Como Adestrar Seu Namorado escrita por Cloto


Capítulo 1
Como Adestrar Seu Namorado


Notas iniciais do capítulo

Pequena One Short de Dake com uma namorada.



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Era uma vez uma garota passeando tranquila e feliz em uma praia aproveitando as férias escolares.

Essa garota sou eu, Ariella Chevalier.

E foi nesse dia que conheci Dakota, que todos já chamavam de Dake.

No começo não fui muito com a cara dele, tenho que confessar. Mas com o tempo e insistência da parte dele acabei me apaixonando por Dake e nós nos tornamos namorados.

Mas Dake tinha um problema. Ele fazia a linha de surfista mulherengo e isso começou a dar alguns pequenos rachados no nosso relacionamento.

Então tive que agir. Eu o adestrei.

Como? Bem, comecei de forma bem simples.

 

1- Dê liberdade para ele.

Mas Ariella como assim? Dar liberdade para um galinha?

Sim, eu dei liberdade para o Dake mas calma que vou explicar como isso funcionava.

Ele queria ir surfar? Pode ir. Ele queria ir jogar um pouco de futebol com os amigos? Pode ir? Queria sumir por dias sem dar satisfação? Que seja ué.

Mas que ele se lembrasse da lição número dois.

 

2- Eu tenho vida própria.

Ainda me lembro do primeiro final de semana que ele sumiu e não mandou nenhuma mensagem.

Primeiro e último.

Ele voltou na segunda e saiu para beber com uns amigos. Tudo isso sem falar nada.

Só que um dos amiguinhos dele me avisou por Wattsap e eu pus meu plano em prática.

Chamei meus cinco amigos mais gatos, que atendem pelos nomes de Castiel, Nathaniel, Armin, Lys e Kentin para beber no bar em frente ao que ele estava.

Quando me viu, ficou chocado e veio bem bravo falar comigo.

—Ariella, o que é isso?

—Isso o que? Sair com meus amigos? Sendo que o meu suposto namorado sai com os dele?

—Olha Ari, eu sei que devia ter te ligado mas...

—Mas nada Dake. Volta lá com seus amigos, que eu vou beber com os meus.

Castiel deu uma risadinha sacana.

—Vamos cuidar muito bem da Ariella, loirinho. Ah, e toma cuidado projeto de Baywatch, quem não dá assistência perde a preferência e abre espaço para a concorrência. Sumir e deixar a namorada chupando dedo sem notícias suas é o cúmulo da síndrome de corno.

Dake ficou vermelho de raiva e resolvi interferir antes que ele pulasse em cima do Castiel.

—Dake vai, por favor, hoje não quero papo contigo e talvez nem queira por esses dias.

Ele se foi de cabeça baixa e triste.

—Mal sabia ele que Ari é malvada quando quer.- riu Kentin.

—Ari é ardilosa.

Ri com a frase de Armin, mas o Lysandre me defendeu.

—Ari é um amor de pessoa.

—Mas sabe ser ruim.- completou Nathaniel.

—Sua irmã que o diga. -respondi com um sorriso me lembrando do dia que conheci Dakota.

—Hein?

—Lembra daquela vez que nos encontramos na praia e sua irmã encheu o saco? E que ela logo ficou empolada com relação alérgica?

—Espera... Foi você?

—O sorvete tinha amendoim. Você me disse que ela tinha alergia naquela vez que pixei o armário dela.

—Você pixou o armário da Ambre?- Kentin começou a rir. -E depois a envenenou com sorvete de amendoim? Ariella, você é demais!

—Esse loiro aguado vai sofrer nas mãos da nossa Ari.- disse Castiel erguendo um copo em sinal de sua aprovação para mim.

Não que eu seja má ou rebelde. Mas algumas vezes tenho que podar as pessoas que pensam que podem me fazer de boba.

Foi assim com a Ambre no colégio. Fui assim com o meu primo, Viktor, que me traiu com aquela tal de Severina.

