Os Vingadores - Entre Herois e Aliens escrita por Lia Araujo


Capítulo 16
Missão




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Depois que todos os agentes foram avaliados, eu fui dispensada para retornar ao dormitório, mas antes de ir precisava verificar como os agentes estavam, alguns ficaram um pouco mexidos com a avaliação, eles haviam se apegado ao cachorro que cuidaram. Assim que cheguei a ala médica, vi o responsável no balcão da enfermaria.

— Boa noite, doutor - falei olhando-o

— Boa noite, agente Romanoff - ele falou ajeitando a postura

— Como estão os agentes do nível 5? - perguntei direto

— Alguns estavam agitados, dei um calmante e os mandei para o dormitório pra dormir - ele falou e eu assenti - Apenas o agente West permaneceu na enfermaria.

— Posso ver como ele está? - perguntei sem esboçar emoção

— Com certeza, agente Federov, acompanhe a agente Romanoff até a maca do agente West - o medico responsável pelo plantão falou e o agente Federov se aproximou

— Por favor, me acompanhe - agente Federov falou e o segui

— Quando pedi pra mandar alguns pra enfermaria estava pensando em um osso deslocado, mas não em tiro - ele comentou em tom brincalhão e dei ar de riso

— Seja mais especifico na próxima vez - rebati e ele riu baixo

— Como foi que ele levou um tiro? - ele perguntou ao meu lado

— Teste para graduação dele - respondi simplesmente

— Deixa eu adivinhar, ele não conseguiu matar o cachorro? - ele perguntou me olhando

— Ele matou o cachorro, mas hesitou por um segundo - corrigi simplesmente - O que ele não conseguiu fazer foi atirar em mim, alegando ser dificil matar um aliada.

— E como ele levou o tiro? - Federov perguntou me olhando

— Recebi a ordem e disparei - falei dando de ombros

— A bala não atingiu nem veia ou ossos - ele falou simplesmente

— Ele teve sorte - falei com indifereça

— Sim, ele teve sorte de ser uma atiradora tão boa - ele comentou, apenas o olhei e continuamos até onde o Victor estava - Aqui está o nosso sortudo.

— Obrigada, agente Federov - falei olhando o Victor

— Qualquer coisa é só chamar, Natasha- ele disse e simplesmente assenti

Depois que tive certeza que estavamos sozinhos, me permitir relaxar a postura.

— Fui informada que em breve estará bem. Passará essa noite em observação - falei me sentando na cadeira

— O que fazia com ele? - ele perguntou secamente e me olhando

— Contenha seu tom de voz ao falar comigo, agente - falei para lembra-lo que ali não era lugar de demonstrar qualquer tipo de sentimento

— Sim, senhora - ele respondeu

— Como se sente? - perguntei olhando-o

— Irei sobreviver - ele respondeu simplesmente

— Obedeça a risca as ordens médicas - falei ficando de pé - Assim logo estará de volta aos seus treinos.

— Sim senhora - percebi que ele não queria falar comigo e me levantei

— Tenha uma boa noite, agente - falei comecando a me retirar

— Agente Romanoff? - ele me chamou e eu o olhei - Foi tão simples disparar em mim?

— Sim - respondi direto

— Porquê? - ele perguntou me olhando

— Porque eu recebi a ordem e nós temos simplesmente que acata-la - disse olhando-o, ela desviou o olhar de mim

— As vezes eu não reconheço você - ele disse baixo, mas consegui ouvir

— A garota que conheceu na infância, não existe mais - falei simplesmente - Ela morreu anos atrás. E quanto mais rápido entender isso, será melhor para você.

Comecei a sair antes que ele dissesse mais alguma coisa. Antes de me dirigir para a saída, parei no bebedouro para beber água.

— Natasha? - ouvi a voz do Federov e me virei - Já está indo?

— Sim, apenas vim ver como ele estava, assim como fiz com você naquele dia - disse jogando o copo no lixo - Mas em breve ele não será responsabilidade minha.

— Como assim? - ele perguntou me olhando

— Vou ser avaliada pra graduação amanhã - falei simplesmente

— Acha que ele reprovou? - ele perguntou curioso

— Você não? - perguntei olhando-o

— Quem fez a avaliação? - ele questionou intrigado

— Meu supervisor, o agente Armaturov - respondi e ele deu uma breve risada - O que foi?

— Eu conheço o Armaturov - ele respondeu simplesmente - A aprovação dele é baseada mais na capacidade de obedecer, mesmo que ele tenha hesitado ele cumpriu o que foi mandado.

— Mas não atirou em mim - rebati o comentário

— A avaliação dele era com o cachorro - Federov afirmou - Mandar ele atirar em você e vice versa, foi apenas diversão pro agente Armaturov.

