apenas ela e eu, nos beijando.

— Eu gosto de você, de verdade. Você gostaria de ser minha namorada? — perguntei quando nos afastamos, entrelaçando nossos dedos.

— Eu aceito, Peter. — Ela respondeu, iniciando um novo beijo.

Melhor. Dia. Dos. Namorados. De. Todos!

(...)

Estava no sofá de casa meio distraído, Michele e eu ficamos namorando um pouco na praça mas logo depois eu a levei até sua casa, estava tão alegre de ter conseguido coragem e ter ela como minha namorada que tinha esquecido a outra parte: Meu pai e o Steve.

— Hey, pirralho, já chegou? — Papai perguntou, entrando em casa.

— Sim.

— Como foi o encontro? Se divertiu? — Ele perguntou, sentando-se ao meu lado.

— Sim, eu pedi a Michele em namoro e ela aceitou. — falei, não contendo o sorriso.

— Isso é de família, os homens Stark são demais. — Ele falou animado, dando um soco de brincadeira no meu ombro. — Agora diz o que é que está te preocupando.

— Como sabe que tem algo me preocupando?

— Como eu não saberia? Eu te conheço e não é de hoje. Vamos lá, diz.

 — Desde quando você namora o Steve?

Ele ficou verdadeiramente surpreso, ficou em silêncio por algum tempo até que deu uma risada forçada.

— Boa piada, Peter, você é ótimo.

— É sério, eu estava lá no restaurante, ouvi a recepcionista dizer que ele estava te esperando.

Ele suspirou derrotado, depois rolou os olhos.

— Eu disse pro Picolé que esse negócio de esconder não ia muito longe.

— Então é verdade? — perguntei, curioso.

— Sim, nós começamos a sair tem algumas semanas, estamos primeiro vendo como isso funciona antes de dizer para os outros. — Ele explicou, bagunçando meus cabelos. — Eu ia te contar amanhã.

— A Michele disse que sempre desconfiou do atrito de vocês. — comentei, ele riu.

— Oh, os atritos...

— Pai, por favor. — gemi frustrado, fazendo ele rir alto.

— Ora, pirralho, não seja um pervertido. — Ele disse, zombeteiro.

— Então você é bi? — perguntei, curioso daquela vez.

Nunca tinha visto ele comentando sobre outros homens, essa era a primeira vez que o via falando de algum.

— Por enquanto eu me declaro stevesexual, não parei para pensar muito em sexualidade, para ser sincero. Mas é isso aí, pirralho, Capitão é seu padrasto, alegria!

— Eu juro que se ele me fizer um discurso dos que usam lá na escola eu escondo o escudo dele onde ele só vai achar daqui 70 anos. — falei, divertido, nós dois rimos.

Apesar de ainda estar um pouco incrédulo (MEU PAI E O CAPITÃO, CARA!), eu realmente não via problemas, Steve era como o tio legal que dá conselhos e tudo o mais, vai ser legal ter ele mais perto.

E eu só espero não estar muito perto quando esses dois começarem a discutir...

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá!
Essa fic era pro dia dos namorados DO ANO PASSADO!
Kkkkkkkkkkkkkk
Eu entrei em um bloqueio horrível por uns tempos, não sabia o que escrever, não sabia que título dar, não sabia como fazer uma capa decente, foram dias de luta!
Mas eu tava tão sedenta por Pethele que quando eu abri pra ler o que eu tinha escrito eu terminei tudo. Kkkk.
Na realidade, tava escrita há dois dias, ontem eu fiquei sem meio sem tempo e quando tive eu fui pedir pro suporte adicionar a Michele e o Ned aos personagens da categoria, anyway, postando agora!
Fiquei sem internet – o mundo não queria que eu postasse a fic mesmo. Kkkk – e só pude postar hoje. Kkkkk
Eu tava querendo ler eles em um universo Stony e acabei tendo que escrever mesmo. :v
Espero que genham gostado.
Está em aberto porque ainda tem um bônus. Haha
Bjs ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um Longo Dia..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.