Meu Ōuji-sama escrita por Miris


Capítulo 2
Mon prince


Notas iniciais do capítulo

Depois de cinco dias, vamos ao segundo capítulo que eu tava doida para postar e não estava me aguentando mais esperar dar uma semana rsrsrs
Aproveitem! ♥



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            E essa garota estúpida correndo e chorando sou eu com meus odiados dezoito anos de vida. Eu já havia voltado a usar os meus cabelos brancos, e muitos diziam que eu só queria fazer isso para imitar uma garota arrogante e que se acha dona da verdade, seu nome era Rosalya.

            Estou correndo da escola, matando aulas por causa de Castiel que não cansa de me ridicularizar na frente de todos. Eu apenas cansei de ser motivo de chacota e ninguém interceder por mim, como as pessoas são egoístas.

            Assim que cheguei a casa agradeci aos céus por mais uma vez meus pais estarem fora, assim pude correr para o meu quarto e me jogar na cama para desabar. Assim que cansei de apenas me lamentar eu me sentei na cama e puxei a pequena gavetinha que era escondida pelas cortinas cor-de-rosa estilo vitoriano que modelava minha cama, que continha o meu diário e minha caneta.

Querida Cinty,

Hoje as coisas começaram erradas como todo santo dia. Novamente o idiota do Castiel – o garoto ruivo que eu deveria odiar, porém amo – me ridicularizou diante todos, na sala e no pátio. Os professores mais uma vez fizeram que não viram, as tais câmeras sempre estão com defeito, e o porteiro o qual ajudei a não perder o emprego apenas me virou as costas quando gritei para me deixarem em paz.

Na sala de aula durante a aula de produção, Castiel pegou o meu caderno e leu os meus poemas mais íntimos que nem tive coragem de mostrar a ninguém. Enquanto todos riam e achavam ridículo, ele me banalizava dizendo que não passava de uma idiota sentimental. Ainda me chamou de imbecil e disse que eu não passava de nada e ninguém se importava comigo.

No pátio ele me puxou pelo braço e me fez subir em uma das mesas, chamando a atenção de todos ali presentes, além de tentar me dar um beijo forçado e quando ele tentou aprofundar, eu fiz o que me veio à mente: morder sua língua até sangrar. Ele me chamou de vadia e me jogou de cima da mesa me fazendo bater a cabeça no chão. Eu entrei em desespero, não podia desmaiar ali, sabe-se Deus o que fariam com minha pessoa. Para melhorar a situação, Castiel pegou o suco de uma menina e derramou em mim incentivando todos a fazerem o mesmo.

Agora estou aqui e decidida a fazer algo que nego desde que Thales foi embora: suicídio. Pode soar estranho, mas eu me preparei da forma mais poeticamente trágica para este momento: comprei um vestido específico.

Talvez seja um adeus, caso eu volte a falar, significa que algo deu errado. Ou eu não fui forte o bastante... Preciso escrever aos meus pais e explicar-lhes meus motivos, assim como deixar a chave e sua localização Cinty, para que eles entendam.

Penélope.

            Depois de escrever uma carta que saiu bem longa para meus pais, eu decidi dormir. Afinal, eu não precisava mais me preocupar com os deveres ou trabalhos, mas eu já não me preocupava. Sempre dei um jeito de passar rápido para faltar o máximo possível.

            Naquela noite eu esperei todos dormirem e orei pela alma de minha gatinha que havia falecido há poucos anos: Nicki. Prometi que iríamos nos reencontrar e brincaríamos como sempre fizemos.

            Faltando quinze minutos para a meia-noite eu já estava sentada perto da beirada da falésia, eu me sentia na obrigação de acabar com essa vida insolente. Olhei o mar e a lua cheia pensativa, lembrava-me de Thales e de quantas saudades sentia dele. Antes de uma estrela cadente passar em frente ao satélite natural do planeta azul, eu fechei meus olhos e desejei reencontrar Thales um dia, quem sabe em uma próxima reencarnação.

Prometo que nos veremos novamente Thales, mas em outra vida. Onde eu serei bonita e repleta de amizades verdadeiras e amores. Uma vida perfeita.— Eu murmurei e pude ver a estrala cadente sair da frente da grande lua.

            Quando o grande relógio começou a soar com suas altas badaladas indicando meia noite, eu me ergui e olhei o horizonte atrás de mim enquanto desejava que minhas intenções positivas chegassem a minha casa e família.

Adeus mamãe, eu te amo muito. Entenda que isto é o melhor para mim. Estarei em um lugar melhor.— Murmurei na língua de minha mãe, logo dando passos em direção à beira. – Papai, eu te amo muito. Eu amo suas canções de ninar, seu jeito gentil e seu tempo livre para a sua família. Não se preocupem, irão saber toda a verdade. – O murmúrio desta vez foi na língua de meu país, o francês.

            Eu já estava na beirada e meu coração saltitava com a adrenalina, talvez fosse o medo. Eu engoli em seco tentando me acalmar e entender que aquilo era necessário, mesmo que lágrimas teimassem em cair. Meu corpo tremia e tentava falhar, enquanto eu estava dividida entre “Pule” e o “Não faça isso”, mas minha decisão já havia sido tomada há tempos e eu não voltaria atrás agora – me odiaria para sempre se o fizesse.

— O que os olhos não veem o coração não sente. – Eu disse quando finalmente abri os braços e me deixei cair, logo fechado os olhos e aguardando o impacto.