— Ótimo, quanto mais agentes aprovados, melhor será pra minha avaliação - disse simplesmente

— Percebo que se preocupa muito com seu irmão - Federov ironizou sorrindo

— Posso ter morado na casa da família dele, mas não somos irmãos - respondi simplesmente

— Se você diz - ele falou dando de ombros

— Boa noite, agente Federov - falei olhando-o

— Boa noite, agente Romanoff - ele falou e segui em direção a saída

Após o jantar, voltei rapidamente para o meu quarto. Adiantei as coisas para que amanhã tudo estivesse pronto quando fosse chamada para a avaliação.

Na manhã seguinte, assim que acordei fiz minha higiene matinal, coloquei meu uniforme e fui para o refeitório, mal havia terminado a minha refeição quando fui chamada para o escritório do diretor Petrovick. Limpei a boca com o guardanapo e me levantei indo em direção a sala do Ivan. Quando entrei o vi em pé olhando pela janela lateral do escritório, o agente Armaturov estava sentado a mesa com uma pasta aberta a frente dele, apenas me aproximei da mesa e fiquei em pé.

— A maioria dos agentes que cuidou nos últimos meses, foram aprovados - o agente Armaturov falou fechando a pasta - Seu desempenho nos treinos estão dentro das expectativas.

— Obrigada, senhor - falei simplesmente

— Você provou que não hesita em obedecer uma ordem e isso é fundamental para um agente - o meu supervisor continuou - Mas para a sua graduação, será colocada a prova como os demais agentes.

— Compreendo, senhor - disse normalmente

— Existe um agente que tem um lado sentimental muito forte e a sua tarefa será eliminar essa parte - Armaturov falou me olhando

— Ele é muito apegado ao passado e precisamos cortar esses elos - Ivan falou se aproximando de nós

— Esse será o seu teste - meu supervisor falou me olhando

— O que preciso fazer? - perguntei olhando-os

— Elimine a família dele, faça parecer um acidente - Ivan falou simplesmente

— Você tem duas semanas pra cumprir - Armaturov falou me entregando a pasta.

Quando abri, vi a ficha básica do Victor. Eu terei que matar a família West.

— Sim senhor - falei fechando a pasta

— Tudo bem, então - meu supervisor falou

— Mas precisarei ter acesso a todos os dados do West para dar certo - falei olhando-os

— Passe na sala de arquivos - O agente Armaturov falou simples - Tem um dossiê da família West lá.

— Sim senhor - falei olhando-o

— Duas semana, agente Romanoff - Ivan falou me olhando

— Só precisarei de uma - falei simplesmente

— Pode se retirar - meu supervisor falou e assenti me retirando do escritório.

Fui diretamente para a sala de arquivos.

— Bom dia, agente Yermolova - falei me aproximando da bancada

— Bom dia, agente Romanoff,  no que posso ajudar? - a agente Yermolova perguntou

— Estou sob ordens do agente Armaturov, preciso encontrar um dossiê na sala de arquivos e copia-los - respondi normalmente

— Qual o nome documento? - ela perguntou me olhando

— West - respondi e ela assentiu olhando um caderno sobre a mesa

— Corredor cinco - ela respondeu indicando a direção - Se precisar de qualquer coisa, basta me chamar.

— Obrigada - falei seguindo o caminho que ela indicou

Encontrei vários armários, com as indicações de letras de U a Z, me direcionei ao armário com vários arquivos mortos com a letra W, procurar aquele dossiê poderia demorar um pouco. Depois de quase trinta minutos consegui, encontrar o arquivo que procurava. Estava indo em direção a copiadora, quando passei pelo corredor quatro, tinhas armários indicando os arquivos com as letras de P a T, se tinha um dossiê sobre a família do Victor, a probabilidade de ter algo sobre a minha era grande. Não custava tentar, me direcionei ao armário indicado e comecei a procurar os arquivos, não demorou muito para que eu entrasse os arquivos com o meu sobrenome, folheei rapidamente e reconheci o nome do meu pai, minha mãe e meu irmão, peguei os arquivos.

Fui em direção a copiadora, copiei os arquivos dos West e os da minha família. Guardei os arquivos originais e misturei as cópias, colocando-as em uma pasta.

— Teve alguma dificuldade para encontrar o que procurava? - ela perguntou me olhando e contive um sorriso

— Foi mais simples do que esperava - respondi olhando-a - A demora foi copiar, muitos papéis.

— Percebi - ela falou olhando a pasta fechada.

