Last Chance escrita por Rayanne Reis


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem? Espero que sim.

Estou muito feliz que estejam gostando e espero que continuem acompanhando. Esse capítulo é especialmente para Fhany Malfoy que recomendou a fic.

Na primeira parte do capítulo a Aurora está com seis meses e na segunda com nove.



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—Ei, dá para ser mais cuidadoso? Daqui a pouco estraga todo o Natal. - Edward acertou o amigo com um dos enfeites e a filha riu agitando os bracinhos. Ela observava tudo de dentro do cestinho.

—Ela é tão fofa. - Ignorando os pisca piscas enrolados em torno dele, Emmett foi até a sobrinha e a pegou no colo. - Seu pai é um chato, mas você tem sorte por ter um tio tão legal quanto eu.

—Não a deixe pegar nessas lâmpadas. - Emmett a colocou de volta no cestinho rosa de ursinhos.

—Pode deixar paizão. - Bateu continência e voltou a tentar desembolar as luzinhas. - Para quem dizia odiar o Natal, e vivia falando que era uma data apenas para incentivar o consumismo, você está bem animado esse ano.

—Eu odeio o Natal e continuo mantendo a mesma opinião. É puro consumismo.

—Mas…

—Mas é o primeiro Natal da Aurora e crianças amam tudo isso. Ganhar presentes, os enfeites e todas essas coisas. Não quero que ela seja a única criança a não ter um Natal completo.

—Vou te dar uma camiseta que diz: Pai do ano.

—Nem pensar. Pode presentear a Aurora o quanto quiser, mas não precisa me dar nada. Estamos fazendo isso por ela.

—A camiseta já foi comprada. - Deu de ombros e retornou ao trabalho. – Eu vou ganhar alguma coisa?

—Talvez a Aurora tenha comprado algo para você. Sou muito grato por tudo que tem feito. Você e Rosalie são incríveis. A minha família nem se fala, então. Eles foram bem compreensivos. Sem vocês não teríamos conseguido.

—Que isso, cara. Você é um ótimo pai e está indo muito mais do que bem. Olha como essa princesinha está bem e feliz. – Ele voltou a aproximar dela e enrugou o nariz. – Argh! Acho que alguém precisa trocar a fralda. – Aurora fez bico e ameaçou começar a chorar.

—Quer ajudar com isso? – Edward perguntou rindo. Emmett ajudava bastante, mas quando envolvia fraldas, ele sempre inventava uma desculpa para não ajudar.

—Desculpa aí cara, mas essas luzinhas não vão se desenrolar sozinhas.

—Vem meu anjo. – A pegou no colo e ela choramingou um pouquinho, mas se aninhou no pai e levou a mão a boca.

Edward trocou a filha com rapidez, estava se tornando um especialista no assunto. Colocou a pequena de volta no lugar e ficou surpreso ao ver que Emmett havia finalmente terminado de colocar as luzes.

—Sou demais, não sou? – Apontou para árvore

—Como foi que isso aconteceu?

—O que você acha? – Rosalie perguntou escorando na porta da cozinha. – Tive que ameaçá-lo para ir mais rápido. O Natal é amanhã e vocês nem terminaram a decoração. – Os repreendeu e eles resmungaram pedidos de desculpas.

—Em minha defesa. – Edward ergueu uma mão. – É a primeira vez que sou anfitrião de Natal e tenho um bebê para cuidar.

—Homens! Ainda bem que a titia está aqui para te socorrer, meu anjo. – Ela pegou a pequena no colo. – Trouxe algumas coisas para o almoço de amanhã e devo dar uma passada aqui mais tarde. Tenho plantão hoje a noite e amanhã vou almoçar com a minha família.

—Estou ansioso para impressionar o sogrão. – Emmett sorriu. Ele amava Rosalie e queria passar o resto da vida ao lado dela, ele só ainda não sabia se os sentimentos dela eram os mesmos.

