Um Pequeno Problema escrita por benihime


Capítulo 2
Amigos


Notas iniciais do capítulo

Vindo com mais um capitulo onde poderemos explorar algumas amizades e momentos ;)



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Pela manhã, Natori acordava e se espreguiçava. Estava um pouco dolorido de dormir na cadeira ao lado de Natsume. Olhando para a cama via o menino ajeitado de lado e dormindo tranquilamente – o esforço da noite anterior havia valido a pena.

Natori deixou as shikis de olho em Natsume enquanto ia ao mercado – precisava de algo para Natsume comer que não fosse de um delivery e fosse mais saudável. Graças ao conselho de seu colega, não deveria demorar nas compras.

Voltando do mercado, Natori encontrou Madara sobrevoando a cidade. Escondido em um beco, ele lançou um de seus bonecos de papel para chamar atenção do youkai. Madara viu o exorcista e desceu em uma pequena praça próxima para conversarem.

— Bola de pelos você não deveria ser o guarda-costas do Natsume!? – Natori agarrou o gato pela cabeça nervoso.

— Me solta, Natori! – o youkai protestou e sentou na grama – Você está com cheiro do Natsume. Onde ele está? – Natori jurava que o gato estava muito preocupado.

— Eu o encontrei sendo perseguido por uma sombra no parque e o levei para casa. – ele foi rápido em se explicar – Já avisei os parentes dele que está comigo e eles me disseram que ele tinha saído para me ver. O que está acontecendo? – Shuuichi precisava tirar aquela história a limpo.

— Ele descobriu a data do seu aniversário e queria vir te cumprimentar como uma surpresa. – por aquela Natori não estava esperando, mas já sabia de onde podia ter vindo!

A poucos dias havia feito uma entrevista para uma revista de programas de televisão e algumas questões eram pessoais – incluindo seu aniversário. Ele provavelmente ouviu de algum colega na escola.

— E virou uma criança de que jeito!? – Natori viu Nyanko-sensei se surpreender.

— Criança!?!? – o gato gritou e por sorte estavam bem longe já de algum local com pessoas – O que ele fez para isso? Quando o vi na estação ele ainda estava normal! – o youkai se contorcia pensando no que o garoto deveria ter se metido agora.

— Você não deveria ter vindo com ele? – Natori parecia inconformado.

— Eu sai para beber com os youkais de Yatsuhara! Não achei que ele fosse se meter em problemas apenas por uma visita rápida. – nervoso, Nyanko-sensei se agitava sem parar.

No final, Natori sugeriu irem para seu apartamento ver Natsume e para que ele pudesse enviar as shikis atrás de respostas.

{Enquanto isso no apartamento}

Pouco depois da saída de Natori, Hiiragi, Sasago e Urihime se mantiveram no quarto de Natsume para vigia-lo. Quando ele acordou e se deparou com as shikis tomou um enorme susto! Ele pegou o travesseiro e jogou nas três como se tentasse se defender.

Sem esperar e deixando Sasago e Urihime nervosas, Takashi saiu correndo o máximo que pôde para algum local seguro e em busca de sua bolsa. Queria sair da casa, mas a porta estava trancada e o susto não o deixava. Ainda despistando Sasago e Urihime e sentindo dor no pé que torcera, ele escondeu-se no banheiro e ali ficou tentado segurar seu choro.

Hiiragi afastou as companheiras e decidiu ela mesma tentar lidar com Natsume. Ela entrou facilmente através da porta do banheiro e ele gritou acuado em um canto. Hiiragi agachou e lhe estendeu sua bolsa.

— Isto é seu, Natsume. – ela tentava ser o mais delicada possível e viu o menino parar de chorar – Eu e minhas companheiras não lhe faremos nenhum mal. O Natori logo vai voltar e ficar com você. – ela terminou e ele se acalmou abraçando a bolsa.

Mesmo mais calmo, o garoto ainda não queria sair de onde estava e Hiiragi viu a perna que estava machucada tremer. Ela se lembrou do que Natori fizera no dia anterior e tentou imitar.

