Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 71
Sem controle


Notas iniciais do capítulo

Sim, capítulo de Vila Baunilha durante a semana.

Por quê? Porque eu quis. É, arranjei um tempinho, estava com vontade de escrever e escrevi. Kkkk.

Não se preocupe. Teremos capítulo normalmente no domingo.

Boa leitura! :)



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A turma toda estava se divertindo na água, especialmente com um jogo que Luís propôs: fugir de uma bola que voava sozinha como um drone. Só que o garoto tinha planos bem maiores do que simplesmente uma brincadeira de piscina (se bem que eles estavam em um lago, ah, vocês entenderam).

—Tá legal. Vamos começar! - falou Luís, já dentro da água e pronto para dar início à partida.

As meninas mais novas pareciam animadas.

—Acho que a gente consegue fazer a Briana perder na hora, né? - Samanta comentou com Cíntia.

—Não sei, amiga - disse ela - Sou péssima nessas coisas.

—Vamos lá! - gritou Luís.

—Vamos! - gritou Briana, animada e sorridente, o suficiente para abalar Samanta.

“Droga! Por que ela tem que ser tão fofa?”, pensou Samanta, se mordendo de raiva. Como toda vilã de comédia romântica, Samanta sabia que seu destino era atazanar a vida de Briana, a garota nova (bem, pelo menos na cabeça dela). Mas a vontade de abraçar Briana e colocá-la em um potinho também era muito forte.

No início, a velocidade da bola estava bem reduzida. Tão lenta que a brincadeira podia ser tudo, menos emocionante.

—Pô, Luís - reclamou Luciano - É isso que você chama de jogar?

—Até eu sou mais rápido que isso, aí - comentou Carioca.

—Eles tem razão - falou Anne - Dá para deixar isso mais rápido?

Luís controlava a bola com seu dispositivo à prova de água escondido abaixo da superfície. Ele apenas estava esperando a hora certa de agir.

—Bem, foram vocês que pediram...

E foi aí que a bola ganhou maior velocidade e a brincadeira começou a ficar mais interessante. Agora, fugir da bola não era uma coisa tão simples.

—Nossa, que rápida! - comentou Briana, chegando perto de Samanta. Foi a oportunidade para a filha do prefeito tentar jogar Briana na frente da bola que se aproximava, mas, bem na hora que ela foi tentar fazer isso, Briana se esquivou para o lado e Samanta acabou recebendo a bolada no lugar dela.

—Perdeu, irmãzinha - disse Ian.

—É, agora já era, amiga - disse Cíntia, mas ela também recebeu uma bolada na mesma hora.

—Você também perdeu, amiga - falou Samanta debochadamente - Não vou ficar lá fora sozinha, só vendo vocês se divertirem.

—Não é justo - reclamou Cíntia.

—É assim, é? Não quer mais ser minha amiga? - retrucou Samanta.

—Ah, é que...tá bom, vai - disse ela - Aliás, daqui a pouco já é hora de comer mesmo, né?

—Vai, joguem logo pra cá! - reclamou Luciano.

—Não precisa se preocupar - disse Luís - Minhas invenções são mais avançadas do que você imagina.

E a bola voltou a voar de novo, tão rápida quanto antes. Luís tentava controlar a bola para guiar como os participantes se aglomeravam.

“Bem, acho que já está na hora de agir”, pensou Luís. “Vou começar com o Ian!”

Luis guiava a bola para perseguir Ian e não demorou muito para ele ser atingido.

—Peguei...quer dizer, pegou! Ian, você tá fora! - gritou Luís.

—Perdeu, maninho! - gritou Samanta da margem - Heh! Ninguém mandou rir da minha cara!

—Oh, já fui eliminado - lamentou Ian - Achei que poderia ficar até o fim, nadando junto com você, minha doce amada, Anne.

Ian, quase que movido por instinto, tentava se agarrar ao braço de Anne que, por sua vez, se desvencilhou o mais rápido possível.

—Sai do meu pé, chulé! - retrucou ela - Vai logo para fora, vai!

Enquanto Anne tentava se livrar de Ian, Luís direcionou o controle para outros alvos.

