UMA INTRUSA EM CREPÚSCULO escrita por Jace Jane


Capítulo 18
Capitulo 18º - Cuidado my love


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de agradecer a Katy Tonnel pelo seu comentário no capitulo anterior. Obrigada ♥



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Eu tinha um closet, e ele era maior do que o meu quarto na casa da minha mãe. Escolher uma roupa em meio a tantas opções era difícil, havia minhas roupas que trouxe de casa e as que Marcus comprou para mim e tinha outras também – será que eu poderia usar? – Decidi usar minhas próprias roupas. Mesmo com o sol lá fora fazia frio, então coloquei uma calça jeans escura, um terno vinho por cima de uma blusa preta e um par de botas de couro.

Depois de arrumar meus cabelos em frente à penteadeira fiquei olhando para a minha gargantilha e para o colar dos Volturi que o Marcus havia me dado, uma ideia pipocava em minha cabeça, coloquei em pratica sem pesar duas vezes, com cuidado removi o pingente dos Volturi e deixei separado no canto e fiz o mesmo processo com a gargantilha, ao remover alarguei a pequena argola e passei o pingente dos Volturi e fechei. Com um pouco de dificuldade coloquei a gargantilha em meu pescoço.

— Agora que tenho a minha coleira posso ser oficialmente o bichinho de estimação dos Volturi. – Saí do quarto com um sorriso no rosto, encontrei Jonathan, Liliana e Sidney. – Olá meus queridos, quem vai ficar cuidando da Moroi?

Sidney deu um passo a minha frente, respondendo minha pergunta sem dizer uma palavra.

— Ótimo. Jonathan e Lili poderiam me levar até o Marcus? – Andamos por aqueles extensos corredores, nunca que eu conseguiria gravar o caminho, eram tantas curvas. Atravessamos um corredor estreito, havia uma porta bem escondida pela má iluminação, para vampiros a ausência de luz não deveria ser relevante. A porta era feita de uma madeira escura, bem envernizada, seus desenhos foram entalhados por mãos habilidosas, os desenhos que a decoravam eram indescritíveis. Contava uma história de um casal que dançava em meio a arvores, pareciam felizes.

Voltei a mim e olhei para os vampiros ao meu lado, Jonathan parecia tenso, voltei a olhar para porta com a sobrancelha arqueada, foi então que eu ouvi uma doce melodia sendo tocada em um piano, era o Marcus que tocava? Porque Jonathan estava tenso.

— Algum problema Jonathan? – Seus ombros rígidos estavam começando a me preocupar. Lili estava igual a ele. A musica parou de tocar no mesmo instante que eu falei. O que estava acontecendo com esses vampiros?

— Mestre Marcus.. a senhorita Megan deseja ver o senhor. – Disse Liliana cautelosa.

— Pode entrar Megan. – Disse o Volturi atrás da porta.

Deixei a tensão para trás ao abrir a porta, os vampiros não me seguiram, então fechei a porta. Quando olhei a minha frente perdi o fôlego, o salão era enorme, o chão era escuro, parecia mármore, as janelas eram cobertas por grossas cortinas de um tecido que me pareceu ser bem caro. Os lustres do teto eram de cristal que poderiam muito bem ter sido feitos para a realeza. As paredes eram decoradas de quadros antigos que estavam bem preservados, havia estatuas em pontos estratégicos, e no meio havia um piano branco de calda, Marcus estava sentado de frente para ele.

Com cuidado eu me aproximei, morrendo de medo de cair naquele piso ilustrado, vi um sorriso escapando dos lábios do Marcus. Depois do que me pareceu uma eternidade finalmente me pus ao seu lado. Cruzei os braços e o encarei com as bochechas estufadas.

— Não ria da minha cara! Esse chão foi muito bem encerado, eu poderia muito bem cair espetacularmente. – Bati o pé no chão de pirraça, o que só o fez rir.

— Eu jamais a deixaria cair, lhe teria em meus braços antes. – Aqueles olhos vermelhos me encaravam cheios de amor, como ficar brava com um homem desses?

Minha pose irritadiça desmanchou, e fui de encontro aos seus braços, que se enlaçaram na minha cintura.

Olhei para os seus olhos e quase suspirei.

— Cuidado my love, esta brincando com fogo – Encarei seus olhos com um sorriso travesso.

— Prefiro arriscar. – Antes seus olhos me encaravam com amor, agora me encaravam com luxuria.

Levei meu rosto até a sua orelha e dei uma leve mordida, minha bochecha fez contato com sua pele gelada me causando um arrepio.

— Se gosta-se de brincar com fogo não prenderia a respiração toda vez que eu entro na sala. – Quando voltei a lhe encarar vi surpresa estampada em seus olhos.

— Sempre observadora. – Sua expressão ficou melancólica, o que me deixou confusa.

— Por quê?

