— Me diga alguma coisa... - tinha o coração no mesmo compasso que o dela com aquele silêncio. - Eu sei que não sou digno de vocês mais eu quero uma chance. Me de uma chance de estar com vocês de verdade, Maria me de uma chance de te conquistar novamente?

Sempre ouvimos dizer que segundas chances são para recomeços melhores, mas Estevão era mesmo um candidato forte para que Maria lhe entregasse seu coração? Quem iria garantir que ele não iria ser fraco e se deixar levar pela ambição do dinheiro e deixar tudo que tinha conseguido com elas até aquele momento? Eram perguntas que não podiam ser ignoradas e ali diante dos olhos dele ela conseguia se fazer diversas perguntas a quais seu coração lhe pedia para viver o que sempre tinha sonhado mesmo depois de ele ter feito o que fez.

Maria era uma mulher forte e tinha se reerguido sobre aquele amor o deixando em ultimo plano mais agora ele estava ali ao alcance de suas mãos e lhe rogando uma chance que sentia ter que viver para saber se seria o que realmente um dia sonhou e ele ali preso no olhar dela silencioso começava a suar com medo de dizer algo e parecer estar pressionando por uma resposta e ela o segurou mais forte ainda em meio a seus braços e sorriu, sorriu porque iria fechar os olhos para o passado e escrever novas linhas de um futuro que ela queria e viveria ao lado dele e se lá na frente desse errado ao menos teria tentado.

— Eu te darei o que me pede e espero não me arrepender depois! - a mão acariciou seus cabelos.

Ele soltou o ar que prendia e sorriu lindamente a puxando ainda mais para seus braços como se fosse possível e a beijou fazendo com que ficasse na ponta dos pés e ele a tirou do chão beijando seus lábios como um louco, Maria não foi diferente dele e o agarrou com as pernas e os braços desfrutando dos lábios de seu amor. Estevão deu alguns passos com ela e encontrou a parede fazendo com ela soltasse um pequeno gemido se esquecendo que logo atrás deles tinham duas garotinhas adormecidas e que qualquer barulho poderia fazer com que elas despertassem e Maria com muito esforço recobrou seus sentidos e cessou o beijo.

— Nossas filhas... - respirava quase que com dificuldade.

Ele deitou a cabeça no ombro dela e sentiu seu cheiro maravilhoso enquanto sorria.

— Eu vou tomar um banho enquanto você pede o jantar! - a olhou tocando seu rosto. - Você não irá se arrepender de me dar essa chance!

— Assim espero Estevão! - o beijou e ele a colocou no chão saindo dali ou iria fazer o que não devia e não era isso que queria.

Maria colocou uma roupa confortável e pediu o jantar para os dois e no meio da ligação as meninas resmungaram juntas o que a fez pedir a comida de ambas e agradeceu encerrando a ligação, as meninas começaram a despertar e ela sorriu indo para a cama as puxando para seus braços e elas a agarraram cheia de amor e manhosa como sempre eram. Estevão não tardou em voltar ao quarto e ficaram os dois ali cuidando das duas, brincando e fazendo com que elas gargalhassem assim como eles, logo o jantar chegou e eles jantaram agradavelmente e sempre com um olhar cúmplice querendo que seus lábios se tocassem mais não queriam as meninas confusas e apenas contiveram o desejo.

(...)

TRÊS DIAS DEPOIS...

O grande dia de Maria brilhar tinha chegado, ela estava radiante e o sorriso quase não sumia de seu rosto por tudo que se passava em sua vida, ela e Estêvão não trocaram mais que beijos naqueles dias e como o pai chegaria no dia de seu lançamento eles decidiram juntos que iriam ser discreto até que ele pudesse falar com José. As meninas não poderiam estar mais felizes com os dois juntos e desfrutavam da atenção que recebia dos dois, Estêvão dormiu uma noite no mesmo quarto que elas e para ele era um sonho realizado acordar no meio da noite e tê-las ali ao alcance de sua mão junto a mulher que verdadeiramente amou.

Estêvão sabia que ainda tinha muito que conquistar com Maria mais ele ia aos poucos para não ser evasivo de mais em sua vida. José ao chegar com Inês observou os dois e como o bom pai ciumento que era já imaginava muitas coisas e em seu coração tinha uma certeza: Algo estava se passando entre eles. Maria estava feliz por dar mais um passo em sua carreira e algumas poucas horas antes de saírem do hotel ela recebeu uma mensagem de Estêvão pedindo que ela o encontrasse na área da piscina e ela deixou as meninas com o pai e saiu como se nada estivesse acontecendo.

Quando o encontrou, ele estava de costas observando a vista e ao sentir o seu cheiro junto ao vento virou com um singelo sorriso.

— Que bom que conseguiu vir. - a puxou para ele.

— Não posso demorar porque papai é ciumento! - O abraçou pelo pescoço ficando na ponta dos pés.

— Eu percebi pelo olhar dele ao me encarar no seu quarto com as meninas! - sorriu e a beijou nos lábios cheio de amor. - Eu te amo!

Ela sorriu queria retribuir mais sentiu medo de demonstrar de mais e acabar sofrendo e somente o abraçou forte sentindo seu cheiro e ele a segurou do mesmo modo entendendo perfeitamente seus sentimentos.

— Eu te chamei aqui pra te dar um presente! - a soltou e sorriu. - Eu sei que você é a melhor no ramo das joias mais quando eu vi tive que comprar. - entregou a caixinha a ela deixou de tirar do bolso.

Maria abriu e sorriu tocando com a ponta dos dedos.

— Eu estava passeando com as meninas quando o encontrei e no mesmo momento pensei em você! - sorriu.

Maria o olhou e novamente o abraçou forte emocionada.

— Obrigada meu amor é lindo! - o beijou muito, muito mesmo.

— É só um mimo pra te presentear no seu grande dia, amor!!

Eles ficaram ali namorando por mais alguns minutos e ela subiu para o quarto já que tinha que se arrumar, não falou com o pai que ficou a observar sua menina e antes que Inês pudesse falar algo para ele, ele saiu do quarto e caminhou até o de Estêvão, não precisou bater já que ele saiu do elevador e os dois se encararam.

— José...

— Abre a porta que vamos conversar!