Time Travel escrita por Doctor Stephen S Stark


Capítulo 3
Capítulo 3: Multidões




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Tony acordou sentindo-se mais descansado do que em meses. Pela primeira vez, os pesadelos não tinham aparecido. Não tinha certeza se devia atribuir isso às pílulas para dormir ou ao fato de se sentir mais seguro no santuário do que jamais estivera no palácio. Ou talvez fosse apenas o simples fato de que ele e Strange realmente haviam estipulado algo que parecia um plano para quando Thanos chegasse.

Ele sentou-se, sentindo-se um pouco tonto, e olhou em volta. Seu peito se contraiu com uma nova onda de pânico quando percebeu que Strange não estava no cômodo. A capa, sentindo seu pânico, envolveu-o confortavelmente. Tony a esfregou distraidamente, tentando se acalmar. Ele estava no santuário, o que significava que Strange tinha que estar vivo. Seu plano para retornar ao passado tinha que ter funcionado.

Mas, e se não tivesse? Sussurrou a voz irritante em sua cabeça. Nos piores momentos, a voz soava como Howard. E se tudo o que o dispositivo fez foi teletransportá-lo? E se ele acabou em Nova York na mesma linha de tempo e apenas imaginou sua conversa com Strange? E se ele tivesse encontrado o caminho para o santuário e--

— Stark?

Tony olhou para frente. Strange estava de pé na porta, vestindo uma calça de moletom e uma jaqueta, embora seu manto ainda estivesse pendurado em seus ombros. Apenas a visão dele, casual e sem medo, e sem a máscara de pesar que se tornara tão comum ao redor de Tony, deixou o aperto em seu peito se desfazer. Ele foi capaz de respirar, apesar de ser superficial, e forçar algo próximo a um sorriso.

— Eu dormi demais? — Ele perguntou, tentando soar firme e falhando miseravelmente. Mesmo para os seus próprios ouvidos, ele parecia sem fôlego.

— Não. Você estava livre para dormir o quanto fosse necessário.

— Mas por quanto tempo eu dormi?

— Treze horas — informou Strange.

— Treze--! — Tony engasgou um pouco, chocado. Não é de admirar que ele se sentisse descansado. Foi mais sono do que ele conseguiu nas últimas duas semanas inteiras.

— Eu ia sair para comprar algo para almoçar — continuou Strange. — Você gostaria de se juntar a mim?

— Hum... claro? — Tony disse hesitante.

— Você terá que deixar sua capa aqui. É muito perceptível.

A mão de Tony apertou a capa automaticamente. Ele não tinha ido a lugar nenhum sem isso desde a luta em Titã. Tê-la em torno de si tornou-se algo natural, tão familiar para ele quanto o reator arc ou a armadura do Homem de Ferro. As pessoas em Nova York, assim como as pessoas em Wakanda, haviam se acostumado a vê-lo com ela. A única pessoa que o interrogara a respeito era Rhodey, e mesmo assim Rhodey não insistira muito. Todos tinham seus próprios modos de lidar com o que aconteceu.

— Aqui é seguro, nada vai acontecer com ela, e saberá encontrá-la em uma emergência — afirmou Strange, porém não indelicadamente.

— Certo — disse Tony, um pouco envergonhado por como ele estava agarrado à capa como uma criança com seu cobertor. 

Ele se forçou a deixá-la, lembrando-se que as coisas eram diferentes no passado — quer dizer, o presente. Aqui, as pessoas não odeiam os Vingadores e querem amarrar Tony Stark em uma fogueira por não os proteger. Ele não precisava ter consigo várias maneiras de escapar, nem precisava carregar o que era mais importante com ele por medo de que essas coisas fossem destruídas quando ele não estava por perto.

A capa bateu na perna dele, apertou-o com força mais uma vez e depois voou para cima. Tony ficou de pé, sentindo frio sem a presença reconfortante do manto, e olhou para Strange. 

— Você tem um boné ou algo assim? Eu não quero que as pessoas me reconheçam. Ninguém pode saber que há dois Tony Stark por aí.

— Eu vou fazer algo melhor — respondeu Strange. — O santuário tem numerosos artefatos mágicos. Alguns são muito perigosos, então eu recomendo que você não toque em nada, a menos que Wong ou eu tenha dito que é seguro. — Ele fez uma pausa. — Você conhece Wong?

— Nós nos conhecemos — disse Tony, não oferecendo mais detalhes. Havia consultado Wong sobre o dispositivo de viagem no tempo, mas as conversas eram sempre rápidas e frias. Tony sempre teve a sensação de que ele o culpava e também aos outros Vingadores pelo que havia acontecido, tanto quanto todos os outros.

— Bom. Eu vou te apresentar a ele novamente mais tarde. Por enquanto, coloque isso. — Strange lhe entregou um chapéu.

