We Love You, Olivia! escrita por Sunny Spring


Capítulo 29
ღ CAPÍTULO 28


Notas iniciais do capítulo

Boa tardeee! Muito obrigada NaruShibuya, Carol Marques e Shalashaska pelos comentários ♥

Só faltam mais dois capítulos, o próximo e o epílogo. Espero que gostem. Bjs *.*



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“Querido Bash,

 

É difícil de explicar tudo o que tem acontecido nos últimos tempos. Desde sempre planejei a minha vida em várias áreas, mas no amor, eu nunca tive planejamento algum. Nunca estive preparada para isso e não sei se algum dia estarei. É engraçado, você sabe, como as nossas vidas viraram de cabeça para baixo do dia para a noite. Eu sei que você não acredita nisso, mas é tudo por culpa da roda do amor. De qualquer forma, isso não pode ser mudado mais. 

 

Você entendeu tudo errado e sei que parte disso é minha culpa. Não sou boa em identificar meus sentimentos e nunca serei. Sempre achei mais fácil ignorá-los. Sempre achei mais fácil te ignorar, desde que nos conhecemos. Você nunca prestou muito a atenção em mim e alguém me disse (não que eu ache que essa pessoa esteja certa) que isso fez com que eu criasse certa aversão por causa disso. Talvez seja verdade. Mas, não entenda errado. Eu não tenho aversão à você. Nunca tive. E, a não ser que você se torne um desgraçado filho da mãe, eu nunca terei. Lembra daquela vez em que ficamos presos naquele armário na festa da Jess e eu sem querer disse que você era ‘bonito pra cacete’? Sim, eu realmente acho isso. Também acho você bem interessante (em todos os sentidos) na maioria das vezes, apesar de você ser um tantinho irritante. Sabe, muito antes de você me beijar pela primeira vez, eu já gostava de você (mesmo que odiasse admitir isso). E, a propósito, o beijo foi ótimo! 

 

Ao longo do tempo, descobri que estar com você é melhor do que tomar chocolate quente num dia frio (e isso é algo muito impressionante). Sim. Eu estou apaixonada por você. Acho que eu sempre estive, para falar a verdade. Sei que o que você sente vai acabar um dia. Espero que você seja feliz. Me desculpe por não ter contado a verdade. Sinto muito por tudo. 

 

Sinceramente,

 

Liv.

 

— Carta de Olivia Marie para Sebastian Foster, nunca enviada.



Sabe aquelas histórias clichês que todo mundo ama (ou odeia com todas as forças) em que o mocinho ou mocinha tem que ir atrás de seu amor antes que seja tarde demais e algo os separe para sempre? Isso normalmente acontece em aeroportos, e o protagonista louco invade a sala de embarque gritando na frente de todos para que o outro não vá embora. Os dois correm um na direção do outro e selam um beijo constrangedor na frente das outras dezenas de pessoas que são obrigadas a assistir ao espetáculo sem terem para onde correr. Eu nunca achei que fosse me tornar uma mocinha dessas na história da minha própria vida. Quero dizer, eu já imaginei muitas coisas (na minha própria novela mexicana que acontece em minha cabeça), mas nunca na vida pensei que um dia sairia de noite, no meio de uma tempestade, vestindo pijamas do Star Wars e pantufas de ursinho na direção do aeroporto da cidade, atrás de um garoto pelo qual eu estou perdidamente apaixonada. Eu devo ter perdido o juízo por completo. Parte do meu cérebro me diz para voltar correndo. A outra parte não me deixa parar. Estou em conflito comigo mesma e parece que minha cabeça vai explodir uma hora ou outra. 

Eu continuou correndo sem parar. Meus pés batem nas poças, fazendo a água espirrar. Minha respiração está ofegante por causa da minha falta de condicionamento físico. Eu deveria ter me dedicado mais às aulas de educação física. A chuva parece estar longe de acabar. Estou completamente ensopada e com frio por causa dos pingos grossos e gelados. Eu não paro. Não estou longe do aeroporto, conheço o caminho. Quando o avisto, no final da rua, meu coração dispara ainda mais. Eu não paro de correr. Sigo em frente até adentrar no local. O lugar está lotado. Pessoas de diversos tipos passam de um lado para o outro, carregando carrinhos e malas. Algumas me olham com um ponto de interrogação na testa. Eu não os julgo por isso. Devo estar parecendo um cachorro molhado. As placas indicam os voos que já partiram e os que vão partir, mas não encontro nenhum para a Nova Escócia. Segundo Henry, é lá que o pai de Bash mora agora. Respiro fundo, tentando ignorar a vergonha e corro até a atendente. 

