Dear Mr. Potter escrita por JubsFeh


Capítulo 24
Capítulo Vinte e Três: Passeio Cultural?


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo até que é fofinho. Como eu escrevi essa história com 15/16 anos, ainda tinha aqueles resquícios de romance clichê. Até agora foi o capítulo que eu menos mexi com a revisão que estou fazendo, então têm muitos traços do meu eu de muitos anos atrás.
O que eu posso dizer é: aproveitem em quanto dure...

Espero que gostem e BOA LEITURA!



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—Elas não estão demorando muito? _James batia os pés impaciente na sala enquanto esperava as garotas chegarem. Já era dia 28 e as meninas haviam dito que chegariam um pouco depois do almoço, mas já estava quase escurecendo. 

—Relaxa, Pontas _Sirius estava jogado no sofá enquanto prestava atenção em um filme que passava. Depois de muito tempo pedindo, os pais de James aceitaram ter uma televisão trouxa para assistir filmes._ São mulheres. Não costumam ser pontuais. 

—Escute seu irmão, James _Fleamont apareceu também se jogando em um dos sofás._ Sua mãe se atrasou duas horas para o nosso casamento. Isso é normal. 

—Eu estou ouvindo tudo o que vocês estão falando, seus idiotas _Euphemia gritou da cozinha e atirou um sapato, que quase acertou a cabeça do marido. 

James e Sirius gargalharam e receberam uma bronca de seu pai. Pararam quando ouviram o soar de uma buzina. James se levantou depressa e correu até a porta, depois sua mãe e seu pai. Euphemia não conseguia esconder a ansiedade em conhecer as garotas, o que causava certo desconforto em Sirius. 

O moreno de óculos abriu a porta e se deparou com um clássico americano estacionado e duas belas jovens saindo do carro. 

—Finalmente! _Gritou James se aproximando das duas. 

—Não seja escandaloso, quatro olhos _brigou Frida indo até a traseira do carro e abrindo o porta-malas._ Seja útil e me ajude aqui. 

—Está indo algum show na cidade e não nos avisou? Fico me perguntando se você não sente frio em nenhum momento _Perguntou o rapaz quando pegou duas malas. 

—Minha mãe escolheu minha roupa _respondeu a loira._ Então tive que me trocar no meio do caminho para cá. E não, não sinto. Meu coração é puro gelo, estou acostumada com o frio da alma. 

—Nossa _exclamou James confuso._ Que profundo, eu acho. 

Recebeu um tapa no braço vindo de Frida e ela gargalhou com a expressão no rosto do amigo. 

—Cadê o Sirius que não está aqui para ajudar? _Reclamou Lily pegando uma mala._ O cavalheirismo morreu? 

—Deixa que eu ajude vocês, meninas _Fleamont e se aproximou e pegou a mala da mão da ruiva. 

—Muito obrigada senhor _ela agradeceu um pouco desconfortável. Era estranho para ela estar na presença dos pais do quase namorado. 

—Senhor? Só Flea está bom _ele disse ao entrar em casa com as malas._ Levanta essa bunda daí, Black! Mostre seus modos e ajude as moças. Sua mãe vai fazer um escândalo reclamando da educação que ela te deu e você não usa. 

O rapaz de olhos cinzentos reclamou, porém se levantou e saiu, indo até o carro e encontrando Frida. 

—Olá, gracinha _ele cumprimentou pegando a última mala. A loira fechou o porta-malas e trancou o carro, seguindo para a casa. 

—Você não é nenhum pouco receptivo com convidados, Black _a loira comentou e entrou na casa. 

As malas foram postas na sala e logo Fleamont e Euphemia estava a postos para receber as meninas. 

—Olá, queridas _Euphemia sorriu para as duas._ Eu sou Euphemia, mãe dos meninos e fico muito feliz em recebê-las em minha casa. 

—Muito obrigada, senhora Potter _agradeceu Lily._ Eu sou Lily e essa é Frida. 

Frida acenou e sorriu. Diferente de Lily, Frida sabia controlar mais suas expressões na frente de estranhos. 

—Que orgulho ver meu filho namorando uma ruiva. Honrando a tradição da família _comentou Fleamont e Lily ficou vermelha de vergonha. Frida colocou a mão na boca para abafar o riso e Sirius gargalhou ao fundo, voltando a se sentar na sala._ Nós Potter sempre tivemos bom gosto. 

