Steve e Anna haviam brigado feio. Eles discutiram por algo bobo, mas ainda assim, foi uma discussão onde Anna pegou suas coisas e deixou a casa dele.

Um dia havia se passado e Steve não saiu do quarto o tempo todo.

Anna estava tomando café com sua melhor amiga, chorando as magoas e o quanto havia odiado discutir com Steve daquela manhã.

— Eu ainda não acredito que eu não o deixei me ajudar com os documentos do inventário dos meus pais. – Anna olhou para o café, mas algo não ficou bem. – Eu deveria ter deixado que ele me ajudasse.

— Anna, Steve é homem, é claro que ele iria querer que você dividisse as coisas com ele. – A amiga disse. – Mas não porque ele acha que você é incapaz.

— E como eu conserto isso? – Anna perguntou, olhando para o nada.

— Não conserta. – Ela foi sincera. – Se fosse eu, deixava a poeira abaixar um pouco.

Os pais de Anna haviam morrido em um acidente de carro e agora, duas semanas depois da morte, ela estava sozinha. Ela estava sentada na sala de estar da casa de seus pais e nas mãos tinha uma taça de vinho.

Ela só precisava esquecer a discussão, mas cada vez que fechava os olhos ouvia a voz dela e de Steve discutindo.

— Steve, deixe que eu faço essa merda! – Ela arrancou as folhas dele. – Eles eram meus pais não os seus!

— Anna, eu só queria ajudar você. – Steve a perseguiu, subindo as escadas. – Por que você está assim comigo?

— EU NÃO QUERO SUA AJUDA PARA NADA! – Anna se trancou no quarto, abrindo e fechando o armário em busca de suas coisas. – Eu não vou ficar mais aqui. A gente não vai se dar bem.

— Deixe eu entrar e conversar com você. – Steve implorou. – Eu não vou ser controlador.

— Me deixe em paz. – A porta se abriu e ela apareceu com uma mala. – Adeus.

— Anna! – Steve desceu rapidamente a escada. – Fique.

— Me deixe em paz. Eu não preciso mais de você. – Anna bateu a porta e sentiu toda a dor a inundar.

Steve ficou na porta, absorvendo que tudo aquilo havia acabado.

Anna se levantou e guardou o vinho e voltou para os documentos, encontrando uma carta no meio de todos os documentos. Tocando a caligrafia, ela viu que era de Steve e imaginou que era o que ele queria fazer mesmo.

“Querida Anna.

As coisas mais perfeitas vem nas mais diferentes formas, cores e tamanhos. Quando você me deu a primeira chance de te levar em um encontro, mesmo que fosse um encontro às cegas, eu sabia que você era a mulher que faria eu mudar.

Sempre que estou longe de você eu sinto um vazio. Desculpe se foi muito clichê, mas eu prometo compensar você.

Com amor,

Seu para sempre,

Steve”.

Ela deixou a carta sobre a mesa, pegou as chaves, mas antes que pudesse chegar até a porta, ela encontrou o homem de sua vida na sua própria porta.

Steve decidiu se levantar e colocar uma roupa. Danno havia saído para um caso e ele havia trocado sua silverado por uma Ferrari logo depois de dirigir a de Magnum.

Ele passou em uma floricultura e comprou um grande buque de flores. Rosas vermelhas, azuis, rosas e laranjas. Ele não comprou doces sabendo que Anna não era muito fã.

Ele comprou um pequeno urso de pelúcia no lugar, sabendo o pequeno segredo dela. Ela colecionava ursinhos.

Antes de bater na porta, a mesma se abriu e ele ficou cara a cara com Anna.

— Eu vim pedir desculpas. – Steve falou e entregou as flores. – Eu não deveria ter me intrometido nos seus assuntos.

— Eu que peço desculpas. – Anna o fez entrar e fechou a porta. – Eu fui, eu nem sei como explicar.

— Você perdeu os dois pais. Eu deveria ser mais sensível. – Steve se aproximou. – Eu deveria entender que você ainda sente a falta deles e deveriam ter...

Anna não o deixou completar. Ficando na pontas dos pés, ela o beijou e passou as mãos pelo pescoço de Steve.

Ele deixou as chaves caírem no piso. Passando as mãos pelas costas dela, ele a levantou ao nível dele e a beijou respondendo ao primeiro beijo.

As pernas dela se envolveram na cintura de Steve e eles foram em direção ao quarto de infância dela com os lábios um no outro. Eles mal chegaram antes de deitarem na cama e fazer amor.

Parecia que aquela era a primeira vez que eles fizeram amor sob o luar na casa dele.

— Eu te amo. – Steve disse a ela no segundo em que veio dentro dela. – E eu sinto muito por ser um otário.

— Nós dois fomos. – Anna olhou para as estrelas fluorescentes no teto. – Eu coloquei elas aqui quando era menor. Meu pai me levantava e eu colocava. Minha mãe havia levado suco e enquanto ele descansava, ela me ajudou.

— Eu sinto falta desses pequenos momentos com meu pai também. – Steve suspirou. – Quando a Dóris voltou dos mortos, eu a odiava por ter feito o que fez com a gente. Meu pai estaria vivo e a gente podia ter muito bem sido uma família normal.

— Teve alguma notícia dela? – Anna sabia que o relacionamento dos dois era complicado. – Eu sei que ela não manda notícias a meses.

— Ela tem outras prioridades. – Steve disse amargurado. – Que não são eu, Joan e Mary.

— Eu estava pensando em amanhã irmos para o cemitério e visitarmos seu pai e os meus. – Anna rolou, olhando para ele. – Quero dizer, se você quiser. E então, podemos finalmente começar o inventário dos meus pais.

— Eu vou adorar visitar nossos pais. – Steve deu um beijo na testa da namorada e voltou a dormir.

Eles estavam no cemitério, na frente do tumulo dos pais de Anna. Steve depositou flores e Anna também.

Eles então foram para o tumulo de John e antes que chegassem, viram uma mulher se afastando dele. Steve tentou seguir a mulher, mas ela simplesmente desapareceu.

Mary estava no continente e só poderia ser uma pessoa. Limpando as flores, ele encontrou uma foto deixada lá. Era de John e Dóris no casamento deles.

Steve depositou as flores, mas ficou com a foto. Por mais que ele odiasse sua mãe, ele sabia que ela nunca achou que Wo Fat iria matar John.

Pegando a mão de Anna, eles foram para casa, e se sentando na sala de estar, eles começaram a examinar os papeis.

Steve olhou para o envelope vazio e sabia que ela havia lido a carta. Seus olhos nunca deixaram de se encontrar.

Era como seu pai sempre lhe dizia. Há males que vem para o bem. Steve sabia que ela era capaz de fazer tudo sozinha, mas ele queria mostrar a ela que ela não estava sozinha.

Eles beberam vinho, organizaram os documentos e deram as mãos antes de finalmente subir as escadas e fazer o que sabiam melhor.

Danno sabia que Steve estava finalmente bem de novo e por isso, ele pode finalmente dormir como um bebê.