Pequeno Grande Pai escrita por R4CH3L


Capítulo 1
Chefe, pai, avô


Notas iniciais do capítulo

essa é só uma história idiota que escrevi de manhã pq tive infecção alimentar e fiquei em casa. roy seria um bom avô, lute comigo

tentem ler isso como romântico e eu saberei. aqui é found family, bitch



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Nesses dias, nenhum deles se vêem mais.

Faz sentido: Ed parou de viajar tanto desde que se casou com Winry (Mustang estava na cerimônia; ele pode ou não ter chorado um pouco), mas ainda é um homem livre. O ex-Coronel —agora general— sempre soube que era impossível manter Edward Elric num lugar só (sabia desde que o garoto tinha metade de sua altura) e nunca esperou que mudasse.

O que ele esperou foi se ocupar muito — e isso se concretizou. Subir nos ranks é difícil —complicado; perigoso— e, por mais que Roy tenha seus olhos focados no prêmio, é difícil de não se arrepender em não poder passar um pouco mais de tempo com a família. Ele perdeu três reuniões só para ir ao casamento de Ed, e só conseguiu porque era Ed e Riza também queria estar lá.

Às vezes Mustang pensa que, se ele não tivesse posto sua ambição em um lugar tão alto, já poderia ter posto um anel no dedo na Tenente Coronel — e ter enchido todos os quartos vazios do apartamento.

Ele só disse isso uma vez, e Riza o mandou um olhar engraçado. Ela foi rápida em o reafirmar: "Roy" e sua voz parecia o chamar de idiota "os quarto têm donos. Eles estão em Resembool".

Então, claro, eles fazem de tudo para visitar a menininha de Ed.

Tenente Coronel Hawkeye tem que formar uma desculpa convulada de que seu chefe está com pneumonia e sinto muito, senhor, mas ele não pode ir até a conferência, para depois partirem num trem de madrugada, como criminosos.

De central até o lado rural, o tempo parece esfriar. Mustang aceita isso de bom grado, acostumado com o ar abafado do escritório — mas aí começa a chover.

Ed abre a porta para os seus ex-responsáveis absolutamente encharcados. Ele ri de imediato.

Oh, isso é incrível. - ainda está gargalhando quando Riza o abraça, ainda que agora esteja olhando apenas para Mustang. - Trás boas memórias. Ele quase morreu de novo em alguma chuva, tenente? -

Ela o dá alguns tapinhas nas costas e se separa, sorrindo levemente. - Não desde que comecei a mantê-lo em uma correia mais curta. -

Ed sorri. - Boa ideia. - a abraça mais uma vez, absolutamente irradiante. Depois, anda até o sujeito de seu bullying — e o envolve em um outro abraço. - Hey, Roy. -

Mustang está tentado se fazer de difícil ("Ah, agora é Roy? Onde está o respeito por seus seniors?"), mas deixa a ideia partir em pouco tempo. Faz tempo desde que viu o garoto; o processe, mas ele quer o abraçar de volta.

Agora que Ed está crescido, os braços de Roy não conseguem o envolver por completo, mas ele ainda tenta. - Olá, Fullmetal. - põe uma mão na nuca dele, e mantém o abraço por mais algum tempo. Depois o separa de si pelos ombros, apertando-os carinhosamente. - Como vai a senhora? -

— Winry tá legal. Ela é badass — tipo você, tenente. - Riza sorri em resposta. - Honestamente, acho que se fosse eu lá, teria morrido. Faz tempo desde que não vi tanto sangue. - Roy é grato por isso. - Eu já tinha visto um parto, lá em Rush Valley, mas é mais estressante quando é com sua esposa. -

— Eu imagino. - Roy troca um olhar rápido com Riza. - Alphonse está aqui? -

Ed balança a cabeça. - Saiu com Mei há algum tempo. Eles devem voltar logo. - responde. Roy é pego de surpresa quando ele bate as duas palmas juntas — igual a todas aquelas vezes, quando jovem, exceto que agora não se segue alquimia. Apenas um grito animado: - Então! Querem conhecer a menininha mais fofa que vão ver em sua vida? -

Roy troca outro olhar com Riza. Eles sorriem. - Lidere o caminho. -

 

Riza a segura primeiro. Ela é uma natural —talentosa em realmente todo aspecto— e a leva nos braços sem problema, virando-se para Winry com um sorriso no rosto. - Ela é linda. -

Winry abre a boca, mas Ed já segue: - Eu sei! É a cara da mãe, huh? -

A jovem bufa, olhando o marido com um senso de quem já teve que o ouvir repetir elogios e orgulho por toda a semana. - Ela é uma cópia de carbono sua, Ed. - Winry diz, e Edward vira até si horrorizado.

— De forma alguma! -

Winry está certa, claro. Além da óbvia cor de cabelos e olhos, o formato do rosto e do nariz de Nina (fofa homenagem) são idênticos ao de Ed. Mustang tinha vista algumas fotos de quando ele e Al eram pequenos —bebês até— e podia confirmar a semelhança. Talvez tivesse o formato de olhos de Winry, mas em alguns anos seria a cópia do pai — traria certa nostalgia ao general, isso era certeza.