—As duas são lindas _Euphemia deu uma cotovelada no marido para não ignorar a loira._ São nascidas trouxas, não é? Meus avôs eram nascidos trouxas e sempre foram pessoas muito simpáticas. 

—Não, só eu que sou _Lily passou um dos braços em torno dos ombros da loira._ Frida é uma Malfoy. 

Euphemia quase se engasgou e seu marido sorriu forçado tentando se desculpar com a loira. James passou por elas e deu uma piscadela para as duas. Naquele instante Frida realmente se sentou desconfortável e não conseguiu controlar a expressão facial. 

—Desculpe querida _a ruiva mais velha se recuperou._ Não esperava alguém tão nobre aqui em casa. Estou bem vestida? 

—Não se preocupe com isso _Frida riu e analisou as próprias roupas._ Minha mãe queria que eu causasse uma boa impressão “representando a família”. Troquei de roupas no caminho para cá. 

A loira esta usando um vestido solto com estampa de onça e uma jaqueta preta, além de coturnos e meias até a metade da panturrilha. Usava os típicos anéis em vários dedos, a varinha estava na meia e não usava maquiagem, apenas os típicos lábios vermelhos naturalmente. Só naquele momento a jovem percebeu que deveria parecer uma stripper para os pais do Potter. Praguejou mentalmente. 

—Sendo assim, está tudo bem _a ruiva mais velha sorriu para elas._ Acomodem elas nos quartos meninos. Principalmente você, Sirius. Está muito mal educado. 

Ele revirou os olhos e foi até as malas das meninas, acompanhado por James. Começaram a levar as malas das garotas para cima, sendo seguidos por elas e as levando para os quartos que ficariam 

—Acha que Sirius esteja apaixonado por essa Malfoy? _Euphemia perguntou baixo para seu marido quando os filhos sumiram de vista na escada. 

—Não sei, meu amor _admitiu Fleamont._ Ele não costuma ser tão egocêntrico como foi hoje. Talvez esteja e não queira demonstrar. Ou talvez nem se importe de verdade. Talvez eles não sejam próximos. 

—Mas e a cena que presenciamos na estação? 

—Não sei, meu amor _respondeu o patriarca da família Potter. 

—Não quero que meus meninos fiquem sozinhos _a ruiva admitiu. 

—Eles são jovens. Não irão ficar. E até que a loirinha combina com ele. Aparenta ter o mesmo jeito punk. Talvez só assim alguém consiga controlar Sirius. 

  

No andar de cima as meninas não ficaram no mesmo corredor. De acordo com os rapazes, alguns quartos já estavam prontos para outras pessoas que ficariam ali. James levou Lily para o corredor oposto ao de Frida e Sirius levou as malas para o quarto onde a jovem ficaria. 

O quarto era amplo e alegre. Paredes azuis turquesa, cama com lençóis lilás, almofadas brancas e longas cortinas amarelas. Tinham várias prateleiras brancas e um guarda roupas da mesma cor. Uma grande janela de vidro grande e criados mudos de madeira clara. Em uma das paredes havia uma porta que provavelmente levava para um banheiro. 

—Que quarto alegre _Frida comentou ao deixar as malas encostadas na cama._ É tão cheio de vida. 

Caminhou até a janela e a abriu, sentindo o frio invadir o quarto e tocar sua pele. Suspirou ao ver a chuva cair e fechou os olhos com a brisa gelada e o cheiro de terra. Logo sentiu as mãos de Sirius enlaçarem sua cintura e ele enterrar a cabeça na curvatura de seu pescoço. 

—O que está fazendo? _Ela perguntou sem abrir os olhos. 

—Abraçando você _ele simplesmente respondeu, apertando mais ainda o corpo da loira contra o seu. 

—Nós... 

—Eu sei _ele a interrompeu._ Só fique quieta. Já sei todo o seu repertório. 

Ela assentiu pela primeira vez concordando com o rapaz e enlaçou as mãos nos braços dele, que estavam em torno da barriga dela. 

—Isso é saudades? _Ela perguntou sorrindo. 