Sim eu namorei aquele traste mas a vida segue e agora eles tem que se aguentar por causa do filho que nasceu dessa traição.

Eu podei o Viktor o cortando da minha vida.

Nunca mais nos vimos, só sei que ele vive bem infeliz.

Mas bem, voltando a história, dei gelo no Dake até sexta-feira, e conversei bem francamente com ele.

Deixei claro que o que ele aprontou nesse fim de semana eu pude ter aprontado também. Que se ele fizesse isso de novo seria o fim. E acrescentei que ele não era o último homem do planeta.

Dake percebeu pelo meu olhar que eu falava muito, mas muito sério. E que se vacilasse desse jeito de novo era melhor não me procurar mais.

Nunca mais desapareceu sem avisar 

 

3- Cuidado onde olha.

Você não odeia quando está andando com seu crush e passa uma mulher por vocês dois que o faz virar o pescoço como a garota do Exorcista?

Eu odeio. É uma atitude muito desrespeitosa com a gente. Olhar é uma coisa, mas olhar de uma forma tão indiscreta é falta de respeito com a gente e com essa mulher, é desconfortável.

Mas eu também ensinei uma pequena lição para ele.

Quando passava um homem bonito eu parava é olhava até ele sumir do meu campo de visão.

Olhava principalmente para o traseiro e soltava um comentário ou um xaveco, alguns até riram, e teve até um que piscou para mim, causando raiva no Dake.

O olhei vitoriosa. Senti que a lição número 3 foi bem aprendida.

Dake nunca mais fez isso perto de mim.

 

4-Todos tem passado.

Um belo dia percebi que Dake estava de muita conversa com uma ex ficante dele, a Letty.

Dias depois a oportunidade de revanche apareceu através de Dajan, meu ex namorado que jogava basquete.

Ele até me convidou para ir a um jogo dele.

—Você realmente vai Ariella?

— Sim, seria uma desfeita com o Dajan.

Ele bugou mas não disse nada, e acabou indo comigo assistir ao jogo, não querendo me deixar sozinha com ele. E cortou o papo com a tal de Letty quando a menina apareceu de novo. 

Olha como aprende rapidinho.

 

5-Ou aprende, ou cai fora.

Depois de tudo isso, Dake entrou em uma crise existencial. Afinal, saía menos com os amigos, não bebia tanto, e futebol era bem raro.

Mas é aí que entra a liberdade dada na minha primeira lição. Eu nunca o impedi de nada, se ele não fazia mais o que fazia era por escolha dele, eu nunca o proibi ou coisa parecida. 

Dake se questionou se valia a pena largar a vida de solteiro definitivamente.

E eu deixei claro, não o impediria de ir embora ou obrigaria ele a ficar, mas que soubesse, se fosse nunca poderia voltar.

Esse ultimato foi a cartada final.

Por incrível que pareça, ele fez uma surpresa e chamou os nossos amigos para uma festa, em que me pediu em casamento.

Pelo jeito, ele achou que eu valia a pena.

Nos casamos no ano seguinte e depois de cinco anos tivemos nossa pequena Luna.

Era até irreal ver aquele que um dia foi um dos caras mais mulherengos do planeta ser um bom marido e pai de família.

E tudo isso graças a uma coisa. Sempre tentei respeitar meu amor próprio. Se Dake não mudasse seria cortado da minha vida, mas fico feliz em dizer que ele abriu os olhos e enxergou que uma vida comigo podia ser mais feliz que uma vida de solteiro.

Cada um de nós pode evoluir e mudar, ele é prova disso.

Olhe para ele agora, com um sorriso bobo para a Luna, que está em seu colo.

—Pensando em que amor?

—Em nós. Em como foi até aqui.

—Pois é, que diferença do meu eu de antes. Nunca pensei que seria um homem de família e olha só para mim. Sabe Ariella, fico feliz por você não ter desistido de mim e me dar aquelas lições na época. Se não nem sei como estaria.

Sorri para ele e para minha filha.

É, fico feliz por ter adestrado meu namorado.


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