Oneshots Havaianas escrita por Any Sciuto
Steve estava sentado na cadeira da sala de espera de seu oftalmologista. Ele tinha mais uma daquelas consultas de rotina e esperava pelo amor de tudo que ele não precisasse usar óculos.
— Steve McGarrett? – A enfermeira o chamou. – Meu chamo Angela. Vou fazer o seu exame pré consulta.
— Obrigado. – Steve podia ouvir seu celular vibrar, mas ele precisava ficar parado. – Posso atender?
— Ninguém vai morrer enquanto estamos fazendo esse exame de cinco minutos. – A moça ficou preocupada quando a cara de Steve ficou séria. – Só de curiosidade, qual é o seu trabalho?
— Sou um oficial da Five 0. – Steve a viu acenar. – Mas de qualquer forma, estou fazendo esse exame porque meu colega de cabelo gel cola está me chamando de velho. Quero provar a ele que estou bem.
— Certo, olhe para o desenho dentro da lente. – A moça fez os ajustes necessários e Steve conseguiu ficar parado o suficiente. – Certo, agora eu quero que olhe no ponto verde e vai soprar um vento no seu olho.
Steve pulou com os dois primeiros sopros. Os últimos ele estava acostumado com isso.
— Certo, pode esperar na recepção. – A moça viu Steve pegar o telefone. – Viu? Ninguém morreu.
— É, mas se ele não conseguir se controlar eu vou ser preso. – Steve brincou e se sentou, lendo as mensagens de Danno. – “Boa sorte, meu velho. Eu sei que os óculos vão cair bem em você”.
Steve revirou os olhos para aquela brincadeira sem graça, mas entendeu que o amigo só queria seu bem. Ele silenciou o celular para evitar interrupções durante a consulta e pegou uma revista de moda e decoração de casas.
Uma senhorinha de cabelos brancos se sentou perto dele e sorriu. Steve largou a revista e começou a conversar com a mulher. Ela abriu o maior sorriso quando ele se ofereceu para ajudar ela a ir até a sala de exames e a acompanhar de volta.
— Steve? É hora da sua consulta. – A garota o acompanhou até o consultório onde o médico o acompanhou. – Olá, doutor.
— Prazer. – O médico tinha uma estranha mania de não apertar mãos. – Pode se sentar.
— Obrigado. – Steve olhou primeiro para a sala.
— Então, o que te traz até aqui? – O médico perguntou. – Algo em especial?
— Sim, meu parceiro me chamou de velho. – Steve deu um risinho. – Embora, eu admita que eu venho tendo problemas para ler alguns livros. Eles tem as letras grandes para a minha noiva, mas para mim são menores que uma bula de remédio.
— Bem, isso parece bem ruim. – O médico sinalizou para a sala ao lado. – Sente-se na cadeira e vamos fazer um exame mais abrangente.
Steve se sentiu com doze anos, embora ele tivesse crescido a ponto de ter uma carreira e uma noiva. Não necessariamente nessa ordem.
Depois de alguns exames e algumas letras o médico puxou os olhos dele e notou uma pequena secura nos olhos do comandante.
— Eu vou precisar dilatar suas pupilas. – O médico olhou para Steve. – Colocamos uma gota em cada olho, duas vezes a cada dez minutos. Elas ardem, então eu acho que você deveria chamar alguém para quando sair.
Steve apenas assentiu e saiu com o médico atrás dele e se sentou. Ele mandou uma mensagem para Danno e se preparou para o inevitável.
Steve estranhou que Danno não havia mandado uma mensagem de volta, mas achou que ele estava dando risadas dele.
— Vamos lá? – A moça chegou e inclinou a cabeça de Steve. – Você pode manter seus olhos fechados. Eu posso abrir e colocar. É bom lembrar para você ficar dois minutos com eles fechados depois.
