O Fantasma da Ópera escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 37
Saudades




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Londres, Dias atuais.

P.O.V. Clary.

Minha filha está sofrendo e não há nada que possa fazer para confortá-la. Ela sente falta da filha dela. Que está fugindo através do espaço e do tempo.

—Ao menos ela não está sozinha. Jeremy e Beverly estão com ela.

—E isso deveria me fazer sentir melhor? Eles são humanos. E sem tecnologia.

—Eles vão dar um jeito querida. E antes mesmo do que pensa estaremos juntos de novo.

Londres, 1797.

P.O.V. Beverly.

O ignorante do Darcy deu um tiro na Melissa. Mas, é claro que com a pele de diamante que ela tem... quando o tiro a atingiu ela amassou o projétil.

—Seu idiota! Ela já tá passando por um inferno. Longe da família dela, dos seus entes queridos e fugindo de vampiros obcecados com a pureza da raça vampira e de humanos que a querem fazer de cobaia e você ainda atira nela. Idiota! Você teve um dia ruim, todo mundo já entendeu, mas não foi culpa dela ou nossa. Se teve um dia ruim, ficasse em casa. E não viesse pra cá descontar em todo mundo.

—Acho que eu vou pra casa.

—Não. Não é seguro. O povo da Greta tá atrás de você agora.

—Eles sempre estiveram.

—Mas, é diferente agora. Mel, você mandou uma carta ameaçando não só matar a Greta, mas os filhos dela também. Ela tá com ainda mais sangue nos olhos pra pegar você.

—Deixa.

Tive que praticamente arrastá-la de volta pra dentro. Ela se sentou e ficou lá.

De repente, ouvi alguém declamando poesia. Era o Bingley e a poesia era pra mim. Pelo menos eu acho que era.

—Oh, nenhum poeta visionário em seu sonhos, quando nuvens prateadas flutuam pelo cérebro enlouquecido, quando cada visão do adorável, selvagem e grandioso. Surpreende, arrebata e eleva, tão linda, tão bela. Uma forma tão selvagem, alguma vez alguém já conseguiu contemplar aquela que controlava os corcéis do ar e derramava mágica. Do seu olhar, sobre o sono de donzela.

Todo mundo aplaudiu e eu só fui no embalo. Fiquei meio com vergonha. O que ele fez era algo que não era mais feito no futuro. Fiquei sem saber como agir ou reagir, dai eu fui até onde ele estava.

—Então, corrija-me se eu estiver errada, mas... aquilo foi pra mim?

—Talvez.

—Isso é tão esquisito. Não faz ideia de como é estranho ouvir um cara, quer dizer, um cavalheiro declamar poesia para uma garota e especialmente pra mim. De onde eu venho, o cavalheirismo morreu. As coisas são mais diretas.

—Não me parece um lugar muito agradável.

—É só... diferente. O que eu mais gosto é que lá posso ouvir música sempre, quando e onde eu quiser. E... posso votar, ir á faculdade, teria licença á maternidade se algum dia eu ficasse grávida e trabalhasse. Posso ir á bares, ficar bêbada. Nossa, me lembro da primeira vez que fiquei de ressaca. Foi absolutamente horrível.

—Então é adepta do movimento feminista? Da luta das sufragistas?

—Totalmente. E elas vão ganhar. Infelizmente, muitas vão morrer. Mas, é assim que funciona não é? Ninguém nunca conquistou nada com lágrimas ou conversa. Por mais que tentem, só vão conseguir quando começar a doer.

P.O.V. Charles.

Ela falava como se já soubesse o que iria acontecer. E como se fosse por experiência própria.

—Como pode ter tanta certeza, senhorita? De que as sufragistas vão vencer?

—Essa é uma pergunta complicada.

—Vai dizer-me que é capaz de ver o futuro?

—Não. Mas, a Melissa é.

—O que ela é?

—Você não sabe, mas há um mundo dentro do mundo. Os seus olhos te enganam mais do que imagina. São tantas... raças, tantas... facções dentro das raças que eu nem me lembro de todas precisamente. Mas, algumas linhagens se destacam dentro de cada facção. Linhagens mais antigas e poderosas do que podemos imaginar. O mundo é um lugar muito, muito mais louco e misterioso do que pensa. Vampiros, bruxas, lobisomens, demônios, shadowhunters, anjos daqueles celestiais. Línguas que você nunca ouviu, costumes que nunca presenciou, mas que estão sendo faladas e praticadas bem debaixo do seu nariz.

—Ela é uma bruxa?

—Ela é a herdeira de três linhagens super poderosas. É uma bruxa, vampira e shadowhunter tudo ao mesmo tempo. Herdeira de todas as famílias reais destas raças. Ela tem sangue de anjo. Consegue imaginar? Tecnicamente ela é uma tri-híbrida. Uma híbrida de três criaturas diferentes. Não é surpresa que a Greta a queira morta.

—E você não?

—Não. Como eu já disse, ela é minha amiga. Olha, eu entendo. Acredite, quando a vi usar suas habilidades pela primeira vez eu fiquei... apavorada. Paralisada de medo. Pensei, Meu Deus! O que é isso? Mas, ela usou uma de suas habilidades a meu favor. A fila de espera para entrar na Universidade de Cambridge era enorme, mas graças á ela eu consegui uma vaga. E sou formada em artes cênicas pela Universidade de Cambridge. Fui oradora da turma de dois mil e dezenove.

—Dois mil e dezenove?!

—Certo. Ops, acho que o álcool tá começando a fazer efeito. To falando demais.

—Está me dizendo que veio do futuro?

—Basicamente. Eu nasci em mil novecentos e noventa e sete. Meu irmão nasceu em noventa e seis.

—E ela?

—Dois mil e nove. Eles crescem e se desenvolvem mais rápido que nós.

—Eles? Ela não é a única?

—Não. A prima da mãe dela foi a primeira tri-híbrida. Uma bruxa Mikaelson, com um pai vampiro e uma mãe lobisomem. Depois veio a vó dela, a mãe e ai ela. Todo o submundo conhece os clãs e Covens dos quais ela é descendente. A família dela é legendária!

—Qual é a diferença se me permite perguntar entre um Clã e um Coven?

—Um Clã é um grupo de vampiros. Um Coven é de bruxas e bruxos ou conjuradores. E de lobisomens é matilha.

—Fascinante. Estou realmente intrigado.

—Acredite, você não quer saber. Uma vez que sabe... menino não tem mais volta não. No momento tudo o que você sabe são apenas teorias na sua cabeça. Algo louco, fantasioso e distante da sua realidade, mas quando se sabe a verdade... ai é que o bicho pega mesmo Senhor Bingley. Quando você sabe o que é real e o que é ficção... isso te apavora. As histórias que inventamos sobre eles são noventa e nove por cento sonho e um por cento realidade. Foram sonhadas, uma maneira que encontramos de negar eles eram reais. Que estavam lá, que estão aqui. 

—Estão aqui?

—Como você é bobo. Podemos ter um vampiro aqui dentro deste salão e nem saber, eles podem ser qualquer pessoa porque apesar de tudo são gente como a gente. Tem lares e famílias e filhos, são mães, pais, avós, avôs. Mas, é claro que as coisas são diferentes em se tratando deles. Os nossos mundos podem coexistir, mas são bastante diferentes.

 


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