For Evermore escrita por MelanieStryder


Capítulo 15
Capítulo 15 - No More Secrets




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Após a conturbada primeira meia-hora de viagem até Port Angeles, enfim, chegamos sãos e salvos.

_ Jacob, é muito chique isso aqui! _ Sussurrei no ouvido dele enquanto aguardávamos sermos atendidos no hall de entrada do restaurante.

_ Eu sabia que você ía gostar. _ Ele sorriu. _ Aposto que você nunca esteve num lugar desses, estou certo?

_ Sim, eu nunca estive.

_ Sabia! Por isso quis te trazer. A propósito, eu também nunca estive.

Nós rimos um do outro, e em seguida, o maitre veio nos receber.

_ Boa noite. Tenho uma reserva em nome de Black. Jacob Black.

O homem extramentamente alinhado em seu terno cor de chumbo consultou sua agenda.

_ Ah sim senhor Black. Mesa para dois, correto?

Jacob olhou para mim e sorriu.

_ Exato.

_ Reservei três opções conforme o senhor solicitou.

Wow! Três opções? Eu não podia negar. Estava adorando aquilo!

_ Acompnhem-me por favor.

Adentramos o restaurante. Era um lugar extremamente elegante, clen, moderno, mas com um toque clássico europeu. Alguns casais já estavam por lá e a música ambiente era acolhedora, ao mesmo tempo que contemporânea. As luzes de todo ambiente eram baixas e em cada mesa, um delicado candelabro trazia duas velas acessas que combinavam perfeitamente com a sobreposição de toalhas de cor creme com micro-filetes dourados. Havia uma pequena pista de dança, onde um casal rodopiava romanticamente abraçado, embalados pela melodia quente e sutil que envolvia todo o ambiente. Sobre eles, ao invés de um globo de luz, um enorme lustre de cristal refletia elegantemente os feixes da luz baixa.

Em um dos cantos do restaurante, um maravilhoso piano de cauda castanho escuro e um violino devidamente apoiado em seu pedestal, aguardavam por respoectivos seus instrumentistas (assim eu supunha).

Acabamos por escolher uma mesa próxima a um enorme vaso repleto de pequenas e delicadas horquídeas amarelas.

Percebi que o maitre atrás de mim começara a me ajudar a me livrar do sobretudo, deixando à mostra meu vestido preto e longo de cetim, cujo decote me deixava um pouco envergonhada, mas Alice insistiu que era absolutamente normal.

Assim que o tirei, olhei para Jake e como já era de se esperar, ele também percebeu o decote exagerado. Eu vi uma risadinha escondida em seus lábios, sei que ví.

Sentei-me, enquanto o maitre ajudava Jacob a tirar seu blaser. Ele estava deslumbrante com aquela camisa branca fazendo contraste com sua pele morena.

_ Eu disse à Alice que não queria esse vestido, mas ela... Ela disse que eu estava muito antiquada querendo me cobrir toda. _ Não sei por que contei isso a ele. Agora eu ía ter que explicar qual era o problema do vestido e era extremamente embaraçoso.

_ Por quê? Você está maravilhosa nele.

_ Sei lá... Não estou muito à vontade assim. _ Puxei meu cabelo todo para frente, mas ele não tinha ainda o comprimento necessário para cobrir todo meu colo como eu queria. Desviei o olhar de Jacob e logo depois voltei. _ Hey! Pára de olhar! _ Eu devia estar muito vermelha... Minha orelha queimava como se tivesse fritando em óleo quente.

_ O que? _ Sua face enrubeceu. _ Eu não estou olhando!

_ Cínico...

_ Quem mandou vir com esse decote? Agora agüenta. _ Ele provocou.

Por um momento, eu escondi meu rosto entre as mãos.

_ Está bem, vamos parar de falar dos seus seios então. _ Ele continuou rindo.

_ Jacob!

_ Você é uma mulher agora, agüente as conseqüências. Eu não sei por que você estã tão preocupada, porque essa devia ser a parte boa de ter crescido. _ Ele disse enquanto olhava a carta de vinhos. De vez em quando ele me olhava de canto de olho ainda rindo.

_ Se você pudesse parar de fitá-los, eu até poderia esquecer.

_ Ok, ok, você venceu. _ Ele acenou para o garçom. _ Só me deixe esclarecer uma coisa: você se tornou uma mulher maravilhosa. Você é linda Renesmee!

