Starling City 2013 escrita por AmandaTavaress


Capítulo 13
Capítulo 13




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— Ollie! – Thea disse abraçando forte o irmão. – Eu não acredito que a mamãe fez isso! – Thea se afastou um pouco para olhar o irmão nos olhos. – Quer dizer... Claro que acredito! E justo agora que o Roy havia me convencido a ir ver a mamãe... – Oliver olhou triste para a irmã.
— Eu e a Samantha, a mãe do William, ainda estamos nos resolvendo quanto ao que dizer pra ele, e quando. Eu senti que ela precisa de um tempo pra confiar em mim, e eu entendo completamente. Eu não quero fazer *nada* que possa prejudicar minha convivência com o meu filho, por isso eu te peço um pouco de paciência, Thea.
— Claro, Oliver, você tá certíssimo! – Thea disse com um sorriso afetuoso. – E eu preciso dizer que é tão bom te ver assim!
— Assim como? – Oliver perguntou.
— Responsável, maduro...
— Você também! – Oliver comentou com um sorriso. – Eu vi você colocando aquele distribuidor de bebidas no lugar dele! E a Felicity me falou do que você fez com os associados do clube. Sobre o dinheiro ir pra um fundo de apoio a famílias do Glades. Eu tô muito, muito orgulhoso, Thea. – A adolescente abriu um sorriso brilhante, e Oliver pôde lembrar-se daquela menininha espoleta que vivia correndo atrás dele com chiquinhas na cabeça. – Tenho certeza que a reinauguração do Verdant vai ser um sucesso! – Thea quis esconder, mas Oliver reparou que ela enxugou uma pequena lágrima enquanto se afastou.
— Obrigada, Ollie! – Veio um sussurro baixinho, e Oliver sorriu levemente mais uma vez na direção dela.
— Atrapalho? – Veio a voz de Tommy Merlyn entrando na boate, que estava em seus últimos preparos pra reinauguração naquela noite.
— Claro que não, Tommy! – Thea respondeu. – Veio ver o que eu fiz com o *meu* clube?
— Vim sim. E vim dizer que vai dar tudo certo, que você é ótima, e eu vou estar aqui pro que você precisar!
— Ai, Tommy! – Thea abraçou o seu irmão postiço com gosto. – Hoje vocês dois estão dispostos a me fazer chorar a qualquer custo! Vocês vão estar aqui à noite, né?
— Claro, Thea! – Oliver quem respondeu. – A gente não perderia sua inauguração por nada!
— Só pra avisar, eu convidei a Laurel. – Ela olhou sério pros dois. – Ela me ajudou muito ano passado quando eu precisei, e acho que ela faz parte dessa recuperação. Isso vai ser um problema?
— Claro que não, Thea. – Tommy a assegurou olhando sério pra ela. – A noite é sua. Eu e a Laurel já conversamos e nos entendemos. – Os dois olharam pro Oliver.
— Eu não conversei com ela desde que voltei, mas da minha parte posso te prometer que nada vem antes do seu sucesso. – Oliver se explicou sério, olhando a irmã nos olhos.
— Chega! – Thea pegou algumas coisas do bar, e se afastou carregando-as para o lugar correto. – Vocês dois ainda vão me fazer chorar, e eu quero parecer durona hoje, não uma bobona! – Thea se afastou deixando apenas o Tommy e o Oliver no salão principal.
— Ollie, eu queria falar com você, pode ser? – Tommy disse baixo e meio hesitante.
— Claro, Tommy! – Oliver respondeu franzindo a testa.
— Na verdade, não tem um jeito muito fácil de dizer isso, e eu sei que a nossa amizade tá começando a voltar ao que era, mas... – Tommy respirou fundo, e Oliver ficou ainda mais apreensivo. – Olha, eu vou ser sincero! Por anos eu vi você iludir algumas garotas, achando que elas tinham chance com você, pra depois de um tempo você largar cada uma delas com um coração partido e voltar pra Laurel. E eu nunca disse nada porque nenhuma daquelas garotas significavam nada pra mim. Mas dessa vez eu vou bater o pé, Ollie! Se você tá pensando em fazer o mesmo com a Felicity, eu vou ficar do lado dela. E a gente jurou um pro outro que mulher nenhuma ficaria entre nós, mas olha a merda que deu com a Laurel porque nenhum dos dois quis jogar limpo com o outro. – Tommy parou pra respirar e Oliver abriu a boca pra começar a falar, mas Tommy estendeu a mão no alto pra indicar que não havia terminado. – Eu e a Laurel... a gente não tá junto. Eu não posso ficar com alguém que eu não seja a primeira opção. E eu não quero que a Felicity passe pelo que eu passei com vocês dois se você vai ficar com a Laurel... Meu! Agora você é o sonho da vida dela! Presidente da Corporação Queen! Ela finalmente vai poder ser a Moira 2.0!
