English Boy escrita por Kiki, Tyke


Capítulo 24
Capitulo 24




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/773819/chapter/24

Eram quase sete horas da noite, eu não precisava consultar um relógio para saber. O céu praticamente escuro já denunciava. Penteei meu cabelo na frente do espelho e ajeitei a gola da camisa conferindo uma última vez meu visual. Eu vestia uma blusa quadriculada azul e vermelha, suspensórios, calça jeans com remendos coloridos, um lenço vermelho no pescoço e o chapéu de palha como manda a tradição. Bem caipira por assim dizer, com todo respeito.

ꟷ Tá pronto não, mano? ꟷ me virei para encontrar Danilo escorado na porto do quarto com feições impacientes ꟷ Larga esse cabelo, você tá lindo.

Eu chiei pro elogio, pois sabia que ele só queria me convencer a andar logo. Danilo estava igual a mim, porém mais estranho, com mais remendos, cores berrantes e uma gravata de girassol. 

Passei por Danilo na porta deixando para ele a missão de fechar e trancá-la. Em pouco passos estávamos no quarto um pouco a frente. Entrei sem bater já que a porta estava aberta e parei escorado na escrivaninha mais próxima. 

Tião, na frente do espelho, passava algo no olho que deixava suas pálpebras brilhantes. Sem dúvida era maquiagem, mas não sou um especialista em nomes dessas coisas. O menino era um escândalo de cores, vestia um macacão jeans com remendos, uma camiseta xadrez laranja e na cintura ele amarrou um lenço de cetim azul.

James estava deitado em sua própria cama brincando de girar sua varinha nos dedos, ele esperava o outro pacientemente. Minha primeira reação antes que pudesse reparar nas roupas dele, foi rir. Porque seu rosto era quase irreconhecível estando coberto por pelos grandes, estranhos e alaranjados.

ꟷ James, tem um negócio na sua cara. ꟷ Danilo falou entre risos.

É mesmo, onde? ꟷ James fingindo de desentendido e passando a mão no rosto fazia parecer ainda mais engraçado. ꟷ Oh! Está falando da minha linda barba?

Era completamente bizarro aquele negócio no rosto de um adolescente. Não ornava e ainda por cima, nitidamente, era fruto de uma transfiguração pouco elaborada. Provavelmente, por isso James estava coçando o rosto por baixo da barba de aparência piniquenta.  

ꟷ Foi ideia sua, Sebastião? ꟷ perguntei e recebi um olhar de ódio do garoto por usar seu nome.

É claro que foi ideia dele. James não possuía base para decidir, por si próprio, colocar uma barba na cara. Além do mais, a tradição de pintar o rosto era recorrente entre os mais novos. Nunca vi um adolescente disposto a passar por essa vergonha.

ꟷ Podem parar de rir, ficou adorável. ꟷ Tião se adiantou ao lado de James e arrumou a barba que o garoto estava bagunçando ao coçar ꟷ Eu que fiz.

Preciso mesmo usar isso? ꟷ James nos perguntou, parecendo apreensível ao notar que não tínhamos nada no rosto e Danilo não parava de rir dele.

Não precisa. ꟷ Danilo respondeu depois de uma tomada de ar para controlar a risada.

Você me disse que precisava usar! ꟷ ele reclamou indignado para seu par.

Eu disse que ficaria ótimo. ꟷ Tião deu seu melhor sorriso maldoso que me fez manear a cabeça com pena de James ꟷ E ficou ótimo! Em todo caso, levei muito tempo para fazer isso então não tire.

ꟷ Ooi! ꟷ Iara apareceu ao lado de Danilo, na porta do quarto, e o abraçou pela cintura. ꟷ Tião! Você tá incrível!

ꟷ Eu sei, fofa. ꟷ sorriu como se não fosse nada demais e piscou para ela. ꟷ Vocês também, meninas.

Com esse elogio eu iria reparar melhor na garota que estava na porta. Mas naquele momento, James se colocou em pé ajeitando a calça e roubando toda minha atenção. Tirando a barba ridícula, o resto nele estava quase perfeito. 

A camisa xadrez já era dele, e por mais que seja estranho, James a usava com frequência. Digo estranho, pois o único motivo que me fazia vestir esse tipo de blusa eram as festas de Junho, mas para James era praticamente um item de moda. E as botas que ele usava, pareciam mais de capinar um lote, pertenciam a Danilo. O porquê do meu melhor amigo ter aquela coisa feia, eu não faço ideia. Mas serviram bem em James. 

