Com Amor, Samantha Puckett escrita por JJAlbuquerque


Capítulo 10
Nove - Futuro Desviado




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De repente, Sam se viu realizando seu sonho. Freddie se aproximou repentinamente e a beijou. Paralisada e sem saber exatamente o que fazer, Sam apenas ficou ali, de olhos arregalados, enquanto Freddie estava de olhos fechados. Alguns segundos depois, ele abriu a boca um pouco, e Sam finalmente fechou os olhos e se deixou levar pelos lábios do garoto a quem ela dava todo o seu amor. Assim como Freddie, ela também se deixou abrir um pouco a boca, e assim eles ficaram, entre beijos lentos e molhados. Depois de algum tempo, Freddie finalmente começou a parar e por fim, se afastou; suas testas ainda se tocaram durante alguns rápidos segundos e ele se virou sem olhar para ela. Sam o acompanhou com os olhos enquanto ele se afastava cada vez mais rápido.

Por Deus, o que havia acabado de acontecer ali?

Ele realmente havia beijado ela?

Sam se beliscou algumas vezes para ter certeza de que não estava sonhando, deu leves tapas na própria bochecha e até mordeu um pouco a linha. Freddie já estava longe, mas ela ainda continuava ali, olhando para algum lugar aleatório, perdida nos próprios pensamentos, e a pergunta que continuava martelando em sua cabeça era: e agora? O que ela deveria fazer? Como deveria agir? Deveria conversar com ele, ou apenas seguir com sua vida? Eles estavam em algum tipo de relacionamento? Como ela iria encarar Freddie assim que chegasse em casa?

Ah, meu Deus, sua cabeça estava a mil...

Por fim, ela apenas sentou novamente no banco e reviveu toda aquela emoção, lembrando do toque dos lábios de Freddie e sentido aquela energia e arrepio voltarem apenas com a lembrança daquele beijo... E havia sido deu primeiro beijo! Teria sido o de Freddie também? E o mais importante... O que estaria passando pela cabeça dele naquele momento?

X.X.X.X.X.X

Samantha e Freddie pareciam ter estagnado. As férias de verão afastaram ambos de um jeito realmente doloroso, mas que Sam já havia esperado, Freddie passou a sair mais de casa e a jogar basquete com alguns garotos da vizinhança em um parque próximo e a fazer várias outras coisas que Sam não sabia, parecia que a amizade de ambos haviam esfriado desde o beijo.

Ted havia começado um curso de férias em uma instituição no centro, onde ele e alguns colegas de classe passavam as manhãs em um clube do livro e faziam apresentações diversas durante as semanas que passavam. Ted parecia um tanto avoado recentemente, e até mesmo havia esquecido um de seus livros importantes nas reuniões. Naquela manhã, após o café da manhã, a senhora Benson indagou a Freddie para que ele levasse o livro esquecido a Ted.

― Eu vou pra quadra agora ― foi o que ele respondeu, levantando da mesa e saindo em silencio.

― Eu posso levar, sra. Benson. Eu estou de bobeira ― Sam sorriu, enquanto mordia um pedaço da torrada.

A mulher agradeceu e deixou o livro em cima da mesinha de centro, próximo ao sofá. Samantha o pegou assim que terminou o café e saiu andando em direção ao metro, que ficava a algumas quadras de distância. Samantha caminhava distraída enquanto espiava dentro do livro, onde encontrou alguns desenhos de Ted; ele era realmente bom desenhando, geralmente eram guerreiros de armaduras, como os personagens dos jogos que ele costumava jogar, ou os jogos online que seu pai desenvolvia em sua empresa.

Ao chegar no metro, viu Robbie de longe, andando a sua frente. Ela logo se animou, pois já tinha alguns dias que eles não se viam. Robbie havia adotado um novo corte de cabelo, que o havia deixado realmente bonito; parecia mais adulto, confiante, quando comparado ao garoto cabeludo e vestido no uniforme da St. Joseph. Sam logo foi até ele.