_ Obrigada. _ Agora não tinha mais nada que ele me dissesse que fosse me deixar mais envergonhada que isso.

_ Você não vai querer experimentar nada? Quer beber alguma coisa que não seja sangue? _ Ele murmurou enquanto o maitre estava a caminho da nossa mesa.

_ Nem me fale em beber... _ Lembrei-me do horror que eu tinha cometido há alguns dias atrás. _ Esquece, eu não bebo nada. Pode pedir o que você quiser.

Jacob fez o pedido ao maitre.

_ É estranho estarmos rindo agora... _ Ele comentou.

_ Por quê?

_ Estávamos quase nos matando há pouco.

_ Literalmente. _ Eu concordei e então ele ficou em silêncio.

_ Eu quase estraguei tudo, não foi? _ Eu podia ver em seus olhos o quanto ele estava chateado por aquilo tudo e realmente, a partir daquele momento acreditei que ele iria me falar somente a verdade, sobre tudo o que conversássemos ali.

_ Mas nós estamos aqui agora, não estamos?

Então senti as mãos quentes cobrirem as minhas.

_ É... Estamos. E eu sou o homem mais feliz de Port Angeles hoje. _ Ele sorriu sincero.

_ Poxa, só de Port Angeles? Só isso que eu valho? _ Brinquei.

_ Eu ía dizer que era o homem mais feliz do mundo, mas você ía ficar se gabando disso para o resto da vida.

Eu tinha que perguntar isso...

_ Jacob, por que você diz essas coisas? Você está brincando, não está?

_ Só porque eu estou rindo você acha que eu estou brincando?

_ Não... _ Pensei antes de continuar. _ Bem, na verdade eu não sei. É que esse é o tipo de coisa que se diz quando...

_ Quando? _ Ele apertou minhas mãos sobre a mesa.

Respirei fundo.

_ Que se diz... Para quem se ama.

Senti a mão quente de Jacob puxar suavemente meu rosto na direção dele.

_ Você não acha que existem vários tipos de amor? Não acha que de alguma forma eu amo você? Talvez não da forma que você deseja, mas eu amo você Ness. Concordo com você, isso é o tipo de coisa que se diz para quem se ama.

Busquei o ar profundamente.

_ Bom, o que eu posso dizer de tudo isso é que é mais uma das coisas que eu acho difícil entender.

_ Você vai, um dia. Lembra? Eu vou te ajudar, não esquece disso.

_ Ok, ok, vamos mudar de assunto mais uma vez.

_ Vamos lá, estou aberto a opções.

O vinho chegou e o garçom serviu duas taças.

_ Me diga como você e Leah começaram.

_ Bem... Você foi direta ao ponto hein mocinha? _ Ele pegou a taça em sua mão e bebeu um gole, como se tivesse tomando forças para contar-me a história toda.

Dei de ombro, esperando que ele começasse.

_ Eu te escrevi algumas cartas, você recebeu? Leu?

_ Todas...

_ Eu contei algumas coisas para uma garotinha de cinco anos, mas outras, eu não pude contar.

_ Bem... A garotinha tem quase dezoito agora. _ Sorri, mas ele não retribuiu.

_ Não foi fácil deixar isso tudo Ness, deixar você... _ Ele fitou-me de um jeito que me incomodou, tamanha era a intensidade de seu olhar.

_ O que te impedia de ficar então? Sabe Jake, às vezes eu acho que tudo entre a gente é sempre tão intenso, é sempre tudo ou nada. Você não acha? Por que é que sempre tem que ser assim?

Ele sorriu, parecendo lembrar de alguma coisa.

_ Desde sempre... _ Então ele me fitou. _ Primeiro eu te odiei, com todas as minhas forçar. Nessa época,eu te mataria sem hesitar, se não fosse Rosalie atrás de você o tempo todo. Mas depois... Depois eu te amei e era tão forte, forte feito uma doença letal. Era algo irreversível.

_ Era? _ Me referi ao termo no passado que ele havia usado.

_ Era. _ Então ele voltou de suas memórias. _ Algumas coisas mudam Nessie. Nada é para sempre.

Suspirei. Eu não concordava, mas... Deixa ele dizer o que pensava.

_ E Leah? Onde é que entra? Vocês já tinham combinado de ir para a Inglaterra juntos?

