Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 26
Até o fim


Notas iniciais do capítulo

E vamos com essa operação até o fim mesmo!

Boa leitura ;)



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—Muito bem, cidadão - dizia o delegado com uma expressão rigorosa em seu rosto - Vai me dizer que não sabe de nada mesmo?

—É, parece que ele não está a fim de colaborar, senhor delegado - comentou soldado Caxias.

—Vou perguntar mais uma vez: você viu um gato chamado Pistache por aí? - perguntou o delegado.

O cidadão em questão sendo barrado pelos policiais na verdade era um urso. Mais precisamente, Amadeu, o urso cidadão honorário de Vila Baunilha.

—Err...acho que ele não tem muito como colaborar - notou Roberta, a pobre garota que perdeu o gato.

—Calma, senhorita - disse o delegado - Vou repetir. Somos profissionais!

O pobre urso apenas olhava para os policiais.

—Desculpe por interrogar assim - disse o soldado Caxias - Mas você tem que concordar que é muito provável que um urso coma um gato.

—Comer? Que horror! - disse Roberta.

—Calma - disse Briana, que acompanhava todo o caso - Tenho certeza que o Amadeu nunca faria isso, né?

—Você não viu mesmo nenhum gato por aí, viu? - o delegado voltou a perguntar - Veja o retrato falado de novo!

O urso voltou a olhar o gato rabiscado no papel e apenas negou com a cabeça.

—Tudo bem, vamos deixar as coisas assim por enquanto. Vai, circulando, circulando - disse o delegado. Amadeu pegou sua sacola de compras e continuou em seu caminho de volta para o posto de saúde (se você não pode ir ao mercado, mande seu urso ajudante fazer as compras. Nada mais simples).

Os policiais ficaram pensativos. Encontrar o pobre Pistache estava sendo mais difícil do que parecia.

—Realmente, o caso do paradeiro de seu gato está complicado - disse o delegado, pensativo com a mão no queixo - Tem mais algum lugar que ele gosta de ir?

—Eu não sei - disse Roberta - Ele nunca sumiu antes. Sempre costuma ficar perto de casa.

—Vamos pensar, do que gatos gostam? - perguntou soldado Caxias.

—Gostam de perseguir bolas de lã - disse Briana.

—Bolas de lã? - estranhou Caxias.

—Bem, na cidade onde eu morava o gatinho da minha amiga gostava de correr atrás de uma bola de lã - explicou a garota.

—É isso! - disse o delegado - Vamos para o lugar em que com certeza há bolas de lã!

Briana e Roberta se entreolharam. Não demorou muito e o grupo da equipe de resgate estava sentado na mesa da casa de uma simpática velhinha comendo café e bolo de fubá.

—Isso não é bem o que eu estava pensando - disse Roberta.

—Aceitam mais um pouquinho de bolo? - disse a velhinha anfitriã.

—Obrigada, mas já estou satisfeita - disse Briana.

—Então, dona Chica - falou o delegado, entre um gole de café e uma mordida no bolo - Estamos atrás desse gato. É uma missão importante!

—Mas por que vocês acham que ele viria para cá? - perguntou dona Chica.

Essa era a pergunta que Roberta e Briana estavam se fazendo o tempo todo.

—Bem, a senhora estava tricotando um cachecol, não estava? - perguntou o delegado.

—Oh, sim, estava sim - confirmou ela.

—Então...soubemos que gatos gostam de perseguir bolas de lã. Se a senhora estava tricotando, então tinha uma bola de lã aqui. Achamos que há grandes chances do gato de nossa cidadã estar por perto - esclareceu o delegado.

—Não, não, delegado Fonseca - disse a velhinha - Faz um bom tempo que não vejo um gato por aqui. Acho que da última vez que vi, o bicho gritou tão alto que até fiquei admirada.

Ela riu.

—Dona Chica admirou-se do berro que o gato deu! - exclamou Briana sorrindo - Puxa vida! É real!

Aposto que você também pensou nisso, né?

—Gente, acho que o Pistache não está aqui. É melhor procurarmos em outro lugar - sugeriu Roberta.

—Vocês não querem um pãozinho de queijo? Já está saindo do forno - disse Dona Chica.

—Agradecemos, mas estamos com pressa - só que o delegado interrompeu Roberta antes que ela continuasse.

—Calma, minha jovem. Seria falta de respeito sairmos assim depois de constranger Dona Chica a colaborar com nossas investigações - explicou o delegado - Além disso, precisamos pensar em nosso próximo passo.

—E nada melhor do que pão de queijo para ajudar a pensar! - disse o soldado.

