Oceano escrita por Ariel F H


Capítulo 2
Parte 2




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Will acordou com alguma coisa acariciando sua barriga. Demorou alguns instantes para ele abrir os olhos, ainda sonolento, e ver o que era.

Nico estava com a orelha grudada um pouco acima do umbigo de Will, segurando sua barriga como se fosse uma bola.

— O que você está fazendo? — Will resmungou. — Que horas são?

— Nove da manhã. — Nico respondeu no momento em que Will tapou os olhos, evitando a claridade que entrava pelas frestas da cortina. Era domingo, queria dormir mais. — E eu estou tentando ouvir o bebê.

Will piscou, olhando para Nico, que estava com a orelha no mesmo lugar ainda.

Não conseguiu não dar uma risada.

— Ele é muito novo ainda pra você ouvir ele, amor.

Nico levantou a cabeça.

— Ele?

— O bebê. — Will esclareceu.

Nico voltou a olhar para a barriga de Will e falou com ela, como se fosse uma pessoa.

— Seu pai acha que seus pronomes são masculinos.

Will olhou para a própria barriga.

— Ei, eu não disse isso. Você pode ter os pronomes que quiser.

Nico deu um pequeno sorriso, seguido de um beijinho na barriga de Will.

— Você já pensou em algum nome? — ele perguntou, voltando a se deitar no lado de Will.

— Nós ainda temos uns cinco meses pra isso.

— Mas o nome é uma coisa importante.

Nico se aninhou em Will, deitando com a cabeça em seu ombro e acariciando a barriga dele. Will o abraçou.

Ainda se surpreendia, mesmo depois de semanas, em como Nico estava empolgado com aquela criança.

Depois que Will contou que não pretendia fazer um aborto, Nico se mostrou absurdamente interessado em qualquer coisa relacionada ao bebê e à saúde de Will.

Toda vez que Will espirrava, Nico perguntava se ele estava bem e se eles não deveriam ir ao médico para ver se estava tudo bem. Will achava fofo, de um jeito meio desesperador.

Nico também  já havia comprado o que disse que iria ser a primeira roupinha daquela criança. Um macacãozinho minúsculo, todo amarelo. A cor preferida de Will.

Semana passada, Nico veio com uma ideia de decorar todo o quarto do bebê de amarelo.

— É uma cor “neutra”. — ele disse. — E é muito linda. Olha, tem várias ideias nesse site.

Aparentemente, o novo alvo do interesse de Nico era o nome do bebê.

— Qual nome você pensou? — Will perguntou. Nico definitivamente já tinha pensado nisso.

— Eu gosto de Kai. — ele respondeu, rápido, confirmando as suspeitas de Will.

— Kai?

— É havaiano. Significa “oceano”.

— Hmmm.

— É perfeito. — Nico olhou em direção à barriga de Will mais uma vez. — Kai.

Will teve uma sensação de que Nico simplesmente havia acabado de batizar aquela criança.

— Ok, Kai é bom. — Will concordou. — A gente pode fazer uma lista de possíveis nomes. Por que você acordou tão cedo?

— Eu pensei que tinha ouvido o Kai se mexendo.

Will olhou para Nico.

— Isso é impossível em tantos níveis.

— Por quê? Você vai me avisar quando ele se mexer pela primeira vez, não vai?

Will riu.

— Você vai ser a primeira pessoa pra quem eu vou contar.

Nico sorriu e se aproximou para dar um beijo rápido nos lábios de Will.

Will correu a mão pelas costas nuas de Nico ao mesmo tempo em que Nico colocava uma das pernas em cima da perna de Will. Eles tinham uma sincronia perfeita.

Foi Nico quem se afastou:

— Você quer que eu faça algo para o café da manhã?

— Hummm, eu quero que você faça aquela torta para o almoço.

— Não é torta. — Nico o corrigiu pela décima vez. Ele era um italiano chato o suficiente com comida para corrigir Will toda vez. — É calzone.

— É torta.

— Calzone.

— Tá. Eu quero um calzone então.

— Mas você precisa comer algo de café da manhã primeiro. Eu vou fazer alguma coisa.

Nico fez menção de sair da cama, mas Will o segurou.

— Fica mais um pouco aqui comigo. — pediu, puxando Nico para um abraço.

— Você precisa comer, Will.

Nico saiu do meio dos braços de Will.

— Eu já volto. — ele falou, se levantando da cama. — Com comida.

— Você me odeia. — Will resmungou, vendo Nico de pé apenas com uma samba canção.

Nico apenas fez um gesto vago para a cena dramática de Will e seguiu para a cozinha.

Will se enrolou novamente no lençol. Ao menos iria apreciar mais uma vez os dotes culinários de Nico.

Colocou uma das mãos sobre a barriga. Kai teria sorte de ter um pai tão bom na cozinha.


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