We Love You, Olivia! escrita por Sunny Spring


Capítulo 7
ღ CAPÍTULO 06


Notas iniciais do capítulo

Bom dia. Obrigada Shalashaska por comentar ♥

Mais um capítulo. Espero que gostem. Bjs *.*



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Não há ninguém, mesmo sem cultura, que não se torne poeta quando o Amor toma conta dele.”

—Platão

 

Quando eu entro na escola, sinto olhares e cochichos sobre mim. Praticamente a escola inteira viu a “declaração de amor” que Noah fez para mim no jogo de ontem. Eu encolho meus ombros, constrangida, e encaro o chão enquanto ando em direção ao meu armário. Henry já teve que ir para a aula e eu estou por mim mesma. Também não vi Rosie ainda, e não faço ideia do que vou dizer a ela, mas estou com muito medo. Talvez seja por isso que eu esteja a evitando desde o ocorrido. Não acho que Rosie vá acreditar na história do colar, mas eu realmente espero que ela acredite em mim. E, sei que vou ter que encará-la uma hora ou outra.

Pego meu livro de matemática e fecho a porta, dando de cara com Noah. Eu quase dou um gritinho por causa do susto. De onde esse garoto saiu?

—Liv. - Ele sorri meio sem jeito. Em suas mãos, ele segura uma rosa vermelha que contrasta bastante com a jaqueta marrom que ele está vestindo. O cabelo um pouco desalinhado, ele está tão bonito hoje. Mais do que o normal. Me lembro de não encará-lo muito com cara de boba. - Me desculpa por ontem! - Pede. Suspiro, não deixando de olhar ao redor. As pessoas estão nos observando, ou melhor, observando Noah e o fato dele estar falando comigo. De novo. - Eu trouxe para você. - Ele me entrega a rosa e sinto minhas bochechas esquentando.

—O-obrigada! - Respondo sem jeito, constrangida por causa de tantos olhares.

—Algum problema? - Ele franze o cenho.

—As pessoas estão nos olhando. - Sussurro. Ele franze a testa, entendendo a situação. Noah olha para os lados e encara os alunos que estão cochichando pelos cantos. Ele bufa.

—Hey! Será que vocês não tem nada melhor para fazer? - Ele pergunta diretamente aos fofoqueiros. - Perderam alguma coisa aqui? Xispa daqui! - Os alunos rapidamente se dispersam, nos deixando praticamente à sós. Afinal, é Noah Gauthier, capitão do time de hóquei, pedindo. - Está melhor agora? - Sua voz é tranquila. Assinto. Ele sorri. - Bem, eu queria saber se você quer sair comigo uma hora dessas?

Engulo seco. Noah está me convidando para sair? Eu fico parada como um poste, sem reação. Ele arqueia uma sobrancelha, esperando uma resposta.

—Então?

—E-e-eu não sei! Tem a Rosie e…

—Olha, não precisa responder agora. - Sorri. - Não quero pressionar você. Nos vemos depois? - Balanço a cabeça positivamente.

Noah se inclina na direção do meu rosto e eu mal consigo respirar, nervosa. Ele deposita um beijo leve em minha bochecha esquerda e vai embora, antes que eu possa falar qualquer coisa. Sinto o local que ele beijou esquentar e eu me contenho. Guardo a rosa com cuidado em minha bolsa e sigo em direção à aula. Estou quase entrando na sala, quando Bash aparece na minha frente e eu sigo na direção contrária. Bash me segue.

—Liv? Será que a gente pode conversar? - Pergunta sem jeito.

—É melhor não. - Eu não paro de andar em passos apressados e ele não para de me seguir.

—Por favor, Liv! - Insiste. - Eu preciso falar com você!

— Eu não quero falar com você! - Sigo em direção às escadas. Eu nem mesma sei para onde eu estou indo. Começo subindo os degraus e sinto que Bash está vindo atrás de mim.

—Caso tenha esquecido, temos um trabalho semestral para fazer! - Ele diz.