—Desde que não tenha que mexer com decoração, você tem chances. – Edward deu um tapinha nas costas dele. – Eles vão mesmo vir?

—Vão sim. Renée está muito animada e Charlie fará qualquer coisa que ela quiser. Foi muito gentil da sua parte fazer o Natal aqui e os convidar.

Após o Ação de Graças, Edward decidiu que a filha participaria de todas as datas comemorativas. Os Swan se mantinham distantes, mas ele queria unir as duas famílias. Por isso convidou a todos para participarem de um almoço, no Natal, no apartamento de Bella. Envio um bilhete para eles e torceu para que viessem.

Caros Charlie e Renée,

Sei que tem sido momentos difíceis, mas ainda temos muito o que agradecer. Bella ficará muito feliz quando ver as fotos e descobrir que passamos o primeiro Natal da Aurora todos juntos. Por isso, peço que juntem-se a nós em um agradável almoço de Natal e que possamos dar um dia de muitas alegrias a nossa pequena.

—Fico muito feliz que eles venham. Agora vamos ao toque final. – Edward entregou a câmera para Emmett e pegou a filha no colo. – Vamos colocar a estrela no topo da árvore. – Quando ele e Alice eram pequenos, Carlisle sempre os erguia e os dois colocavam, juntos, a estrela. Aquela era uma tradição que ele pretendia passar para filha.

—Ficou muito linda. – Emmett mostrou a foto.

—Estou montando um álbum especial de Natal. – Edward avisou. Colocaria aquela foto como capa do álbum.

—Feliz Natal e vejo vocês amanhã. – Rosalie deu um beijo estalado na sobrinha e outro em Edward.

—Trago seus presentes amanhã, Joaninha. Vão ser os melhores. – Garantiu e a pequena riu.

—Vão com cuidado e Feliz Natal. – Ajudou a filha a acenar para os tios. – Agora é hora de limpar a bagunça. – Entregou um enfeite de pelúcia e deixou que Aurora brincasse com ele enquanto ele ajeitava as coisas. Queria que o almoço fosse perfeito.

[...]

—Obrigado por terem vindo. – Edward cumprimentou Charlie e Renée.

—Nós que agradecemos pelo convite. Trouxe uma torta de nozes, você não disse o que era para trazer.

—Não precisava se incomodar com nada, Renée. Essa é a sua famosa torta de nozes?  - Ela sorriu surpresa por ele saber sobre a torta.

—É a favorita da Bella. Pena que você ainda é muito nova para comer. – Aurora foi passada para os braços da avó e Edward pegou a torta. – Como ela está grande e linda. – Admirou o vestido vermelho com corações.

—A faixa ela tirou. Não gosta muito de nada na cabeça. – Explicou e Renée riu, Bella era do mesmo jeito.

—Mas você vai usar a toquinha que a vovó fez, não vai? – Fez cocegas nela e ela gargalhou. – Que risada mais gostosa. – Apertou a neta e olhou para o marido. Ele não poderia ignorar a neta para sempre. Ele apenas deu um sorriso fraco e se jogou no sofá ligando a televisão.  - Sua família já está aqui?

—Minha mãe e irmã estão na cozinha. Meu pai e cunhado saíram para comprar um vinho. Rosalie e Emmett vão passar aqui mais tarde.

—Que ótimo. Vou ajudá-las então. – Olhou de Edward para Charlie sem saber se era seguro deixar os dois sozinhos.

—Vamos ficar bem. – Garantiu fazendo a troca com Renée. – Esse é dos grandes. – Ele sentou no outro sofá e indicou a truta na tv.

—Já pesquei maiores. – Resmungou e Edward achou melhor ficar em silêncio. Charlie não queria conversa e só estava ali para não deixar a esposa sozinha.

—Edward, acho que o forno estragou. – Alice avisou com uma cara de desespero. O peru ainda precisava assar por mais alguns minutos.