— Hey! - Arfo. Ela digita algo em seu computador. 

— Boa noite, como posso ajudá-la? - Pergunta educadamente. Eu mal consigo respirar. 

— Nova Escócia! - Exclamo, ofegante. Ela franze o cenho, tentando me entender. - Tem ou teve algum voo para a Nova Escócia hoje? - Consigo perguntar. 

— Um minuto, por favor. - Ela digita algo em seu computador e esboça um sorriso. - Um, apenas, senhorita. 

— Quando decola? 

—Hmm… - Ela estreita os lábios. - Está decolando agora. 

—O que? - Eu não espero sua resposta para sair correndo em direção a sala de embarque. 

Toda a minha coragem vai embora de novo. Que loucura estou fazendo? Eu não posso simplesmente invadir a sala de embarque atrás de Bash assim! O que eu vou dizer? Eu não deveria ter vindo. No entanto, quando dou por mim, já passei pelos seguranças e estou invadindo a pista de decolagem. A chuva volta a cair sobre mim enquanto corro pela pista.

— Senhorita, não pode ficar aqui! - Ouço os seguranças correndo atrás de mim, mas eu não paro. O avião está começando a decolar e continuo correndo como se eu pudesse segurar o avião com as minhas próprias mãos. Não.

— Não deixem esse avião decolar! - Grito, mesmo sabendo que ninguém está me ouvindo. Então, eu paro, exausta. Já é tarde. O avião decola no ar, subindo e indo embora. Ele fica menor a cada vez que se afasta, levando minha última esperança junto com ele. 

— Senhorita! - Dois seguranças me alcançam, segurando os meus braços. 

— Eu sei! - Eu me solto de suas mãos, quase em lágrimas. - Eu não deveria estar aqui! Eu não vou fazer nenhuma loucura! Eu já vou sair. - Continuo, histérica. - É só que, alguém que eu gosto muito acabou de ir embora naquele avião. - Os dois se entreolham, parecendo penalizados. 

— Não demore, ou chamaremos a polícia. - Alerta um, antes de se afastarem. Respiro fundo, tentando recuperar o fôlego. Eu perdi a minha última oportunidade. Bash foi embora e isso me faz querer chorar.

— Liv? - Sua voz faz todo o meu interior gelar e tenho a sensação de que parte de mim acabou de vir à óbito. Eu poderia reconhecer a sua voz em qualquer lugar. Como é possível? Eu me viro lentamente, dando de cara com Bash. Ele está me encarando com o cenho franzido. Seus cabelos estão molhados por causa da chuva e seus lábios vermelhos por causa do frio. A camisa ensopada está grudada em seu corpo, expondo seus músculos levemente definidos. - O que está fazendo aqui? -  Ele fala mais alto por causa do barulho da chuva. Meu coração dispara, me deixando quase sem ar. Droga!

— B-Bash! - Não consigo esconder o meu nervosismo. Um misto de felicidade e desespero toma conta de mim. 

— O que está fazendo aqui? 

— Eu… Eu… Eu…

— Você? - Arqueia uma sobrancelha. Tento pensar em algo rápido, mas minha mente está entrando em colapso. Não posso. Não consigo. Não diante dele.

— Tiramos nota máxima no nosso trabalho de literatura! - Exclamo. Bash assente, cruzando os braços. 

— E, você veio aqui, nesse aeroporto, debaixo desse temporal, invadiu a uma pista de decolagem e queria parar um avião só pra me contar isso? - Ele esboça um sorriso sínico. Não está nem um pouco convencido. 

— Claro. - Eu quase grito. Ele dá um passo na minha direção, diminuindo o espaço entre nós. - Você não estava se mudando? - Mudo de assunto, sentindo um aperto no peito. 

— Mudando? - Franze o cenho, confuso. - Não! Por que eu estaria me mudando? 

— Henry viu você saindo com malas e sua família! 

— Sim. - Assente. - E eu falei com ele que estava trazendo minha mãe e meu irmão ao aeroporto. Ela tem uma viagem de negócios e Charlie vai passar uns dias na casa do nosso pai. - Franzo a testa. Bash nunca esteve de mudança. E Henry sempre soube disso. Ele só fez isso para que eu viesse correndo atrás de Bash como uma louca. 

 - Maldito mentiroso! - Espraguejo baixinho. 