Um chapéu de cowboy. 

Tony ergueu as sobrancelhas.

— Eu pensei que o ponto era eu passar despercebido — disse ele, segurando o chapéu. Ele era leve, mas rígido; de couro preto.

— É mágico. As pessoas verão o que esperam ver quando olham para você, seja uma criança, uma mulher ou um homem — explicou Strange. — Eu ainda vou ver você, e você vai se ver quando olhar para um espelho, mas como ninguém mais espera ver Tony Stark, então eles não verão.

— Tudo bem — disse Tony, duvidoso. Ele colocou o chapéu, pressionando-o sobre o cabelo e olhou para a capa. Uma beirada dela levantou, acenando tristemente. Tony acenou de volta e seguiu Strange para fora do quarto.

Era estranho sair do santuário e ver uma Nova York ainda cheia de gente. Sua breve viagem ao santuário dias atrás parecia um borrão em sua memória e, além disso, a Nova York que Tony conhecia era muito mais silenciosa. Ainda havia muitas pessoas, é claro, mas por um longo tempo quase todo mundo andou com expressões atordoadas e perdidas. Levou semanas para tirar todos os carros "abandonados" das ruas. Durante aquele primeiro mês, o mundo praticamente parou.

Ter tantas pessoas por perto deveria ter sido familiar e reconfortante. Não foi. A pele de Tony se arrepiou de desconforto e sua respiração ficou curta. A última vez que ele esteve na multidão, eles quebraram o seu braço e quase mataram Happy. As pessoas estavam tão irritadas que os Vingadores não tinham parado Thanos; que eles não estavam fazendo nada (até onde o público poderia saber) para consertar o que tinha acontecido. Havia uma razão pela qual ele fora a Wakanda, e não era inteiramente por causa da proximidade com Shuri e Bruce: era simplesmente mais seguro.

Se Strange percebeu o desconforto de Tony, ele não deixou transparecer. O mago desceu os degraus e se juntou à multidão na calçada. Tony correu atrás dele, alcançando-o e se pondo à caminhar — bem, caminhando um pouco mais de perto do que ele andaria com qualquer outra pessoa, mas a ideia de estar separado do mago agora era ainda menos atraente do que antes. A presença de Strange ajudava a afastar os pensamentos prementes de que ele ainda estava no futuro e que ele seria atacado a qualquer momento.

Não ter a capa não estava ajudando também. A capa salvou a vida dele um punhado de vezes até agora. Tony sentia-se nu, tanto quanto teria se sentido sem o reator arc. Ele tocou seu peito, confortando-se com o reconhecimento físico de que o reator ainda estava lá, o que significava que a armadura também estava. Não que ele usasse a armadura contra civis. Apenas para fugir deles.

Eles chegaram a uma faixa de pedestres e pararam, esperando o semáforo abrir. Quando as pessoas se juntaram em volta deles, o desconforto de Tony aumentou em um nível absurdo. E em algum momento, alguém balançou na direção deles, agitando os braços. 

Tony podia admitir: ele entrou em pânico. 

Agarrou o braço de Strange com a mão esquerda, o coração batia descontroladamente e estava pronto para ativar a armadura quando Strange agarrou seu pulso da mão direita. Ao fazê-lo, o puxou para perto dele, as costas de Tony contra seu peito.

— Firme, Stark. Ele está bêbado. Você está bem — Strange murmurou. Seu aperto não era forte, mas era preciso. O coração de Tony parou quando ele olhou para o homem e tardiamente percebeu que Strange estava certo. O homem estava obviamente a caminho de casa após sair de bares, olhos vermelhos e turvos enquanto ele tropeçava e cambaleava durante sua caminhada.

— Eu-- eu pensei-- ele — Tony não conseguiu terminar. O embaraço e a vergonha rodaram em seu peito. Seu rosto estava quente. Ele queria abrir um buraco no chão e se enterrar vivo.

— Mais tarde — disse Strange calmamente. — Conversamos quando estivermos de volta ao santuário. — As pessoas voltaram a andar e Strange soltou seu pulso, mas depois ele pegou a mão de Tony para puxá-lo para frente. Tony andou sobre pernas dormentes, esperando o momento em que o mago soltasse sua mão, sabendo que iria cair assim que o fizesse. 

Porém, ele não fez isso.

Eles andaram todo o caminho até o fastfood de mãos dadas. Chegando lá, Strange ordenou algo que Tony não ouviu, e entregou-lhe uma sacola para levar na mão livre. 

Eles seguraram as mãos todo o caminho de volta.

A capa saltou para Tony no momento em que ele entrou no santuário. Ele riu um pouco quando a capa tirou o chapéu de sua cabeça e se acomodou em seus ombros. Strange tinha um olhar divertido quando pegou a sacola da mão Tony. Algo sobre aquele olhar fez o seu estômago apertar de uma maneira que ele não conseguia colocar em palavras, mas sabia que sentia falta da sensação da mão de Strange na sua.

