For Evermore escrita por MelanieStryder


Capítulo 4
Capítulo 4 - Do or Die


Notas iniciais do capítulo

Weeeeee!
Tem gente lendo!
=D
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Cap 4 – Do or Die
Dois dias antes do “crespúsculo”...
_ Então é essa?
Desliguei o motor para mostrar à ela o carro.
_ Bonita! Que marca é?
_ É uma Ford Ranger. _ Bati o pé no pneu traseiro. _ Acho que meu pai tinha razão. Melhor mesmo uma caminhonete. _ O que você achou da cor?
_ Eu gosto do preto. _ Leah sorriu.
Ainda tínhamos mais uma hora de viagem de Port Angeles até Forks e depois uma meia hora para chegar em La Push.
Fizemos aquele trecho em silêncio. Bom, na verdade eu evitei conversar com ela pois precisava pensar, precisava decidir o que eu ía ou não fazer. Tudo bem que ainda faltavam dois dias, mas aquele encontro estava me atormentando há semanas e agora que estávamos cada vez mais perto, a dúvida me exigia uma resposta, hora após hora, minuto à minuto.
Aos poucos a familiar floresta úmida começava a surgir, me trazendo lembranças de quem eu queria esquecer, ou melhor, de quem eu já tinha esquecido, mas ainda devia uma explicação. Passamos direto pela entrada da casa dos Cullen, seguindo para La Push, para a casa do meu pai. Leah queria de todo jeito passar antes na casa de Charlie para ver Sue e Seth, mas eu não podia me arriscar dessa forma. Tudo o que eu não precisava agora era ter que explicar... explicar tudo. Eu precisava pensar, precisava de paz de espírito, precisava até de alguns conselhos do meu pai, dos meus amigos para decidir como eu faria, porque “o que eu deveria fazer” eu já sabia.
Estacionei a Ranger quase em frente de casa, bem onde Bella costumava deixar a velha caminhonete vermelha. Bons tempos aqueles... apesar de tudo, foram bons tempos. Eu sorri pra mim mesmo, observando a frágil moradia de meu pai, que ainda resistia ao clima úmido de Penísula Olímpica. Não demorou muito para que o velho Billy saísse de casa, empurrando sua igualmente velha cadeira de rodas.
_ Jacob!
Pela primeira vez, senti que tinha feito a coisa certa em ter voltado para casa.
Andei até ele e nos abraçamos.
_ Leah.
_ Billy, Billy Black... você não mudou nada.
_ Ahhh, o contrário para você Leah. Está bem diferente.
Nós todos rimos. De certa forma meu pai tinha razão, Leah agora usava o cabelo curto e afinal de contas, foram sete anos. O progresso de Leah assim como o meu não se refletia somente na mudança física. Sim, nós amadurecemos bastante, mas eu sabia que ela era a velha Leah de sempre, ela não tinha perdido sua essência. Como eu a invejava nesse quesito. Queria me sentir como antes, queria ter voltado para La Push e que a maresia, o reencontro com meu pai fizesse com que eu reencontrasse a mim mesmo, mas o velho Jacob não existia mais.
_ Entrem, entrem meninos!
Seguimos a trilha das rodas de alumínio deixada pelas pernas metálicas de meu pai e entramos em casa.
_ Wow pai, está tudo igual!
_ É claro que está. Há coisas que não mudam nunca Jake.
A frase do meu pai ficou ressoando por um bom tempo na minha cabeça. Pena que eram poucas as coisas que não mudavam e as menos importantes.
_ Vocês estão com fome? Cansados?
_ Cansados. _ Eu e Leah dissemos juntos.
_ Bom, nesse caso eu vou preparar sua cama para Leah e Jacob, você fica no sofá.
Leah segurou minha mão.
_ Pai, não acho que o sofá seja necessário... _ Que estranho era aquilo...
Ele olhou fixamente para nossas mãos enlaçadas e depois sorriu largamente.
_ Err... é, acho que não precisa mesmo. Mas não sei se vai caber vocês dois naquela cama. _ Ele foi até a geladeira, com aquele mesmo sorriso de satisfação tatuado no rosto dele.
_ A gente da um jeito Billy, não se preocupe. Mas se você preferir, eu posso ir para a casa da minha mãe...
_ Não, não! Fique à vontade Leah. A casa agora também é sua. E sobre sua mãe, ela está na casa de Charlie, só volta à noite. É assim agora, todos os dias.
_ Imaginei. E Seth?
_ Está ajudando Charlie com a mudança da sede da delegacia. Também só volta de noite, ou melhor, quando ele volta.
