OMG! Meu Pai é um deus - 2a. Temporada escrita por Sunny Spring


Capítulo 16
Capítulo XV - Mulher-Aranha?


Notas iniciais do capítulo

ATENÇÃO!!! Esse capítulo contém cenas que podem vir a ser um gatilho para quem tem problemas com ansiedade ou pânico.

Bom diaa! Obrigada Derek Stefan e The Voracious Reader por comentarem ♥ ♥

Mais notinhas lá em baixo...



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Loki foi chamado na base da S.H.I.E.L.D para prestar um novo serviço para a agência. Com muita má vontade, e com o andar pleno, o deus adentrou diretamente na sala do agente Nolan, sem nem mesmo bater na porta. Na sala, o agente Nolan, a srta. Harrison e Natasha encararam Loki, perplexos com a invasão. O deus, entretanto, não se importou nem um pouco com as caras feias que lhe foram direcionadas e praticamente se jogou numa poltrona de rodinhas, colocando os pés em cima da mesa, como forma de afronta.

— Por que me invocastes, humana insolente? - Ele perguntou diretamente à agente Harrison, que cruzou os braços, carrancuda.

— Sabe para que serve aquilo? - Ela apontou para a porta fechada. O deus virou a cabeça na mesma direção e deu de ombros logo em seguida. - É para impedir que entrem na sala direto. Deveria ter batido na porta! - Completou irritada. Loki revirou os olhos, entediado.

— Estou lhe fazendo um favor e ainda quer exigir, praga terráquea? - Sibilou, dançando uma caneta entre os dedos. - Por isso a raça humana nunca evolui. - Ele esboçou um sorriso provocativo. Harrison bufou.

— Não está fazendo favor nenhum à S.H.I.E.L.D, Loki. - Natasha cruzou os braços, séria. - Está cumprindo pena, caso tenha esquecido. - Ele encarou a ruiva.

— Natasha! - Ele sorriu, sínico. - Não tinha reparado na sua presença aí. - Mentiu com a intenção de provocar ainda mais os midgardianos que estavam diante dele. - Como vai, minha cara? - Romanoff apenas o encarou, se controlando para não acertá-lo com a primeira coisa que visse na frente.

— Loki, você está cada dia mais insuportável. - Ela comentou. O deus sorriu ainda mais.

— Sua gentileza é formidável. - Ironizou. Nolan pigarreou, chamando a atenção de todos para si, antes que uma discussão se inicia-se.

— Loki, precisamos que você vá falar com um prisioneiro. - Explicou. - Agora que Franklin Denver está morto, nossa última saída para saber mais sobre os planos da H.Y.D.R.A é tentar um acordo com essa pessoa. - Loki franziu o cenho, prestando a atenção. - Talvez ele aceite falar com você, já que foram sócios.

— Com quem quer que eu fale, midgardiano? - O deus arqueou uma sobrancelha.

—  Johann Schmidt.- Respondeu por fim.

 

Evie

“Você e sua família foram convidados para o jantar de aniversário de Pepper Potts.”

 

Eu acabara de abrir o convite do aniversário da Pepper, devidamente endereçado ao meu pai e sua família. Ela foi muito gentil em ter se lembrado de nós e nos convidado, mesmo depois de tantas e intermináveis brigas entre meu pai e o sr. Stark. O jantar estava marcado para o mesmo dia, às oito da noite. Eu tinha muitas coisas para fazer, inclusive encontrar algum presente para a aniversariante. Não tinha ideia do dar de presente para alguém que, provavelmente, já tinha tudo. Praticamente me joguei no sofá, tentando pensar em algo. Loki me encarou, arqueando uma sobrancelha.

— O que foi desta vez? - Perguntou por fim. Agarrei uma almofada, me escorando no braços do sofá.

— O que vamos dar de presente para a Pepper?

Meu pai fez uma careta.

— Que tal uma cobra? - Sugeriu.

