Vida com Dragões escrita por benihime


Capítulo 8
Harlock, o Caçador de Fúrias


Notas iniciais do capítulo

Hora de conhecer o Harlock e sentir esse capitulo com vontade!
Partiu ler pessoal!



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Na reunião do conselho o clima era de tensão e Soluço decidiu ler a carta endereçada para: Soluço Haddock III, o Domador de Dragões – outra preocupação surgia na cabeça de Soluço! Para carta estar endereçada daquela forma, seu autor não devia compreender seu trabalho.

“Eu, Harlock, o líder da Ilha dos Caçadores, venho por meio deste convocar você Soluço Haddock III, líder do arquipélago de Berk, a conversar comigo em meu navio.

Suas ações são uma lenda e seria uma honra conhece-lo e podermos conversar como dois lideres normais.

Meu navio estará atracado em uma pequena ilha ao norte de seu arquipélago, com uma bandeira branca hasteada e meu Emblema Tribal nas velas.

Estarei a sua espera! Por favor compareça, Harlock”

— O que acha, chefe? – era claro para Gosmento que Soluço não gostou da situação.

— Eu acho que deveria encontra-lo sim. – ele surpreendeu os presentes.

— Lá vamos nós de novo! – Sven expressou sua preocupação – Sempre que coisas assim surgem, nós acabamos em problemas! – havia verdade em suas palavras.

— Eu entendo sua preocupação Sven, mas receio que assim será melhor. Poderia tentar uma resolução pacifica, caso seja um real problema, ou apenas conhecer um potencial amigo ou inimigo melhor. – os argumentos eram validos.

— Você não vai sozinho! – Valka não permitiria aquilo – Mesmo que seja uma conversa sobre uma bandeira branca, você deveria levar uma escolta em caso de perigo.

— Ela tem razão, Soluço. Vamos respeitar a etiqueta de uma reunião sobre bandeira branca, mas você deveria ir apenas amanhã e, ao menos, Eret e Melequento deveriam ir para checar os arredores e voltar se tudo estiver bem. – Astrid, como sempre, conseguia rapidamente pegar o ritmo de pensamento de Valka e bolar uma saída na qual Soluço não poderia descordar dela.

— Muito bem. Todos de acordo? – ele perguntou ao seu conselho e todos concordaram – Então vamos conhecer este Harlock.

Voando na direção indicada por Harlock, Soluço, Eret e Melequento não encontraram sinais de emboscadas, armadilhas ou acompanhantes que Harlock poderia ter trazido. Parados sobre uma coluna de pedras no oceano, eles encontraram a pequena ilha onde o navio estava atracado da forma como prometido. No convés apenas um homem, que eles julgaram ser Harlock, estava de pé admirando o horizonte.

Como tudo parecia bem, Soluço dispensou sua escolta e estabeleceu um horário para seu retorno. Se não voltasse até o anoitecer, significariam problemas!

Voando na direção do navio, ele reparou melhor em seu anfitrião quando o mesmo se virou ao escutar Banguela rugir. Ele viu o homem dar três passos para trás acompanhado de um gesto de cortesia pela chegada de Soluço.

— Muito prazer em conhecer, Soluço. – ele analisava o cavaleiro que descia do Fúria da Noite – Meu nome é Harlock e fui eu que lhe enviei a carta que o trouxe aqui.

— Oi, Harlock. É um prazer conhece-lo igualmente. Eu recebi sua carta e devo dizer que estou curioso por este encontro inesperado. – ambos mantinham sua educação e começaram a seguir os procedimentos respeitados sobre uma bandeira branca.

Retirando suas armas e deixando em caixas no convés, Harlock fez um gesto para que Soluço o acompanhasse; porem, Benguela não gostou dele. Assumindo uma postura ofensiva e rosnando, estava claro que ele queria atacar para matar.

— Calma amigão! Estamos sobre uma bandeira branca! Você não pode atacar e eu entendi sua preocupação. – Soluço olhou para Harlock com suspeita.