_ Não, absolutamente! Eu tinha que te deixar crescer, tinha que deixar seus pais curtirem o milagre que você era Ness. Eu já tinha terminado a escola e conversei muito com o meu pai. Ele tinha umas economias e então concordou em me mandar estudar em algum lugar.

_ E por que a Inglaterra?

Ele ficou me olhando por algum tempo antes de responder essa.

_ Foi o mais longe que eu consegui de você e o mais caro, para que eu não pudesse voltar tão cedo.

Engoli seco. Pela primeira vez desde que ele foi embora, senti através de suas palavras que ele realmente me amou algum dia. Ele me amou! Oh Jacob... E por quê? Por que é que acabou?

Ele deu mais um gole no vinho e mais um vez, perdeu-se em meios de suas memórias.

_ Eu estava sozinho por lá, consegui trabalho em um restaurante e acabei conhecendo uma garota. _ Ele riu.

_ Leah?

_ Não. Só uma garota.

_ Só uma? _ Eu não estava entendendo. _ Vocês namoraram? _ Fitei-o.

_ Não... Ficamos algumas semanas só. Depois eu conheci outra garota.

_ Outra? _ Surpreendeu-me.

_ É. _ Ele riu, enquanto balançava a cabeça negativamente.

_ Com quantas garotas você ficou lá Jacob?

_ Sei lá... Umas seis ou sete.

Fiquei boqueaberta. Não esperava essa revelação.

_ Por quê?? _ Perguntei espantada e ele riu alto.

_ Quer mesmo saber?

_ Claro!

_ Então ta. Mas não vai enlouquecer com o que eu contar, hein?

Apenas balancei a cabeça positivamente, esperando.

_ A primeira garota que eu conheci lá... Nós acabamos transando. E depois nós terminamos e eu fiquei com outra. E depois com outra. _ Ele começou a rir de novo.

_ Nossa, por que tanta?

_ Pelo sexo.

Fiquei admirada com a naturalidade com a qual ele me contava.

_ Hey! Diz alguma coisa? Não vai pirar só por causa disso... Tenta entender o meu lado: eu estava lá, conheci uma garota, eu transei pela primeira vez e gostei. E quando você gosta de uma coisa, o que você quer?

_ Quer mais... _ Murmurei enquanto meu cérebro processava a próxima pergunta. _ Então você ficou com a Leah só pelo sexo?

_ Sim. No começo sim. Ela apareceu por lá de surpresa, uns quatro meses depois que eu parti. Na época eu estava sozinho, meio que curtinho uma depressão ou algo parecido. Ela é mulher, eu sou homem. Por que não? _ Ele fitou-me, dessa vez sem rir. _ Hey, diz alguma coisa...

_ Puxa...

_ Sexo é uma coisa que depois que você faz, não dá mais pra viver ser. A gente pensa que não é nada demais, mas isso muda a sua vida, é inevitável.

Eu tentei entender o que ele disse por último, mas... Não dava pra entender como uma coisa assim podia mudar sua vida.

_ Você não entende não é mesmo?

_ Não, é que...

_ Está vendo, eu não sou o “santinho” que você imaginou. Eu tenho muito mais defeitos que qualidade Ness. Agora você pode me odiar um pouco por causa disso. _ Ele sorriu.

Eu balancei a cabeça negativamente.

Odiar? Não... Está certo que eu não tinha ficado feliz em ouvir o que ele estava me contando. Eu até me sentia meio inferiorizada. Ele com tanta experiência e eu... Igual, a mesma, a mesma boba de sempre. Será que ele me achava uma boba por causa disso?

_ Mas aí a gente se apaixonou... _ Ele sorriu, depois olhou pra mim, já sério. _ E foi isso.

Agora eu não sabia o que dizer. Sentia que ele esperava que eu contasse algo, mas eu não tinha nada disso para contar, nenhuma experiência parecida.

_ Obrigada. _ Sorri, tentando acabar com o clima tenso.

_ Por que?

_ Por me contar.

_ Nós prometemos, não foi? Falar a verdade e tal... E você? Me fala sobre você.

_ Eu? Eu não tenho nada para falar. Nada parecido com o que você me contou. _ Falei com vergonha, sem olhar para ele.

_ Mas e o Rian? Eu pensei que...

_ Não...

Ele sorriu largamente. Qual era a graça nisso? Porque para mim, nesse momento chegava a ser frustrante.

_ Por que você está rindo? _ Perguntei meio que com raiva.