— O que? - Balancei a cabeça em negação. - Não é uma boa ideia. Os humanos não costumam gostar muito de cobras. - Ele deu de ombros.

— Corvos são muito úteis .

— Nada de animais selvagens, pai.

Ele murmurou algo que eu não entendi.

— Ah! Seja gentil nesse jantar, por favor. - Pedi. Ele franziu o cenho, ofendido.

— Eu sou um deus muito gentil e benevolente. - Se defendeu.

— Não é não. - Nerfi entrou na sala com um pote de iogurte de morango na mão, comendo. Loki semicerrou os olhos, e com um estalo, fez o iogurte voar no rosto do meu irmão. Um segundo depois ele já estava limpo novamente.

— Viu como eu sou gentil? - Meu irmão o encarou, pasmo.

— Você explodiu um pote de iogurte na minha cara! - Acusou.

— Mas eu limpei tudo depois. - Sorriu.  Escondi meu rosto na almofada. Isso era caso perdido.

 

***

Eram sete da noite em ponto quando eu terminei de me arrumar. Meu vestido era branco, de alças finas e pretas, e com a barra com flores na mesma cor, que combinavam perfeitamente com as botas, também pretas. Além de ter um comprimento médio, era bem marcado na cintura, e o tecido era tão leve que parecia querer voar. Eu marcara de encontrar meu pai e meu irmão diretamente na Torre Stark, já que havia sobrado para mim a tarefa de encontrar um presente para Pepper. “Não demore” , meu pai dissera. Eu saí de casa antes de todos e fui direto para o shopping mais próximo, torcendo para encontrar algo logo.

O lugar estava lotado de gente passeando para todos os lados. Isso me fez ter uma sensação um tanto ruim. Meu coração acelerou e eu tive que me controlar para evitar que mais pensamentos ruins atravessassem a minha mente. Era apenas um dia normal em Nova York. Me dirigi imediatamente para uma loja de perfumes. Talvez eu encontrasse algo bom lá. Comecei pela prateleira de perfumes adocicados. Eu não sabia qual era a fragrância preferida dela, e era melhor não arriscar algo muito forte. Continuei procurando algo em outra prateleira, quase distraída, até que a sensação ruim tomou conta de mim. De novo. Isso já estava tornando-se quase uma rotina e eu não entendia o porquê. Meu estômago revirava como se eu fosse vomitar e as batidas rápidas demais do meu coração me faziam respirar com mais dificuldade. Está tudo bem, Evie!  Tentei pensar. Não vai acontecer nada.

Segui para outra prateleira, tentando me concentrar, mas a sensação de perigo não estava deixando. Era como se a minha mente estivesse em outro lugar. Eu precisava sair dali. Eu não estava bem. Peguei um perfume floral e fui direto ao caixa, para pagar. A fila não estava muito grande e só haviam dois homens na minha frente. A moça fez um sinal para que um dos dois fosse até o caixa. O homem de casaco preto foi direto ao caixa e lançou um olhar rápido para trás. Algo estava estranho. Ele tirou a carteira do bolso para pagar com dinheiro. Numa fração de segundos, o mesmo homem tirou um revólver da cintura e apontou para a moça, anunciando um assalto. Quatro pessoas com máscaras no rosto vieram do fundo da loja, todos armados, e alguns clientes soltaram gritos, assustados. Meu coração acelerou ainda mais e senti uma tontura tão forte que achei que fosse desmaiar. As portas da loja foram imediatamente fechadas pelos assaltantes e eles fizeram uma barreira para que ninguém saísse. Não era simplesmente um assalto. Era um assalto com reféns.

Um dos seguranças da loja, num ato de desespero, atirou na direção de um dos assaltantes, que se abaixou no mesmo instante. Eu mal tive tempo de me abaixar no chão e rastejar até atrás de uma das prateleiras para que mais balas fossem disparadas. Eu tinha que fazer alguma coisa. Tentar usar meus poderes para pará-los. No entanto, eu não conseguia me mover, nem respirar. Eu estava com medo. Um medo irracional. Medo de morrer. Eu só queria sair dali, mas eu também não conseguia. Senti pontadas fortes no peito e o suor frio escorria pela minha testa. Sentei-me no chão e abracei meus joelhos, enquanto pessoas gritavam pela loja quando mais disparos foram ouvidos. Ouvi um barulho de vidro se partindo e encolhi meus ombros, sentindo-me pior ainda.