O jeito que meu pai tinha falado de Seth tinha chamado minha atenção. Parecia até que ele estava ressentido com o comportamento dele.
_ Como assim “quando volta”?
_ Desde que os Cullen voltaram ele tem ficado enfurnado na casa dos sanguessugas. Ele e aquela menina, a neta do Charlie, não desgrudam. Como é mesmo o nome dela?
_ Renesmee.
Estremeci quando ouvi aquele som saindo da minha própria boca. Há quantos anos eu não pronunciava o nome dela? Eu não queria pensar naquilo, não agora.
Leah apertou minha mão. Eu não olhei pra ela. Talvez fosse um sintoma do medo. Mas eu não ia deixá-la; o medo não fazia sentido. Eu queria poder ter dito isso a ela, mas faltou vontade.
_ Eu vou me deitar um pouco. Você vem Leah?
_ Vão, vão sim crianças. Descansem e quando vocês acordarem vão comer da minha velha especialidade, aquela minha velha receita de spaghetti.
Ela sorriu e me acompanhou até o meu velho quarto.
...
Já haviam se passado três hora desde que nos enfiamos no meu quarto para descansar, mas a verdade é que eu não tinha conseguido pregar o olho até agora. Era muita coisa na minha cabeça, uma decisão difícil a ser tomada e ficar ali com Leah dormindo no meu peito não me ajudava em nada a pensar.
Devagar, eu tirei-a de cima de mim e me levantei. Saí do quarto e encontrei meu pai na sala assistindo TV.
_ Jacob, Jacob... Problemas, não é mesmo?
_ Nem tanto pai... Mas um em particular está me tirando o sono.
_ Se você tem um problema, então resolva logo filho, já dizia o velho Clearwater.
_ Como se fosse fácil... _ Eu peguei um casaco que estava pendurado atrás da porta. _ Vou dar uma volta pai, esfriar a cabeça.
Vesti o tecido grosso sobre minha camiseta branca, embora eu não sentisse nenhum pouco de frio.
_ É aquela criança, não é?
Eu não consegui responder, mas devia estar escrito na minha testa.
_ Mas e a Leah?
_ Eu a amo.
_ Quem? Quem você ama? _ Ele foi seco. Irritou-me profundamente o jeito que ele estava falando. Eu me sentia desafiado.
_ Leah.
_ Hum. E o que é que está de incomodando tanto filho?
Eu respirei fundo. Não queria conversar sobre isso com meu pai, não agora.
_ Eu vou sair pai, volto logo. _ Desisti de levar o casaco quando outra idéia passou pela minha cabeça, então tirei também o tênis e as meias.
_ Não esqueça que o tratado ainda está de pé. Somente Seth tem andado por aquelas terras, não vá arrumar confusão Jacob.
_ Eu não vou. A última coisa que eu quero é encontrar com um deles. _ Meu pai olhou de um jeito estranho, com certeza admirado pelo que eu estava dizendo; justo eu que gostava tanto dos Cullen.
_ Aquela criança está virando sua cabeça de novo Jacob. _ Ele voltou a ser duro em suas palavras e o sangue ferveu em minhas veias. Eu até estava disposto a conversar sobre isso, eu precisa mesmo falar; desabafar, mas do jeito que ele estava levando não ia dar.
_ Ela não é mais uma criança pai.
_ Olha aí! Está vendo?
_ Ela já saiu da minha cabeça faz tempo pai. Eu só estou tentando achar um jeito de dizer isso a ela.
Eu fechei a porta atrás de mim e tudo que eu vi em minha frente foi um mar revolto e acinzentado. A areia estava úmida, embora tivesse parado de chover assim que eu e Leah chegamos em La Push.
Andei devagar pela deserta e extensa faixa de areia e quando já estava longe da aldeia, me embrenhei no meio da mata, me transformei em lobo e comecei a correr. Nem sei quanto tempo eu corri e nem estava atento a que direção eu ia, só sei que corri por horas sem descansar, com a cabeça vazia, sem pensar em nada. Quando dei por mim, a escuridão já me cercava e então resolvi procurar o caminho de volta para La Push. Ainda faltavam uns 3 ou 4 quilômetros para chegar em casa quando eu me transformei novamente em humano. Vesti minha calça e a camiseta e segui andando devagar pela orla.
Não demorou muito para que eu visse um borrão em forma humana andando no sentido contrário, em minha direção. Demorou para que eu reconhecesse, pois ele estava muito, mas muito crescido e também por causa da noite que caíra. Logo me dei conta que era o irmão de Leah, Seth Clearwater.
De longe ele acenou e começou a correr.