― Robbie! Robbie!

Ele logo olhou para trás, a procura da voz doce e única do amor da sua vida, o rapaz logo abriu um gigantesco sorriso e andou até ela, a abraçando com força.

― Pra onde você está indo? Eu posso te acompanhar.

― Eu vou até a escola do Ted deixar esse livro pra ele. Você vai a algum lugar por perto?

― Eu vou me encontrar com seu pai no restaurante, mas se eu disser que estava com você, com certeza vai perdoar pelo atraso. Vamos.

Ele disse e ambos seguiram até a estação. Assim que entraram no vagão e encontraram um lugar para sentar, Sam logo indagou a ele:

― O que vai fazer no restaurante?

― Era uma surpresa... ― Ele parecia meio envergonhado. ― Mas eu consegui um emprego no restaurante do seu pai, ele vai me treinar pra que eu possa me transformar em um chef e ter meu próprio restaurante. Eu vou entrar no mundo dos adultos um pouco antes, ― ele segurou nas mãos de Sam, que se assustou um pouco, mas já era de se esperar de Robbie ― então você pode me esperar sem medo, eu vou poder dar um ótimo futuro pra gente!

Era incrível como Robbie era tão sonhador quando Sam, só naquele momento era que Sam havia percebido o quão ambos eram realmente parecidos. Sam era perdidamente apaixonada por Freddie, e Robbie tinha um carinho gigantesco por Sam, mas ela não sabia se realmente era amor. Poderia ser?

― Onde fica a escola de Ted? Por que ele está indo lá nas férias?

― Ted está em um curso de férias com alguns alunos, então ele precisa ir a escola algumas vezes por semana. Fica no Centro, então precisaremos trocar de linha duas vezes. Me acompanhar realmente não atrasará você?

― Você nunca me atrasa ― ele sorriu, travesso. ― Posso ir com você pra qualquer lugar.

Sam sorriu, um tanto feliz com a afirmação dele. Robbie Shapiro era realmente único, seu melhor amigo no mundo inteiro, até mais do que Jade e Tori, que também sempre estavam ao seu lado... Mas Robbie era, de algum jeito, muito especial.

X.X.X.X.X

Quando chegaram ao escola de ensino básico, eles procuravam pela turma especial de Ted e os encontraram na biblioteca da escola, onde eles estavam tendo algum tempo de descanso antes de retomarem as leituras. Robbie esperava do lado de fora enquanto Sam procurava por Ted, e o encontrou em um canto, olhando longe. Ela o chamou, mas não obteve resposta. Só então foi que percebeu que ele olhava para uma garotinha do outro lado da sala, que conversava com uma amiga. Como ela era fofa! Não era a toa que ele estava perdido olhando pra ela.

― Quem é ela, Ted?

― O que está fazendo aqui? Vá embora, sua xereta!

― Apenas me diga quem é ela! ― Ele cochichavam.

― Ted, aqui está o livro. É sua vez.

A garotinha que ele estava olhando segundo antes se aproximou e o entregou um livro, e Ted praticamente não teve voz o suficiente para respondê-la, apenas sorrindo como um abobado.

― Muito obrigada, estudante! ― Sam respondeu no lugar de Ted.

― Você é a irmã mais velha de Ted?

― Nunca! ― Ted respondeu desta vez, convicto e com raiva saindo dos olhos.

― Eu sempre quis ter uma irmã.

― Por que não vem nos visitar depois das aulas? Você e o Ted podem estudar juntos e podemos comer um lanche, o que acha?

― Eu adoraria!

A garotinha foi embora sorrindo e Ted ficou sem palavras. Ele realmente não poderia conter sua felicidade e assim Sam foi embora, descobrindo que a garotinha se chamava Vicky.

Quando chegou em casa, logo contou para a senhora Benson, que já estava pensando em que tipo de lanche ela deveria preparar aos dois quando eles chegassem.