Ele riu mais ainda.

_ Se você quer saber, estamos planejando.

Pronto, a graça acabou imediatamente.

_ Planejando o que? _ Ele questionou, com ares de preocupação.

_ Transar oras! _ Menti, só para ele parar de ficar se achando o “rei da cocada”.

_ Mas por quê?? _ De uma hora para outra Jacob parecia revoltado.

_ Oras, ele é homem, eu sou mulher, por que não? _ Repeti praticamente as mesmas palavras de Jacob, com ares de sarcasmo.

_ Não! Acho que vocês não devem. _ Ele disse sério. _ Não devem mesmo. _ Confirmou, do alto de sua sabedoria e “poder” que ele achava que tinha sobre mim.

Eu ri.

_ Jacob, você está se sentindo ameaçado pelo Rian?

_ Eu??? _ Perguntou indignado.

_ Claro! Você nem quer que eu transe com ele!

_ Não é pra você fazer isso e pronto! _ Ele deu de dedo na minha cara. _ Isso não é pra você, sair por aí ficando com todo mundo. Tem que ser com alguém que você ame de verdade, que ame você. Você vai se arrepender se fizer e depois não tem mais volta. _ Fiquei perprexa com aquilo.

Então Jacob cruzou os braços contra o peito e emburrou.

Eu ri por dentro. Bem feito! Ele estava se achando o maiorial só por causa daquilo. Mas... Ele tinha ficado com ciúmes ou era impressão minha?

Ele bebeu uma taça de vinho em silêncio, enquanto eu me preocupava em admirar o ambiente.

_ Hey, me espera aqui, eu já volto. _ Jacob se levantou e foi para o outro lado do restaurante. Eu vi que ele falava com o maitre, no entanto, não pude entender o que eles conversam. Então ele voltou, mas não chegou a se sentar. _ Está ovindo essa música? _ Ele sorriu. _ Eu fui num show dele na Inglaterra... Vamos dançar?

Estendi a mão a ele e me levantei, enquanto caminhávamos até a pista de dança.

_ Eu não conhecia, mas a música é linda. Qual o nome dele?

_ James Morrison.

Jacob me segurou pela cintura e eu segurei uma de suas mãos. Nunca tinha dançado aquele ritmo. Ele riu.

_ O que?

_ Não, segura no meu ombro, não na minha mão.

_ Seu bobo! Nunca dancei esse tipo de música.

_ É... Eu estou vendo. Mas você está muito bem de ritmo.

_ É, eu tenho dançado um pouco.

_ Vai, me fala mais sobre você.

_ Ah, não tenho mais nada... Minha vidinha é muito repetitiva. Tenho uma família de vampiros, esqueceu? _ Brinquei e nós dois rimos.

_ Então me conta um segredo. _ Ele sugeriu.

Eu sorri.

_ Segredo é segredo Jake, o nome já diz. Mas sério, eu não tenho segredos. _ Menti, lembrando do homem que eu havia quase matado, do que me aguardava para o fururo...

_ Puxa... Então conta algo que eu não saiba.

_ Humm... Deixa eu ver...

Lembrei sim de um coisa. Ri alto, com vergonha e depois escodi minha cabeça no peito dele.

_ Ah não! Pode contar!

_ Não... Eu tenho vergonha. _ Continuei rindo.

_ Por quê? É algo tão estranho assim? Alguém te viu nua?

Nós rimos.

_ Não, não é isso! Mas... É tão vergonhoso quanto.

_ Hum... Nossa, você está me deixando curioso.

_ Bem, eu criei recentemente uma lista de coisas para eu fazer. Pronto, falei.

_ Coisas? Como assim?

_ Jacob, mal terminei e você já está rindo.

_ Está bem, está bem, não vou rir. _ Ele tentava segurar, mas era impossível.

_ Bom... Você sabe que eu vou me tornar uma vampira, certo?

_ Nossa, mas ainda tem muito tempo.

_ Não, está perto. _ Afirmei com base nas crises de dores do peito que eu tinha começado a ter e que ficavam cada vez mais frequentes.

_ Como você pode saber Ness? Carlisle disse alguma coisa?

_ Não. Mas... Eu só sei, eu sinto.

Ele balançou a cabeça negativamente, segurou uma de minhas mãos e beijou-a.

_ Bobagem! Você ainda vai viver muito. _ Ele sorriu largamente.