— O que disse? 

— Nada! - Respondo baixo. Bash assente, quase sorrindo. Ficamos em silêncio por um longo instante. Ele me encara e arqueia uma sobrancelha. - Acho que eu vou embora agora! - Decido, dando as costas para ele. Covarde. Covarde. Covarde.

— Sabe? - Eu paro ao ouvir sua voz e o encaro. - Eu achei que você tivesse vindo aqui para me dizer que estar comigo é melhor do que “tomar chocolate quente num dia frio”. - Comenta casualmente. Eu arregalo os olhos. Não é possível. Aquelas são palavras que eu escrevi na carta sobre ele. Carta essa que eu joguei fora. 

— C-como? - Minha voz falha. Bash dá de ombros, sorrindo. 

— Henry me entregou uma certa carta. 

Sinto meu rosto pinicar de tanta vergonha. Bash leu a carta. Leu todas as coisas que escrevi sobre ele. E, se eu achei que já tinha vivido algo constrangedor antes, eu estava errada. Isso sim é constrangedor. Faço uma nota mental de nunca mais falar com Henry, o traidor, depois disso. Sem saber o que responder, Bash fala primeiro.

— Foram as palavras mais bonitas que alguém já escreveu sobre mim. 

Ele estreita o espaço que há entre nós, enquanto sinto meu corpo tremer por causa da chuva fria e da ansiedade. 

— E, você estava certa, de alguma forma. - Acrescenta. - Eu me lembrei de tudo. Essa tal roda do amor. 

— Ela voltou ao normal. - Respondo baixinho. Ele assente. 

— Não me sinto como antes. - Bash diz, sério. Sinto-me murchar por dentro. 

— Não? - Sussurro. Ele balança a cabeça. 

— Não mesmo. Tudo mudou. - Continua. Engulo seco, mal podendo encará-lo nos olhos. É claro que isso aconteceria. - Antes era só paixão irracional. - Dá de ombros. Mordo o lábio inferior. - Mas, agora. - Ele ri. - Agora eu tenho certeza absoluta - Suspira. - que eu te amo, Olivia. - Eu o encaro, surpresa demais. Minha coração dispara ainda mais. Ele realmente disse que me ama?

— O que? - Pergunto baixo. Bash sorri, se aproximando ainda mais de mim. Ele segura meu rosto com uma mão. Sinto sua respiração quente contra a minha pele, enquanto a chuva cai em nossas cabeças. Meu corpo todo reage ao seu toque, me fazendo sentir um arrepio. 

— Eu estou completamente apaixonado por você e nada vai mudar isso. - Sussurra, olhando no fundo dos meus olhos. 

— Mas e a roda do amor? 

— Quantas vezes eu vou ter que repetir que um colar estúpido não faz ninguém se apaixonar? - Não há irritação em sua voz. - Eu seria um idiota se não estivesse apaixonado por você. - Sussurra, fazendo minhas pernas bambearem e meu rosto esquentar. - Você é a garota mais incrível que eu já conheci, Liv. - Sorri, arrancando um sorriso de mim também. - E agora eu sei que você também gosta de mim e não pode negar. - Acrescenta, convencido. - Mesmo que eu não tivesse lido a carta, acho que sair de pijama e pantufas no meio da chuva já é prova de amor suficiente. - Solto uma risada pelo nariz. 

— Na verdade, o Henry me obrigou. Ele me trancou fora de casa. 

Bash solta uma gargalhada. 

— Por que está rindo? 

— Você sempre tem que acabar com os momentos românticos, não é? - Pergunta bem-humorado. - Senti falta disso. - Admite. 

Ele inclina seu rosto alguns centímetros e cola seus lábios nos meus, num beijo quente e lento. A chuva cai forte sobre nós e apenas a nossa proximidade nos mantém aquecidos. Bash abraça minha cintura firmemente, me levantando alguns poucos centímetros. Passo meus braços em volta do seu pescoço, tentando ter a certeza de que Bash é real e ele solta uma risadinha durante o beijo. Solto uma risada quando ele beija a ponta do meu nariz e minha bochecha. Eu acho que nunca me senti tão feliz quanto agora. Porque é real, por mais incrível que possa parecer. Não há roda do amor desta vez. É verdadeiro. E, não quero que essa sensação acabe nunca.

 

ஐﻬﻬஐ

 

— Você está aquecida? - Bash pergunta após colocar uma meia colorida no meu pé. Puxo o cobertor contra o meu corpo, enrolada como um recheio de panqueca, enquanto Mozart pula ao meu lado, no sofá. 