—Não muita, não sou esse tipo de pessoa _ele respondeu._ Só receio. 

—Receio? _Ela finalmente se virou após se afastar dele e encarou o rapaz. A loira encostou-se à janela e ele colocou as mãos de cada lado do corpo dela, as apoiando na janela._ O que quer dizer com receio? 

—Vai que você acha outro cara bonitão por aí e me troca _ele deu de ombros._ Tenho um ego frágil, gracinha. 

—Você é tão estranho, Black _ela comentou se desvencilhando dos braços do rapaz e saindo da janela, jogando-se na cama. “Que idiota” ela pensou após o comentário sem cabimento dele. 

—Você gosta de mim assim _ele apenas deu de ombros e se jogou ao lado dela. Ambos ficaram olhando para o teto por alguns instantes._ Os pais de James acham que estamos tendo algo. 

—Eu acho que eles devem ter pensando que eu seja uma stripper ou uma groupie pelo jeito que estou vestida _Frey indagou suspirando. 

—Talvez um pouco _Sirius sorriu torto. 

—A minha mãe quer que eu me case logo _a loira comentou. 

—Meus pais não querem me ver nem pintado de ouro. Principalmente minha mãe. 

—Meu pai quer que eu seja uma dona de casa elegante como todas as bruxas de sangue-puro, porém eu queria escrever. 

—A mãe de James quer que eu lhe dê netos _ele continuou. 

—Eu queria conhecer o mundo. 

—Eu só queria não ter preocupações. 

—Você já não tem preocupações, Sirius _ela comentou se virando de lado, apoiando a cabeça na mão e fitando o rosto do moreno. 

—Mas queria não dar expectativas para ninguém _ele disse fazendo o mesmo que ela. Ele acariciou o rosto de Frida e suspirou pesadamente._ Se as pessoas fossem mais como você eu não teria esse problema. 

—Mais como eu? _Ela perguntou arqueando uma sobrancelha. 

—Não esperar mais do que eu sou de mim _ele comentou voltando a se deitar de barriga para cima._ Não quero dever nada pra ninguém. 

Frida apoiou a cabeça na barriga do rapaz e começou a olhar para o teto, divagando. Sua mente sempre voltando para as palavras ditas a ela na clareira. Havia prometido que não deixaria aquilo interferir na sua vida, pois era boa e ninguém poderia dizer como seria a sua vida exceto ela. Estava se controlando para não cobrar a ninguém. Mas sua vontade era de compartilhar o que havia conhecido com o Black. 

—Quer dar uma volta? _Ele perguntou quebrando o silêncio. 

—Agora? Já está escuro. 

—E o que é que tem? _Ele perguntou. 

—Acabei de dirigir por horas e ainda nem tomei um banho _ela se sentou na cama e o fitou._ Estou exausta. Fica para amanhã ou depois. Estou cansada e você não fez nada o dia inteiro. 

—Agora deu para me ofender? _Sirius perguntou com falsa indignação. 

—Vá se ferrar, Black _a loira começou a tirar suas botas e colocar ao lado da cama. 

—Mal chegou e já está tirando as roupas para se atirar em mim? _O rapaz perguntou travesso se sentando. 

A loira olhou para o rapaz séria e se levantou. Desferiu um tapa no braço do rapaz e começou a puxar o mesmo. 

—Saia do meu quarto _ela não tinha sucesso tentando tirar ele dá cama._ Anda Black! 

Ele apenas gargalhava alto com a falha tentativa da loira. 

—Se você não sair agora vou descer aquelas escadas e dizer para o senhor e a senhora Potter que estamos noivos e que eu estou esperando um filho seu _ela ameaçou e no mesmo instante o rapaz se levantou e se dirigiu a porta. Ele saiu e a garota parou na porta._ Boa conversa. 

Frida bateu a porta na cara do rapaz e se dirigiu as suas malas para escolher uma roupa para vestir após o banho. Essas idas e vindas entre os dois a cansava. 

  

A loira desceu as escadas após ser chamada por Lily para assistir um filme com a família do Potter. Havia vestido uma blusa marrom três números maiores que o seu da banda Ramones, um short de algodão azul e sapatilhas pretas. Apesar de estar frio, Frida não se importava tanto por já estar acostumada. Todos até estranhavam sua capacidade estranha de suportar o frio. 

