Marinette e Adrien estavam concentrados na tela de televisão enquanto jogavam o video game preferido deles, Ultimate Mecha Strike III.

— Você não pode fazer isso!

— Se o jogo deixa, então eu posso!

— Agreste, seu trapaceiro! – Marinette tentou pegar o controle da mão de Adrien, que desviava enquanto tentava se manter ganhando no jogo.

— Ei! Para! – recuou tanto que acabou caindo no chão, com Marinette por cima de si.

Os dois se olharam e começaram a rir da situação, logo a garota levantou e ofereceu ajuda para o seu namorado.

— Você é completamente maluca! – a azulada fez uma expressão de ofendida e Adrien riu, abraçando ela e dando um beijo na testa.

— Como se você não fosse.

— Achei que ia dizer “maluca por você, baby”! – Marinette arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços, encarando o loiro. – É, o que eu diria. – deu de ombros.

— É claro que você diria isso. É a sua cara. – ele sorriu orgulhoso.

— Não é à toa que as garotas me adoram! – a azulada socou o braço do namorado, que soltou uma reclamação silenciosa, enquanto passava a mão no local. – Estou brincando, Bugaboo! Eu amo só você, não esqueça disso.

— Não vou. – Marinette segurou Adrien pelos ombros e iniciou um beijo. Então o garoto largou o controle na mesma hora e segurou a cintura dela, a puxando para si.

— Eca! Meus olhos estão feridos! – ouviram a reclamação de Plagg e se separaram rindo.

— Nem é pra tanto! – Tikki disse risonha.

Mesmo com Plagg reclamando, Adrien tinha sentido falta dele, assim como Marinette tinha sentido de Tikki. Mesmo que tenha sido por pouco tempo, não era a mesma coisa sem as duas criaturinhas em sua volta.

Os quatro ouviram batidas na porta e logo os kwamis se esconderam.

— Adrien? Marinette? – era Nathalie.

— Pode entrar. – a mulher adentrou o quarto com um sorriso.

— O seu pai, ele gostaria de falar com vocês dois. – os namorados trocaram olhares confusos, mas mesmo assim saíram do cômodo e seguiram Nathalie até o quarto de Gabriel, no entanto ela não entrou.

— Pai? Está tudo bem?

— Está sim.

Gabriel ainda estava de cama, se recuperando do resfriado. O chá feito por Mestre Fu dava alguns efeitos colaterais – nada grave, porém ainda sim visível.

— Por que nos chamou? – o loiro se aproximou, com a mão entrelaçada com a de Marinette.

— Ainda não tive chance de conhecer a sua namorada. – sorriu levemente – Se aproximem, por favor. – a azulada apertou a mão do namorado um pouco mais forte. Sabia que agora Gabriel tinha voltado ao seu “normal”, no entanto, a imagem dele segurando seu pescoço ainda estava na sua mente. E não havia como culpa-la, era uma imagem aterrorizante. – Marinette, não é? – ela assentiu e Gabriel estendeu a mão.

Marinette encarou Adrien, que assentiu, como se dissesse para ela avançar. Então a heroína segurou a mão daquele que antes era vilão.

— Sei que às vezes pareço rígido demais com o Adrien, e até mesmo com o resto das pessoas. Mas eu me importo muito com ele e não quero que nada de ruim aconteça. Minha família é tudo para mim. – disse com olhar sincero – Mas eu sei que ele está seguro ao seu lado e sei o quanto você faz ele feliz. – ela sorriu com as palavras – Você tem um sorriso lindo. Como o da minha mulher.

— Obrigada. – Gabriel sorriu.

— Não há de quê.

***

— Você acha que ainda podem existir outras anomalias? – Adrien questionou, deitado na cama de Marinette e brincando com a almofada cor-de-rosa dela.

— Não sei, só sei que você continuar jogando a minha almofada para cima desse jeito, vai acabar quebrando a minha lâmpada! – repreendeu o namorado, que segurou o objeto e lhe encarou com um olhar tristonho.

— É minha única diversão, já que minha namorada prefere ficar escrevendo nesse caderno!

— A sua namorada prefere fazer o dever de casa de história, porque se ela não fizer, vai perder pontos! – disse, virando na direção dele e logo depois retomando a escrita.

— Você não tem pontos sobrando? – voltou a brincar com a almofada.

— Infelizmente não. Não sou Adrien Agreste na vida.

— Uma pena! Você seria muito sortuda em ser eu.

— Pff! Ah, claro! – revirou os olhos, sem tirar sua concentração do caderno – O problema é que eu não poderia namorar você, se eu fosse você.

— É um bom ponto! – Adrien parou de jogar a almofada, prestando atenção na discussão como se fosse algo sério – Mas se você fosse eu, eu seria você. E então poderíamos namorar.

— Isso não tem muita lógica...

— Eu seria uma ótima Marinette! – o loiro levantou e foi até o espelho. Em seguida segurou seu cabelo com as duas mãos, formando duas marias-chiquinhas, o penteado usado Marinette. – Oi, eu sou a Marinette e eu sou completamente apaixonada pelo Chat Noir. – disse tentando imitar a voz da namorada, fazendo com que ela girasse a cadeira e prestasse total atenção nele – Um dia quero me casar com ele e ter um filho chamado Marichat.

— É nessas horas que eu questiono o porquê de você existir!

— Ah vai, seria legal um filho com esse nome, não? Ou uma filha. Marichat é um nome unissex.

— Sabe Adrien, você devia pensar antes de falar. – fez menção de girar a cadeira para frente, mas foi impedida pelo loiro.

— As melhores coisas são impensadas.

— Isso também não tem muita lógica.

— Nunca disse que tinha! – segurou o rosto dela com uma das mãos e deu um beijo nos seus lábios. – Vamos ali para fora. – Adrien disse puxando as mãos dela.

— Não, eu tenho que terminar isso.

— Depois você termina.

— Eu sei que depois você vai querer deitar e não vai me deixar terminar. – cruzou os braços, encarando o loiro.

— Isso é uma calúnia! Vamos, aproveita que está quente e tem um ventinho bom lá na rua. Não precisamos deitar cedo, temos todo o tempo do mundo para fazer o Marichat. – Marinette sentiu suas bochechas esquentarem e desferiu um tapa no braço de Adrien, que riu da reação dela.

— Vamos de uma vez. – levantou e saiu puxando ele pelo braço.

— A vista daqui é incrível! – disse segurando a namorada pela cintura, enquanto encaravam as estrelas – Mas não tão incrível quanto a que eu estou vendo agora. – Marinette sorriu ao notar que ele se referia à ela.

— Não entendo porque continua com isso, eu já sou a sua namorada.

— Eu continuo porque quero que você continue sendo a minha namorada. Só porque estamos juntos, não significa que eu não deva dizer o quanto você é maravilhosa.

— Você também é, Adrien! – ele se limitou a sorrir, ao invés de dizer um trocadilho.

— O que você acha que o futuro reserva para nós dois?

— Sinceramente, eu não faço ideia. – segurou o rosto do namorado com as duas mãos, aproximando do seu – Mas se eu tenho uma certeza, é que juntos podemos fazer qualquer coisa. – acabou com a distância entre eles, iniciando um beijo apaixonado.

Marinette e Adrien resolveram vários assuntos, mas ainda existiam muitos outros que viriam a surgir. Ambos sabiam que sua jornada não havia terminado, porém não temiam o que estava por vir, pois não importava o que acontecesse, estariam jogando sob quaisquer regras impostas, e fariam isso juntos.