Agora, a calça jeans era minha. Ela era velha e eu mesmo tinha feito os remendos coloridos nela. O fato é que James não havia trazido muitas roupas e, dai estragar algumas, apenas para usar durante uma noite não foi algo que ele quis fazer. De qualquer forma, eu disse a James, várias vezes, que se a minha calça não lhe servisse nós poderíamos roubar alguma de Danilo. Mas não! James disse que estava bom. Eu tinha minhas suspeitas e elas foram confirmadas. Não estava bom, a calça ficou muito justa e contornando seu corpo de um jeito que…bom, eu não deveria ter acreditado nele.

ꟷ Lucas ꟷ uma vozinha suave me chamou.

Virei a cabeça de imediato para a pessoa. Era Lina, bem ao meu lado, também apoiada na escrivaninha. Nem vi quando ela chegou.

ꟷ Ei, moça bunita!

Lina não tinha o costume de participar das festas da escola, mas depois que começamos a namorar ela sempre nos acompanhava. Seu cabelo comprido estava dividido em duas tranças que caiam pelos ombros e ela usava um longo vestido azul de chita que deixava os ombros amostra. Estava tão fofa que me fez sorrir.

ꟷ Uau, você só me viu agora? ꟷ Lina riu, eu a olhei confuso. Atrás dela, Iara também estava rindo de mim.

ꟷ E-er sim, por quê? ꟷ respondi e Iara continuava rindo muito. ꟷ Ei, qual a graça?

ꟷ Ai, Luca. ꟷ a garota sorriu para mim com diversão ꟷ Você tava com uma cara de quem tava pensando no funeral inteiro da bezerra. 

Eu fiquei envergonhado por completo quando Danilo começou a rir também. Me recusei a olhar pro lado e assistir a reação de Tião e James. Apenas fiquei quieto e fingindo, um pouco, que não entendi o que estava acontecendo. Para o meu alívio da situação, Tião bateu palmas de repente e falou:

ꟷ Vamos, vamos, que não cabe todo mundo aqui, por favor.

Com isso, saímos do quarto. Segurei a mão da minha namorada e caminhamos atrás de Iara e Danilo. Não olhei mais para James até chegarmos do lado de fora do Aloja. Eu estava extremamente constrangido por ter me distraído especificamente com...a calça marcando no quadril dele. Au! Meu rosto queimava só de lembrar. Pelo menos acho que não foi tão óbvio o quê me distraiu, pois meus amigos só riam dizendo que eu estava brisando. 

O extenso gramado na frente do Aloja sempre foi o lugar perfeito para se erguer o grande mastro e dele saia fileiras de bandeirinhas coloridas. Ao redor dele as barraquinhas se organizaram, formando um semicírculo. Um pouco mais distante estava a fogueira e a Cadeia do Amor.

 Ah a Cadeia do Amor! Não sei como os professores consideravam aquilo uma boa ideia ano após anos.

As cercas de madeira erguiam-se do chão decoradas com papel crepom verde e rosa. Pude ver que já haviam dois infelizes presos, um casal de aproximadamente quatorze anos. A Cadeia funcionava basicamente assim, algum fi d'égua pagava ao delegado pela a prisão de um casal. E então havia duas formas de sair da cadeia do amor. A primeira, como é de se imaginar, seria beijando o seu companheiro de cela. A segunda forma, caso o beijo estivesse fora de cogitação, era esperando a pena acabar o que durava, longos e constrangedores, quinze minutos. Glória a Merlin que nunca me prenderam nesse trem!

Fora a absurda Cadeia do Amor, haviam diversas barraquinhas com brincadeiras. Mas o melhor para mim eram as barracas de comida. Definitivamente eu estava ficando velho e me importava bastante com essa parte. Tinha barraca do milho, pipoca, arroz doce, maçã do amor, paçoca e muito mais. Sem dúvida o meu paraíso.

Nós seis sentamos nas mesinhas para comer. James parecia apreciativo com tudo em volta, reparei nisso quando tive coragem de olhá-lo de novo. Não sei ao certo seus sentimentos, porque ficava difícil ler seu rosto com aquela barba ridícula na frente.

Um último detalhe interessante da festa era a fogueira de São João. Na verdade, nem sei se os bruxos a acendiam para um santo católico, mas de qualquer forma ela existia. Eu gostava muito da fogueira quando criança, pois na minha cidade a temperatura nessa época do ano caia o suficiente para me fazer sentir frio. Por isso, eu sempre ficava ao redor da fogueira sentindo seu calor aconchegante.

No entanto, no Castelinho, a realidade era diferente. O clima constante, praticamente fixado nos 26 (pra mais) graus celsius, não permitia que a fogueira me fizesse tão feliz. Afinal já estava quente o bastante.

De qualquer forma a fogueira do Castelinho trazia um evento que deixava a professora Branchela louca de raiva. Isso porque alguns alunos retardados se desafiavam a pulá-la. Eu sei que é uma tradição, mas não acho que deveria ser levada ao pé da letra. 