— Não observou isso também? – Ele pensava que era obvio. O que eu estava deixando passar... O que faria um vampiro a prender a respiração perto de um ser humano? Oh.. – Era bem obvio mesmo.

— Meu cheiro é atrativo para você. – Deduzi.

Meu período menstrual deve ter sido o inferno mais pra ele do que para mim.

— Nós dois somos imortais, se quisermos viver a eternidade juntos uma hora você vai ter que soltar o fôlego.

— Não posso arriscar. – Sua mão deslizou para o meu pescoço. Entendi seu receio, ele tinha medo de não resistir ao meu sangue.

— Falou o cara que me tenta sexualmente – Tentei descontrair, mas o cara estava tenso. – Você é um vampiro antigo, sabe se controlar.

— É difícil controlar quando é sua companheira. – Suspirei derrotada, não ia ganhar aquela luta.

— Eu não o entendo, não tenho sentidos aguçados e sangue não é a minha principal fonte de alimento então não vou insistir...  Por hora.

***

Meus “queridos” guarda-costas junto do Marcus insistiam de pé junto que eu deveria levar os vampiros comigo até a St. Vladmir, o único lugar que eu conhecia para deixar a Masha Voda em segurança em seu próprio mundo, mas parece que nenhum deles percebia o quão estúpido isso seria.

Olhei para o Asten em busca de apoio, o desgraçado deu de ombros, como se dissesse “Se vira!”. – Suspirei cansada.

— Com todo o respeito – Disse aos vampiros – Mas isso seria muito estúpido. Eles! – Apontei para a minha guarda – São idênticos aos Strigois, que é o bicho papão da raça dela. – Aponto para a Masha. – Se eu aparecer com eles os guardiões vai tentar mata-los e acreditem eles são bem fortes.

— Ela tem razão. – Pronunciou Asten. Finalmente! – Eu cuido da segurança dela. Se bem que eu acho que os guardiões perderiam essa batalha.

— Nenhum guardião será morto! – Gritei desesperada.

Por fim ficou decidido que Asten garantiria a minha e a segurança da Masha.

— Vamos logo, antes que eu me estresse ainda mais! – Asten teve a audácia de rir da minha cara. Vai rindo Asten, o que é teu esta guardado.

A St. Vladimir era um típico internato para riquinhos mimados, com teor gótico em sua arquitetura, não muito luxuoso e tão agradável quanto os da Itália, mas para os estudantes isso não era um problema, alguns deles nunca pisaram na corte dos vampiros então não eram acostumados com alto glamour da realeza.

Chegamos naquele mundo através de uma janela do dormitório dos Dhampir, como a moroi explicaria sua presença ali eu não sabia, mas era o menor de seus problemas, porque teria que começar a explicar como entrou na escola sem nenhum guardião saber, era melhor ser criativa, poderia optar por dizer a verdade, mas duvido que acreditem que ela foi abduzida para outra dimensão em uma escola para jovens bruxos, para em seguida ser sequestrada por um vampiro idêntico a um Strigoi, mas que não é um Strigoi.

Joguei meu corpo no sofá nenhum pouco confortável do quarto, alguém precisa mesclar conforto com luxo. Olhei para o Asten sentado ao meu lado encarando um ponto a sua frente em quanto divagava.

— Esta de dia. – Comentou a moroi fazendo uma careta. – É bom já que não tem muito movimento neste horário e péssimo para o meu conforto.

Bati no ombro do feiticeiro que me olhou irritado.

— Porque estamos descansando confortavelmente? – Minha pergunta o fez me encarar com uma sobrancelha arqueada. Deve ter soado confuso, então reformulei. – Deixamos vampiros apreensivos em casa.

— Estou saboreando o sentimento de nostalgia – Explicou. Agora entendia o conforto todo dele.

— Então conhece o terreno, qual foi o caso? – Tinha despertado o meu interesse com essa nova informação.

— Um jovem dhampir muito promissor e um moroi muito perigoso. - Sua expressão mostrava seu desconforto com o assunto. – Me lembrava a Loki.

Quem em academia de vampiros poderia lembrar a serpente geniosa que era Loki?

— Abe Mazur? – Seus olhos mostraram surpresa, eu tinha acertado em cheio. Não era muito difícil deduzir, o Mazur era manipulador como a deusa e ambos carregavam uma serpente como marca registrada. – Deve ser uma história bem tensa.

— Nem me lembre.

— O que o dhampir tem a ver com isso? – Perguntei curiosa, qual é, ele tinha despertado meu interesse.

O feiticeiro deixou um suspiro apaixonado escapar. Oi?

— Encontrei com ele depois do meu desagradável encontro com o Abe Mazur. Estava cercado por strigois – Masha ouvia a história com atenção, estremeceu com a menção das criaturas da noite. – Não foi nada fácil, eram muitos e ele tinha um moroi para proteger, mas a cada golpe da estaca de prata me deixava fascinado, ele parecia um deus no campo de batalha, um perfeito deus da guerra.