— Terminou? – Oliver perguntou ligeiramente irritado, mas querendo não perder a paciência com o amigo. A amizade deles ainda estava frágil demais pra uma briga. Tommy assentiu com a cabeça e não disse mais nada. – Você não permitiu que eu me explicasse quando eu voltei, mas acho que você precisa ouvir isso, Tommy. – Tommy assentiu com a cabeça e suspirou, sentando-se num dos bancos do bar. Oliver fez o mesmo. – O que eu e a Laurel fizemos com você foi péssimo. Eu me senti um lixo, e tenho certeza que ela também. A verdade é que depois dos 5 anos que eu passei, das merdas que tive que fazer pra sobreviver, voltar pra cá, pra esse lugar... Me fez encarar tudo de ruim que eu já fui e que eu já fiz. E se tem uma pessoa com quem eu falhei miseravelmente foi a Laurel. Hoje eu vejo que tudo o que eu queria era o perdão dela pra poder seguir em frente. Porque se ela fosse capaz de me perdoar, talvez eu também conseguisse me perdoar. – Tommy arregalou os olhos pro amigo. – Tommy, eu tive que fazer coisas horríveis. O que você viu o Capuz fazer, e tudo que você odiava nele foi o meu normal por muito tempo. Tempo demais. E pra ser bem sincero, não sei se algum dia eu vou ser capaz de me perdoar e me aceitar. Acho que nunca vou merecer isso. Mas com a sua “morte”, eu vi que não dava pra continuar assim. Eu nunca conseguiria esse perdão, então eu fui embora. Meu melhor amigo morrer achando que eu era só um assassino mexeu comigo de uma forma, que eu desisti de tudo, Tommy! – Tommy assentiu com a cabeça e perguntou:
— E agora que eu não estou mais morto? Você vai voltar a usar o Capuz? – Oliver balançou a cabeça negativamente.
— Eu enterrei o Capuz junto dos destroços do meu esconderijo aqui embaixo. Eu desisti por você, mas nunca mais vou usar ele de novo por outro motivo. – Tommy lançou um olhar curioso, mas não perguntou nada. – Lembra da Samantha Clayton?
— Como eu poderia esquecer? – Tommy deu um leve sorriso triste. – A gente praticamente comprou uma fábrica de camisinha depois daquilo!
— Ela não perdeu o bebê.
— O quê? – Tommy estava completamente chocado.
— Na época eu falei pra minha mãe que eu não estava pronto pra ser pai, e ela, querendo me ajudar, pagou a Samantha pra dizer que havia perdido o bebê. A Samantha ficou com tanto medo da minha mãe depois disso, que voltou pra cidade dela e nunca mais olhou pra trás. Eu não a culpo em nada!
— Oliver... Então você tem um...
— Filho. William. – Oliver completou, pegou seu celular e mostrou a foto do menino pro amigo.
— Ele parece muito com você, Ollie! – Tommy olhava a foto ainda assustado.
— Foi isso que a Felicity foi fazer comigo em Central City. Ela que descobriu tudo e foi comigo pra me dar apoio moral.
— Eu sabia que ela não estava falando a verdade pra mim quando tentou explicar os rumores! – Tommy exclamou pensativo. – Eu achei que ela estava tentando te defender porque estava mesmo tendo algo com você.
— Não... – Oliver balançou a cabeça e a baixou. – Eu não sou bom o suficiente pra ela. Nem nunca vou ser. Eu sei disso. Mais do que você imagina. – Oliver lembrou-se das palavras do próprio filho no futuro: “você é boa demais pro meu pai”. Se até o próprio filho pensava isso dele, ele faria de tudo pra defender a Felicity da escuridão dele. Além de salvar o Tommy, o futuro do filho, ele também salvaria a Felicity dele próprio. Tommy simplesmente assentiu com a cabeça e esperou alguns instantes antes de perguntar:
— E como foi com a sua mãe ontem?
— Péssimo. – Oliver suspirou pesado. – Eu primeiro falei da empresa, e ela me ajudou com algumas coisas que eu de fato precisava, mas quando falei do William... Não sei se algum dia vou ser capaz de perdoá-la, Tommy... Eu prometi fazer o necessário pro julgamento dela, mas em nível pessoal... Não dá, Tommy.
— Eu entendo, Ollie. – Tommy deu um sorriso triste. - E eu que sempre tive inveja dos seus pais depois que a minha mãe morreu... Quem diria! – Oliver retribuiu o sorriso triste.
O celular do Tommy tocou, e ele sorriu quando viu o identificador de chamadas.
— Fala, Smoaky! – Talvez o Oliver não precisasse se esforçar tanto assim pra manter a Felicity longe, ele pensou com amargura. – Mesmo? Eu tô aqui em cima na verdade. – Oliver olhou confuso para o Tommy, que complementou: - E o Oliver tá comigo. – Tommy ouviu por uns instantes e depois respondeu. – Beleza então. – Ele desligou o celular e voltou-se para o Oliver. – Vem comigo.
Os dois se levantaram, e Oliver seguiu Tommy para fora do Verdant. Eles foram para os fundos, próximo de onde costumavam estacionar os carros quando vinham pra cá. Dentro do terreno, mas numa parte não visível pela frente do clube. Tommy abriu uma porta corta-incêndio que o Oliver tinha certeza de nunca ter visto antes. Ele também reparou na câmera que ficava bem acima da porta. Os dois entraram e desceram uma escadaria estreita enquanto Tommy dizia:
