O abraço do urso escrita por Ragnar


Capítulo 3
Capítulo 2 — Nosso pequeno e isolado mundo, miella




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Outra missão cumprida e sua parceira satisfeita, Xayah tinha o olhar selvagem de vastayes brilhando, o respirar ofegante pela batalha que teve muito dela, dedicando para não morrer entre aqueles traidores. Os ferimentos dela estavam um pouco piores como da última batalha e ela se negava a receber o tratamento com sua cura, mas não negava ficar nos braços dele. Rakan a envolveu em seus braços, cada parte do seu ser tinha um instinto para protegê-la e iria fazê-lo, estavam unidos e ele escolheu lutar por ela e com ela.  

Seguiriam pela trilha menos movimentada até algum vilarejo ou cidade para pessoas como eles para repousarem e conseguirem alguma informação útil e que não fosse tão cara, além de aproveitar melhor o momento com sua amada Xayah... Com segundas intenções, claro. 

Deveria selecionar melhor as pessoas que seguiam e roubavam informações, durante tanto tempo estavam sendo feitos de idiotas, não conseguiam tanto êxito como queriam e muitos deveriam saber que estavam nas redondezas fazendo tal roubo. A guerra e conflito das nações que tentavam atacar Iônia não chegaram até eles e por isso as coisas se complicavam tanto, por isso tomavam cuidado e tentavam não se afetarem. 

Isso o tornava tão culpado quanto os invasores? Rakan se mantinha tão ignorante com isso que parecia viver em seu próprio ninho... Mas não era assim que viviam os yordles e o povo selvagem?  

“Seus pensamentos gritam para mim, mieli”  

Sua amada proferiu, o olhando de soslaio para ele e por fim, se virando para poder ver a face distraída do mesmo, ainda mais do que das outras vezes. Fosse pela vez que libertaram o pode trancafiado da floresta, a recompensa não foi comentada por eles e mesmo assim, Xayah se mantinha atenta para cada detalhe. Eram um casal no final das contas. 

“Cansado apenas, mas nada que uma boa música e um bom vinho não resolvam” Laçando uma piscadela e o seu melhor charme, mas sua amada parecia reconhecer o tormento em seu olhar ou sorriso, o reconhecia para não mudar de assunto e deixar tal incomodo de lado “Estamos perto de conseguir chegar em uma pousada, vamos dormir e quem sabe, aproveitar, juntos...” Sugeriu. 

E de preocupação foi para desconfiança. Braços cruzados e um cenho levemente erguido, Xayah conseguia dominá-lo com tão pouco que ele logo se rendeu, suspirando e indo até a amada, a envolvendo em sua cintura e aproximando o corpo dela com o dele. Sentia o coração dela bater contra si, mesmo com toda a carne e tecido, sentia como ela parecia tão serena enquanto o mundo caia sobre eles. 

“Pensamentos não agradáveis e inúteis” Contou, vendo o olhar desconfiado dela se intensificar ainda mais, o que não era nada bom “E queria uma boa cama ou um lugar quente e agradável ao lado da mais vela mulher da minha vida”  

“E eu acredito” Falou a vastaya, dando uma risada e acariciando o rosto de Rakan com carinho, a afeição não apenas no toque, mas no sentindo de tranquilizar qual fosse o pensamento dele para distraí-lo, como se soubesse mesmo assim e não quisesse que ele falasse. 

“Vamos? Logo vai anoitecer e não quero diminuir o passo de jeito nenhum” Sussurrou, dando o mais breve beijo em sua amada. 

A trilha ficava mais denta e a copa das árvores traziam a escuridão ainda mais rápido para o chão, além de seus troncos serem grossos demais e um pouco assustadores. Temia que em algum momento uma criatura disfarçada pudesse aparecer e atacá-los com uma forma tão inofensiva e que nenhuma outra criatura fosse reparar, mas não aconteceu nada e eles seguiram caminho. Seguiram caminho e quanto mais andavam, mais pareciam longe de qualquer sinal de civilização, mas quando Rakan já iria sugerir que acampassem e passassem a noite na floresta, um grito cortou a floresta na direção deles, fazendo pássaros voarem de seus galhos e a voz ecoar na escuridão que começava a surgir. 