— Venha, você ainda está machucado. – ela se levantou e pegou o menino nos braços.

 O susto de Natsume não durou muito. Por algum motivo aquela youkai era confiável e calorosa e ele a abraçou apertado – Hiiragi estava achando muito estranho. Sabia que o garoto era forte para alguém que lidava com youkais todos os dias e tinha que proteger o Livro dos Amigos, mas geralmente crianças estariam tendo crises de choro nestas situações e paralisadas pelo medo.

Ele não! Estava chorando o mínimo que a dor dos machucados permitia, tinha ‘enfrentado’ ela e as companheiras, conseguiu ter coragem para encarar a sombra que o perseguia e parecia tentar ao máximo avaliar a seriedade de sua situação. Definitivamente nada que uma criança normal de 10 anos faria naquela situação.

Hiiragi levou Natsume de volta para o quarto e o colocou na cama – ela reparava no quanto ele se importava com a bolsa e teve certeza: o Livro dos Amigos estava ali. Sasago e Urihime apenas assistiam a companheira cuidar do menino enquanto pensavam nas palavras de desculpas que ouviram dele.

Era apenas um gentil menino que tinha se assustado.

Hiiragi fez Natsume se deitar novamente e foi ver como estava o pé que torceu – bastou tocar a região e ele gemeu segurando a vontade de chorar, mas deixando as lágrimas escaparem. As três não tiveram tempo de pensar no que fazer, pois Natori finalmente havia voltado.

Nyanko-sensei desceu de seus ombros e foi diretamente ao cômodo onde sentia o cheiro de Natsume. Lá ele viu o menino na cama e o chamou – fazendo com que, por impulso, saísse da cama e corresse até ele. Nenhum problema, se Natsume ainda não estivesse com dores depois de correr das shikis.

— Natsume! Você precisa descansar! – Natori o pegou no colo e levou direto para cama – Seu pé não parece ter melhorado muito. O que aconteceu aqui? – ele perguntou as shikis depois de reparar melhor em alguns pontos bagunçados do apartamento.

— Ele se assustou ao acordar e nós tivemos que correr atrás dele pelo apartamento. – Hiiragi deu uma rápida explicação.

Natori suspirou, fez Natsume voltar a se ajeitar na cama e foi até o armário onde tinha guardado as coisas da farmácia. Ele não demorou para voltar, aproveitou para mandar as shikis investigarem aquela situação estranha e viu que Natsume encarava Nyanko-sensei preocupado.

— O Nyanko-sensei também é seu amigo, não precisa se preocupar. – Natori achou melhor explicar que o youkai era amigo logo – Fique parado que eu vou arrumar seus curativos. – Natori sentou-se na cama e começou a cuidar dele.

— Nós não somos amigos! – Nyanko-sensei disse agitado e Natori viu Natsume se surpreender um pouco triste – Nós apenas andamos juntos. – ele terminou virando o rosto e Natsume sorriu querendo ir até o gato e abraça-lo.

Natori não deixaria que se mexesse tanto, então decidiu ele mesmo pegar o gato e entregar para o menino. A revolta do gato foi engraçada para ele! Se sacudia gritando com Natori enquanto reclamava que Natsume o estava acariciando com um sorriso no rosto e dando uma leve risadinha. Aquele até podia ser um youkai... mas ele se sentia muito apegado ao gato de estranha aparência.

Com todos os curativos de Natsume finalmente prontos, Natori escutou o ronco do estômago dele. Era bem alto e deixou o menino bastante envergonhado. Natori achou graça e foi direto para cozinha fazer algo para comerem enquanto ele ficaria no quarto com o gato.

A refeição foi bem simples e divertida. Natori apenas ficava reparando na criança gentil que tinha a sua frente. Uma visão que sempre lhe lembrava uma antiga e desagradável questão sua: “Porque uma criança gentil como ele, tinha olhos tão vazios e tristes?”.


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Notas finais do capítulo

Fechando o capitulo coma necessidade de ler o proximo para avaliarmos a reflexão de Natori e rirmos muito tbm



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