“Vamos ver...ah, Luciano”, disse ele. “Melhor te eliminar logo”

E a bola foi lançada na direção de Luciano, mas o rapaz estava conseguindo se desviar bem.

—Sou quase um Aquaman, rapaz! - disse ele - Não vai me pegar tão fácil assim, não. Na água não tenho limites!

Luciano também frequentava o Lago do Coqueiro por muito tempo quando era criança.

“Ah, é?”, Luís ativou o aumento de velocidade da bola. Agora se esquivar ficou mais difícil, mas ele tentava mantê-la fora do alcance de Anne. Mesmo assim, Luciano ainda conseguia escapar das investidas da bola maluca do geniozinho.

—Ai! - Briana acabou sendo atingida - Ah, perdi.

—Já, maninha? - falou Anne - Achei que você ia durar mais.

—Devia ter me dedicado mais nas aulas de natação - comentou Briana rindo.

—Aí, finalmente - comemorou Samanta.

—Ela é boa, né? Durou mais que você e seu irmão - disse Cíntia.

—Você tá do lado de quem, Cíntia? - reclamou Samanta.

—Eu...tô do lado da comida - disse ela - Ei, quando o almoço vai sair?

Soldado Caxias, responsável tanto pela segurança quanto pela alimentação da turma, respondeu:

—Vai demorar um pouquinho. Ainda estou preparando essa churrasqueira portátil aqui - disse ele.

E enquanto o soldado lidava com a churrasqueira, a turma no lago lidava para escapar da bola. Agora, só os mais velhos permaneciam na água, com a exceção de Ian. Não demorou muito para Carioca ser atingido.

—Perdeu, Carioca - disse Luís.

—Ah, preciso sair da água? - perguntou ele.

—São as regras - Luís respondeu.

—Maior preguiça de sair. Tá bom aqui - falou ele.

—Sai logo! - reclamou Luís - Deixa a gente terminar o jogo!

—Tá bom, vai - a contragosto, Carioca se deslocou para a margem onde estava Ian e os outros eliminados, com toda a lentidão do mundo.

Depois disso, Kelly foi a próxima atingida, assim que ela se afastou um pouco de Anne.

—Ah, droga! - ralhou ela - Mas até que esse negócio é divertido, viu?

—É, não queria dar o braço a torcer, mas é mesmo - falou Anne - Agora só tem a gente, né?

—Pois é - disse Ema - Quem será que ganha?

—Aposto que é você, né? Do jeito que você é atlética - disse Anne.

E lá veio a bola de novo na direção delas, mais rápida ainda. Ainda assim, Ema conseguiu se esquivar. Ela mergulhou e voltou à superfície do lado de Luís.

—Sabe uma coisa que eu notei? - disse Ema.

Luís fez uma expressão surpresa diante da aparição repentina de Ema.

—A bola nunca vem na sua direção - continuou a mocinha - Esquisito, né?

—Do que está falando, Ema? - disfarçou Luís - A trajetória da bola é totalmente aleatória.

—Vai enganar outra, vai! - disse ela - Você tá controlando essa bola, não tá?

Ema falou isso baixinho, mas Luís acabou sendo mais rápido e fez com que a bola a atingisse pelas costas.

—Que pena, Ema - disse ele - Você tá fora!

—Ei, isso é jogo sujo. Eu tava distraída - reclamou Ema.

—Regras são regras - retrucou Luís - Pode sair.

E assim, restaram apenas Luciano, Luís e Anne na piscina, digo, lago. 

“Perfeito”, disse Luís. “Agora é só tirar o Luciano de jogo e vou ficar só com a Anne!”

Infelizmente, os planos de Luís tiveram um pequeno contratempo. Pelo jeito, o controle remoto dele não era tão bom quanto ele pensava e o botão que usava acabou emperrando.

“Ei, peraí. Não tô conseguindo controlar a bola. Oh, droga.”

E a bola acabou ficando cada vez mais desgovernada e mais rápida.

“Droga!”, pensou Luís. “A bola perdeu o controle. Agora ela está agindo aleatoriamente mesmo”

—Heh! Agora ficou interessante! - falou Luciano, mas a bola estava com uma velocidade tão alta, mas tão alta que acabou atingindo Luciano. Só que a bola estava tão descontrolada que não parou atingindo Luciano, ela o empurrou com força, deslocando-o em alta velocidade através da água.

