Narração de Ino

Eu estava fechando minha última mala , finalmente. Estava exausta.

—Limonada?—Meu pai me ofereceu.

—Obrigada.—Nós nos sentamos no chão.

—Empolgada para sua nova jornada?

—Não muito.—Digo sorrindo sem graça.

Minha mãe entra no quarto , parecia tensa.

—Estão te chamando lá na porta.

Meu coração palpita, quem seria?

—Você...—Eu digo surpresa.

—Oi..—Ele disse sem graça.

Cruzo os braços.

—O que te trás aqui , Sai?

—Eu vim te pedir perdão, pela burrada que eu fiz.—Ele parecia genuinamente arrependido.

Antes que eu pudesse responder, meu pai sai atrás de mim , com um semblante irritado.

—O que faz aqui? Já não magoo minha filha o bastante?!

—Eu ... vim me desculpar senhor.

Engulo um seco.

—Já fez o bastante.

Sem dizer mais nada , ele pega meu braço e entramos juntos dentro de casa.

—O que ele queria?—Minha mãe perguntou

—Quem se importa?—Meu pai estava muito bravo.

—É..—Eu digo baixinho.

...

Eu estava indo dormir, aquela seria minha última noite ali. Estava empolgada com esse fato, confesso. De repente, ouço barulhos na minha janela. Me levanto e a abro. Fico surpresa em ver Deidara lá em baixo.

—Desce aqui hm.—Ele disse baixinho, fazendo gestos.

Fico feliz em ver que ele não estava mais enfaixado.

—O que quer?—Pergunto , quando sai de casa.—São duas da manhã...

—Eu..—Ele parecia agitado.—Queria saber se estava bem hm.

Fico sem entender.

—Você não responde minhas mensagens hm.

—Resolvi ficar off-line dessa vida.

—E pediu conta na empresa... por quê hm?—Ele parecia desapontado.

—Vou me mudar da cidade.—Informo.

Aquilo o deixou chocado.

—O quê hm?

—Pois é.. me surgiu uma oportunidade..

Ele ficou cabisbaixo.

—Eu... vim aqui ...—Ele começou.—Para garantir que estava bem.. afinal, naquele dia hm.

—Eu peço desculpas pelo jeito que Sai te tratou...

—Não me importo com aquele esquisito hm.

Ficamos nos encarando por uns segundos.

—Não estamos mais juntos.—Eu digo sem graça.

—Sério hm?—Ele parecia feliz.

—Ele ia me pedir em casamento.—Eu tiro o anel do meu bolso.

Aquilo o deixou desconfortável.

—E você iria aceitar hm?

—Eu... eu não sei.—Digo por fim, guardando o anel no bolso.

—Hey..—Ele se aproxima de mim.—Está com fome hm?

...

Fomos na casa dele comer pizza. Sim, tarde da noite.

—Por quê desse convite tão inesperado?—Pergunto , me sentando num banco.

Estávamos na sua cozinha.

—Porque , minha garota favorita está indo embora hm.—Ele me serve uma fatia de pizza.

Fico sem graça. Eu sou a garota favorita dele?

—Você é...—Eu digo sorrindo, depois de muito tempo.—Inacreditável.

Sem dizer mais nada, eu me levanto e faço uma coisa que sempre quis. Beijá-lo. Eu nunca beijei outro cara, que não fosse Sai.Meu beijo com Sasuke não contou, pois estávamos bêbados e sem controle. Mas agora, não havia mais Sai na minha vida, e nem Sasuke.

—Loira hm?.—Deidara diz surpreso.

—Só me beija!—Eu digo voltando a beijá-lo.

Dessa vez, ele não questionou mais. Entrou no meu “joguinho” e me beijou com vontade. Devo admitir que ele não beija “ternamente” e sim de um modo selvagem.

A coisa estava esquentando, ele me segura pelas coxas, fico surpresa em ver que ele tinha forças nos braços para me carregar.

Ele me joga no sofá, mas não o solto.

—No sofá não ..—Digo entre beijos.

Ele não responde, apenas me pega novamente e caminha em direção ao quarto. Me joga nela, e sinto uma nostalgia correr pelo meu corpo. Nos beijamos apaixonados por uns bons minutos.

A coisa esquentou pra valer, quando ele tira a camisa dele, num piscar de olhos. E eu, sem experiência alguma começo a desabotoar minha camisa, botão por botão.

—Fala sério hm!—Ele diz nervoso, abrindo minha camisa de uma vez só, num ato rápido.

Fico sem graça, mas isso não o fez recuar pra cima, voltamos a nos beijar ferozmente. Quando ás coisas iam apimentando mais e mais, eu paro.

—Espera, espera.—Eu digo me sentando na cama.

—Hm?

—Eu...—Eu coloco minha blusa sem botões no corpo.—Eu quero fazer isso depois do casamento.—Informo, já de pé.

