Já fazia alguns meses que estava totalmente viciada em tutorias da internet, até mesmo tinha aprendido como pintar uma parede sem sujar metade do cômodo, algo que sinceramente?Não saiu lá muito certo, pelo menos tinha tentado. Agora Ochako Uraraka estava totalmente viciada em tutorias de maquiagem. 

Além de ser bem divertido por um lado e estressante por outro, fazia com que sua autoestima ficasse alta sempre quando ela se sentia para baixo ou quando não se sentia lá muito especial. Já tinha aprendido o básico, como: usar base, delineador, entre outros diversos truques que ela nem mesmo sonharia em vida que existiam.

Sempre quando terminava de se produzir, Uraraka escolhia um ambiente e uma roupa bem legal para tirar várias fotos o problema era: em todas as fotos o mesmo penteado clássico de cabelo estava presente tornando as fotos clichês. 

Tinha passado a noite acordada, aprendendo vários modelos incríveis de penteados desde o mais básico até o mais complicado. 

Tentou fazer em si, e falhou. Tentou mais uma vez e não deu muito certo, frustada com as tentativas Ochako preferiu testar em alguma boneca que tinha no quarto e isso também não deu lá muito certo... Agora, a morena se encontrava em dúvida de quem pediria ajuda. Podia pedir ajuda de alguma das meninas, seria mais fácil e teria uma grande chance dela aprender algo com isso, porém quem disse que Ochako escolheu o caminho fácil? 

Durante o período de aulas, Ochako ficou com os olhos fixos em Katsuki o que causou um certo medinho no loiro. 

O quê aquela louca queria?Pensou, o rapaz trincando os dentes. Perdeu a conta de quantas vezes tinha gritado palavrões, afugentando Ochako ou pelo menos tentado fazer isso já que mesmo com ele ameaçando sua vida e tudo mais a jovem parecia ainda mais grudenta do que antes. Preferiu ignorar, falaria com ela depois das aulas.

 Ah! Se falaria.

Quando o sinal tocou indicando o fim de mais um dia de aula Katsuki rapidamente se levantou, jogando todas suas coisas na mochila e correndo até os dormitórios.  

Estava louco para treinar, falar com Ochako poderia ficar para mais tarde. 

Ochako por sua vez, fez a mesma coisa correndo para alcançar Bakugou.  

 — Katsuki-kun, espere por favor. — Pediu Uraraka alto o suficiente para que ele a ouvisse.

Parou de andar, virando o corpo na direção contrária encontrando Ochako Uraraka um pouco ofegante. Ele nem tinha andado assim tão rápido tinha?Pensou, estralando a língua no céu da boca. 

      — O quê é porra? — perguntou, daquela maneira delicada que só ele conseguia ter. 

      Ochako colocou ambas as mãos nos tornozelos. Abrindo um sorriso gentil, que mesmo assim não amoleceu o coração duro do loiro. — Eu, queria falar com você. 

Levantou a sobrancelha esquerda, observando o de cima abaixo.

Não sabia como falar isso ao certo, não era uma coisa simples e também tinha um leve medinho do lado negativo da coisa.

— Eh, bem você poderia me ajudar em algo? — perguntou. 

  Se estava confuso agora estava não sabia onde tinha se metido. Deveria ter continuado a andar, seria menos problemático. 

   — Fala de uma vez, não tenho tempo porra. 

O tom grosseiro na voz dele fez com que o corpo feminino ficasse alerta. Com os olhos um pouco arregalados ela soltou um riso baixo.  

 — Bem, você poderia me ajudar sendo uma cobaia? — questionou. 

— Cobaia? — retrucou, agora estava se sentido como um cego no tiroteio. 

 Abaixou o rosto, apertando os dedos de cada mão.  Droga de nervosismo, pensou a morena levantando novamente o rosto e forçando um sorriso largo no rosto. — É, para testar penteados. — Revelou a moça, agora era Katsuki que tinha os olhos arregalados. 

Tinha perdido seu tempo pra aquilo?Pensou o loiro, já girando o corpo na direção contrária e começando a andar novamente.

— Nem pensar. — Falou Bakugou. 

Sem pensar duas vezes Ochako correu atrás do loiro, puxando o pelo uniforme obrigando que ele parasse de andar. 

Irritado Katsuki virou seu corpo novamente na direção dela. — O QUÊ É? — gritou. 

Mesmo que quisesse correr dali, permaneceu firme com  sua decisão. — Deixa vai? Só vai ser bem rapidinho e eu nem vou...

Antes mesmo que pudesse responder qualquer coisa sentiu o queixo ser agarrado pelas mãos do maior e o corpo puxado para mais perto a ponto dos lábios se tocarem, em um selinho demorado. O corredor estava vazio e dali nada se ouvia, o movimento dos lábios eram lentos e os batimentos cardíacos falhavam a boca ficou seca e Ochako se perguntava o quê estava acontecendo. 

Para Bakugou Katsuki só existia uma maneira de falar a boca dela e não ouvir besteiras, e essa maneira não era lá um sacrifício.

Depois de minutos daquela maneira Katsuki acabou se separando dela, a respiração quente batia no rosto dela fazendo com que as bochechas ficassem um pouco vermelhas.

— Você...

— Eu não vou fazer isso, nem ferrando cara de lua. — Anunciou o loiro antes de dar as costas e deixar Ochako com uma cara de boba no meio do corredor.