— Comandante McGarrett, sente-se – A diretora da escola disse, então Steve viu seu filho encolhido na cadeira ao lado

— O que aconteceu? Freddie está bem? – Steve disse preocupado

— Eu o chamei aqui, porque hoje durante o intervalo, Freddie bateu no Gary Wilson

— Ele o que? Não, isso... Não, não é possível – Steve disse atordoado quando a notícia o pegou de surpresa

— Infelizmente sim, comandante. Segundo ele e alguns colegas, foi uma ação sem motivos

— Desculpe, senhora Gulliver, o Freddie não é disso... Ele sequer me trouxe problemas em casa, quanto mais na escola. Tem que ter outra explicação... Filho, nos diga, o que aconteceu? – Steve disse olhando pro filho, que parecia assustado

— Você bateu porque quis, Freddie? – Então o menino fez o primeiro movimento desde que Steve entrou na sala, concordando com a pergunta feita pela diretora – É o suficiente. Ele não precisa vir a escola até o a próxima segunda – A diretora disse e se levantou

— O que? Essa história está errada, olha como ele está, ele está claramente com medo

— Talvez ele esteja com medo de como você vai puni-lo

— Meu Deus, não, olha, eu conheço meu filho, ele não fez isso

— Todos os pais acham que conhecem os filhos, quando na verdade, as crianças são, na frente dos pais, o que ela quer que os pais achem

— Freddie só tem 5 anos – Steve sorriu com ironia

— Ele assumiu e os colegas ao redor confirmaram, não posso fazer nada contra esses fatos

— Isso está errado, muito errado – Steve murmurou se levantando. Steve se despediu da diretora – Vamos lá, filho – Steve disse pegando na mão dele, então seguiram para fora da escola.

A viagem pra casa foi silenciosa, Freddie parecia incomodado com algo, Steve resolveu não dizer nada, ele precisava pensar antes de agir, aquele não era seu filho, ele não iria bater em alguém por nada, ele não é assim. Quando chegaram, Steve saiu do carro e rapidamente Freddie saiu também. Quando já estavam dentro de casa, o menino fez o habitual, subiu as escadas, tomou um banho e desceu para a sala de estar, onde Steve o esperava

— Filho, o papai quer falar com você, sente-se aqui – Steve disse apontando para o espaço no sofá ao lado dele, então o menino obedeceu – Então, você bateu em um colega hoje – Steve disse – O que aconteceu? – O menino continuou em silêncio – Filho, o papai sabe que essa não é a verdade, você pode contá-la? – O menino não disse nada, mas Steve percebeu lágrimas se formando nos olhos do filho – Amor, a minha intenção não é brigar com você por que mentiu, ok? O papai quer entender o porque você fez isso... Para então, tentar te ajudar

— Você promete? – O menino olhou pro pai

— Eu prometo, filho – Steve secou as lágrimas que escorriam no rosto do filho

— Hoje o Gary bateu no meu amigo, e ainda tomou o lanche dele, então eu bati nele, porque o meu amigo não leva lanche todo dia, e hoje quando ele levou, o menino fez isso... Você tem que entender, papai, o menino fez uma coisa feia

— Ok, tudo bem... Eu entendo que você ficou com raiva, certo? Eu também ficaria se alguém batesse em algum amigo meu, mas não precisa resolver com violência, entende? – Steve disse olhando pro menino

— Mas papai, ele bateu no meu amigo e tomou o lanche dele

— Eu sei, olha amor, só estou dizendo que poderia ter tido uma outra saída, entende? Você poderia ter conversado com sua professora, por exemplo. Você não precisava bater, entende?

— Mas Gary disse que se eu contasse a verdade, ele iria bater muito mais no meu amigo, até mesmo quando ele não tiver lanche

— Então você preferiu levar a culpa pra que seu amigo não se machucasse? – O menino concordou com a cabeça – Filho, o papai está contente pelo que você fez pelo seu amigo, você o defendeu, porém do jeito que foi feito, não foi o certo, entende?

— Você disse que não ia brigar – Freddie disse chorando

— Ei, não, filho, o papai não está brigando com você, o papai só está dizendo que poderia ter outra escolha, como agora você já sabe que se acontecer de novo, você pode conversar com alguém, você não precisa resolver isso sozinho. Se você contar pra alguém, podem existir outras pessoas para proteger seu amiguinho, então você não precisará bater

— Desculpa, papai... Eu não vou bater mais se eu puder conversar com alguém

— Isso aí, amor – Steve sorriu

— Me desculpa por ter batido no Gary e por ter mentido, eu sei que nós não mentimos e nem podemos bater

— Tudo bem, filho... Mas promete ao papai que você não vai fazer mais isso?

— Eu prometo – Freddie disse olhando pra Steve – Posso te dar um abraço, papai?

— Claro, vem aqui filho – Steve o ajudou a subir em seu colo e em seguida retribui o abraço dado – Eu te amo, filho

— Eu te amo muito mais – Freddie disse e se afastou do abraço sorrindo

— Hum, eu não sei... Quanto você me ama? – Steve disse olhando pro filho

— Mil milhões – Freddie disse animado e em seguida abraçou Steve de novo

— Mil milhões? É muito mesmo... Acho que não dá para competir com isso – Steve disse sorrindo

— Sim, papai, não dá – Freddie sorriu