Encontrou os pais de James quase dormindo em um sofá, tentando prestar atenção no filme. No sofá do lado, Lily e James estavam sentados e Sirius deitado em outro, de frente para os dos pais. Os sofás formavam um U.  

Ela se aproximou e o moreno de olhos cinzentos se sentou, dando espaço para ela se sentar. Assim que ela o fez ele novamente se deitou, agora com a cabeça apoiada no colo dela. 

—Que filme é esse? _Ela perguntou baixo para não atrapalhar os outros. 
—O Poderoso Chefão _o moreno respondeu sem tirar os olhos da televisão. 

Ela encostou então no sofá e começou a prestar atenção no filme. Em pouco menos de meia hora o filme se encerrou e se iniciou outro, Star Wars. Frida começou a prestar atenção, pois era um dos poucos filmes que havia assistido e gostava. 

Depois de um tempo todos na sala estavam dormindo exceto ela e o rapaz deitado em seu colo. Ele se sentou no sofá e passou um dos braços sobre os ombros dela, puxando-a para perto. 

—Já assistiu esse? _Ele perguntou ao pé do ouvido dela, a bochecha apoiada em sua cabeça. 

—Já sim _ela respondeu aconchegando o rosto na curvatura do pescoço dele._ Assisti esse com a Lily quando fui para casa dela. 

—Conhece o mundo trouxa? _Ele perguntou afagando o ombro dela e deixando um beijo no topo da cabeça da loira. 

—Não muito _ela respondeu ainda com os olhos na TV._ Só o suficiente para uma Malfoy. Minha família não me deixaria ir tão longe. A não ser quando eu conseguia escapar. 

—Amanhã vamos à cidade então _ele propôs para a loira que o encarou ainda com o rosto apoiado no ombro. Ele a olhou de cima e sorriu de canto. 

—Certeza? _Frida voltou os olhos para a TV e sentiu-o assentir com a cabeça. _ Está bem então. Se você está dizendo. 

Eles então permaneceram em silêncio assistindo o filme. No sofá em frente Euphemia espiava os dois fingindo dormir. Tentava segurar o sorriso em ver o "filho mais velho" sendo carinhoso com uma garota. Estava feliz por ver os filhos acompanhados e estando aparentemente felizes. Queria os dois radiantes e apaixonados como foi um dia pelo pai deles, pois sabia que aquilo sim valia à pena. 

  

—Anda, gracinha _Sirius esperava impaciente na cama da garota._ Está quase meia hora nesse banheiro. Quero sair logo, antes que meus pais voltem. 

A loira saiu do banheiro revirando os olhos e indo pegar um casaco que estava dentro do guarda roupas. Vestiu um casaco de pele preto por cima do vestido vermelho justo que ia até um palmo abaixo do quadril e saltos pretos de couro. Estava com batom vinho escuro na boca e sombra vinho e preta nos olhos, marcando bem seu olhar esverdeado. Cruzou os braços olhando para o rapaz arqueando uma sobrancelha. 

—Vamos? _Ela perguntou irritada. O rapaz levantou e abriu a porta, dando passagem para a loira, que saiu fuzilando o rapaz com o olhar. 

Saíram da casa e Frida foi direto para seu carro, que estava coberto com pouco gelo graças a chuva da noite anterior e o frio da manhã. Quando iria abrir a porta o rapaz tirou a chave das mãos dela e seguiu por outro lado. 

—Vamos andando? _Ela perguntou praguejando por ter escolhido saltos. 

—Não, vamos de motocicleta _ele respondeu andando até o lado da casa. 

—Não vamos avisar para o James e Lily que estamos saindo? 

—Pra quê? _Ele perguntou subindo na motocicleta e ela deu de ombros._ Venha, sobe. 

Ele colocou o capacete e entregou um extra para ela. Frida colocou então o capacete e subiu na moto, abraçando a cintura de Sirius. Ignorou o fato de que estava de vestido. Ele deu a partida e saíram, deixando a mansão dos Potter para trás. 