Deixando uma das sacolas na escada — Strange disse que Wong chegaria em pouco tempo —, eles foram até a mesma pequena cozinha de ontem. O estômago de Tony rosnou faminto enquanto o outro esvaziava a sacola, colocando um subway na frente de ambos, recheado com legumes, molho e carne. Ele tinha que admitir que a comida de Wakanda era excelente, mas ele sentia falta da comida nova-iorquina.

Mas ele não podia comer. Ainda não. Ele devia um esclarecimento a Strange. Então, olhando para a mesa, Tony começou a se explicar.

— As pessoas não estavam muito felizes com a gente. Depois de Thanos, quero dizer. Eles culparam os Vingadores por não fazer mais para detê-lo. Rogers e os outros ainda eram fugitivos e eu pensei que era por isso. Eu não percebi que isso também se aplicava a mim.

— O que aconteceu? — perguntou Strange.

— Não muito tempo depois... meu guarda-costas e eu tivemos que ir fazer... alguma coisa. Eu nem lembro o quê. Provavelmente um comunicado de imprensa. Não importa. Havia um monte de gente lá. Eu pensei que eles estavam apenas esperando para ouvir o que eu tinha a dizer. Eu não esperava... — Tony parou, momentaneamente dominado pelas lembranças. A percepção lenta e insinuante de que algo estava errado. Os rostos frios e irritados olhando para ele. A sensação das mãos de Happy tentando empurrá-lo de volta para o carro. E então, o som dos gritos de Happy.

Ele engoliu em seco e tentou falar sem rodeios. 

— Eles nos atacaram. Foi uma multidão, na verdade. Meu guarda-costas tentou me trazer de volta para o carro, mas eles o agarraram. Foi um caos. Eu o ouvi gritando. Alguém -- nem sei quem -- quebrou meu braço antes que eu pudesse colocar a armadura. Parecia levar uma eternidade até a armadura... — Ele se interrompeu, engolindo em seco e terminando fracamente — agarrei meu guarda-costas e saí de lá.

Ele estremeceu apesar de seus melhores esforços, um suor frio surgindo sobre ele. Ele não pôde evitar de pensar que iria morrer: por vários segundos que pareceram horas, ele estava preso em mãos de dezenas de pessoas raivosas ao redor e acima dele. Ele saiu com terríveis hematomas por todo o corpo e um braço quebrado, mas isso não era nada comparado a Happy.

Strange ficou quieto por um momento. O silêncio era pesado. Finalmente, ele perguntou:

— Ele sobreviveu?

— Sim. Ele estava no hospital há um longo tempo, no entanto. Eu não o vejo desde então. — Tony esfregou o rosto, sentindo-se inexplicavelmente cansado. — Depois disso, tentei sair mais algumas vezes. Eu queria que as pessoas soubessem que os Vingadores ainda se importavam. Mas ou acabou em uma multidão sedenta por sangue, ou as pessoas estavam tão frias comigo que eu decidi não ficar mais por perto.

— Eles te machucaram de novo? — Strange perguntou. Algo em sua voz fez Tony levantar o olhar. Para sua surpresa, ele percebeu que Strange estava chateado.

— Não. Por fim, fui a Wakanda para estar mais perto de Shuri e Bruce. Eles estavam ajudando com a viagem no tempo, então fazia mais sentido para eu estar lá — explicou Tony. Ele não acrescentou que parte da razão pela qual ele foi, foi porque Nova York se transformou em um lugar onde ele não pertencia mais.

— E você não tem estado em multidões desde então — disse Strange. Não foi uma pergunta, mas Tony assentiu.

— Não. Eu os evitei depois disso — ele admitiu. Ele costumava se sentir perfeitamente em casa em uma multidão de pessoas. Se exibir era uma das coisas que Tony fazia melhor, afinal. Ele sentiu um rubor de vergonha por sua reação anterior ao homem bêbado. Howard estaria se revirando em seu túmulo.

— É compreensível — disse Strange, talvez percebendo o embaraço de Tony. — Alguém que você vê na rua pode ser um dos que machucou você ou que machucou seu amigo daqui a seis meses. Se eu soubesse, não teria sugerido que você saísse comigo nessa hora do dia.

— Não é sua culpa — pronunciou Tony. — Não é culpa de ninguém. O mundo inteiro se separou depois de Thanos. Tudo parou. Empresas, restaurantes, até hospitais… muitas pessoas morreram. Alguns médicos estavam no meio da cirurgia quando se desmaterializaram. As pessoas estavam dirigindo, pilotando aviões, escalando montanhas, combatendo incêndios... Havia muito com o que lidar. Thanos não estava mais lá, então as pessoas queriam alguém para sentir raiva. Nós éramos um alvo conveniente.