Minhas mãos tremiam, com uma camada de gelo se formando, e eu tinha a certeza que estava morrendo, quando alguém pulou pelo teto da loja, lançando teias nas armas dos assaltantes. Mas, não era o homem-aranha que eu conhecia. Este vestia um traje misto de rosa claro e escuro e parecia um pouco menor. Era uma garota. Fechei meus olhos e não vi nada mais do que estava acontecendo. Tudo parecia como flashes. Só ouvia o barulhos de uma luta interminável, até que um silêncio se fez. Aquilo tinha acabado. Mas, o que eu estava sentindo não. Estava piorando. Meu peito doía ainda mais e uma vontade de chorar me tomava. Alguns longos segundos se passaram e eu senti alguém parando do meu lado.

— Hey, você está bem? - Uma voz feminina perguntou. Não pude ver seu rosto, pois estava coberto por uma máscara rosa.

— Eu acho que estou morrendo. - Solucei. - Me ajuda, por favor! - Tentei respirar, mas eu ainda não conseguia. Ela se ajoelhou, a uma certa distância de mim.

— Você não está morrendo. - Ela tentou me tranquilizar. - É um ataque de pânico. Isso vai passar. - Continuou. - Respira fundo. Inspira devagar e expira. - Pediu calmamente. Tentei seguir suas instruções, com muita dificuldade. - Continue fazendo isso. - Segui tentando controlar minha respiração. - Hey, eu acho que te conheço de algum lugar. Qual o seu nome? - Ela tentou puxar assunto.

— Evie. - Arfei.

— Evie? - Repetiu. - Tem certeza? - Assenti com a cabeça. - Acho que confundi você com alguém. - Deu de ombros. - Evie, você gosta de arco-íris? - Tagarelou. - Quando eu era criança meu pai sempre dizia que no fim do arco-íris tem um monte de nuvens de marshmallows! - Acrescentou. - Você gosta de marshmallows? Com chocolate fica maravilhoso, você não acha? - Respirei mais devagar, sentindo meu coração desacelerar um pouco e tentei continuar respondendo a conversa. - Aquele chocolate derretido… E brownies? Também são ótimos, né? - Assenti novamente. - Brownies só não são melhores que muffins e Harry Potter!

— Eu gosto de Harry Potter. - Eu finalmente consegui responder.

— Ah, é? - Perguntou animada. - Qual sua casa?

Sonserina. - Minha voz saiu baixa.

— Ótima casa. - Comentou. Consegui dar um sorriso fraco. Minhas mãos já paravam de tremer e eu já não suava mais frio. - A minha é a Corvinal. - Respirei vagarosamente, sentindo meu coração normalizar. Estava passando. Aquele inferno repentino estava finalmente passando. - Evie, você devia ir a um hospital! - Ela aconselhou, levantando-se. Abracei meus braços, piscando lentamente.

— Eu estou bem. - Respondi baixo. - Não precisa.

—Hmmm… Tudo bem, mocinha! Mas não deixe de ir ao médico. - Ela lançou uma teia para o teto e inclinou-se para cima.

—Qual o seu nome? - Um dos clientes gritou para ela no meio da loja. Ela olhou na direção do homem e hesitou um momento antes de responder.

— Pode me chamar de Mulher-Aranha. - E ela sumiu da  mesma forma que apareceu.