Vindo dos arbustos, ambos se colocaram em posição de defesa para o que fosse no desconhecido inimigo, mas o que viram foi um ser pequeno e em total desespero surgir com o medo em seu olhar, correndo até eles e se escondendo entre as pernas de Rakan como se ficar atrás dele fosse o melhor lugar para se proteger, mas do “quê” nunca saberiam, pois nada surgiu dos arbustos para atacá-los. 

“O qu-!” 

“Não me machuca! Por favor...!” A voz fina ficou evidente pelo desespero, se agarrando ainda mais na perna de Rakan “Ela mandou eu correr... Eu corri...!” 

Ela estava chorando, tremendo de medo e chorando. Ele sentiu as lágrimas dela e olhando para Xayah, sua amada parecia tão surpresa quanto ele com aquela cena que acabou de acontecer, mas ela absorveu melhor a situação e logo vez uma careta para a garotinha. 

“Ei, ei... Devagar...” Com cautela, ele a afastou e se ajoelhou de frente para a pequena criaturinha, o rosto pouco iluminado pela noite, vendo o rosto vermelho e inchado. 

Notando o pouco que viu, não precisou concluir que aquilo era um filhote de humano, uma criança. Uma garotinha. Novamente ele olhou para Xayah como um pedido de “socorro” ou “alguma dica?”, mas a mesma não falou nada, apenas encarava a situação como julgadora dela. 

“O que aconteceu? Por que você está com medo?” Perguntou, devagar e vendo que a filhote conseguia recuperar os sentidos e diminuía o medo do que passou e de como se encontrava no momento, agarrou ao brinquedo estranho, o abraçando com força. 

“Eles pegaram a minha amiga... Tentaram machucar ela e vieram atrás de mim...” Contou, atraindo confusão para Rakan e o olhar desconfiado de Xayah, olhando de soslaio para a sua miella, não parecia convencida das palavras de um ser pequeno como um humano “Ela mandou eu correr e eu corri... São homens maus!” 

“E você conseguiu, correu” Falou, sorrindo para a criança e vendo que ela parecia não confiar nele ao ter proferido tais palavras “Mas por que fala ‘ela’ ao invés do nome?” Perguntou. 

“Ela me fez esquecer... Usar os poderes em mim e me fez esquecer...” Resmungou, outras lágrimas caindo de seu rosto e o rosto voltando a ficar vermelho pelo choro, mas o lamurio dela era baixo para ninguém ouvir “Ela me prometeu...” 

“Faz ela parar” Xayah resmungou e o que surpreendeu ali foi Rakan a censurar com o olhar. 

Poderia ser uma armadilha, serem mercenários ou bandidos a beira estrada, desertores de Noxus ou piratas além mar que tinha ido longe para missões ali. Mas ele reconhecia aquele olhar e aquele tipo de lágrima... Ele mesmo derramou quando pequeno, quando teve de criar asas e saber se cuidar sozinho. Fosse seu coração mole demais ou ver o medo em sua forma encarnada, negou com a cabeça e bagunçou o cabelo de fios vermelhos, atraindo a confusão de dois olhares em si. 

“Acho que sua amiga fez outra promessa” Comentou “Fez uma promessa de proteger você, essa deve ter sido a coisa mais difícil que ela talvez tenha feito e se ela souber que está viva e longe do perigo, ficaria orgulhosa” E tais palavras conseguiram fazê-la parar de chorar, atraindo um sorriso tímido “Aliás, me chamo Rakan" Contou, sorrindo sem mostrar os dentes "E você é...?” 

“Annie!” O respondeu, o sorriso abrindo ainda mais e contar o nome de maneira empolgada.

Era mesmo apenas uma criança e não uma armadilha.

“Você não pode estar pensando mesmo nisso, mieli? É um tipo de brincadeira?” Xayah rosnou para o amado, mas esse a ignorou e deu a famosa piscadela para a mesma. 

“Essa é Xayah, o amor da minha vida e único” A apresentou para Xayah, ignorando a careta da mesma “E nós estávamos indo arrumar um lugar para dormir, afinal, não vamos conseguir chegar em um vilarejo tão rápido de noite” 

“E é provável que ela tenha atraído os ‘caras maus’, não é?” Argumentou Xayah, com clara indignação na voz e face “Vamos, quanto mais longe daqui melhor, temos que ficar fora do rastro deles” 

Aquilo soou como uma concordância para levarem a filhote de humano com eles e mesmo que a criaturinha tivesse desconfiança deles, ela pegou a mão de Rakan e ele não soltou. 


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