Decidi não falar mais nada sobre aquilo. Era melhor deixar ele pensar isso mesmo, pois não ía fazer diferença alguma se ele soubesse a verdade. _ Está tudo bem com você, não está?

_ Tudo ótimo! _ Tentei sorrir o mais verdadeiramente possível.

_ Vamos lá, vamos está desviando no assunto principal. Quero saber que lista.

_ Ah, são coisas bobas... Esquece, vamos dançar. _ Encostei no ombro dele, na esperança que ele concordasse em não falar daquilo.

_ Ah me conta! Que tipo de coisas você quer fazer que estão na lista.

Fitei-o e sorri.

_ Uma delas é uma tatuagem.

_ Uma tatuagem? _ Ele riu alto e depois inclinou meu corpo para trás, acompanhando o ritmo da música. _ Mas veja bem, você vai ter essa tatuagem para toda a eterninade. Não vai enjoar dela?

_ Engraçadinho... _ Eu fiz uma careta e ele afastou meu corpo do dele, fazendo-me girar. _ Hey, isso não é um concurso de dança!

_ Oh vamos lá, a música é divertida. _ Ele me pegou novamente. _ E o que mais?

_ Aprender a dançar...

_ Bem, você está realizando isso agora. Eu sou um excelente professor. _ Ele brincou, todo convencido.

_ Com certeza senhor-sabe-tudo!

_ Próximo. _ Ele me rodopiou novamente e dessa vez eu me equilibrei melhor.

_ Ter um amigo que não seja ninguém da família.

_ Bingo! Esse eu acerto. Ângela.

Sorri.

_ Ela é minha melhor amiga. Aliás, quero que Seth case logo com ela.

_ Não duvido nada. Aqueles dois parecem mesmo que foram feitos um para o outro.

_ Concordo!

_ Vai lá, outro. Você não tem nenhum assim meio estranho?

_ Bom... Não sei se é estranho, mas eu queria nadar nua no mar.

Rimos alto novamente.

_ Puxa vida! E você esteve tão perto, hein?!

_ Você acha que eu ía ficar nua perto de você? Há! Só você mesmo Jacob.

_ Você está praticamente nua agora com esse decote. Não estou vendo problema nenhum. _ Ele voltou a provocar.

_ Ahh, não me lembre desse decote. _ Rolei os olhos.

_ Acho que esse é o mais esquisito.

_ É... Mas não é impossível.

_ Não, acho que não. _ Sorri.

_ Pode continuar senhorita.

_ Beijar pelo menos três humanos.

_ Pra que? _ Ele disse com os olhos esbugalhados.

_ Oras! Depois que eu for uma vampira você acha que eu vou ser capaz de beijar algum humano?

_ Bom... Pensando bem, talvez daqui a uns 300 anos seja possível...

_ Você está cheio da graça hoje Jacob Black. _ Eu dei um empurrãozinho nele enquanto continuávamos ao som daquela música maravilhosa.

_ E esse você já realizou?

_ Parcialmente... Tem o Rian por enquanto.

_ Posso entrar na fila?

Sei que ele falou brincando, mas... Contou-me o coração vê-lo falando daquele jeito. Eu desejava intensamente que não fosse nenhuma piada.

_ Bobo... Você está fora de cogitação. As senhas já foram distribuídas.

Ele me olhou sério e eu desviei. Não queria que ele percebesse os meus desejos ocultos.

_ Hey... Você ficou chateada com a brincadeira?

Dei de ombros com um sorriso mínimo no rosto.

Tão logo a música acabou de tocar, um instrumentista sentou-se no banco do piano e pôs se a tocar uma melodia maravilhosa, mas ao mesmo tempo, um tanto quanto triste.

_ Desculpe.

Jacob me puxou para mais perto dele, pois a música era bem mais lenta que a que estávamos dançando antes. Olhei para ele e ficamos assim, por muito tempo, fitando um ao outro, até que uma de suas mãos quentes pousou delicadamente sobre meu rosto.

_ Desculpe... _ Ele murmurou tão baixo que quase não pude escutar.

Eu sorri debilmente e ele encostou sua testa na minha enquanto estávamos embalados pelas notas do piano.

_ Me diga um da sua lista... Um quase impossível. _ Ele continuou sussurrando.

Eu olhei no fundo dos seus olhos negros. Já não tinha mais vergonha. Ía deixar que ele soubesse de tudo.