— Preciso ir - falei indo em direção a porta

— Até mais, agente Romanoff - ela falou me olhando

— Até mais, agente Yermolova - falei olhando-a e voltei para o meu quarto

Entrei no meu dormitório e tranquei a porta em seguida. Comecei a separar os arquivos, mas não podia correr o risco de ser pega com as cópias dos arquivos do Romanoff, peguei um envelope vazio e guardei, peguei uma mala e a abri sobre a cama, coloquei o envelope e comecei a guardar algumas peças de roupa e tudo que precisaria pra passar uma semana fora.

Olhei o dossiê dos West sobre a mesa e suspirei. Tenho que mata-los, não existe outra opção. Fechei a mala, coloquei no canto logo em seguida e passei a ler os arquivos atualizados, Fernando no ensino médio, o senhor West havia sido promovido na polícia e a senhora West passou a fazer artesanato para ocupar o tempo livre e quando suas peças começavam a ocupar o espaço da casa, as peças eram levadas ao mercado para serem vendidas. Nada muito forado comum entre eles, precisava apenas pensar de um jeito de me reaproximar deles sem que suspeitassem de nada.

O relatório continha até as rotinas deles, o que foi muito útil pra mim. Antes do almoço, um agente disse que um carro me esperava para levar-me a onde eu quisesse ir. Ele saiu após eu assenti e fui me trocar, peguei a minha mala, caminhei até a parte de fora da central indo em direção ao carro.

— Para onde vamos, agente Romanoff - ele perguntou me olhando pelo espelho

— Vamos para a casa da família West - respondi simplesmente e confirmei o endereço.

Foram poucas horas de viagem e logo estava na rua dos West novamente, nunca pensei que colocaria meus pés naquele lugar novamente. Quando o carro estacionou na rua, abri a porta e peguei a mala.

— Boa sorte, agente Romanoff - O motorista falou me olhando e assenti

Segui em direção a casa, parei em frente a porta e bati. Ouvi a voz da senhora West avisando que já estava vindo, ouvi os passos dela se aproximando, quando ela abriu a porta nos olhamos, ela ficou surpresa e eu sorri

— Natasha? - ela perguntou sem acreditar

— Oi, mamãe - falei sorrindo

Ela me abraçou forte e tive que retribui o carinho, pelo menos enquanto eu estivesse ali teria que fazer. Eu tinha que voltar a ser a filha dos West.

— Ah, minha filha. Achei que nunca mais a veria - ela falou e desfez o abraço - Deixe-me ver você, está tão linda, minha querida.

— Obrigada, mamãe - falei olhando-a - Senti tanto a sua falta, de todos aqui.

— O James, vai ficar tão surpreso ao te ver - ela falou sorrindo e me guiou para dentro de casa - O Victor também vem?

— Na verdade, não - respondi olhando-a e me sentei no sofá - Ele acabou se machucando durante um teste ontem

— Santo Deus, como ele está? - ela perguntou preocupada

— Ele está bem, não se preocupe - falei simplesmente - Não foi nada grave.

— Achei que não pudessem mais nos ver depois que se tornassem agentes - ela falou me olhando

— Não podemos - respondi olhando-a - Mas estou a trabalho, tenho que coletar algumas informações pra atualizar algum dados. Pediram que eu voltasse pra casa porque fazer isso daqui seria mais fácil.

— Entendo, não vamos falar disso, tá bem? - ela falou e voltou a sorrir - Quero aproveitar o tempo que a minha filha está aqui.

Antes que eu dissesse algo a porta da sala foi aberta.

— Mãe, você esqueceu a porta da sala aberta - nos viramos e vimos o Fernando fechando a porta - Sorte que fui eu quem entr...

Ele parou de falar quando me viu e começou a se aproximar e fiquei de pé.

— Oi Nando - falei olhando-o

— Tasha? - ele estava incrédulo

Ele me abraçou forte e pude sentir a saudade nesse gesto tão simples dele.

— Achei que nunca mais te veria - ele sussurrou durante o abraço

— Eu também, Nandinho - falei abraçando-o

Desfizemos o abraço e nós sentamos no sofá. Ficamos conversando um pouco e a medida que falávamos eu percebia que essa missão seria mais difícil do que eu pensava, eles não eram minha família, mas por anos foi o mais próximo que tive de uma. Eu tinha algum sentimento por eles, um forte carinho e consideração talvez, mas infelizmente não posso falhar, um erro meu nessa missão e o Victor pode pagar por esse erro, agora que estou perto de saber o que realmente aconteceu com minha família, preciso está fora de qualquer suspeita, jamais poderão descobrir que copiei os dados dos Romanoff e muito menos que passarei essa semana fora da Central da KGB pra investigar um pouco mais o que realmente aconteceu com eles, nunca esqueci a cena de ver minha mãe morrer na minh frente, nunca esqueci a dor de perder toda a minha família em dias, mas fiz dessa dor meu suporte para me tornar espiã e poder fazer os culpados pagarem, independente do que isso me custe.


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