Frida admirava a paisagem do lugar, as poucas árvores passando, as casas bonitas e algumas pessoas vivendo suas vidas pacatas. As pessoas passando pelas ruas andando casualmente, sem se importar com o frio ou o que estava ao redor. A loira achava linda a vida comum. Apoiou o queixo no ombro do rapaz e apertou mais os braços enlaçados nele. Sorria olhando as ruas passando. 

Sirius olhou de canto de olho a garota seguindo as pessoas com o olhar e sorriu. Pelo o que ele já havia reparado, ela gostava de coisas simples, diferente do restante da família. E isso era o que ele mais gostava nela. 

Depois de cinco minutos chegaram ao centro da cidade de Oxford. Era uma cidade linda e bem industrializada, com muitos prédios novos e várias partes históricas, o que dava charme para a cidade. Estacionaram a moto próxima a um parque e desceram. 

—Onde vamos? _Perguntou Frey ao entregar o capacete para o rapaz. 

—Em um pub _ele respondeu descendo da moto. 

—Trouxe-me até a cidade para tomar umas cervejas? _Frida perguntou assim que ele passou o braço nos ombros dela e começou a guiá-la. 

—Cervejas trouxas _ele respondeu colocando a mão livre no bolso e caminhando com ela. 

Quem visse a cena iria imaginar que era apenas mais um casal passeando pelas ruas da cidade universitária, algo que eles não admitiam ser. De acordo com os dois, aquilo não passava de um passeio cultural pela cidade entre dois amigos. 

Era o segundo dia dela na casa dos Potter e já havia tido pequenas discussões com o rapaz ao seu lado nos dois dias. Nada tão relevante, já que em menos de 20 minutos depois eles já voltavam ao normal deles. O mais estranho era como eles agiam indiferente na presença da família ou qualquer coisa, mas não assumiam que estavam juntos ou quase isso. 

—James e Lily não irão notar a nossa ausência? _A loira perguntou ao chegarem a uma rua ladrilhada com várias pessoas. 

—Devem estar fazendo coisas mais interessantes do que prestar atenção em onde nós estamos _ele comentou travesso e a garota o repreendeu._ Chegamos, gracinha. 

Pararam em frentes a um Pub que parecia ser frequentado pelos universitários da cidade. Entraram e perceberam que era um lugar bastante aconchegante. 

Tinha mesas altas para casais, com duas cadeiras, um bar com um balcão de bebidas com alguns bancos em frente, mesas encostadas nas janelas com mais lugares para grupos de pessoas maiores e alguns pufes mais afastados. 

O chão era de madeira e as paredes tinham uma cor champanhe cobertas de quadros e pôsteres. A iluminação era amarelada, mas deixava o ambiente com um ar mais cult. Sirius guiou Frida até uma das mesas altas perto do balcão. Puxou o banco para a loira se sentar, o que ela fez e depois ele se sentou em frente a ela. 

—Gostei daqui _ela comentou reparando em volta, notando as pessoas a mais no lugar._ Vem sempre aqui? 

—Às vezes _ele deu de ombros e pegou um pequeno cardápio que estava na mesa. 

—Boa tarde _um garçom disse se aproximando da mesa dos dois com um bloco de papel._ Já querem pedir? 

—Eu não sei o que pedir _Frey admitiu olhando para Sirius._ Você pede? 

—Duas cervejas pretas por enquanto, por favor _ele pediu e entregou o cardápio para o garçom que fitava Frida. Sirius pigarreou e o garçom pegou o cardápio e saiu. Frida encarava o rapaz de braços cruzados sorrindo, com as sobrancelhas arqueadas. O moreno a encarou confuso. 

—O que foi isso? _Ela perguntou se referindo a pequena crise de ciúmes que o rapaz havia dado. Não era a primeira vez que isso acontecia, mas mesmo assim Frida ainda achava graça. 

—Não sei do que você está falando _ele se fez de desentendido e olhou para o outro lado, fazendo a garota rir._ Não ria. 

E ela apenas riu mais ainda, fazendo o moreno revirar os olhos, porém não conseguiu esconder o sorriso. 

Sirius estava muito bonito aos olhos da garota. A barba estava por fazer, deixando com um ar mais velho e charmoso, o cabelo estava um pouco mais curto e bem penteado, mas ainda com seu estilo bad boy. Usava uma típica blusa de banda preta do Judas Priest, jeans azul escuro surrada, All–star vermelho e jaqueta de couro preto. Estava com um relógio no pulso esquerdo e um colar de prata com um pequeno crucifixo. 