― Senhora Benson, eles chegaram!

Sam estava tão eufórica quanto a senhora Benson e ambas já estavam a espera dos dois no hall de entrada. Ted abriu a porta e para seu constrangimento, sua mãe já foi logo se apresentando para a pequena Vicky, mas para sua surpresa, a garota apenas sorriu de volta, parecendo super a vontade com tamanha recepção.

― Ted, porque não sobem? Eu vou subir daqui a pouco com um lanchinho, okay?

Ted não falou nada, apenas mostrou a Vicky o caminho até seu quarto – que também era o quarto de seu irmão mais velho.

― Seu quarto é bem legal, Ted.

― Esse também é o quarto do meu irmão ― Vicky apenas balançou a cabeça como resposta e se sentou em uma cadeira, enquanto Ted se sentou em outra; o garoto estava com vergonha demais para conseguir puxar algum assunto, Vicky apenas observava o quarto com alguma curiosidade.

― Então...

― Você gosta de jogos?

― Não... ― Vicky deu de ombros. Aquele fora o primeiro assunto que veio a sua cabeça, já que ele era tão fissurado em jogos. ― Eu gosto de ouvir música.

― Que tipo de música você gosta? Eu tenho alguns CDs ― Ele se levantou e foi até a estante, ond continham vários CDs de diversas bandas de rock que ele e Freddie gostavam de ouvir.

― Eu não conheço nenhuma dessas bandas. Eu gosto de pop.

Mais uma vez o pequeno coração de Ted sofrera com a diferença de gostos de ambos e para piorar, ela parecia bem entediada. Não tinha nem dez minutos que ela havia chegado, provavelmente já estaria querendo ir embora. Para sua sorte, a sra. Benso havia chegado com uma bandeija com dois sanduiches, sucos e uma salada de frutas, que ela colocou na mesa de estudos de Freddie.

― Aqui está, podem saborear.

Claro que ela tinha uma camera escondida ali, já esperando um momento em que pudesse conseguir algumas fotos do novo casal. Sam também estava com a senhora Benson, tão eufórica quanto a mulher; estava feliz por ter tido a iniciativa de chamar a garotinha para visitar a casa, porque sabia como o pequeno ted se sentia e talvez pelo menos ele tivesse a sorte que ela não teve com seu irmão mais velho.

― Veja, eles estão comendo. Preciso ser rápida! ― Exclamou a senhora Benson.

Ali elas ficaram até que ambos engajaram em uma conversa sobre a escolha e Ted aparentava estar mais confortável, ele até mesmo estava sorrindo.

― Mas o que estão fazendo na porta do meu quarto?

Freddie havia chegado;. Estava parado logo atrás delas, de cara fechada, como sempre.

― Nada, nada, você pode passar...

Ambas sairam da sua frente e ele entrou no quarto, fazendo com que ambas finalmente parassem com a sessão de fotos e fossem para o térreo. Freddie entrou e se deparou com as duas crianças sentadas na sua cama. Gentilmente, ele sorriu para a garota.

― Ted, é uma amiga sua da escola?

― Sim, é a Vicky,

― É um prazer conhecer você ― Freddie mexia no seu guarda-roupa, separando uma toalha e algumas roupas. ― Eu sou Freddie, irmão mais novo do Ted. Pode ficar a vontade em nossa casa.

E assim ele deixou o quarto em direção ao banheiro. O que ele não sabia era o quando a garota havia ficando encantado com a beleza de Freddie.

― Quantos anos o seu irmão tem? ― Indagou Vicky, sem que Ted percebesse o interesse repentino da garota.

― Ele tem 18. Vai entrar na faculdade agora

― Sério? Que legal... Ele vai fazer o que na faculdade?

― Ele vai estudar pra tomar conta da empresa do nosso pai, e depois dele, eu vou tomar conta da empresa.

― Ele e tão bonito... O que ele gosta de fazer?