 

***

Eu parei na porta do apartamento do sr. Stark, decidindo se entrava ou não. Eu estava me sentindo um pouco melhor, mas ainda tentava entender o que havia acontecido no shopping. Um ataque de pânico. Eu nunca tivera isso antes e nunca achei que fosse me sentir tão mal e amedrontada em toda a minha vida. Mesmo os meus piores momentos, nada se comparava com o que eu sentira naquela loja. Agora, meu corpo estava cansado e um sentimento de impotência e vergonha tomava conta de mim. Eu não conseguira fazer nada para impedir aquele assalto, e, se não fosse a misteriosa “mulher-aranha”, uma tragédia poderia ter acontecido.

Passei a mão pelo rosto e ajeitei meu vestido. Ninguém podia saber do que tinha acontecido. Contei até três e entrei no apartamento. O lugar não estava muito cheio, haviam apenas alguns convidados que eu não conhecia. Avistei rostos conhecidos, de alguns dos Vingadores, de Happy e alguns agentes. Meu pai se aproximou assim que me viu.

—Conseguiu comprar o tal presente? - Perguntou olhando as minhas mãos vazias. Droga! Com tudo que aconteceu eu tinha esquecido do presente da Pepper.

— Não achei nada bom. - Menti. Loki semicerrou os olhos, pronto para contestar a minha mentira.

—Evie! - Pepper sorriu quando me viu e se aproximou de nós, cortando a fala de meu pai. - Fico feliz que tenha vindo.

—Obrigada por nos convidar. - Respondi por fim. - E feliz aniversário. - Dei um sorriso fraco.

—Obrigada, querida. - Sorriu. - Ah! Eu vi o Peter por aí! Ele estava procurando por você. - Avisou. A expressão de meu pai se fechou como num passe de mágica e ele cruzou os braços, quase batendo os pés no chão.

—Ah! Eu vou falar com ele. - Sorri e aproveitei a deixa para escapar das perguntas de Loki. Procurei por quase toda a sala até que encontrei Peter perto do frigobar.

— Hey! - Chamei sua atenção. Peter esboçou um sorriso quando me viu.

— Você está mais linda do que nunca. - Elogiou. Senti minhas bochechas esquentarem um pouco.

— Obrigada, Pete. - Sorri um pouco sem jeito. - Você também está muito bonito. - Desta vez foram as bochechas dele que ruborizaram.

— AH! - Alguém pulou do chão bem na nossa frente nos fazendo soltar um grito alto. Coloquei a mão no peito por causa do susto. Thor gargalhou por causa das nossas expressões de puro pavor.

— Sr. Thor, de onde você surgiu? - Peter perguntou ainda em choque. Meu tio sorriu, brincalhão.

— Eu estava por aí. - Deu de ombros. - E daí eu pensei, por que não dar um susto nas minhas crianças midagardianas preferidas? - Sorriu, apertando nossas bochechas ao mesmo tempo e de forma um tanto bruta. Eu e Peter trocamos um olhar, incrédulos. - Agora, venham aqui, me dêem um abraço. - Meu tio não esperou a resposta e nos apertou num abraço de urso, um em cada braço. Resmungar seria em vão e tentar nos soltar também, então, apenas esperamos até que meu tio finalmente nos soltou.

— Boa noite à todos! - O sr. Stark disse no meio da sala, com uma taça de champagne nas mãos, chamando a atenção de todos para si. Todos se aproximaram um pouco para escutá-lo. - Hoje, nós estamos aqui por uma razão especial. Comemorar mais um ano de vida desta mulher que é tão especial e maravilhosa. - Ele apontou para Pepper, que sorriu, um tanto envergonhada. - E que venham muitos mais anos. - Ele levantou a taça no alto. - Um brinde à Pepper Potts! - Todos levantaram suas taças e brindaram. - Agora, vamos ao jantar!

Todos os convidados dirigiram-se à sala de jantar, onde uma grande mesa estava posta. Os diferentes pratos de comida deixavam um perfume delicioso no ar. Pepper tomou seu lugar na ponta da mesa, como anfitriã, e o sr. Stark sentou-se do outro lado. Puxei uma cadeira para me sentar ao meio da mesa e me acomodei. Nat sentou-se ao meu lado e Peter já estava puxando uma cadeira para sentar-se do meu outro lado quando Loki praticamente a arrancou, discretamente, de suas mãos e sentou-se, lançando um olhar ameaçador para ele. Peter recuou um passo, um pouco amedrontado e deu a volta na mesa, sentando-se de frente para mim, entre meu tio e meu irmão.