—Ei, o que tá acontecendo?! - perguntou o rapaz.

Nisso, Anne também não conseguiu escapar e acabou sendo empurrada junto com a bola e Luciano. Os dois foram levados juntos lago afora em um exemplo real de colisão inelástica.

—O que tá acontecendo? - gritou Anne, sendo empurrada sem trégua pelos dois.

—Eu não tenho ideeeeeia! - Luciano gritava.

Os dois foram levados longe. 

—Ai, caramba - resmungou Luís - Agora a bola saiu do controle de vez.

—Luís! Faz alguma coisa! - gritou Briana.

—Ai, droga - disse ele - Vou ter que desativar a bola.

Luís saiu rapidamente da piscina e foi até suas coisas na mochila. Lá, ele pegou seu celular e ativou um outro controle reserva para sua bola que diminuía a velocidade dela.

—Pronto! Isso deve parar a bola - falou ele - Mas que coisa, por que o controle que estava comigo falhou?

—Ei, o que disse? - perguntou Samanta - Quer dizer que você tava controlando a porcaria da bola, é isso?

—Err...era só para caso de emergência - disse ele.

—E por que não usou esse controle? - continuou Samanta.

—Você faz muitas perguntas para uma menina tão nova! - disse Luís.

—E agora? O que aconteceu com a minha irmã? - perguntou Briana.

—Calma - disse Kelly, se abaixando para falar com Briana nos olhos - Ela vai ficar bem. Olha.

Apontando para o horizonte, todos podiam ver que a velocidade da bola diminuiu e os dois estavam parando.

—É, eles pararam - comentou Caxias - Mas, vai ser difícil eles voltarem toda essa distância nadando. Eles estão lá do outro lado do lago. É bem longe.

—Nossa - disse Briana - Então, vamos buscar os dois. Soldado, a gente precisa fazer alguma coisa.

—Calma, soldado - disse Ema - O Luciano está com a Anne. E ele conhece bem essa região. Eles só precisam dar a volta no lago e conseguem voltar para cá.

—Vai ser uma volta um pouco longa - comentou o soldado.

—Relaxa. Eles têm um ao outro - comentou Ema com um risinho.

—Bom, se você está dizendo que não tem problema, quem sou eu para discordar, não é, senhorita Ema? - respondeu Caxias, sem esconder seu sorriso bobo de apaixonado - Agora, preciso voltar a assar a carne.

—Soldado, tu tá colocando o alface da salada na churrasqueira - apontou Carioca.

—Presta atenção na comida, soldado! - reclamou Cíntia.

—Você leva comida a sério mesmo, heim? - comentou Samanta.

“Não!”, pensava Luís com as mãos trêmulas. “O que eu fiz? Agora o Luciano vai fazer toda a caminhada de volta com a Anne. Só os dois. Sozinhos. Droga. O tiro saiu pela culatra! E o pior...se eles voltarem andando, terão que voltar pela trilha no meio das árvores. Sozinhos...dentro da floresta. Maldita Ema, você sabe muito bem disso, né?”

Sim, sabia. E Ema sorria de orelha a orelha internamente, enquanto sorria apenas levemente externamente.

E, de fato, Luciano e Anne finalmente chegaram na margem depois que a bola parou.

—Eu mato aquele Luís - disse Anne - Onde já se viu fazer um brinquedo perigoso desses?

—Luís só faz besteira - falou Luciano - Bom, vamos voltar logo, vai?

—Espera, vai nadando? - perguntou Anne - Olha a distância que a gente tá! Não vou aguentar nadar tudo isso, não.

—Você é uma fresca mesmo, heim? - disse ele - Tá, o jeito é ir andando. É só dar a volta pelo lago.

—Tá, então vamos.

—É, vamos - concordou Luciano.

Será que essa caminhada de volta será tranquila?


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Notas finais do capítulo

Só digo que essa caminhada vai ser interessante, heim? Kkk.

Aguardem o próximo capítulo (olha só, você nem vai precisar esperar uma semana inteira dessa vez).

Até! :)



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