—Ele tem um truque. – Edward levantou e colocou a filha nos braços do avô, que o olhou atônito. Era a primeira vez que Charlie carregava Aurora.

—Oi. – Ele ajeitou a neta no colo e ela esticou as mãos para tocar no bigode dele e tirou logo em seguida, rindo. – Pinica um pouco, eu sei. Acha que devo tirar?  - Ela tocou de novo, dessa vez examinando com mais atenção. – Sua mãe também não gostava, tive que tirar por um tempo. – Charlie passou as mãos no cabelo da neta. – Tem o cabelo e olhos do seu pai, mas o resto é todo da sua mãe. Céus, como você é parecida com ela. Desculpa por ser um péssimo avô. Você não tem culpa de nada e eu te culpei pelo que aconteceu a sua mãe. Não existe ninguém mais inocente do que você, minha lindinha. É, você é muito linda e está tão grande, já. – A abraçou e ela começou a mexer nos cabelos dele.

—Nada de puxar o cabelo do vovô. – Edward a repreendeu. Ele ia pegar a filha de volta, mas ao ver o sorriso de Charlie, mudou de ideia. – Será que você pode ficar com ela mais um pouco? Tenho que ajudar na cozinha. – Aquilo não era verdade. As mulheres o expulsaram da cozinha, após ele “regar” demais o peru.

—É claro. Ela é bem tranquila.

—É sim. Já está dormindo a noite toda e quase não chora.

—Os dentinhos já estão nascendo. Eles costumam ficar meio enjoadinhos nessa fase.

—Eles passaram uma pomadinha que está ajudando bastante e comprei mordedor. – Edward sentou ao lado deles.

—Ela é bem robusta para uma criança de seis meses. E isso é bom, significa que é saudável. Vai ficar grande como você. Talvez nem tanto, mas vai ser mais alta que a mãe. – Bella tinha pouco mais de 1,60, enquanto que Edward tinha quase 1,90 de altura. – Ela já está comendo papinha?

—Sim. E já estou dando algumas frutas amassadas.

—Não toma leite? – Perguntou surpreso, ele não se lembrava de quando a filha começou a comer alimentos sólidos.

—Sim. Tenho dado os dois. No começo o hospital me dava um pouco de leite materno, depois a vizinha de baixo também começou a doar um pouco e ela toma um leite especial para bebês. Pode ficar tranquilo que é tudo com orientação médica. – Edward o tranquilizou ao ver a preocupação estampado no rosto dele. – Tenho seguido tudo direitinho.

—Você é um bom pai. Eu não teria conseguido.

—No começo achei que não conseguiria, mas existe uma força inexplicável dentro de nós e ela que nos impulsiona a continuar. E fica mais fácil quando temos ajuda.

—Isso é bom. – Aurora ainda brincava com o bigode do avô. – Tem dado papinha de abobora a ela? A Bella gostava muito.

—Ainda não dei essa, mas deve ser boa.

—Vou te passar a receita. Tem papel e caneta? – Edward assentiu e foi até o quarto pegar, ele anotaria tudo. Estava muito feliz por finalmente estar se dando bem com Charlie. Ele havia aceitado Aurora, também e isso era um grande avanço.

—Não é melhor ter pelo menos um dia de paz do que nenhum?

 Lembrou das palavras de Bella, e como sempre, ela estava certa. Agora conseguia entender o porquê de ela gostar tanto das datas comemorativas. As pessoas deixavam de lado as desavenças e se concentravam no presente.

Voltou para sala e encontrou Charlie brincando com Aurora. Ele cobria o rosto com um pano e quando tirava, a pequena gargalhava.

—Cadê o bebê? – Resolveu deixar os dois a sós. Aquele era um momento importante. Discretamente, ele tirou o celular do bolso e capturou a imagem dos dois rindo.

—Ele só estava com medo de se aproximar. – Renée sussurrou parando atrás de Edward. – Só precisava de um pouco de tempo.