Ele revira os olhos e suspira pesado.

—De que conto adolescente você saiu hm?

...

Chego em casa , por volta das seis da manhã. Deidara havia me dado carona.

—Obrigado.—Digo abrindo a porta do carro.

—Espera hm.

Me viro.

Ele coloca uma mão no meu bolso, e pega o anel que Sai havia me dado.

—Não quero que ande com isso hm.—Ele joga pela janela oposta a minha.

Fico sem reação, estava com ciúmes de um anel? Desço do carro e entro em casa.

—Onde...?—Minha mãe começa, mas eu a interrompo.

—Estava com Deidara.—Digo subindo ás escadas.

—Quem?

Percebo que aquela era a primeira vez, que falo sobre ele abertamente com meus pais.

—Meu chefe!—Que na verdade não era meu chefe.

...

Meus pais me fuzilaram de perguntas sobre o loiro. E eu, com toda paciência do mundo respondia... depois da noite de ontem, eu estava pronta para falar a verdade.

—Entendo..—Meu pai disse com certo disconfiômetro.

Já estava na hora do jantar, meu voo seria a meia noite.

—Fiz seu prato favorito.—Minha mãe diz, colocando meu prato na mesa.

—Hum...

De repente, a campainha toca.

—Eu atendo.—Digo, enquanto minha mãe servia meu pai.

Abro a porta e me surpreendo em ver Deidara. Ele tinha um buquê de flores nas mãos.

—Deidara?—Eu digo espantada.—O quê...

—Ino hm.—Ele estava prestes a se ajoelhar, mas eu seguro sua mão. Fecho a porta de casa e o empurro para mais perto da rua.

—O que foi hm?

—É que não quero que minha mãe fofoqueira ouça.—Eu sussurro.

Ele sorri, e logo se ajoelha de novo.

—Yamanaka Ino, você quer se casar comigo hm?—Ele havia tirado uma caixinha do bolso.

Fico de boca aberta.

—Minha filha ficou noiva de um advogado!—minha mãe grita lá de dentro de casa.

—Querida?!—Ouvimos meus pai gritar.—Não é hora de desmaiar!

Eu sorrio sem graça.

—Acho que isso responde sua pergunta.—Eu digo estendendo minha mão.

Ele coloca um belíssimo anel no meu dedo, beija minha mão e em seguida me beija.

—Quando nos casamos?—Pergunto empolgada , lhe abraçando. Aquilo parecia um conto de fadas.

—Amanhã hm.—Ele diz empolgado.

Ah amanhã... eu repito na minha cabeça... espera! Amanhã?!

—Amanhã?—Repito assustada.—Mas da onde irei arrumar um vestido, maquiadora... massagista... minhas madrinhas...?—Dizia rápido demais, até que me toquei de algo.—Espera... você só quer se casar amanhã, para fazer....

—Transar hm.—Ele diz sem rodeios.

—Amor?—Concluo.

Fico vermelha.

—Você....?

—Dammit Ino, minha testosterona está no ápice hm! –Ele parecia impaciente.—Você está me matando, e nem se dá conta disso hm.

Abro a boca para contestá-lo.

—Eu estou com muito tesão hm.—Ele diz baixo, notando que meus pais saíram de casa.

—Filha...—Meu pai começa.—Está tudo bem?

Me viro, e aponto para minha mão.

—Vou me casar!—Digo empolgada.

Hora de conhecer meus pais!

...

No dia seguinte , todo o bairro sabia que eu iria casar com um advogado, obrigada mamãe fofoqueira! Mas nem me importei com isso.

—Eu vou me casar em algumas horas.—Digo animada, na loja de vestidos de noivas.

—Você já disse isso!—Hinata diz rindo.

—Eu sei!

—Esse lhe caiu muito bem.—Tenten comenta.

—Por quê tão rápido Porca?—Sakura perguntou.

—Porque.... eu já fiz ás malas.—Eu me viro pra rosada.—E é só.—Eu não poderia dizer o real motivo.

—Hum.—Ela me olhou com cara desconfiada.

...

Na parte da tarde, já havia muitas pessoas na porta do cartório, onde iríamos nos casar. Estava empolgada! Iria me casar! Dar um grande salto na nossa vida!

—Sorria!—Sakura fazia uma selfie.

Eu não conseguia parar de sorrir.

—Você está tão linda.—A mãe de Deidara vem até mim.

Fico sem graça. A última vez que nos vimos não foi tão agradável assim.

—Obrigado.—Eu lhe abraço.

—Dei-chan, faça ela feliz!—Ela ajeitava seu paletó.

Ele revira os olhos, parecia impaciente.

—Vamos entrar hm?—Ele perguntou.

—Hai.—Eu seguro sua mão.

...

Depois de assinar a última papelada, eu finalmente havia mudado meu status civil. Que sensação maravilhosa.