— O que pode estar preocupando você e seu dragão? – ele fingiu não saber o motivo.

— Já encontrei caçadores antes e não tive as melhores experiências; além de haver um dragão neste barco. Um bem grande e agressivo com certeza. – aquela descrição conseguiu surpreender Harlock. Enganar Soluço era muito difícil.

— Meus parabéns por notar! Eu tenho meu próprio dragão e ele está lá em baixo. – ele apontou para o alçapão para onde se dirigiam – Devo pedir que não se preocupe, ele é comportado, não vai atacar seu dragão ou você e eu acho que vai gostar dele. É um dragão Asa Titânica (raros, maiores e mais fortes dragões de cada espécie) da espécie Fornalha. – aquilo surpreendeu Soluço.

— Muito bem, eu irei acreditar em você. – ele prosseguiu acompanhando Harlock e recebendo um outro aviso. Haviam armadilha para protege-lo de ataques no navio, então Soluço deveria seguir os mesmos passos que ele para não as ativar.

Tudo parecia normal e sem sinal de companhia. Parando na frente de uma sala, Soluço pode ver o incrível dragão Fornalha! Que beleza de dragão! Mas ele também reparou nas cicatrizes do dragão e em sua submissão perante Harlock – aquele dragão com certeza foi domado e não treinado.

— Por favor, sente-se. – com um jarro de água, uma cesta de frutas e dois copos na mesa, Soluço aceitou o convite de Harlock, enquanto Banguela se sentava logo atrás para protege-lo se preciso – algo em Harlock o deixava extremamente bravo e receoso.

— Eu tenho que admitir que tive minhas duvidas quando li sua carta, mas agora me sinto mais tranquilo. – ele foi honesto – Então, sobre o que gostaria de conversar?

— Eu o chamei para falar sobre seu trabalho com dragões. Sua fama é bastante conhecida e até dizem que você enfrentou e venceu uma Espécie Alfa com seu dragão. Seu dragão é um impressionante Fúria da Note que é um Alfa! Nada poderia ser tão extraordinário. – Harlock seguia seus elogios e Soluço permanecia sem entender onde ele queria chegar.

— Bem, o Banguela não é como os outros dragões. – Soluço acariciava o amigo perante os olhos confusos de Harlock por aquela intimidade deles – Ainda assim, não consigo compreender a razão desta conversa. Por acaso precisa de ajuda com dragões em sua Ilha? – uma pergunta importante, já que seu anfitrião parecia ter pesquisado muito sobre ele.

— Não, não vim lhe pedir ajuda; mas sim fazer um negócio. – novamente a preocupação de Soluço subia e ele tratou de cortar a conversa ali mesmo.

— Eu sinto muito, mas não faço negócios com caçadores de dragões. Vai contra meus princípios. – ele foi firme em suas palavras – E se isso é tudo, então eu vou embora. Devo voltar para Berk antes de anoitecer. – já se levantando para sair, Harlock o abordou.

— Não seja assim, eu tenho uma oferta muito boa a fazer pelo seu Fúria da Noite. – as palavras de Harlock fizeram Soluço se arrepiar.

— Oferta!? Você quer que eu venda o Banguela para você?! – indignado, Soluço ergueu sua voz contra ele.

— Sim. – parecendo não se importar e agindo como se fosse normal, Harlock prosseguiu – Veja bem, eu sou chamado de ‘Caçador de Fúrias’ por já ter caçado cada Fúria da Noite que viveu. – rindo como se lembrasse de algo agradável, ele vez Soluço empalidecer – Estes dragões valem muito dinheiro e são excelentes desafios de caça. Pode numerar seu preço, que eu o farei para ter seu dragão.