— Acho que já estamos todos aqui. - Disse Pepper quando todos já estavam acomodados em seus respectivos lugares. Havia um total de mais ou menos vinte pessoas. Ela deu um sinal e todos, calmamente, começaram a se servir. Servi o meu prato com um pouco de salada.

— A tia May mandou lembranças. - Peter comentou baixo para Pepper. - Ela não pôde vir pois está muito gripada.

— É uma pena. - Respondeu Pepper. - Mande lembranças a ela, por mim. - Peter assentiu.

— Estranhei quando recebi o convite do jantar. - Comentou uma das convidadas que eu não conhecia. - Você não é muito de festas, Pepper.

— Foi ideia do Tony. - Ela sorriu.

— Sim. - Ele bebericou um pouco do vinho. - Assim os amigos - Ele parou e encarou meu pai. - e o Loki, obviamente, estão reunidos para comemorar uma data tão importante. - Meu pai revirou os olhos por causa do comentário.

Anthony, não comece. - Pepper repreendeu num tom amigável.

— Eu não fiz nada. - Ele se defendeu. Comi um pouco da salada, apenas observando.

— Eu nunca achei que fosse viver o suficiente para ver Tony Stark e Loki jantando na mesma mesa. - Rhodey soltou uma risada fraca. - Isso sim é milagre, meus irmãos! - Todos soltaram uma risada, menos os dois. - E o Loki ainda está comendo!

— Qual a surpresa? - Perguntou Thor, confuso.

— Ele não sabia que o Conde Drácula comia comida de gente. - O sr. Stark explicou, arrancando mais risadas ainda. Loki deu um longo suspiro, ainda calmo. Calmo até demais.

— Essa foi boa, sr. Stark. - Comentou Peter, ainda rindo. Mas, seu sorriso se fechou imediatamente quando meu pai o encarou com uma carranca. Peter parecia querer se esconder.

— Vocês são tão bobos. - Pepper riu.

— Estão abusando de minha paciência. - Meu pai sibilou.

— Calma, grandalhão! - O sr. Stark o encarou. - É só uma brincadeira. - Deu de ombros. - Vamos mudar de assunto, se não o Conde Drácula vai ficar nervoso. - Nat conteve uma risada. - Do que querem falar?

— Que tal falarmos do quanto minha irmã e o Peter são um casal adorável? - Sugeriu meu irmão num tom malicioso. Peter tossiu, engasgado com o suco que estava bebendo e eu encarei Nerfi com uma carranca. O idiota tinha feito de propósito.

— Toda criança tem sua fase de rebeldia. - Disse o sr. Stark por fim. Todos o encararam. - Sabe, aquela fase que andam com gente perigosa. Coisas do tipo. - Deu de ombros.

— O que quer dizer, homem de lata? - Meu pai perguntou quase entre dentes, trazendo os olhares de todos para si. Pepper bebeu um pouco de água, encarando os dois.

— Eu já conversei com o Peter para ter cuidado com as más companhias. - Explicou. Peter abaixou a cabeça, nervoso, e eu encolhi meus ombros, já prevendo uma briga. Todos à mesa pareceram perceber isso também, menos meu tio, que continuou tranquilo como sempre.   

— Está dizendo que a minha filha é uma má influência para o seu pirralho de estimação? - Perguntou sério. Nerfi sorriu, assistindo o caos que tinha provocado.

— Má influência não. - Negou o sr. Stark. - Péssima influência! - Corrigiu. Loki o encarou de forma ameaçadora, mas ele pareceu não se intimidar.

— Não é culpa da Evie se a sua criança de estimação é fácil de se influenciar. - Meu pai defendeu. - E, além do mais, a Evie é uma princesa e é boa demais para ele! - Se gabou. Stark abriu a boca, ofendido.