— Não é sua culpa, entretanto.

Tony olhou para cima com os olhos arregalados. 

— O que?

— Não é sua culpa, Tony — disse Strange gentilmente. Foi a primeira vez que ele usou o nome Tony em vez de chamá-lo de "Stark", e o cientista olhou para ele como se estivesse fascinado, quando Strange continuou: — O que aconteceu... ou o que aconteceu naquela linha do tempo, devo dizer, era terrível. Mas você fez tudo que podia para parar Thanos. Você não deve se culpar por algo que você definitivamente não tinha controle. 

Ele ponderou suas próximas palavras e continuou.

— Eu costumava ser médico. Eu não sei se você sabe disso. Eu era um cirurgião, um dos melhores. Eu salvei muitas pessoas naquele tempo. Mas, como todo médico, também perdi pacientes. Eu me culpei por um longo tempo, mas depois comecei a prestar atenção no que aconteceu com meus colegas de trabalho que não conseguiam lidar com a culpa. Eles desistiram ou se voltaram para drogas ou álcool. E, finalmente, comecei a perceber que fiz o meu trabalho. Eu fiz tudo que eu deveria fazer e às vezes mais. E às vezes as coisas acontecem e você não pode impedi-las.

A garganta de Tony ficou apertada. Ele abaixou a cabeça. 

— Eu deveria ter sido capaz de pará-lo.

— Como? Com base no que você disse, você assumiu o controle da situação assim que ficou sabendo. Você fez o que podia. Agora você está aqui, fazendo tudo de novo. Acho que você fez mais do que qualquer outra pessoa fez.

Havia um certo tipo de sentido nas palavras de Strange que era difícil argumentar, mas Tony não estava disposto a aceitá-las. Ele focou em outra coisa, tentando mudar de assunto:

— Você me chamou de Tony.

Strange piscou, em silêncio por um momento. 

— Eu suponho que sim. Minhas desculpas, Stark.

— Não precisa se desculpar. Você pode me chamar de Tony, se quiser. — Tony finalmente pegou o sanduíche, deu uma mordida e soltou um grunhido de satisfação. Puta merda, aquilo era muito bom. Ele mastigou e deu outra mordida antes de olhar de volta para Strange. Surpreendentemente, Strange estava sorrindo.

— Ok... Tony. Eu acho que, com o tempo, você será capaz de se acostumar a estar em multidões novamente. Você deveria saber que, mesmo que alguém te reconhecesse, eles não teriam atacado — disse ele, dando uma mordida em seu próprio sanduíche.

Tony limpou sua boca com o guardanapo e refletiu. 

— Obviamente. Eu sei disso. Só é difícil esquecer meses de pânico — disse ele finalmente. Um pouco defensivamente, ele acrescentou: — Não fui só eu. Como eu disse, os outros Vingadores, com exceção de Thor, Rhodey e Bruce, já eram fugitivos, então acho que as pessoas os odiavam mais. Rogers teve uma recepção rude quando foi com Wilson a Paris.

— Você não mencionou os outros Vingadores quando estava me contando sua história — comentou Strange.

— Isso é porque eu não estava com eles durante a luta — explicou-se, então decidindo tocar no assunto com mais detalhes — Thanos trouxe a guerra para a Terra. Visão, que tem a Pedra da Mente, estava em Wakanda, então foi para lá que Thanos foi. Os outros Vingadores estavam lá, mas... — Tony encolheu os ombros, impotente. Shuri mostrou a ele algumas das imagens. Os Vingadores, T'Challa e suas tropas mantiveram o grupo de Thanos afastado por algum tempo, mas assim que Thanos apareceu, tudo foi por água abaixo.

— Suponho que, no futuro, Visão está morto — disse Strange.

— Visão, Maximoff, o rei T'Challa, Barnes, Wilson, o Homem-Aranha, os Guardiões, você — disse Tony, checando-os. — Mais tarde, descobrimos Nick Fury e Maria Hill. Meu CEO, Pepper Potts. Parecia que todos os dias descobríamos alguém novo.

— Você perdeu muito. — Os olhos escuros de Strange estavam cheios de... não pena, mas empatia. Isso fez algo se contorcer no estômago de Tony. Ele não estava acostumado a qualquer outra coisa que não fosse alguém o culpando. Ele desviou o olhar.

— Não mais do que qualquer outra pessoa. E além disso, é por isso que estou aqui. Para certificar de que isso não aconteça novamente.

— Mesmo se você parar Thanos, você ainda terá perdido tudo — ressaltou Strange. — Você não será capaz de voltar.

— Eu sei. Isso não importa. — Tony olhou para cima, e o mago pode ver algo queimando lá dentro. Ele estava com raiva. Ele queria vingança. — Eu não me importo com o que acontece comigo. Eu darei qualquer coisa para parar Thanos.


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