Tiramos fotos, conversamos com nossos amigos e familiares e tudo mais.

—Vamos indo hm?—Ele sussurrou no meu ouvido.

Fico instantaneamente vermelha, ao entender o por quê dele querer ir embora tão rápido.

—Ah...—Eu começo a pensar numa desculpa, eu queria curtir um pouco mais.—Mas nem tiramos fotos com meus amigos...—Eu o puxava.—Vamos lá!

Ficamos horas lá no cartório. Eu estava amando tudo isso. Ele, muito pelo contrário.

—Sakura hm..—Deidara de repente a chamou.

—Sim?

—Você encontrou seu cachorrinho hm?

Que pergunta estranha... eu o fitava.

—Não... Senhor Puff nunca mais apareceu.—Ela parecia triste ao tocar no assunto.

—É uma pena... sabia que foi minha adorável esposa quem deixou ele fugir hm?—Ele apontava pra mim.

A rosada arregala os olhos. Esse miserável se lembrava justo desse segredo?!

—O quê?!—Ela exclama.—Shannaro !!

—Deidara seu linguarudo...!—Eu me viro pra ele.

—O que disse Itachi hm?—Ele se afasta de mim rapidamente, que pilantra!

Me viro pra Sakura que estava vermelha como um camarão.

—Desculpa , desculpa...—Comecei a me desculpar como louca.

...

Fiquei uma hora me desculpando com a Haruno. Foi tenso, mas me livrei dela... comecei bem meu casamento! Vou até meu marido e lhe dou “tapinhas” no peito, eu sabia que ali havia sido operado.

—Ah você é um doce querido..—Eu digo sorrindo pros amigos dele. Espero que seu peito esteja doendo muito !

Ele abre um sorriso forçado e segura minha mão que o incomodava.

—Você não faz ideia hm.

Finalmente, estávamos no carro, indo pro apartamento dele.. aliás nosso apartamento. Iríamos passar a noite lá e no dia seguinte , iríamos para nossa lua de mel.

—Onde será ?—Pergunto ansiosa.

—Surpresa hm.

Eu lhe mando um sorriso.

—Que coisa doida...

Eu prendo sua atenção.

—A gente se conheceu de um modo tão incomum.—Eu coloco uma mexa atrás da orelha.

—Você me falando do seu fio dental hm.—Ele se recorda.

—Eu ia falar no voo turbulento !—Digo vermelha. Francamente, eu disse tantos segredos pra ele, e ele só se lembra desse em questão.

Ele ri.

—Onde eu falei algumas verdades..—Eu me recordo, de olhos fechados.

—Seu fio dental hm.—Ele repete.

Eu lhe dou um tapa de leve.

—É só uma calcinha!—Digo, segurando a risada.—Que aliás, não uso mais.

—O quê hm?!—Ele pareceu assustado.

—Ué, ela me incomodava , me livrei de todas...—Era mentira, eu só dizia aquilo, para ver sua reação.

—Você está de brincadeira hm?—Ele realmente estava preocupado.

Dessa vez, foi minha vez de rir de sua expressão.

—Você... ah , não faz mal, o que faremos não iremos precisar dela mesmo hm.

Era engraçado como ás coisas fluíam entre a gente. E como ele me deixava sem graça.

—O que está olhando hm?—Ele perguntou, enquanto eu o olhava.

—Nada.—Eu menti novamente, na verdade estava pensando em como seria os rostos dos nossos filhos.

Todo mundo tem seus segredos, grandes ou pequenos. Cabe a nós mesmos decidir se vamos ou não revelá-los a alguém algum dia. No meu caso, revelei a um total estranho num voo de avião. E esse estranho, por ironia do destino se tornou meu marido!

De uns tempos pra cá, novos segredos “surgiram” ao meu redor.

 - No dia do meu casamento, estava usando um fio dental azul, e não rosa!

— Joguei champanhe na recepcionista sem querer.

— Meu manequim de quarenta voltou ao trinta e seis, graças a minha choradeira por conta de Sai..

— Meus pais me envergonharam na frente dos meus ex colegas advogados do trabalho, eles acharam que dizer que sou uma moça muito cabeça dura , iria fazer com que eu fosse readmitida na empresa..

— Eu não iria embora da cidade mais. Iria ficar na floricultura dos meus pais.

— A mãe de Deidara , me falou altos segredos sobre ele! Há há há agora, é ele quem está nas minhas mãos !

— Deidara não sabe, mas eu gosto desse jeito ‘safado’ dele, por favor não conte pra ninguém! E Principalmente para ele !

E havia muitos outros segredos a se contar , mas o negócio é, normal. Ter um ou outro segredinho que não contamos pra ninguém, faz parte da vida e é até saudável ,na minha opinião.

 E desses que eu já revelei , eu peço a você....Can you keep a secret? (pode manter em segredo? )