Com a magia ao seu favor, esses doidos dos sétimo ou sexto ano (sempre garotos, por que será?!) faziam feitiços de proteção e tentavam pular a fogueira com mais de um metro de altura. No entanto, eles não eram nem capazes de fazer um bom feitiço e saiam todos chamuscado. Quanto mais velho eu ficava mais entendia porque Branchela surtava.

A professora era praticamente a guarda da fogueira e transfigurava em uma anta todos que ousássem enfrentá-la. Daí você me pergunta: alguém era louco de fazer isso? É claro que sim! Eu podia contar umas três antas correndo pela festa alegremente e usando chapeuzinho de palha.

ꟷ Debochado, é a palavra? ꟷ  James se inclinou na minha direção para falar por cima do barulho e eu levei um leve susto com sua voz na minha orelha. 

Percebi que James estava assistindo o quarto garoto levando esporro de Branchela e sendo transformado em anta.

Como assim?

James tinha um sorriso de algo divertido que passava em sua cabeça.

Pular uma fogueira depois de séculos fugindo delas. É debochado.

Acho que sim. Isso é ruim? ꟷ perguntei incerto sobre o que ele achava.

Não, isso é engraçado. ꟷ ele sorriu para mim e a forma que seus dentes surgiram cômicamente no meio da barba me fez rir.

Passamos bastante tempo na mesa, conversando por cima da música alta da sanfona. Eu e Danilo estávamos travando uma discussão sobre o quanto de quentão é preciso para ficar bêbado, quando a menininha do Correio Elegante chegou trazendo sua cestinha decorada com flores azuis. Assim que ela parou na nossa frente, começou a  juntar um bolo de recadinhos no formato de coração.

ꟷ Você é o Danilo? ꟷ ela perguntou com o rosto corando.

ꟷ Sim.

Tião já estava rindo ao lado. A menina estendeu o monte de cartinhas de amor para ele e depois saiu fugida. Isso estava acontecendo porque as garotas do primeiro ao terceiro ano pareciam ter desenvolvido um crush coletivo no meu amigo. Era um surto engraçado, não no mau sentido, pois Danilo era realmente bonito. Mas ele ter se tornado a grande paixão das alunas mais novas virou piada entre a gente. 

Iara soltou um suspiro enquanto lia alguns dos poeminhas endereçados a Danilo. Tudo que o garoto fez foi rir e ganhou um olhar indignado da namorada.

ꟷ O quê?! ꟷ ele perguntou a ela, desembrulhou uma bala que vinha de brinde nas cartinhas e a jogou na boca.

ꟷ Bem, pelo menos eu também ganho bala. ꟷ  ela aceitou por fim.

Iara arrancou uma quantidade balas das cartas e jogou algumas para nós. Eram tantas declarações de amor que dava para dividir com todos.

Estava tudo indo muito bem e divertido, mas algo tinha que acontecer para perturbar nossa paz. Quando vi os “guardas” do professor...que dizer…do delegado Marcelo se aproximando do nosso grupo eu já arfei com desgosto e amaldiçoando o filho da mãe que fez isso. Seja ele quem for. Os guardas da Cadeia do Amor, que não passavam de dois alunos fantasiados, pararam diante de nós com o "mandato" na mão.

ꟷ Sebastião Lobívia. ꟷ um deles anunciou.

ꟷ Há, mas vocês não tem amor na vida. ꟷ Tião praguejou cruzando os braços e cerrando os olhos. Eu não sabia dizer se ele estava bravo por dizerem seu nome ou pela situação em si.

ꟷ Madame, nos acompanhe. ꟷ o outro garoto estendeu o braço cavalheiresco para Tião, fazendo seu amigo rir.

Eu respirei fundo com raiva deles. Ninguém ao redor achou graça, além dos própios piadistas. Tião deu a eles seu melhor olhar de desprezo e empurrou o braço estendido para longe. 

ꟷ Sei o caminho. ꟷ e começou andar determinado na frente. Os dois guardas foram atrás fingindo que estavam escoltando seu prisioneiro.

Imaginamos que Tião voltaria logo. Ele não tinha caprichos nesse ponto e beijaria qualquer um no rosto ou até daria um selinho para estar livre em questões de segundo. Mas Tião não voltou nos próximos minutos o que me causou estranhamento. Levantei do banco e caminhei o suficiente para ter visão da Cadeia. Avistei o professor Marcelo fantasiado de delegado em pé ao lado da prisão. Também pude ver Tião lá dentro escorado na lateral e imóvel. Não consegui identificar quem estava com ele. 

ꟷ Por que ele ainda não saiu? ꟷ  Danilo também se levantou, se ponto ao meu lado para olhar.

