Oneshots Havaianas escrita por Any Sciuto
— STEVEEEN! PEGA ESSE MALDITO PERU! – Danno gritou para Steve durante a perseguição deles a um.... Peru.
Se não fosse doido seria engraçado.
E tudo começou algumas horas antes...
Doze horas antes...
Como era véspera de ação de graças, todos estavam de folga. Danno iria comer na casa de Steve, porque não estava a fiz de pagar por um pedaço pequeno de peru. E para tanto, ele já estava a uma semana na casa do amigo.
— Espero que não peguemos nenhum bandido hoje ou amanhã. – Steve se sentou, entregando uma cerveja gelada para o amigo. – Estou moído.
— Por que amaldiçoa tanto assim? – Danno estava tentando suspirar sem parecer ingrato. – Esse ano eu não quero...
Ele não completou a frase antes que o celular tocasse.
— Merda! – Os dois rapazes deixaram as cervejas de lado e se levantaram.
Se vestindo, eles foram até Kamekona, que era a pessoa que os tinha chamado.
— O que aconteceu aqui? – Steve viu Flippa ser atendido pelos médicos. – Ele está bem?
— A cabeça do meu primo vai sim. – Kamekona brincou. – Mas tenho algo pior para vocês dois. Kono e Chin já me negaram ajuda, dizendo que estava de folga.
— Então foi um assalto? – Danno tentou descobrir.
— Não, foi um perusalto. – Kamekona olhou para os dois. – Por favor, não riam desse nome. Foi o melhor que eu consegui.
— Seu peru foi roubado? – Steve precisou morder uma risada daquela piada nada intencional, falhando maravilhosamente. – Desculpe. Não estou rindo de você.
— Eu tinha comprado o peru vivo para fazer na ceia do caminhão e eu o deixei dentro dele. – Kamekona levou os dois. – Hoje de manhã eu cheguei, o peru tinha sido roubado e meu primo estava no chão.
— Vamos ver o que podemos fazer. – Steve ligou para Kono e Chin e depois de uma pequena subornada, os dois apareceram na cena de crime.
Enquanto isso, no camaro, Danno reclamava do “caso” atual.
— Estamos atrás de alguém que roubou um peru vivo na ação de graças. – Danno balançou a cabeça em descrença. – Que tal começarmos com alguém que queira um para a ceia?
— Eu sei que você queria estar relaxando com uma cerveja, mas precisamos encontrar o peru. – Steve começou a rir. – Desculpe.
Depois de procurar por alguns supermercados, todos rindo da procura de um peru na ação de graças eles se sentaram na porta de uma casa aparentemente abandonada.
— Olha, Steve. Eu nunca achei que estaríamos procurando um peru na ação de graças. – Danno tomou um gole de refrigerante. – Quem sabe a gente pode...
Mais uma vez, ele foi cortado quando o dito peru apareceu atravessando a rua. Os dois ficaram olhando e Steve literalmente se lançou na direção do bicho, correndo atrás dele, que corria pelo asfalto, por uma casa e depois, entrou outra vez no asfalto. Danno vinha casualmente caminhando atrás, conversando com Chin enquanto ria da cena de Steve apanhando de uma ave.
— Steve, eu devo ligar para os bombeiros? – Danno perguntou. – Acho que sim.
— Vem aqui, peru gluglu. – Steve estava fazendo sons para o bicho. – Peru, eu vou contar até cinco e se você não trazer seu traseiro cheio de penas aqui, eu vou correr.
— Glu? – O penoso se voltou para Steve e saiu correndo de Steve.
O homem apenas olhou e pegou o celular discando para Kamekona.
— Kamekona, o quanto você quer esse peru? – Steve fez a pergunta, mais doida de todas. – Não sei se vou conseguir.
— Só para você saber. – Kamekona sabia muito bem apertar os botões de Steve. – Se não tiver peru hoje, ano que vem você vai me dar presente em dobro.
E Steve, que não era bobo (e nem gostava de gastar demais ou de menos) suspirou, pensando em uma estratégia para pegar a ave.
— Certo, a ave corre na velocidade da Grace correu depois que o Charlie roubou o diário dela. – Steve começou. – Então, qual era a velocidade que você estava naquela hora que você correu atrás das crianças a fim de recuperar o diário?
— Deixa que eu vou pegar a ave. – Danno finalmente se tocou do que Steve estava dizendo. – Ao menos pegue o carro.
Visualizando o peru, Danno foi atrás, imaginando que aquele era Charlie e o diário de Grace.
Ele conseguiu pegar o peru, apesar de levar umas bicadas, que sobraram para Steve também depois.
— Mais cuidado. – Steve se afastou depois que a enfermeira colocou um algodão com álcool para entorpecer o lugar onde começariam os pontos. – Estou machucado.
— Na ficha diz que os dois apanharam de um peru? – O médico olhou para Steve e Danno e precisou respirar para não rir. – Que tamanho era o peru?
— Talvez do tamanho noé. – Steve estava emburrado.
— Desculpe? – O médico não entendeu.
— Não é da sua culpa. – Steve se afastou de mais um pedaço embebido de álcool. – Cuidado.
— Meninos, se vocês se comportarem, ganham um pirulito. – Chin entrou, batendo uma foto. – Vai para o álbum. Vai para o álbum.
Ele cantou aquilo como se fosse Janet Kyle de “My Wife and kids”.
— Como vocês dois apanharam de um peru de ação de graças? – Kono brincou.
— Acontece que ele era parente do demônio da tasmânia. – Danno finalmente parou de tentar se afastar do médico que estava lhe fazendo os pontos. – E quando conseguimos levar até Kamekona, ele arrancou um bife de nós.
— Estou chegando. – Kamekona apareceu com camarão. – Eu vim ver Flippa e passei para ver meus irmãos Haoles.
— Obrigado pela consideração. – Steve pegou um prato. – Eu achei que ia fazer peru.
— Não deu. – Kamekona deu de ombros. – Acho que a missão dele era viver.
— Ele te atacou também. – Chin concluiu.
— E tem isso também. – Kamekona se sentou na cadeira. – Mas apesar de tudo, descobriram quem roubou o bicho?
— Sim. – Kono olhou de Danno para Steve. – Foi Grace e a irmã de Jerry. As duas se envolveram em salvar o peru. Elas o levaram para a casa onde era a sede do grupo, mas ele deu uma canseira nelas também.
— Bem, depois de tudo isso, acho que vou voltar para casa. – Steve falou, se levantando mancando um pouco da maca. – Deus, tudo o que eu quero é dormir.
— Acho que vou pular o jantar esse ano. – Danno pegou suas pílulas também. – E amanhã tem vacina.
— Doutor, amanhã ele vem para ficar, viu? – Steve provocou o amigo. – Ainda bem que o fígado está bem.
— Você também tem vacina. – Danno lembrou Steve. – E eu deveria ter uma estátua por ter lhe proporcionado estar vivo para a fuga do peru.
— Vamos para casa, Danno. – Steve se sentou no carro.
Chin e Kono deram risadas da cena e fecharam a porta e foram para a casa de Lou, onde teria uma ceia de Lā Hoʻomaikaʻi, ou como os americanos chamam, ação de graças.
E esse ano seria ainda mais cheio de graça.
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