            Uma terrível dor de cabeça tomou conta de mim, o que fez meu corpo se contrair e desejar que queira o que fosse passasse imediatamente. Questionamentos insistiam em aparecer: havia sido um sonho? Havia sobrevivido?

            Minhas perguntas foram respondidas quando abri os olhos e me vi sendo vigiada por um ruivo com um olhar um tanto aflito. Quem era ele? Onde eu estava? O que está acontecendo afinal? Eu não deveria estar no fundo do mar, morta?

O que aconteceu?— Ele me fez um pergunta em algo que parecia italiano e tudo o que pude fazer era franzir o cenho e sentir dor.

Francês.— Eu murmurei para que entendesse ao menos que eu falava apenas francês, e ele pareceu entender. Afinal, ninguém falaria japonês por aqui tão facilmente assim.

— Perguntei o que aconteceu. – Ele repetiu com calma.

Eu me joguei de uma falésia, devia estar morta.— Disse baixo e devagar, meus lábios estavam secos e mal de separavam direito.

— Porque fez isso?

Minha vida é uma droga.— Senti meus olhos se encherem assim que disse isso, mas respirei fundo e fiz força para tentar levantar porém, apenas pude ver que estava toda enfaixada.

— Não faça isso, precisa descansar.

O que houve?

— Você quebrou uma perna, algumas costelas, teve uma pequena fratura no crânio e seu braço saiu do lugar. Isso sem contar os hematomas e cortes por todo o seu corpo. – Bufei.

Nem a morte me quer próxima a ela.— Descarreguei as palavras com raiva e sem pensar.

— Descanse, precisa se recuperar. – Ele se levantou. – Eu volto mais tarde.

Espere...— Tentei chamar sua atenção. – Onde eu estou?

— Na Ilha de Sicília. – Só me lembro de pensar o quão longe de casa eu estava e logo apagar de vez.

            Pelo o que havia sido me informado pela enfermeira, eu consegui apagar por uma semana inteira. Mas já me sentia muito melhor comparada a antes e não demorou até meu salva-vidas voltar para me ver.

— Como se sente? – Ele me perguntou assim que entrou no quarto do hospital.

— Já estive melhor. – Agora eu já conseguia me sentar de uma maneira bem estranha.

— Acabamos não nos apresentando. – Ele se sentou e estendeu a mão. – Sou Thales.

— Penélope. – Peguei com alguma dificuldade e ele soltou uma risada. – O que foi?

— Eu sabia que seu rosto não me era estranho. – Ele me olhou com um enorme sorriso. – Eu acho que só existe uma Penélope no mundo inteiro que seja albina e tenha olhos vermelhos.

É você...— Eu murmurei antes de desabar em lágrimas e o ruivo vir me abraçar, enquanto beijava o topo de minha cabeça.

— As coisas não foram fáceis para você, não é? – Apenas fiz que não enquanto me agarrava a ele. – Shh, estou aqui agora Lope.

***

            Eu havia contado a Thales o que aconteceu e ele me apoiou. Eu comecei a viver com ele em sua grande casa de praia enquanto ele me ajudava a me recuperar totalmente. Eu acabei fazendo uma ligação para os meus pais assim que saí do hospital dois meses depois da tentativa falha de suicídio poeticamente trágico.

            Eu digitei o DDI da França e comecei a teclar o número de minha antiga casa. Eu pude escutar o bipe soar cinco vezes antes de alguém finalmente pegar o telefone e atender.

“Residência dos Botan-Thierry, quem fala?”— Escutei a triste voz de minha mãe do outro lado da linha.

Mamãe? Sou eu Penélope, sua filha. Estou viva, não morri.— Eu conversei com ela em sua língua materna, o japonês.

“Penélope? É você mesmo?”— Ela simplesmente esqueceu-se de continuar no japonês, estava tão emocionada e chorosa que continuou no francês.

— Sim mamãe, sou eu. Estou bem.

“Graças a Kami-sama.”— Ela chorava e soluçava feito uma criança. – “DARDENO! DARDEON, É PENÉLOPE!”— Apenas pude ouvir meu pai reclamar algo e pegar o telefone.

            Eu precisei explicar para eles o meu sumiço e minha falha tentativa de suicídio. Quando questionada sobre a minha localização atual eu disse que estava longe, porém estava bem e que ficaria onde estava. Eu decidi começar uma vida ali e eles precisariam aceitar isso, afinal eu já era maior de idade.

            Eu prometi a eles sempre ligar e pedi alguns documentos escaneados para que eu pudesse viver ali com Thales. Contei também que estava ao lado de um amigo de infância e quando lhes disse quem era, pareceram ficar mais tranquilos.

            Não demorou em que tudo o que eu pedi fosse enviado para mim via e-mail. O melhor de tudo é que com minhas notas eu consegui uma boa faculdade na Ilha mesmo, o que apenas facilitou tudo. E eu havia conseguido um trabalho de meio período que me ajudasse a pagar alguns custos que os estudos davam sem contar com a bolsa que adquiri.

            Thales sempre se mostrou presente e um ótimo amigo, não demorou em que eu me apaixonasse por ele e o visse como o meu verdadeiro príncipe encantado. Eu estava feliz e era isso que importava!

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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do nosso segundo capítulo! ♥
A antiga versão possuía dois capítulos, entretanto precisei passar para três visando o conforto para se ler.
Vejo vocês nos comentários ♥



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