— Desculpe por não termos estado aqui, quando ela nasceu. - Riza diz, ao lado de Roy, tirando-o com sucesso de sua própria cabeça. - Foi uma semana cheia. -

Winry balança a cabeça lentamente, com um sorriso doce no rosto. - Vocês não poderiam nem mesmo se estivessem livres. Os trilhos tiveram defeito e precisaram fechar a estação. -

— Foi melhor que vocês não tinham vindo. - Ed continua. - Eu não ligo do bastardo ficar preso numa cidade de campo qualquer, mas seria ruim para suas costas, tenente. -

Roy estala a língua, prestes a absolutamente destruir o rapaz. Riza o ignora e sorri. - Obrigada, Ed. - continuou a balançar a filha do dito cujo. - Mais alguém tentou vir? -

— Ling mandou uma carta. - Ed responde, coçando o queixo em concentração. - Zampano e Jerso estavam aqui, mas foi pelo Al. Elicia ligou para gente quando soube, e Darius e Heinkel tentaram vir, mas pegaram o trem errado; eles mandaram uma carta, também. -

Roy o mandou um olhar não impressionado. - Então. Ninguém. -

— Você está tentando insinuar que meu neném não é importante o bastante, bastardo? - Edward retribuiu a encarada, estalando os punhos. - Você quer lutar, pelos velhos tempos? -

Os olhos de Roy o inspecionaram dos pés à cabeça, pondo o sorriso mais zombateiro que conseguia. - Por favor. Você não deve nem mais conseguir fazer uma flexão. Comeu muito da torta, Fullmetal? -

Fullmetal tinha, de fato, comido muito da torta. Ele também tinha conseguido manter a forma da juventude, de alguma forma.

Quando Ed ganhou o seu braço de volta, ele esticou em fração de meses — Roy se lembra de ter dado adeus a um adolescente, pouco depois de recuperar a visão, e encontrar um adulto 4 meses depois, quando o garoto foi o visitar em Central. Ele tinha crescido uns bons 10 centímetros — absolutamente aterrorizou o até então coronel.

Riza o acordou de seus devaneios com um cutucada em seu ombro. Roy, ignorando os gritos indignados de Ed, piscou e moveu os olhos até os dela, confuso. Riza foi rápida em o responder:

— Você quer a segurar? - e estendeu, minimamente, o bebê.

O cérebro de Roy deu pane.

— Uh—

— O que, se acha bom de mais para minha filhinha, Roy? Se você não a abraçar eu vou te bater! -

Por um momento, Roy pensa em Hughes. Seria, por acaso, parte da natureza humana se tornar uma manteiga derretida quando seus filhos nascem? Ou então, só dos homens verdadeiramente bons?

Ele teria se tornado assim, se não tivesse gastado tanto tempo com sua falsa imagem?

Roy engole o seco perante a pequenina figura ainda nos braços de Riza. Ela a estende um pouco mais para perto, como um presente, e Roy assente, lentamente. Sua tenente sorri, - Aqui senhor. -

Não surpreendentemente, ela é leve. Assustadoramente leve. E pequena — e tão frágil. Roy mantém 5 bons centímetros entre ela e seu peito, com medo de a esmagar sem querer, e Ed solta um gargalho alto, fazendo o bebê balbuciar em confusão.

— Você segura ela como um cálice caro, coronel. - Roy não se importa em o corrigir com o título novo. - Vamos lá - Ed se aproxima, ajudando-o em segurá-la melhor -, é assim, viu? Você segurou a Elicia, né? É do mesmo jeito. -

— Elicia era um pouquinho maior. - Roy responde, ajustando a posição. E sorri, o insulto surgindo como um milagre. - Talvez baixa estatura seja algo de família. -

Ed o encara. - Devolva minha filha. -

Roy ri e a puxa para mais perto. - Calma, calma, Fullmetal! Eu esperava que o tempo houvesse te transformado num homem mais calmo, mas vejo que me enganei. -

Ed cruza os braços, mas sorri. - Eu sou a pessoa mais calma da terra. Eu faço terapia agora, meu velho. -

O termo carinhoso faz o coração de Roy aquecer. Ele inclina a cabeça, abraça um pouco mais a bebê e solta um riso baixo. - Pessoas realmente evoluem então, huh? -

— Bem. - Ed desvia o olhar. - Eu tenho que estar em minha melhor forma. Por ela. -

Riza tinha os dado espaço —ido até Winry e começado uma conversa calma— e por isso Roy sentiu-se mais calmo em equilibrar a menininha com apenas um dos braços e levar o outro até Ed, para apertar o seu ombro com carinho.

— Você vai ser um bom pai, Fullmetal. - ele diz, baixo. Ainda ciente das outras duas pessoas ali, mas corajoso o bastante para mostrar o quanto se importava mesmo assim. Hughes ficaria orgulhoso, ele pensa. - Você sabe disso. -

Ed dá de ombros, ainda com o rosto virado. - É. Eu só— eu não posso dizer que não tive bom exemplo, porque tive o Hughes e... - ele faz bico -, bem, você, mas ainda tenho minhas dúvidas. Hoenheim se redimiu, claro, mas ainda levou tanto tempo. Eu não quero perder tanto quanto ele. -

Roy apertou o ombro outra vez, antes de o soltar. - Você não vai. Confie em mim nessa. -

Ed deu um sorriso fraco. - Eu vou tentar. - e fechou o rosto. - Agora segure minha filha certo, seu otário. Você tem que dar apoio na cabeça—

— Eu sei—

— Claramente não—

 

A semana de folga segue calma e sútil. Roy nunca pensou que ficar na casa de um Elric poderia ser relaxante — mas não era a única vez que ele se enganou. Ele também nunca achou que Ed —tão pequeno, tão quebrado— pudesse dar um sorriso tão grande e tão completo.


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Notas finais do capítulo

eu não consegui, nem com toda meus esforços, achar um lugar pro alphonse nessa bagaça. me perdoe, meu neném.

se vocês gostaram sintam-se livres para comentar. aceitos críticas e absolutamente devoro reviews. obrigado por lerem até aqui :)



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