— O Peter é um mini-gênio! - Rebateu. - É ótimo em física. Pode inventar qualquer coisa. - Loki soltou uma risada gutural.

— A Evie pode entrar na mente de qualquer um e a destruir com um estalar de dedos. - Respondeu seco. - Mostra pra eles! - Meu pai me encarou.

— Pai! - O repreendi entre dentes, escondendo parte do meu rosto com uma mão, de tanta vergonha.

— Grande coisa. - Stark deu de ombros. - O Peter é um Vingador!

— Eu sou um Vingador, sr. Stark? - Perguntou animado.

— Cala a boca, pirralho! - Respondeu rápido. - E, aí, pode rebater isso, grandalhão? - Desafiou.

— A Evie é herdeira de Jotunheim. - Rebateu orgulhoso. - Aposto que você não pode rebater isso, homem de lata!

— A miniatura de Loki número um é herdeira de um trono. - Remedou com uma careta. - O Peter vai para Harvard. Peter, mostre à eles o quanto você é inteligente. - Pediu sem tirar os olhos de Loki. Peter soltou um resmungo, desanimado e escorregou na cadeira, quase se escondendo embaixo da mesa.

— Isso não é na…

— Chega! - Eu praticamente gritei e todos me encararam, num completo silêncio. - Vocês dois parecem duas mães na porta de jardim de infância discutindo qual filho escreve o nome melhor! - Falei um pouco mais baixo.

— No caso, a Evie escreveria melhor. - Meu pai cruzou os braços, olhando para o sr. Stark.

— Haha, vai sonhando! - Rebateu. Encarei os dois com uma cara feia e eles fizeram silêncio de novo.

— Além disso - Peter acrescentou. - Não podem decidir pela gente!

— Na verdade, vocês são menores de idade, então podemos. - Respondeu Stark baixo. Meu pai pareceu concordar.

— É! Mas, no caso, a responsável por mim é a tia May. Ela que tem a minha guarda, e ela adora a Evie.

Merda!— Murmurou, parecendo se lembrar desse pequeno detalhe.

— Não podem decidir pela gente. - Repeti. - É isso!

— Minha sobrinha é brava. - Disse meu tio soltando uma risada. - Não deveriam provocá-la. Podem virar estátuas de gelo. - Alertou. Loki conteve um sorriso.

— Acho que a discussão acaba aqui, não é? - Perguntou Natasha. Tanto o meu pai, quanto o sr. Stark estavam emburrados demais para responder. Um silêncio se fez novamente.

— Só uma palavra. - Disse o sr. Stark depois de um tempo. - Harvard!

Trono de Jotunheim!— Loki rebateu no mesmo tom. Todos na mesa resmungaram ao mesmo tempo.

— E lá vamos nós de novo… - Pepper suspirou enquanto a briga entre meu pai e o sr. Stark recomeçava. . - Quem topa comer na sala de estar? - Ninguém esperou resposta para levantar com seus pratos e abandonar a mesa. Deixamos os dois para trás, se matando sozinhos. Pela milésima vez.


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Notas finais do capítulo

Então, esse foi o capítulo de hoje. Teve umas partes um pouco mais pesadas, mas faz parte do desenvolvimento da Evie (e, vocês vão entender melhor mais pra frente). Ela passou por muitas coisas nos últimos meses, e é claro que isso ia ter consequências.

UTILIDADE PÚBLICA: Se você passar por algo como a Evie, NÃO faça como ela fez. É sempre importante avisar a alguém e procurar ajuda adequada. Eu vi um post no Facebook outro dia com uma dica bem interessante. Se você digitar "#ansiedade" nas buscas do Instagram, uma caixa é aberta que pode levar para um contato direto com o CVV (Centro de Valorização da Vida), onde você pode conversar com um dos voluntários se tiver passando por uma crise ou coisa do tipo.

É isso. Bjs *.*



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