A Era Perdida escrita por Lets
Notas iniciais do capítulo
Aproveitem o capítulo, beijos ♥
Verão de 1948
Era tarde da noite quando o professor ouviu seu nome ser chamado do lado de fora da sua tenda. O sotaque carregado ao dizer ‘’professor Lewis’’ denunciava que era um dos nativos.
O professor se arrastou sobre seu colchão, indicando-se a acender o lampião ao lado de sua cama, conforme ele girou o dispositivo a luz do objeto brilhou forte, iluminando a tenda de palha circular do povo de Gana. Puxando as cobertas de cima de si o professor respondeu em inglês.
— Estou indo, um minuto, quem quer que seja.
Colocou seus pés dentro da bota a frente de sua cama e pegou o casaco na ponta do colchão, vestindo-o para se proteger da noite fria africana.
Ele pegou o lampião, iluminando o chão de sua tenda, desviando das pilhas de livros e equipamentos científicos que usava na expedição, caminhando até a porta, onde encontrou seu guia coberto por sua couraça de búfalo. Não era mais que uma criança, magra e de feições simples, mas era o único ali que sabia algumas palavras em inglês e servia de guia nas expedições de Oxford em Gana.
O professor lançou um longo olhar pelo céu, observando que amanhã ainda estava longe de chegar.
Porém nas outras tendas seus assistentes e estudantes também estavam sendo acordados pelos nativos. E as mulheres africanas já estavam trabalhando na cozinha, batendo o milho em seus grandes pilões, com suas crianças presas junto ao corpo. O professor era um bom antropólogo, logo viu que as mulheres não estavam pintadas ou decoradas com suas joias, elas haviam acordado às pressas.
Sabia que algo de bom não estava a vir e assim, por fim, deu atenção ao menino que o acordará.
— Britânico, professor Lewis, britânico, leão — apontou na direção da tenda do curandeiro da vila — Britânico — voltou a repetir.
O professor ficou olhando o menino de forma estática, tentando entender o que ele queria dizer em seu inglês quebrado, até que o mesmo desistiu e pegou a mão do inglês, guiando através da aldeia, na direção da tenda de palha que servia ao curandeiro da vila. E ali ambos adentraram.
Logo a luz da fogueira a queimar no centro do lugar atraiu o olhar do britânico, ele já havia estado ali por causa de uma malária que o médico de sua expedição não sabia curar, mas, mesmo assim, ele não conseguia se impedir de surpreender-se com os ossos pendurados de animais mortos e demais órgãos e outras coisas em conserva dentro de vasos.
E o que surpreendia ali era a figura ao lado da fogueira, o curioso nativo que possuía um osso através de seu nariz e pinturas permanentes em suas costas nuas. Esse tratava um homem branco, o que logo surpreendeu o professor, o homem era loiro, de idade avançada e olhos esverdeados, esses que ele fazia um esforço sobrenatural para mantê-los abertos.
O professor se aproximou lentamente, observando o sangue lhe pintar todo o abdômen e a ferida do tamanho de uma mordida em seu abdômen. A palavra ‘’leões’’ lhe voltou a mente e conforme seus olhos continuam a deslizar ele notou as marcas da unha do próprio na carne do inglês, esse que no final de suas forças esticou uma mão na direção de Lewis, chamando-o de forma muda.
Lewis correu pela tenda, jogando-se ao chão, apertando a mão do outro inglês entre as suas.
— O-o pla-platô — balbuciou em inglês.
Ele era um cientista, sabia que o outro não sobreviveria, mas tentou ainda assim arrancar palavras dele.
— O que? O que quer dizer, homem?
O homem tentou levar uma mão ao seu bolso, repetindo.
— O pla-tô...
Lewis observou a mão dele cair de encontro ao corpo, inerte. Os olhos esverdeados se expandiram, fitando o nada. O professor apressou-se a pegar seu pulso em mãos, tentando sentir sua pulsação, mas o curandeiro o impediu, olhando firmemente, negando com um acesso as dúvidas do inglês.
Então o professor deixou seus olhos decaírem por um instante, fitando o peito do morto a sua frente. Observando a protuberância no bolso de seu casaco pintado de sangue. Curioso sobre o que o outro tentou lhe mostrar, o professor levou suas mãos ao lugar, sentindo um caderno de couro intacto após o ataque que o outro sofrerá.
Ele abriu a primeira página do que parecia ser um diário e lá se lia ‘’3 de abril de 1945, minha viagem ao ‘’mundo perdido’’. Nas demais páginas se lia relatos de criaturas extintas, civilizações perdidas a viver em um platô na Amazônia brasileira, em uma área de difícil acesso. E o mais surpreendente, o professor observou, um mapa de como chegar ao tal lugar perdido no tempo.
Quando fechou o diário ele sabia que aquilo era o começo de algo grande, algo que ele tinha certeza que tinha vivido toda sua vida até aquele momento.
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Eai? Que final em aberto não? O que vocês acham que vem agora, me digam o que vocês acham ai nos comentários :3