— Pelo amor de Thor! Você não está falando sério! Não se coloca um preço na amizade e na família! E também não se entrega um amigo para a morte. Não posso crer que me pediu para vir aqui para comprar meu amigo! – indignado e completamente enfurecido, Soluço diria tudo que queria para ele – Você ainda afirma que caçou até a extinção os Fúrias da Noite por dinheiro e diversão!? Isso é um absurdo!

— Vamos, não seja assim. – sorrindo, Harlock tentava convencer Soluço – Ele é apenas uma fera e, pelas minhas fontes, ele também matou o antigo líder de Berk, Stoico, o Imenso.

— O Banguela não é uma fera! Ele é meu amigo e o que aconteceu antes foi um acidente pelos planos de Drago Sangue Bravo! Nunca mais se atreva a falar do meu amigo e da minha família assim. Eu vou embora, faça uma boa viagem de volta para casa! O Banguela você não vai ter. – definitivamente irritado e sem uma gota de paciência restando, Soluço foi para o convés.

Harlock vinha atrás e seu dragão acompanhava; Soluço não se preocupou já que, apesar do absurdo que ouviu, ele parecia ter a dignidade para respeitar a trégua que a bandeira branca significava.

No convés, Soluço pegou a caixa onde seus pertences estavam, se virou para cumprimentar seu anfitrião uma última vez – este ostentava um sorriso como se estivesse se divertindo com tudo – e se dirigiu para a rampa que conectava o navio a pequena ilha.

Já pronto para partir, ele foi surpreendido pela risada de Harlock enquanto se colocava a sua frente com o dragão logo atrás.

— Impressionante! – ele se aproximava ainda rindo – Você é uma lenda! Um viking de 22 anos que é líder de um dos povos mais antigos deste arquipélago, domador de dragões, possuí um Fúria da Noite Alfa e é dotado de um intelecto que lhe permitiu diversas vezes superar barreiras antes impossíveis. – as referências, em especial a última, fizeram Soluço se surpreender e interrompe-lo.

— Exatamente o quanto sobre mim você pesquisou? – uma pergunta mais que necessária naquela situação – E eu treino dragões para conviver com pessoas e ensino pessoas como conviver com eles em paz. Eu não domo dragões! – ele terminou suspirando já cansado de ter que repetir aquela frase.

— Informação é poder garoto. – Harlock ria descontrolado da afirmação e com o arquear da sobrancelha de Soluço – E, apesar de todas as qualidades e histórias ao seu redor, você é apenas um garoto que depende de seu dragão e é ingênuo o suficiente para arriscar uma guerra por ele. – Harlock não se conteve e riu novamente debochando de Soluço.

— Você está me ameaçando, sobre uma bandeira branca, a entrar em guerra apenas por eu não lhe entregar o Banguela?  – atordoado pelo susto, foi tudo que ele conseguiu dizer.

— Que bandeira? – dito isso, Harlock fez um gesto circular com o pulso apontando para o navio.

O Fornalha pareceu entender o comando e ateou fogo em tudo! Começando da bandeira e descendo até o convés, tudo se incendiou com um único e grandioso tiro. O arregalar dos olhos de Soluço com aquela ação, divertia Harlock.

— O movimento de agora a pouco que usou para comandar seu dragão... – ele já havia visto um gesto similar antes, mas desejava estar enganado – Seu contato não seria o Drago Sangue Bravo, seria? – para Soluço não havia mais ninguém que pudesse ter dado aquele dragão domado para Harlock, lhe contado aquelas informações tão detalhadas e ainda que fazia um gesto de comando como aquele.

— Pelo visto algo ainda pode ser salvo desta minha visita. – debochando dele, Harlock prosseguia – Nos veremos de novo muito em breve, garoto. – desaparecendo na fumaça montado no dragão, ele deixou um Soluço atordoado e chocado para trás.


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Notas finais do capítulo

Todos ainda estão vivos?
Gostaram do capitulo?
Espero que sim e que estejam prontos para a sequência dupla dos próximos, que só descobriram suas surpresas e emoções lendo ;)



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