Vila Baunilha escrita por Metal_Will
Notas iniciais do capítulo
E vamos com essa operação até o fim mesmo!
Boa leitura ;)
—Muito bem, cidadão - dizia o delegado com uma expressão rigorosa em seu rosto - Vai me dizer que não sabe de nada mesmo?
—É, parece que ele não está a fim de colaborar, senhor delegado - comentou soldado Caxias.
—Vou perguntar mais uma vez: você viu um gato chamado Pistache por aí? - perguntou o delegado.
O cidadão em questão sendo barrado pelos policiais na verdade era um urso. Mais precisamente, Amadeu, o urso cidadão honorário de Vila Baunilha.
—Err...acho que ele não tem muito como colaborar - notou Roberta, a pobre garota que perdeu o gato.
—Calma, senhorita - disse o delegado - Vou repetir. Somos profissionais!
O pobre urso apenas olhava para os policiais.
—Desculpe por interrogar assim - disse o soldado Caxias - Mas você tem que concordar que é muito provável que um urso coma um gato.
—Comer? Que horror! - disse Roberta.
—Calma - disse Briana, que acompanhava todo o caso - Tenho certeza que o Amadeu nunca faria isso, né?
—Você não viu mesmo nenhum gato por aí, viu? - o delegado voltou a perguntar - Veja o retrato falado de novo!
O urso voltou a olhar o gato rabiscado no papel e apenas negou com a cabeça.
—Tudo bem, vamos deixar as coisas assim por enquanto. Vai, circulando, circulando - disse o delegado. Amadeu pegou sua sacola de compras e continuou em seu caminho de volta para o posto de saúde (se você não pode ir ao mercado, mande seu urso ajudante fazer as compras. Nada mais simples).
Os policiais ficaram pensativos. Encontrar o pobre Pistache estava sendo mais difícil do que parecia.
—Realmente, o caso do paradeiro de seu gato está complicado - disse o delegado, pensativo com a mão no queixo - Tem mais algum lugar que ele gosta de ir?
—Eu não sei - disse Roberta - Ele nunca sumiu antes. Sempre costuma ficar perto de casa.
—Vamos pensar, do que gatos gostam? - perguntou soldado Caxias.
—Gostam de perseguir bolas de lã - disse Briana.
—Bolas de lã? - estranhou Caxias.
—Bem, na cidade onde eu morava o gatinho da minha amiga gostava de correr atrás de uma bola de lã - explicou a garota.
—É isso! - disse o delegado - Vamos para o lugar em que com certeza há bolas de lã!
Briana e Roberta se entreolharam. Não demorou muito e o grupo da equipe de resgate estava sentado na mesa da casa de uma simpática velhinha comendo café e bolo de fubá.
—Isso não é bem o que eu estava pensando - disse Roberta.
—Aceitam mais um pouquinho de bolo? - disse a velhinha anfitriã.
—Obrigada, mas já estou satisfeita - disse Briana.
—Então, dona Chica - falou o delegado, entre um gole de café e uma mordida no bolo - Estamos atrás desse gato. É uma missão importante!
—Mas por que vocês acham que ele viria para cá? - perguntou dona Chica.
Essa era a pergunta que Roberta e Briana estavam se fazendo o tempo todo.
—Bem, a senhora estava tricotando um cachecol, não estava? - perguntou o delegado.
—Oh, sim, estava sim - confirmou ela.
—Então...soubemos que gatos gostam de perseguir bolas de lã. Se a senhora estava tricotando, então tinha uma bola de lã aqui. Achamos que há grandes chances do gato de nossa cidadã estar por perto - esclareceu o delegado.
—Não, não, delegado Fonseca - disse a velhinha - Faz um bom tempo que não vejo um gato por aqui. Acho que da última vez que vi, o bicho gritou tão alto que até fiquei admirada.
Ela riu.
—Dona Chica admirou-se do berro que o gato deu! - exclamou Briana sorrindo - Puxa vida! É real!
Aposto que você também pensou nisso, né?
—Gente, acho que o Pistache não está aqui. É melhor procurarmos em outro lugar - sugeriu Roberta.
—Vocês não querem um pãozinho de queijo? Já está saindo do forno - disse Dona Chica.
—Agradecemos, mas estamos com pressa - só que o delegado interrompeu Roberta antes que ela continuasse.
—Calma, minha jovem. Seria falta de respeito sairmos assim depois de constranger Dona Chica a colaborar com nossas investigações - explicou o delegado - Além disso, precisamos pensar em nosso próximo passo.
—E nada melhor do que pão de queijo para ajudar a pensar! - disse o soldado.