Todos fomos até lá e bastou um pouco de aproximação para identificar quem era o companheiro de cela de Tião. Eu tinha um palpite assim que vi os guardas vindo, Carlota. A garota já havia pago para ser presa com Tião uma vez.

Entretanto eu errei, pois era Rafael quem se encontrava lá dentro. O garoto estava de braços cruzados e com uma carranca feia, do lado mais oposto possível a Tião. Assim que nos aproximamos da Cadeia, Rafael ficou muito constrangido e encarou o chão.

ꟷ Oi. Quem fez isso? ꟷ perguntei parando perto do meu amigo atrás das grades de madeira. 

ꟷ Não sei, não foram vocês, certo? ꟷ ele perguntou como quem quer confirmar algo que já sabe.

ꟷ É claro que não, estávamos o tempo todo do seu lado. ꟷ respondeu Iara.

Tião olhou feio para Rafael que encolheu mais ainda no seu canto.

ꟷ Tá vendo? 

Rafael bufou e algo além de nós atraiu o seu olhar. Me virei para procurar o que Rafael havia visto. Alguns metros de distância estavam seus amigos apontando para a Cadeia e rindo entre eles. 

ꟷ Em quinze minutos eu volto pra festa. ꟷ Tião murmurou e jogou a cabeça para trás encostando na grade.

ꟷ Assim, vocês podem beijar no rosto ꟷ o professor Marcelo falou parecendo desconfortável com a situação de ter dois garotos em sua Cadeia. ꟷ Não tem problema nenhum, meninos. É sério! Eu mesmo já beijei vários colegas meus. NO ROSTO, é claro. Teve uma vez…

ꟷ Desculpa, professor. ꟷ Tião o interrompeu. ꟷ Mas esse infeliz não encosta mais nada em mim.

ꟷ Oh! Certo, tudo bem. ꟷ Marcelo assentiu desconcertado e depois ficou quieto, com as mãos pra trás em posição de guarda.

Uma vez que não podíamos fazer nada, decidimos esperar Tião na barraca da pesca. Lina e Danilo compraram as fichas para tentarem pegar um dos peixinhos que ficavam no tanque de água. Eles pareciam muito reais, mas eram apenas fruto de encantamentos e uma vez fora d’água se transformavam em bichinhos de pelúcia. 

Lina conseguiu pescar um peixe betta. Ela estendeu o bicho fofinho para mim e eu coloquei a mão no peito fingindo estar encabulado.

ꟷ Pra mim? Obrigado!

Estiquei os braços, mas ao invés de pegar o brinquedo eu a abracei e lhe dei um selinho. Depois aceitei meu presente fofo, é claro.

ꟷ Aww que bonitinhos! ꟷ Danilo nos falou sorrindo. Ele estava apoiado na grade da barraca, perto de Iara que tomou seu posto na missão de pescar o peixinho. ꟷ Tudo bem, James? ꟷ meu amigo perguntou em um tom meio preocupado.

Virei na direção do menino e ele tinha uma expressão esquisita atrás da barba. Ele rapidamente encarou o chão de um jeito sem graça.

ꟷ Estou. Olha, acho que o tempo acabou. ꟷ James falou animado, olhando na direção da Cadeia onde Tião e Rafael eram liberados pelo professor.

Nosso amigo veio correndo até a gente quando a liberdade cantou. Quanto a Rafael, ele foi caminhando na direção dos seus amigos e, logo que chegou perto, os garotos começaram a dizer algo que parecia ofensivo. Um deles tacou uma espiga de milho nele antes do grupo sair, deixando-o sozinho.

ꟷ Samara descobriu sobre a gente e contou pros amigos dele. ꟷ Tião comentou, também o observava de longe. ꟷ Eles que nos prenderam.

ꟷ Samara? ꟷ perguntou Lina.

ꟷ Do sexto ano, acho que eles estavam ficando. ꟷ explicou brevemente antes de sorrir ꟷ Só penso uma coisa: bem feito!

Tião se pendurou no braço de James e o puxou para a barraca do tiro ao alvo. De longe, vi Rafael ficar meio perdido sem ter pra onde ir. Eu não gostava dele, mas senti uma leve empatia por sua situação. Eu sabia como era ser excluído. Marco foi responsável por fazer as pessoas da escola me evitarem todos os anos. No entanto, nunca me encontrei sozinho daquela forma, pois sempre tive meus amigos. 

Por outro lado, Rafael fazia parte da antiga turminha do Marco assim como aqueles seus supostos "amigos" que acabavam de abandoná-lo. Então pensei que ele merecia isso. Virei as costas pegando a mão de Lina e a puxei para as barracas de comida outra vez, estava doido para comprar uma maçã do amor.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Meus amores, essa festa ainda não acabou e eu juro que no próximo capítulo haverá acontecimentos que prometem.

Bjs e comentem!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "English Boy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.