Depois de quase nos metermos em uma confusão no aeroporto (o que foi por muito pouco), viemos para casa de Bash. A chuva não para de cair. Nós vestimos roupas secas e limpas, para não piorar a situação. As roupas de Bash me deixam parecendo um saco de batatas, mas qualquer coisa que me faça parar de tremer de frio já é bom o suficiente. 

— Agora, beba isso. - Bash me entrega uma caneca de chá quente, que eu sopro antes de bebericar. O vapor quente me dá um alívio e eu até paro de tremer por alguns segundos. Não devia ter ficado tanto tempo assim debaixo da chuva gelada. - Você é louca. - Bash ri. - Poderia pegar um resfriado. - Ele se senta ao meu lado e Mozart desce para o chão. Bash passa um braço por cima do meu ombro, me envolvendo num abraço quentinho e eu deito a cabeça em seu ombro. 

—S-se-eeu morrer a culpa é s-uuu-a! - Tremo. Os ombros de Bash balançam quando ele ri. Bebo mais um pouco de chá, sentindo a bebida me aquecer por dentro. 

—Estava demorando. - Sibila. Sorrio, terminando meu chá. Apoio a caneca vazia na mesinha do centro da sala. - Hey! Eu estava pensando… - Ele segura minha mão, entrelaçando nossos dedos. - Você aceita ser minha namorada? De verdade? - Eu contenho um sorriso. Involuntariamente, meu rosto cora por causa da pergunta surpresa. Nunca imaginei que isso fosse acontecer comigo. E, se alguém me dissesse há poucos meses atrás que Bash me pediria em namoro, eu riria. Há uma semana atrás, talvez, eu ficaria indecisa. No entanto, eu não tenho dúvidas desta vez. 

—Sim. - Eu o encaro. 

Bash sorri e gruda nossas testas antes de me beijar. O beijo é lento e despreocupado. Bash acaricia minha bochecha com um polegar e eu apoio minhas mãos em seu peito. Ele mordisca o meu lábio inferior antes de depositar alguns beijos no meu pescoço, enlaçando minha cintura. Sinto um arrepio quando ele roça os lábios em meu pescoço e orelha. Eu o encaro, apoiando minhas mãos em seus ombros. Bash me rouba mais um beijo antes de me puxar para um abraço. Deito minha cabeça em seu peito, enquanto ele acaricia meus cabelos.

—Bash? - Algo atravessa a minha mente, me deixando nervosa de repente. 

—Sim? 

Eu hesito, me aninhando ainda mais em seus braços. Sinto sua respiração regular e ouço seu coração batendo. 

— Eu nunca namorei antes. - Admito baixinho. Mordo o lábio inferior. - Você já? 

—Hmmm… - Suspira, enrolando minhas madeixas. - Uma vez. E, obviamente, não deu certo. 

Fico em silêncio por alguns segundos, tentando imaginar como foi. 

— Por que? 

—Vamos poder andar de mãos dadas e trocar mensagens… - Faço uma careta. - Fofas? - Ele solta uma risada. 

—Claro! Podemos fazer isso se você quiser. 

Mais silêncio. 

—Se vamos namorar, precisa haver regras. - Exijo. 

—Hm?

— Você vai ter que dividir o tempo com os meus amigos. - Digo baixinho. - E, eu me recuso a falar como um bebê só porque estamos namorando. 

—Hm? - Posso imaginá-lo arqueando uma sobrancelha. 

—E também… - Pauso. Silêncio demais. - Bash?

—Hm?

— Você está acordado?

—Sim. - Sorri. - Mas parei de prestar a atenção no "regras". 

—Bash! 

Ele solta uma risada. 

—Desculpe. Você fica tão fofa quando tenta ser mandona. - Faço uma careta. - Olha, não há regras no amor. - Diz calmamente. - Não se estresse tanto com isso. - Ele acaricia minhas costas e dá um beijinho em minha testa. - Relaxe, Liv. - Dou um longo suspiro. - Liv? 

—Sim?

—Quando você diz voz de bebê… - Franze o cenho. - Você quer dizer essa vozinha assim? - Ele imita uma voz extremamente infantil. 

—Bash! 

—Estou brincando! - Ele ri com vontade. Acabo sorrindo também. Mozart pula em cima de nós, se aninhando. Ficamos em silêncio, abraçados, apenas observando as gotas de chuva escorrendo na janela.


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