Callen invadiu seu apartamento como se um raio o atravessasse segundos antes. Ele abriu as gavetas e jogou tudo no chão embaixo a procura de uma arma. Ele olhou para a foto dele e de Elisa e sabia que por ela poderia morrer sem nenhum remorso.

Algumas horas antes...

— Eu trouxe uma surpresa para você! – Elisa entrou com um prato de comida quente. – É sushi e rolinhos primavera.

— Você é demais, noiva. – Callen a beijou com tanto amor que até pareceu uma despedida.

— Eu preciso voltar para a promotoria. – Elisa o beijou de novo. – Não se incomode, eu estarei lhe esperando em casa, como sempre.

Callen beijou o pescoço dela e deu um sobre o colar de coração que havia dado. Eles se despediram e finalmente se separaram.

Elisa pegou a chave de seu conversível, mas não conseguiu nem ao menos ligar antes que uma mão enluvada a puxasse com ele para o banco de trás e descesse sobre ela com um pano cheio de clorofórmio e a nocauteasse.

Ele com delicadeza arrancou o colar e o deixou sobre o banco, junto com a bolsa no outro banco. Esse era um sinal de que ele estava com ela.

Ele nunca, no entanto, removeu a pulseira vermelha que continha um microchip rastreador. E se isso não fosse suficiente, ela tinha um subcutâneo.

Callen era tudo, menos precavido.

Colocando a mulher dentro do carro, Vance deu um último olhar para ver se não tinham câmeras ou testemunhas por perto. Ele não queria ter que sequestrar Abby depois.

Callen e Sam estavam indo para uma cena do crime quando pararam frente a frente do conversível vermelho de Elisa. Callen sentiu um calafrio subindo pelo pescoço e correu.

— Agente Callen, recebemos uma ligação que a motorista foi levada por alguém desconhecido. – O policial viu a cor de Callen sumir. – Agente?

Callen se afastou, com o celular em mãos, mas já sabendo o pior. Ele era um agente e sabia das estatísticas.

— Promotoria de Los Angeles. – Ashley perguntou. – Em que posso ajudar?

— Ashley, sou eu, Callen. – G suspirou. – Elisa está por aí?

— Achamos que estivesse com você. – Ashley falou. – Isso quer dizer que ela não está com você e nem está aqui...

— Ashley, por favor, veja se Phillip está por aí e peça a ele um mandato. – Callen respirou fundo. – Elisa foi raptada.

Sam voltou-se para o amigo, quando Callen deixou o telefone cair no chão e estava lentamente balançando. O golpe final foi quando ele viu o cordão que ela nunca tirava do pescoço no saco Ziploc.

— Ok, G. – Sam ajudou o amigo a se levantar. – Acho que essa é uma situação.

— Eles a levaram. – G começou a chorar, atraindo a atenção de todos na cena. – Vance a levou.

De volta a sede do NCIS, Callen se sentou no fundo da sala. Ele parecia estar em uma sala cheia de ecos, sozinho. Ele podia ver Hetty mover a boca e depois Kensi e Deeks o olhando, mas ele não estava ali presente de verdade.

— Você está bem, G? – Eric lhe deu um copo de café. – Já temos as imagens do satélite. E Vance não vai a nenhum lugar.

— Ele disse que se vingaria de Elisa por conseguir aquela ordem de prisão contra ele por desvio de dinheiro, tráfico de influência. Isso só pode ter um final. – Ele se levantou e ignorou todos os chamados.

Era hora de ele matar aquele homem antes que a vingança contra ele, Elisa e Abby fosse finalizada.

Callen invadiu seu apartamento como se um raio o atravessasse segundos antes. Ele abriu as gavetas e jogou tudo no chão embaixo a procura de uma arma. Ele olhou para a foto dele e de Elisa e sabia que por ela poderia morrer sem nenhum remorso.

Pegando a arma que ele encontrou, a arma que ele deu a Elisa, Callen a carregou. Ele olhou de novo para a foto e prometeu que iria até o inferno se preciso fosse.

— G, você não pode fazer isso. – Sam o parou. – Pense em Elisa!

— CARALHO, É NELA QUE EU ESTOU PENSANDO!! – Callen literalmente gritou. – ENTÃO VOCÊ PODE VIR COMIGO OU ME DEIXAR FAZER O QUE EU PRECISO.

— Eu vou com você. – Sam entrou no carro com Callen. Se o amigo se metesse em problemas, pelo menos ele estaria dando cobertura.

Elisa estava amarrada a uma parede, chorando. Ela tinha um machucado no joelho, mas fora isso, ela estava bem, na medida que alguém ficaria.

— Callen vai te encontrar. – Elisa sabia que ela não era nenhuma mocinha em perigo, mas ela precisava arrancar algo de Vance enquanto Callen não chegasse. – E depois, você não vai conseguir o acordo que a promotoria queria fazer.

— Que se foda o acordo. – Vance abriu o estojo de utensílios. – Eu vou para a cadeira elétrica depois que eu terminar com você e pegar Abby.

— Não ouse machucar a mim e Abby. – Elisa olhou para a garota desmaiada do outro lado da sala. – Porque no segundo que Callen entrar aqui, ele não vai poupar balas. Você poderia ter feito o acordo. Você ficaria dois anos preso por tudo o que fez, mas você agora vai ser morto.

Antes que Vance dissesse algo, o barulho de uma porta sendo estourada o fez olhar para cima.

— Eu te disse. – Elisa deu um chute no homem distraído que tentou ir para ela, mas foi barrado por uma bala no braço, vinda de Callen.

— Seu cretino. – Vance avançou até Callen que largou a arma e derrubou o homem, pulando sobre ele e dando murros.

— - Seu cretino, desgraçado! – Callen bateu a cabeça de Vance no concreto tantas vezes, que quando Sam o afastou, ele estava morto.

— G, ele morreu. – Sam apontou para Elisa chorando. – Ela precisa de você. Eu cuido de Abby.

— Obrigado. – Callen respirou fundo e foi até a noiva, a livrando das algemas e a abraçando. – Meu Deus, eu senti tanto medo.

— Está tudo bem. – Elisa o abraçou e o beijou, lágrimas escorrendo por suas bochechas. – Ele ralou meu joelho.

— Eu vou cuidar de você. – Callen a colocou nos braços. – Como Abby está?

— Apenas nocauteada. – Sam protegeu a técnica em seus braços. – E Elisa?

— Apenas meu orgulho está ferido. – Elisa sorriu finalmente se sentindo livre e olhando para o corpo morto de Vance. – Você terá a melhor equipe de defesa caso for preciso.

— Mesmo sabendo que não vai ser preciso, eu aprecio. – Callen olhou para a Elisa. – Antes de alguma coisa, eu baguncei nosso apartamento atrás de uma arma.

— Está tudo bem. – Elisa o beijou. – Podemos arrumar juntos.

— Com certeza. – Ele a levou para longe daquele lugar.

Ela e Abby foram tratadas. Descobriu-se que ele raptou Abby no momento que ela desceu no aeroporto e invadiu o sistema da agencia fazendo parecer que ela tinha ido para New Orleans.

O corpo de Vance passou por uma autópsia e Callen foi inocentado de qualquer acusação.

Ele e Elisa tiraram algum tempo para se recuperar do acontecido. Eles arrumaram o apartamento e foram dançar. Os machucados se fechariam e nem mesmo a cicatriz ficaria.