_ Hey, Jacob! _ Ele me abraçou e eu retribuí. Mesmo querendo estar sozinho, era muito bom revê-lo.
_ Como é que você me achou?
_ Seu pai me disse que você tinha saído, aí eu segui seu rastro.
_ Claro, que pergunta besta!
Nós rimos.
_ E aí, chegou hoje? O que está fazendo sozinho por aqui? Você nem ligou e...
Nós começamos a andar novamente.
_ Você continua a mesma matraca de sempre! _ Dei um soco nele, igual costumava fazer com Quil e Embry.
_ Você nem ligou, nem nada... Se não fosse por Renesmee eu nem saberia que dia que você ia chegar, aliás, ninguém saberia.
_ Renesmee. _ Repeti em voz alta. Há muito tempo eu não pronunciava aquele nome. Era algo proibido em casa.
_ Ela só fala nesse encontro...
Ele deu risada. Mas eu não podia culpá-lo, ele não sabia de nada. Eu estava engasgado com tudo aquilo e Seth sempre havia sido um bom amigo, então...
_ Como ela é Seth? _ Não vou mentir que estava curioso. Será que ela tinha mesmo crescido tão rápido assim como aconteceu com Nahuel?
_ Lembra da Bella? Daquela época, de quando você gostava dela?
_ Lembro. _ Eu não gostava muito de lembrar dessa parte da minha vida. Não que eu ainda gostasse da Bella, mas eu já havia gostado, e muito. Naquela época eu a amava, eu a desejava, como mulher, mas não mais agora. E depois eu passei a amar a filha dela, um bebê, mas não do mesmo jeito, é claro. Era estranho isso...
_ Ela está estonteante cara! Ela tem os traços perfeitos dos Cullens, mas a beleza humana de Bella.
Nossa, eu não podia nem imaginar como ela era. Renesmee era uma criança adorável, mas qual criança não é?
_ Estou vendo que você também está ansioso para esse encontro.
_ Ela está?
_ Só fala nisso!
Surpreendeu-me que ela estivesse esperando tanto. Achei que ela tinha esquecido não do encontro, mas de mim. Foram anos longe, ela podia ter arrumado um namorado, de repente até um vampiro.
Eu finquei meus pés na areia. Tinha uma pergunta, algo que eu queria saber, que poderia me ajudar em como eu deveria agir no momento em que eu contasse a ela a verdade.
_ Você acha que ela gosta de mim Seth?
Ele parou e olhou-me de um jeito estranho.
_ Jacob, você está de brincadeira comigo?
_ Não, claro que não.
_ Então eu não estou te entendendo cara... É lógico que ela gosta de você! Jacob, ela adora você! E... e eu acho mesmo que ela está apaixonada por você. Mas não vai dizer que fui eu quem falou isso, hein? Estou falando de uma coisa que eu “acho”. É uma conclusão minha.
Eu segurei meus cabelos com ambas as mãos e fiquei olhando as ondas enormes se quebrando na nossa frente. Eu devia ir até lá e me jogar no meio delas. Eu merecia mesmo morrer.
_ O que? Jake?
_ Leah.
_ Leah?
_ É.
_ Não. Mas não pode ser! Você teve uma impressão com a Nessie, não teve? Cara, isso é pra uma vida inteira! E Leah, você sabe, ela gosta do Sam!
_ Ela não gosta!
Eu só percebi depois que já tinha gritado. Respirei fundo e voltei a andar devagar. Seth ficou lá, atrás de mim, me olhando. Devia estar horrorizado.
_ Desculpe. _ Falei baixo. _ Eu também pensei que era para uma vida inteira, se isso te deixa mais feliz.
Quando percebi, ele estava ao meu lado novamente.
_ Cara, eu não acredito. E o que você vai fazer?
_ Eu ainda não sei...
_ Ela precisa saber da verdade Jacob.
_ Eu sei, eu só não sei como falar isso pra ela, ainda mais agora, depois do que você me disse.
_ Mesmo assim.
_ Eu sei, você tem razão.
_ E você vai nesse encontro?
_ Seth! Você está me deixando louco com tanta pergunta! _ Realmente, eu estava começando a ficar zonzo. Acho que era fome, mas Seth também não estava ajudando muito.
Então ele parou de andar e me segurou pelos ombros, bem na frente da casa do meu pai.
_ Jacob, você tem que ir. Ela está esperando por isso há anos!
Eu não consegui encará-lo, então fiquei olhando a claridade que vinha de dentro da pequena sala. Leah  apareceu na janela e acenou para nós dois.
_ Você vai Jacob, não é mesmo? Você promete?
_ Prometo. _ Eu disse sem tirar os olhos dela.


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