Roberta e Briana apenas se entreolharam e deram de ombros. Enfim, mais um tempo na casa da simpática senhora e nossa equipe de resgate voltou ao trabalho.

—E então? Qual será o nosso próximo passo? - perguntou o soldado.

—Achei que você tivesse pensado em alguma coisa, soldado Caxias - disse o delegado.

—Mas o senhor parecia estar com cara de que teve uma ideia - notou o soldado.

—Se eu tive um ideia? Bem…

As meninas olhavam para ele com alguma esperança.

—É claro que tive uma ideia...err...ali!

O delegado apontou para uma árvore. De fato, a folhagem estava se mexendo.

—É um movimento suspeito - disse o delegado - Talvez o gato esteja ali.

E lá foram eles conferir se era mesmo o caso. O delegado gritou logo que chegou na árvore.

—Muito bem. Desça daí agora mesmo! - disse a autoridade policial. De fato, algo de incomum apareceu ali, mas não era um gato.

—O...o que aconteceu? - disse um garoto com cara de que havia sofrido bastante.

—Um garoto? - estranhou Roberta.

Bem, já conhecemos esse rapaz pouco tempo atrás.

—Espera. Você não é o Gustavo? Achei que tinha saído de viagem! - reparou soldado Caxias.

—Gustavo? Ah, minha irmã me falou dele. É o namorado da amiga dela, a Kelly - disse Briana.

—Namorado? - Gustavo ruborizou ao ouvir isso - Bem, ainda não, mas...estou me esforçando para isso. Estou procurando um tipo raro de pássaro e comecei investigando todas as árvores da cidade.

—Pássaro? Estamos procurando um gato - disse o delegado - Viu algum por aí?

—Gato? Não, não vi, não - disse ele.

—Podemos ajudar a procurar o pássaro? - perguntou Briana.

—Não faz isso! - disse Roberta, logo depois falando baixinho no ouvido da garota - Eles podem querer ajudar nisso também…

Mas Gustavo não estava querendo ajuda.

—Obrigado, garota, mas...eu tenho que fazer isso sozinho ou meu teste não fará sentido - disse Gustavo, com o orgulho de um homem.

—Então, tá - disse Briana - Acho que vamos ter que procurar em outro lugar.

—Até mais, garoto - disse o delegado - Boa sorte na sua...missão ou seja lá o que for.

—Igualmente - disse Gustavo, acenando quando eles saíram de cena. É uma pena que ao acenar ele se desequilibrou e caiu da árvore - Ai...ainda bem que já estou acostumado com isso..ai, ai.

O sol já estava se pondo e o primeiro dia de buscas da operação Pistache não tinha sido muito bem-sucedido. A equipe decidiu que era hora de dar uma pausa na investigação. O grupo se dirigiu à casa de Roberta e concluiu que deveriam continuar as buscas no dia seguinte.

—Parece que o seu caso é realmente difícil, minha jovem - disse o delegado - Mas já está anoitecendo. Vamos procurar melhor amanhã.

—Eu entendo - disse Roberta.

Nisso, ela ouve um miado.

—Será que..ah, Pistache - disse ela.

O gatinho estava dentro dos muros da casa. Parece que, naquele meio tempo, o animal voltou sozinho para casa.

—Ah, então esse é o Pistache - disse Briana - Que fofo.

—Ora, então parece que nossa missão está cumprida - disse o delegado.

—Que emocionante - disse o soldado, realmente quase derramando uma lágrima.

—Sendo assim. Nosso trabalho aqui acabou. Boa noite, garota - disse o delegado.

—Venha, Briana. Vamos levá-la para casa - disse o soldado.

—Tá. Tchau, Roberta - Briana se despediu, mas Roberta parecia paralisada em ver o seu gato ali, aquele tempo todo - Puxa, ela ficou mesmo emocionada em rever o Pistache.

Claro que a  frustração de um dia inteiro perdido também colaborou com isso. Enfim, o dia termina com nossos dois amigos policiais voltando para o posto policial e encerrando o relatório da operação Pistache após longos trinta minutos de digitação do soldado.

—Mais um caso encerrado, delegado - disse o soldado.

—É isso aí. Isso merece uma comemoração - disse o delegado - Vamos tomar uma cerveja!

—Claro - disse o soldado alegre.

—Por sua conta, soldado - disse o delegado - Eu já paguei a última vez.

—C-Claro, senhor - disse o soldado não mais tão alegre.

Nada como saber que segurança de Vila Baunilha está em boas mãos!


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Notas finais do capítulo

O desfecho não era tão surpreendente assim (no capítulo anterior, alguns leitores já tinham sugerido esse final). Huahauha

Vamos ver que outra confusão temos reservada para a semana que vem. Até lá! :)



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