Foi nesse momento que Ted se deu conta do que aconteceu. Era isso, ele havia perdido para seu irmão a sua nova paixonite, mas não para ele que a sua raiva foi direcionada. Não demorou muito para que a garota seguisse com o que estava planejando na cabeça.

― Aqui, Freddie. Umas frutas ― Sam ofereceu a Freddie a salada de frutas que havia preparado mais cedo. Ele já estava no andar de baixo, lendo um livro na sala. Não demorou muito até que a garotinha Vicky desceu as escadas correndo.

― Olá, sra. Benson. Muito obrigada por me deixar vir aqui hoje ― disse Vicky.

― Ah, você pode vir quando quiser, querida ― Vicky sorria agradecendo a mulher pelo convite.

― Sam, muito obrigada por me convidar aqui hoje, você iluminou minha vida.

― Il-Iluminei? ― Ted finalmente havia descido as escadas, para acompanhar Vicky até a porta, ele só não esperava o que estava por vir.

― Sim. Porque eu conheci o Freddie.

Freddie finalmente parou a leitura e olhou estranho para a garota, sem entender o que ele tinha a ver com isso.

Freddie, eu entendo que sou muito nova e você já vai pra faculdade. Mas você pode esperar por mim, eu vou ser uma boa namorada pra você quando for mais velha.

Ted estava estático olhando tal cena, jamais imaginou que ela fosse fazert tal confissão ao seu irmão de forma tão aberta assim. Em respeito a Ted, Freddie segurou uma risada com tamanha audácia vindo de uma garota de dez anos.

― Vicky... ― Freddie começou a falar, mas ela o interrompeu novamente.

― Não adianta me rejeitar agora, quando for mais velha, você me verá com outros olhos.

― Não, você precisa me escutar. Eu já tenho namorada ― soltou o rapaz, assustanto não só a garota, como Sam e a senhora Benson também. ― E eu gosto muito. Então você precisa deixar isso de lado, ok? Quando você crescer, vai conhecer alguém.

― Ainda não me convenceu. Você verá. Até mais. Obrigada de novo por me convidar.

E assim, a polemica garota saiu e deixou todos em casa completamente sem reação. Ted estava de coração partido, Freddie chegou a dizer a ele que sentia muito, e realmente sentia. Se sentia culpado pelo que o irmão menor tinha acabado de passar.

― Isso é tudo culpa sua!

Para a surpresa de Freddie, o grito era direcionado a Sam, que ainda estava sentada no sofá, digerindo a situação. Ela se assustou quando Ted chegou perto dela e a empurrou, com tamanha arrogância.

― Você tinha que se meter na minha vida, quem te disse pra convidar ela pra vir até aqui? Não pode ficar quieta uma vez?

― Eu sinto muito... ― Sussurrava ela, deixando uma lágrima escapar. Na verdade, ela estava chorando pela extrema arrogância vindo de um garoto de dez anos e da noticia cruel de que Freddie agora tinha uma namorada e não era ela. Seu medo tinha se concretizado. ― Eu sei como se sente...

― Como pode saber? ― Ted gritou mais uma vez, mas diminuiu a voz quando viu que as lagrimas de Sam continuavam a rolar pela bochecha dela.

― Como posso não saber? Nós dois estamos apaixonados por pessoas que não gostam da gente. Eu posso entender a sua dor ― com um olhar vago, ela sussurrava, mas todos ainda conseguiam ouvir. De certa forma tocado, Ted se aproximou dela e se sentou ao lado da loirinha. ― Nós dois formos descartados e isso dói mais que tudo.

― Tudo bem, me desculpe. Não deveria gritar com você, não chore... ― Ted acabou tocando Sam pela primeira vez desde que se conheceram, ao tocar em seu ombro, um gesto simples, mas que a fez despertar do seu transe.

Sam limpou as lágrimas, respirou fundo e soltou um sorriso triste para Ted.

― Tá tudo be, Ted. A gente supera essa. 

 


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