Droga! Ele tem razão. Paro de subir as escadas e me viro no mesmo instante que Bash está me alcançando no degrau abaixo. Damos uma trombada e eu me desequilibro para frente, caindo na direção dele. Ele me segura rápido pela cintura, contra o seu corpo, me fazendo ficar cara a cara com ele, a poucos centímetros de distância do seu rosto. Um belo rosto, por sinal. Sinto sua respiração quente bem próxima e seus lábios também. Por um momento, me pego observando seu rosto por mais tempo que eu deveria. Bash mantém seus olhos fixos em mim por um longo momento e eu tenho que lembrar a mim mesma para me soltar de seus braços que ainda estão enlaçando a minha cintura firmemente. Bash me solta devagar, sem tirar os olhos de mim e eu desvio o olhar, desconcertada. Ele meio que tem esse poder de me deixar irritada de uma forma que eu não consigo explicar.

—Cuidado, Liv. - Ele sussurra num tom de pura provocação. Me afasto rapidamente, quase o empurrando.

— Eu posso fazer o trabalho sozinha. Individual. - Dou de ombros. Bash estreita os olhos e cruza os braços.

—Sei que pode. Mas, não vai querer apresentar tudo sozinha, vai? - Engulo seco. - Na frente de todo mundo?

Suspiro. Bash me conhece e sabe que eu odeio falar em público. Todo mundo sabe, na verdade. O meu silêncio o faz dar um sorrisinho. Eu não tenho saída.

—Como eu pensei! - Responde vitorioso.

—É só isso? - Pergunto mal-humorada. Ele passa uma mão nos cabelos. Bash está quase respondendo quando inspetor aparece.

—Vocês dois! - Ele aponta. - Deviam estar na aula. Detenção! - Ele nos entrega duas advertências. Eu não tenho nem tempo de protestar e ele vai embora. Encaro Bash, furiosa.

—Viu o que você fez! Agora estou de detenção! - Dou as costas para ele, irritada e sigo na outra direção de novo. Ele continua vindo atrás de mim como uma sombra.

—Calma, Liv. É só uma detenção!

Eu paro e o encaro.

—Só uma detenção? - Solto uma risada sem humor. - Isso vai estragar o meu histórico!

—Hey! A culpa não é minha! Isso não teria acontecido se você não tivesse fugido de mim! - Rebate.

—A culpa é sua por ter vindo atrás de mim!

Ele revira os olhos.

—Relaxa! É só uma detenção estúpida. - Responde por fim. - Parece até que nunca aconteceu com você! - Cruzo os braços, em silêncio. Não. Isso nunca aconteceu comigo antes. Ele arqueia uma sobrancelha, percebendo a minha expressão.  - Mas é claro que nunca aconteceu, não é? - Conclui. - Claro que Olivia Marie Carter nunca ficaria de detenção!

—Isso não é da sua conta! Seu… Chato!

—Nossa! Isso foi uma tentativa de me xingar? - Ele ri com muita vontade. - Estou muito ofendido com o seu xingamento. - Diz sarcástico. - Não vou nem dormir essa noite, vou estar chorando em posição fetal, pensando em como eu sou… Chato. - Sorri.

— Eu posso xingar muito pior do que isso, se quer saber. - Rebato. Ele solta uma risada, incrédulo.

—Vai, Liv. - Ele sussurra com a voz ligeiramente rouca. - Me xingue. Eu quero ouvir quantas palavras feias essa sua boquinha consegue proferir. - Provoca. - Sinceramente, eu duvido que sejam muitas. - Cruzo os braços, tentando pensar em algo muito ofensivo. Mas, jeito que Bash me encara me deixa pressionada demais, e, eu não consigo pensar sob pressão.

—Idiota. - Rosno. Bash dá um passo à frente, na minha direção, com um sorriso.

—O que mais?

—Estúpido! - Ele se aproxima ainda mais de mim, ficando próximo demais. De novo. É a segunda vez nos últimos minutos. Quase prendo a respiração.

—Só isso? - Ele sorri. Pisco rápido, lembrando a mim mesma que estou irritada.

—E por sua culpa estou de detenção! - Acuso. Ele revira os olhos.