— Eu levei os créditos pela reforma do clube enquanto que na verdade a Felicity que começou a reformar tudo quando eu ainda estava em coma. – Oliver estava confuso, e odiava não ter todas as informações possíveis. – Mas essa parte aqui o crédito é todo meu. Fui eu que sugeri uma segunda entrada pra Felicity quando eu descobri que ela ficou soterrada aqui durante o terremoto. – Tommy digitou uma senha e os dois entraram no que costumava ser o esconderijo dele. Mas o lugar agora estava completamente reformado e iluminado. Felicity os recebeu com um sorriso, dizendo:
— Meu sistema de segurança pra entrada que você sugeriu está pronto!
— Caramba, Smoaky! Ficou demais isso aqui! – Tommy disse enquanto passava o braço pelo ombro dela.
Oliver foi andando e fez um cumprimento com a mão para o Diggle, que também estava ali, mais atrás, apoiado na mesa médica. Oliver olhou desacreditando em tudo que estava vendo. O local estava melhor arrumado do que jamais foi, com o que restou de suas flechas organizadas e à mão. Ele viu a escada salmão no alto, e Felicity disse:
— Isso eu mantive! Gosto de ver você fazendo isso! – Oliver balançou a cabeça de um lado pro outro com um sorriso querendo escapar. Seu traje estava num manequim num display de vidro, completamente iluminado como se fosse um manto de um herói. Oliver se aproximou dele, olhando com pesar para o traje que representou tanta dor e sofrimento.
— O que achou? – Felicity perguntou animada, mas Oliver não podia retribuir aquela animação toda.
— Felicity, eu... – Ele deu as costas pro manequim e se virou pra ela, que vinha se aproximando dele. – Eu não posso mais ser o Capuz. Como eu falei pro Tommy, agora eu tenho o William. Não posso arriscar que ele também me veja como um assassino um dia.
— Oliver... – Felicity posicionou a mão no braço dele. Tommy se aproximou do Diggle, o cumprimentou e se apoiou na mesa também ao lado dele, observando os dois. – Quando eu me alistei, eu parei de pensar nas mortes que o Capuz causou porque eu sabia que ser o Capuz significava às vezes ser um assassino. Mas talvez exista um outro caminho. – Oliver respirou fundo e olhou nos olhos dela. – O Capuz também fez muita coisa boa. Salvou muita gente. Nem tudo que você fez foi manchado pela falsa missão do seu pai. A cidade é um lugar melhor, livre de Vertigo por que você quis ir além da sua lista de nomes e fazer o certo.
Oliver permaneceu olhando nos olhos da Felicity e não conseguia entender como ela conseguia vê-lo sempre pelo melhor ângulo. Oliver ouviu o Tommy sussurrar ao fundo pro Diggle “Esses dois são sempre assim?”, mas preferiu ignorar.
— Eu preciso te mostrar uma coisa. – Felicity disse e foi em direção aos seus computadores. Oliver a seguiu. – Eu venho catalogando uma série de ataques a figuras importantes do mundo financeiro ultimamente. Já foram 4 ataques, nada muito público, e por isso não foi noticiado. Só a polícia sabe. Mas com dois amigos presidentes de duas das maiores empresas da cidade, isso acabou chamando minha atenção. Em todos os ataques, os agressores sempre apareceram encapuzados e deixavam claro que queriam que a cidade devolvesse a eles o que foi tirado.
— Provavelmente vítimas do Glades. – Oliver concluiu.
— Pensei o mesmo. – Felicity disse com um sorriso. – Então ainda que você decida não voltar a ser o Capuz, ou qualquer outro nome, já que esses caras estão manchando a sua reputação, a gente precisa ficar de olho nisso porque você e o Tommy podem ser as próximas vítimas. Que alvo melhor pra se vingar do Empreendimento que um Merlyn e um Queen?
— Eu já morri uma vez, e definitivamente não quero repetir a experiência! – Tommy disse erguendo as mãos.
— Ok, você tem razão. – Oliver disse olhando pra Felicity. – A gente tem que monitorar isso sim. Mas sem flechas e sem capuz.

 


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Notas finais do capítulo

Quanto tempo será que vai demorar pro Oliver perceber que a Felicity sempre tem razão?
Gente, a hora que a história estiver ficando chata, me avisa que eu amarro tudo! Enquanto vocês estiverem pedindo mais, eu vou aumentando o plot e a gente vai vendo no que vai dar, mas com viagem no tempo é fácil acabar com tudo a qualquer hora... Que o diga o Barry Allen



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