Steve recebeu uma gotinha no olho direito e depois no esquerdo. A sensação era horrível, tanto que a masculinidade dele foi testada naquele momento. Ele queria gritar, mas o consultório estava cheio de gente. Felizmente, ele deixou a arma no cofre da Five 0. Ele tinha uma em um compartimento da Silverado, mas era para emergência.
Ele respeitou os dois minutos e abriu os olhos, apesar de sentir que seus olhos tinham areia neles. Depois de um tempo, os olhos dele finalmente voltaram ao normal e Steve recebeu mais uma gota em cada olho.
— Eu receio não ter boas notícias. – O médico olhou para ele. – Você tem Hipermetropia.
— O que diabos é hipermetropia? – Steve olhou para o médico. – Parece nome de remédio para tosse. “Me vê uma hipermetropia”.
Abafando uma risada o médico resolveu que Steve estava em negação.
— É um problema de visão no qual objetos próximos ficam embaçados. – O médico começou a fazer alguns desenhos. – Isso faz que seu olho fique com a visão embaçada e consequentemente você possa não ver alguma coisa vindo em você.
— Eu sou policial doutor. – Steve suspirou. – Esse problema me impede disso?
— Vou recomendar o uso de lentes de contato ou uma cirurgia. – O médico deu um colírio a Steve. – Mas se as coisas ficarem ruins, faça o favor de voltar.
— É, eu vou. – Steve pegou a receita que o médico deu e o colírio. – Obrigado doutor.
— Até logo. – O médico abriu a porta para Steve.
Steve percebeu que seus olhos estavam ficando enevoados. Ele mal conseguia ler as palavras no celular e começou a não saber como andar até o carro ou se ele ao menos iria conseguir chegar sozinho.
— Senhor, você precisa de ajuda? – A assistente perguntou a Steve. – Você parece perdido.
— Na verdade, estou tendo problemas para dar um passo. – Steve se sentiu com 9 meses. – Eu preciso de ajuda e talvez chamar um taxi.
— Certo, você tinha dito que seu amigo viria te buscar. – A enfermeira viu o jeito desapontado de Steve. – Eu chamo um táxi.
Steve se sentou no banco do taxista prometendo mandar alguém pegar o carro mais tarde. Ele não foi para a sua casa, no entanto. Ele parou na frente da casa de Danno e pegou uma nota de 100 e deu ao taxista.
— O troco é seu. – Steve andou até a casa do amigo e tateando, ele conseguiu achar a fechadura e forçar um pouco e se sentou no sofá.
Danno chegou em casa quase cinco minutos depois. Ele havia acabado de deixar Charlie com Rachel.
— Finalmente você chegou. – Steve tinha um par de óculos escuros no rosto. – Eu estou esperando você chegar há quase seis minutos. Eu achei que iria dormir fora hoje.
— Se eu soubesse teria. – Danno olhou para o amigo. – Está disfarçado de Steve Wonder?
— Acha que eu estou brincando? – Steve colocou as mãos nos quadris. – O médico dilatou minhas pupilas e me fez olhar como se tivesse colocado sabão puro com suco de limão nos olhos. Eu peguei um táxi até aqui e eu não sei quanto dei de gorjeta. A corrida deu 30 dólares.
— Desculpe, mas eu disse que queria ir com você. - Danno fez o amigo se sentar. – Mas olhe para o lado bom. Você vai ser popular entre os motoristas de táxi.
— Não acho que estou feliz por isso. – Steve balançou a cabeça.
— Mas enfim, o que o médico disse? – Danno queria muito provar estar certo.
— Que estou ficando velho. – Steve deu um sorriso. – E que talvez, você deve mandar Junior ou Adam irem buscar a silverado, já que eu estou impossibilitado no momento.
Danno ofereceu um copo de água para o amigo e depois de ligar para Junior buscar o carro, ele ligou para Anna buscar o namorado e cuidar dele a noite toda.
Ela ficou mais do que feliz em poder cuidar do homem da vida dela.
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