Dou as costas para ele bruscamente e volto o meu caminho para sala. Estou de detenção. E a culpa é toda de Sebastian Foster.

ஐﻬﻬஐ

A minha professora de francês, srta. Lynn, é pontual e exigente. Ela não tolera atrasos ou brincadeiras em sua aula. Tento ser o mais discreta possível ao entrar na sala de aula, e passo por suas costas enquanto ela escreve algo na lousa. Me sento no lugar de sempre, segunda fileira no canto, e pego meu material. A srta. Lynn se vira logo depois. Seus olhos estreitos caem direto sobre mim e ela estreita os lábios.

—Srta. Carter, sabe que eu não tolero atrasos, não é? - Pondera.

— Desculpe, srta. Lynn. - Peço sem jeito. Ela arqueia uma sobrancelha.

—Desta vez passa. - Cruza os braços. - Mas que isso não se repita! - Apenas assinto com a cabeça, sentindo minhas bochechas esquentando por causa de tantos olhares sobre mim.

—Além de fura olho, a nerd é atrasadinha. - Ouço Karlie, uma das líderes de torcida, comentar com maldade.

Escuto risadinhas logo em seguida e encolho meus ombros. Não tenho coragem de olhar para trás porque sei que ainda estão falando de mim e essa é uma das piores sensações que existe. Mas, eu já deveria estar esperando por isso. É óbvio que a loucura de Noah no jogo de hóquei não vai ser esquecida tão facilmente. É o fim da minha pequena paz que eu tanto lutei para conquistar. Mesmo que essa paz significasse minha invisibilidade, ainda assim, era melhor do que eu sei que está por vir.

—Silêncio! - Exige a srta. Lynn. - Todos abram seus livros na página 159. - Pede. Abro meu livro e tento me concentrar ao máximo possível nas palavras da srta. Lynn. Mesmo que, atrás de mim, Karlie não pare de soltar piadas ruins sobre o que aconteceu. Apenas respiro fundo e ignoro, como eu sempre faço. Como eu sempre tenho feito a minha vida inteira.

 

ஐﻬﻬஐ

Quando minhas aulas acabam eu sigo direto para para a sala da detenção. Ainda não consigo superar o fato de tantos anos tomando cuidado, um simples deslize vai marcar todo o meu histórica escolar. Pensar que a culpa é de Bash me faz ficar mais brava ainda.

Eu pego um livro que está separado para cada aluno ler na mesa do sr. Wilson e me sento numa cadeira vazia. Bash está do outro lado da sala, com a cabeça apoiada numa mão, lendo o livro com muita má vontade.  O professor não está prestando muito a atenção nos cinco alunos que estão na sala e parece estar quase cochilando. Me concentro em ler o livro em silêncio.

—Liv! - Escuto a voz de Bash baixa. Reviro os olhos e o ignoro. - Liv!

—Silêncio! - O sr. Wilson repreende.

Olho de relance e veio Bash bufar baixinho. Volto minha atenção para o livro de novo e sinto uma bolinha de papel me acertando. Encaro Bash. Ele dá um sorriso amigável e levanta o caderno, onde está escrito em letra maiúscula “DESCULPA”. Suspiro. Ele abaixa o caderno e escreve algo rápido, antes de levantar. “POR FAVOR”. Está escrito. Ele dá um meio sorriso e faz uma expressão de sofrimento. Reviro os olhos. Pego meu caderno e escrevo em silêncio “TUDO BEM” e mostro para ele. Ele sorri e logo depois levanta seu próprio caderno mostrando uma carinha feliz desenhada. Ainda estou um pouco brava, mas, se eu não respondesse Bash, ele não me deixaria em paz. Sem contar que temos um trabalho para fazer. Querendo ou não, vou ter que falar com ele uma hora ou outra.

Volto minha atenção para o livro e só o fecho quando a detenção acaba. Levanto quando o Sr. Wilson libera os alunos. Saio da sala um pouco distraída e sinto uma mão tocando meu braço. Me viro e dou de cara com Rosie. Engulo seco.

— Liv, precisamos conversar! - Ela diz séria.


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