Roberta e Briana apenas se entreolharam e deram de ombros. Enfim, mais um tempo na casa da simpática senhora e nossa equipe de resgate voltou ao trabalho.
—E então? Qual será o nosso próximo passo? - perguntou o soldado.
—Achei que você tivesse pensado em alguma coisa, soldado Caxias - disse o delegado.
—Mas o senhor parecia estar com cara de que teve uma ideia - notou o soldado.
—Se eu tive um ideia? Bem…
As meninas olhavam para ele com alguma esperança.
—É claro que tive uma ideia...err...ali!
O delegado apontou para uma árvore. De fato, a folhagem estava se mexendo.
—É um movimento suspeito - disse o delegado - Talvez o gato esteja ali.
E lá foram eles conferir se era mesmo o caso. O delegado gritou logo que chegou na árvore.
—Muito bem. Desça daí agora mesmo! - disse a autoridade policial. De fato, algo de incomum apareceu ali, mas não era um gato.
—O...o que aconteceu? - disse um garoto com cara de que havia sofrido bastante.
—Um garoto? - estranhou Roberta.
Bem, já conhecemos esse rapaz pouco tempo atrás.
—Espera. Você não é o Gustavo? Achei que tinha saído de viagem! - reparou soldado Caxias.
—Gustavo? Ah, minha irmã me falou dele. É o namorado da amiga dela, a Kelly - disse Briana.
—Namorado? - Gustavo ruborizou ao ouvir isso - Bem, ainda não, mas...estou me esforçando para isso. Estou procurando um tipo raro de pássaro e comecei investigando todas as árvores da cidade.
—Pássaro? Estamos procurando um gato - disse o delegado - Viu algum por aí?
—Gato? Não, não vi, não - disse ele.
—Podemos ajudar a procurar o pássaro? - perguntou Briana.
—Não faz isso! - disse Roberta, logo depois falando baixinho no ouvido da garota - Eles podem querer ajudar nisso também…
Mas Gustavo não estava querendo ajuda.
—Obrigado, garota, mas...eu tenho que fazer isso sozinho ou meu teste não fará sentido - disse Gustavo, com o orgulho de um homem.
—Então, tá - disse Briana - Acho que vamos ter que procurar em outro lugar.
—Até mais, garoto - disse o delegado - Boa sorte na sua...missão ou seja lá o que for.
—Igualmente - disse Gustavo, acenando quando eles saíram de cena. É uma pena que ao acenar ele se desequilibrou e caiu da árvore - Ai...ainda bem que já estou acostumado com isso..ai, ai.
O sol já estava se pondo e o primeiro dia de buscas da operação Pistache não tinha sido muito bem-sucedido. A equipe decidiu que era hora de dar uma pausa na investigação. O grupo se dirigiu à casa de Roberta e concluiu que deveriam continuar as buscas no dia seguinte.
—Parece que o seu caso é realmente difícil, minha jovem - disse o delegado - Mas já está anoitecendo. Vamos procurar melhor amanhã.
—Eu entendo - disse Roberta.
Nisso, ela ouve um miado.
—Será que..ah, Pistache - disse ela.
O gatinho estava dentro dos muros da casa. Parece que, naquele meio tempo, o animal voltou sozinho para casa.
—Ah, então esse é o Pistache - disse Briana - Que fofo.
—Ora, então parece que nossa missão está cumprida - disse o delegado.
—Que emocionante - disse o soldado, realmente quase derramando uma lágrima.
—Sendo assim. Nosso trabalho aqui acabou. Boa noite, garota - disse o delegado.
—Venha, Briana. Vamos levá-la para casa - disse o soldado.
—Tá. Tchau, Roberta - Briana se despediu, mas Roberta parecia paralisada em ver o seu gato ali, aquele tempo todo - Puxa, ela ficou mesmo emocionada em rever o Pistache.
Claro que a frustração de um dia inteiro perdido também colaborou com isso. Enfim, o dia termina com nossos dois amigos policiais voltando para o posto policial e encerrando o relatório da operação Pistache após longos trinta minutos de digitação do soldado.
—Mais um caso encerrado, delegado - disse o soldado.
—É isso aí. Isso merece uma comemoração - disse o delegado - Vamos tomar uma cerveja!
—Claro - disse o soldado alegre.
—Por sua conta, soldado - disse o delegado - Eu já paguei a última vez.
—C-Claro, senhor - disse o soldado não mais tão alegre.
Nada como saber que segurança de Vila Baunilha está em boas mãos!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O desfecho não era tão surpreendente assim (no capítulo anterior, alguns leitores já tinham sugerido esse final). Huahauha
Vamos ver que outra confusão temos reservada para a semana que vem. Até lá! :)