—Não sabia que acreditava em Deus _ela em uma observação. 

—Minha mãe não acreditava _ele comentou olhando para as mãos._ Era uma das maneiras que eu encontrei de irritar ela quando menor. Não sei se acredito realmente. Brigávamos demais. Enfim... Está bonita. 

Logo o garçom que os atendeu trouxe dois grandes copos de chopp com cerveja preta. A loira agradeceu quando o rapaz saiu. 

—Isso é bom? _Ela perguntou pegando o copo e o analisando. 

—Saúde _Sirius ergueu o copo e ela fez o mesmo. Brindaram e ele virou o copo. Ela receosa seguiu o gesto do rapaz. 

—Não acredito _ela disse após baixar o copo._ Isso é muito bom! Como passei tanto tempo sem provar isso? 

O garoto riu e se levantou indo até o balcão, pedindo uma porção de fritas com queijo e voltando para a mesa. 

Ele voltou a bebericar a cerveja enquanto a loira ainda admirava sua cerveja. Sirius sorriu. 

—Você parece uma criança quando conhece algo novo _ele comentou e ela o encarou ainda sorrindo. Levantou-se apoiando na mesa e beijou o rapaz por cima dela. 

—Obrigada _ela disse voltando para o seu lugar._ Por me trazer aqui. 

Logo o garçom trouxe o que Sirius havia pedido e copos de whisky. 

—Está o juntos há muito tempo? _O garçom perguntou entregando os copos e recolhendo os das cervejas vazias. Não parecia ser muito mais velhos que qualquer um dos dois ali. Deveria ser um universitário tentando se sustentar. 

—Dez anos _respondeu Sirius ainda não muito feliz pelo mesmo garçom olhar descaradamente para Frida alguns minutos antes. 

—Dois filhos _Frida completou encarando o moreno após entender o que ele estava fazendo. Já que ele estava brincando com o rapaz, porque não fazer o mesmo? 

—Charles e Becky _ele citou dois nomes aleatórios. 

—Estamos nos divorciando. 

—Estamos aqui para discutir os termos do divórcio _ele olhou para o rapaz que estava que estava com a expressão confusa. 

—Eu vou ficar com as crianças _ela declarou bebendo o whisky que o garçom havia entregado. 

—E eu com nosso cachorro, Spyker _ele disse ainda encarando o garçom, agora com os braços cruzados. 

—Nós não decidimos isso ainda _Frida se fingiu de indignada. 

—Você sabe que o Spyker nunca gostou de você _ele esbravejou com a loira. 

E então os dois iniciaram uma falsa discussão, o que fez o garçom se afasta relutante. Quando ele já estava longe os dois começaram a rir como duas crianças. 

Passaram a tarde jogando conversa fora no Pub. Saíram já com a noite se aproximando e com o céu escurecendo. 

Estava menos úmido quando  caminhavam pela cidade. Frida estava animada devido ao álcool e caminhava alegre em frente a Sirius, levando alguma bebida em mãos. Ela se virou para o rapaz que caminhava com as mãos no bolso e um cigarro na boca. Aproximou-se do moreno e pegou a mão do mesmo, passando o braço dele sobre os seus ombros e passou o ela na cintura dele. 

—E aquela história de não se importar, não sair ou qualquer coisa? _Ele perguntou soltando fumaça entre os lábios. 

—Você quebrou todas as regras primeiro _ela disse sorrindo abraçando o garoto. 

Talvez ela não tivesse feito aquilo se não estivesse com álcool no sangue. Afinal, Frida nunca dava o braço a torcer ou se envolvia com alguém. Todas as vezes que fizeram fora sem pensar, um ato que nem ela mesma havia medido antes de fazer. Mas não pensava direito no que estava fazendo. Poderia odiar aquilo depois ou amar. Mas não tinha como saber ainda. 

—Talvez _ele disse sorrindo e beijando a garota. 


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Notas finais do capítulo

Espero que esse """clichê""" encha o coraçãozinho de vocês de fofura e que isso faça com que comentem para deixar a autora feliz!

Até semana que vem!



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