_ Fazer amor... ser mãe. _ Falei baixinho.

Ele sorriu, mas desta vez, sem ser piada.

Certamente, aquele era um sonho impossível. Por um momento senti pena dela. Era como se ela fosse morrer muito em breve e tivesse fazendo planos para conseguir viver o máximo possível antes disso.

Notei que ela estava pálida agora, como nunca estivera. Então ela inspirou profunda e abruptamente e eu senti todo o corpo dela tremer, seguido por um pulso único e forte que brotava de dentro de seu corpo frágil e esguio.

_ Está queimando... _ Ela disse com o último fio de voz que lhe restava e então seu corpo começou a desfalecer-se em meus braços, enquanto ela apertava seu peito com um dos punhos fechados e agonizava em espasmos de dor.

_ Ness? Renesmee? _ Eu a segurei, já que suas pernas não podiam mais suportar o peso de seu corpo enquanto ela arfava, apontando a bolsa sobre nossa mesa.

A esta altura, algumas pessoas nos rodeavam, assustados pelo que estava acotecendo com aquela moça, mas duvido que alguém estivesse tão assustado quanto eu.

_ Vamos chamar um médico! Tem algum médico aqui? _ O maitre gritou no meio do salão.

Segurei o rosto dela com força, gritando seu nome, mas ela continuava apontando para a bolsa.

_ O que você quer com essa maldita bolsa? _ Gritei, sem saber o que fazr.

_ Jake, me leva, leva... Sem médico... A bolsa. _ Ela dizia enquanto tentava puxar o ar para dentro de seus pulmões.

Eu não compreendia suas palavras disconexas, mas ía fazer o que ela pedia.

_ Sem médico, por favor. _ Disse alto.

_ Abram espaço, abram espaço! _ O maitre tentava tirar as pessoas do nosso redor.

_ Ela está bem, ela só precisa de um pouco de ar.

Levantei-a em meus braços corri para dentro do banheiro feminino. Eu não sabia o que ela tinha, não sabia o que fazer, como ajudá-la.

Coloquei-a sentada sobre a pia de granito, tentando sustentar seu tronco e concentrar-me no rosto dela, para que ela me dissesse o que tinha.

Seus lábios estavam roxos, sua pele acinzentada e fria. Fria... Aquilo me fazia lembrar de Bella morta, num dos quartos dos Cullen e eu não queria o mesmo destino para Renesmee.

_ Ness, olha pra mim, respira. _ Segurei firme o rosto dela enquanto suas lágrimas mornas rolavam sobre meus dedos. _ Respira! Me diz o que eu faço?

Ela tomou ar, com muita dificuldade.

_ Ness... _ Senti minhas pernas tremerem.

_ Remédio... Bolsa. _ Ela enfim conseguiu dizer.

Encostei-a no espelho e corri para fora do banheiro.

_ Senhor, como ela está? Já chamamos uma ambulância. _ O maitre disse.

_ Nada de ambulâncias. Ela só precisa do remédio dela.

Nem dei atenção aos convidados que se amontoavam na porta do banheiro. Passei por eles, corri até nossa mesa, peguei a bolsa e voltei. O maitre quis entrar atrás de mim, mas eu não deixei.

_ Pronto, pronto Ness. _ Abri a bolsa com minhas mãos trêmulas e só encontrei um estojo lá dentro. Abri-o e lá estava a pequena seringa, cheia de um líquido esbranquiçado.

Olhei para Ness e sem hesitar, apliquei em seu braço. Se era daquilo que ela pricisava para ficar bem, agora ela o tinha.

A abracei apertado, pendendo o corpo dela sobre o meu, na esperança de que aquilo... Sei lá o que ela tinha! Eu só queria que ela parace se sofrer daquele jeito.

Segundos depois, a melhora já era visível. Não havia tanta dificuldade para respirar e ela parecia não sentir tanta dor.

_ Graças a Deus... _ Afaguei o cabelo dela e beijei sua testa enquanto ela chorava baixinho. _ Ness, está me ouvindo?

_ Estou.

_ O que aconteceu? _ Agora quem ofegava era eu.

Ela olhou para mim, como se fosse difícil segurar seu próprio peso.

_ Eu... Eu estou morrendo...

_ O que??


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Notas finais do capítulo

Acho que os dedos dos leitores caíram, né?
Nem vou pedir mais reviews.



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