— Essas descrições me fazem lembrar a alguém. – O nome me escapava.

A porta foi aberta sem gentileza, me fazendo da um pulo do sofá, ao ver a face do intruso corri a frente da Masha para protegê-la daquele desconhecido. Em quanto Asten ficava imóvel.

— Ual, olha como você cresceu! – O intruso encarou o Asten incrédulo. – Ainda arrasando corações?

— Como entrou aqui? – A confusão do guardião era explicita.

— Do mesmo jeito que eu invoco fogo e copos de vodka – Respondeu Asten bem humorado. – Pode relaxar Megan. – Avisou o feiticeiro dando uma piscadela – Esse é o dhampir que comentei.

— Dimitri Belikov – Encarei o feiticeiro impressionada. - Prazer em conhecê-lo guardião Belikov, sou Megan Rodrigues.

— Volturi! – Disse Asten em meio a uma falsa tosse, mais discreto impossível.

— O que fazem aqui? – Perguntou o guardião olhando para mim e então voltando sua atenção a moroi atrás de mim.

— Eu estou protegendo a rainha Volturi ali, que esta escoltando a moroi real Masha Voda. – Respondeu Asten.

— Rainha? – O questionei desfazendo minha postura de combate.

— Os Volturi são como reis e como você é a companheira de um deles isso tecnicamente te faz rainha, vossa majestade. - Sorriu o feiticeiro.

Aquele sorriso me instigava seriamente a dar um belo tapa na cara dele.

— Me chama assim de novo e eu te envio para fazer uma visitinha ao seu pai.

— Asmodeus vai adorar a visita! – O choque foi tão evidente que fez o feiticeiro começar a rir da minha cara. Peguei o vaso de flor do lado do sofá e o lancei em sua direção, milagrosamente o desgraçado conseguiu o segurar antes de ser atingido. – Opa! Não vamos destruir propriedade alheia.

— Você é filho de um príncipe infernal, e age como se fosse um integrante do filme piratas do caribe, como isso é possível?

— Eu sou a ovelha negra da família.

Depois da conversa afiada o guardião Belikov nos escoltou até a diretoria para explicar o que tinha acontecido à diretora Kirova, pouparia a Masha, mas deixaria todo o trabalho para nós. Em quanto esperávamos pacientemente na sala da bendita cuja, o Belikov nos deixou com sua parceira Alberta.

Quando a madame entrou na sala e se sentou a nossa frente eu pude analisa-la em quanto ela saudava a Voda ao meu lado, parecia que ela estava desaparecida há um tempo e todo mundo foi avisado sobre isso. A diretora tinha traços russos, seus cabelos negros como o véu da noite foram rapidamente escovados. Em sua face usava maquiagem leve, o suficiente para disfarçar seu rosto sonolento. Os olhares que lançava ao Asten as minhas costas indicava que já se conheciam, por isso não havia se preocupado em se arrumar, só usava uma túnica negra para se cobrir. – Deixei um suspiro escapar, aquela mulher carregava uma beleza exótica.

— Oh! Seu relacionamento com o Marcus não é aberto, ou é? – Perguntou Asten me repreendendo com os olhos.

Com o que direito ele achava que tinha para me censurar? Não pode nem mais paquerar em paz.

— Não enche o saco pirata de araque! – Bufei irritada. Desviei os olhos da mulher, envergonhada.

— Então. – Chamou atenção – O que estava dizendo senhor Leviathan?

— A lady Voda fora sequestrada por um.. – Ele não sabia como descrever Loki, parecia tentar omitir o fato de ele ser um deus - .. Cara manipulador, mas por sorte ela cruzou o caminho de um dos empregados da realeza italiana, que a levou até a sua chefe, Megan Volturi. – Resumiu em quanto apontava para mim. Ainda bem que não me chamou de majestade, seria desconcertante.

— Sou grata a suas ações. – Agradeceu Kirova com sua expressão rígida e nada simpática. Talvez a presença de Asten não lhe agradasse? – Tenho certeza que a família Voda ficará contente com o regresso de um membro precioso de sua família.

— Imagino que sim. – Concordei – Adoraria ficar mais um pouco, mas creio que a senhora gostaria de descansar, a noite terá um bando de pirralhos para supervisionar.

— Fala como se não fosse uma. – Alfinetou o feiticeiro.

— Se continuar atentando o meu juízo vou lançar um cruciatus que deixará Bellatrix Lestrange orgulhosa.

— Chata.

 


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Notas finais do capítulo

Nota: Bellatrix Lestrange é uma bruxa de Harry Potter que é conhecida por torturar um casal bruxo com a maldição da dor cruciatus.



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