—Sim. Ele achava que se não fosse pela Aurora, eu não teria aparecido de novo e a Bella não teria sido ferida. – Renée o olhou surpresa, era exatamente por isso que Charlie não tinha se aproximado da neta.

—A culpa não é sua. – Colocou a mão no ombro dele.

—Vamos deixar isso de lado. Hoje é um dia de alegrias. – Sorriu e voltou para o sofá. – Qual é a receita?

[...]

—Aaaaaa... – Aurora cantarolava uma música, que só ela entendia, enquanto agitava dois chocalhos.

—Está cantando, bebê? – Edward beijou o topo da cabeça da filha.

—Acho que ela está tentando falar. - Emmett agachou ao lado da sobrinha. - Aurora, fala assim: tio Emmett é lindo.

—Aaaaaaa… - Continuou cantando.

—Desista, ela vai falar quando estiver pronta e a primeira palavra dela vai ser: papai. Não é bebê?

—Claro que não. Joaninha, fala que o titio é lindo. - Ela sorriu agitando os braços. - Titio é lindo. - Incentivou e ela engatinhou até ele. - Vai falar? - A pegou no colo.

—Sem pressionar, cara. Os livros dizem que temos que respeitar o tempo deles.

—Você e esses seus livros bobos. - Ele teve que gritar, já que Edward foi até a cozinha. - Ignore o seu pai e fala: o titio é foda. - Aurora parou e o encarou, colocou as mãozinhas no rosto dele.

—Oda! - Gritou e Emmett prendeu o riso.

—O que você disse, Aurora? - Edward entrou na sala segurando a mamadeira com suco e lançou um olhar ameaçador ao amigo.

—Oda. - Ela repetiu e riu. - Oda, oda. - Cantarolou achando engraçado o som da palavra.

—Não ria. - Apontou para Emmett e pegou a filha no colo. - Não quero que ela ache que é uma palavra legal.

—Poxa, cara, é tão fofo ela falando foda.

—Oda, oda… - Ela gritava e Emmett não conseguiu mais segurar o riso.

—Muito obrigado. - Resmungou, irritado. - Sua mãe vai ficar muito brava quando souber que essa foi a sua primeira palavra. Para de rir. – Pediu cutucando o amigo com o pé.

—É fofo. - Emmett tentou se defender, enquanto secava as lágrimas.

—Aqui, filha, toma o seu suco. - Agitou a mamadeira desviando a atenção dela.

—Uco. - Comemorou pegando a mamadeira e levando a boca.

—Isso mesmo, uco. Toma todo o seu uco de maçã. Você ama uco.

—Estragou a brincadeira. - Emmett reclamou levantando do chão. - Acho que vou embora antes que fale algo indevido.

—Não quero que ela aprenda palavrão, então pense bem nas suas palavras pelos próximos 20 anos. - Emmett pensou em mostrar o dedo do meio para ele, mas não queria que a sobrinha aprendesse mais nada de errado, pelo menos por enquanto.

—Até mais meu querido amigo. - Retrucou com sarcasmo. - Tchau, Joaninha. - Acenou, mas ela estava concentrada no suco, deitada com a cabeça apoiada no ombro do pai.

—Vamos tirar uma foto para o seu álbum? - Tirou o celular do bolso e fotografou a filha tomando suco.

Assim que Aurora pegou no sono, Edward imprimiu a foto e pegou um álbum que dizia “Aurora 9 meses”. Ele colou a foto e anotou a data embaixo. Do lado, ele escreveu. Primeira palavra: uco. Bella não precisaria saber de toda a história e ele não queria que ela pensasse que ele foi um péssimo pai e ensinou palavrão a filha deles.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Charlie não resistiu e viu que a neta não tem culpa de nada. Aurora é uma fofa e não merecia continuar sendo ignorada.
Só o Emmett mesmo para ensinar coisa errada a sobrinha.

Comentem, palpitem, indiquem e recomendem a vontade.

Bjs e até mais.