Cheguei em casa, expliquei que estava na Sakura e meus pais caíram. Logo, vi no celular que Sai também havia acreditado.  Ufa...

Chego no trabalho, e tento agir normalmente, pois as pessoas ainda falavam da briga entre Deidara e meu namorado.

—Loira.—Itachi me chamou.

—Oi, Ohayo.—Digo civilizada.

—Fiquei sabendo da briga entre nosso colega e seu namorado..

—Pois é né...

—E...—Ele parecia sem graça.—Ele sofreu um acidente né...

—Sim, eu até levei um obentou pra ele...

—E como ele está? Afinal, ele não me recebeu quando fui lá.

—Ah, ele tá ótimo.—Eu digo quase que imediato.—Quero dizer... a mãe dele tá lá. E é isso...

—Ah sim.—Ele pega o celular.—Ele me pediu para lhe dar um recado..

—Pra mim?—Pergunto ingênua.

—Sim...—Ele diz.—Ele pediu seu número de celular.

Fico receosa em passar. Mas acabo passando, pois sou boba.

...

—Hey , poderia trazer outro obentou?-

—Não!-

—Por quê?-

—Porque não!-

—Por quê?-

—Vou sair pra namorar!-

—Ah... com aquele esquisito.-

—Ele não é..-

—Deixa eu adivinhar, vocês vão ao cinema?-

—Como sabe?-

—Típico de adolescentes retardados...-

—Ah, vá te catar!-

—Por favor é só deixar aqui na minha porta... não aguento comer a comida da minha mãe.-

—Ah , por quê não pedi um delivery ...?-

—Prefiro os feitos por você.-

O que dizer, se ele me tinha nas mãos?

Eu já estava arrumada, para meu encontro. Mas corro até a cozinha e faço um rápido obentou.

—Pra que isso?—Minha mãe perguntou, enquanto eu amarrava.

—É pra um .. piquenique que faremos no parque.—Eu menti, não queria explicar que estava fazendo uma marmita para outro homem.—Tchau!

Eu saio correndo de casa, eu tinha vinte minutos para chegar no prédio de Deidara , antes que meu namorado chegasse. Eu sei que eu não deveria estar fazendo esse esforço todo pelo loiro arrogante... mas.. quando eu lembro que ele está de cama, todo enfaixado, meu coração amolece.

Enquanto caminhava, estava decidida a falar firme que aquela seria a última vez em que eu faria isso. Eu não podia fazer esses favores pra ele .. ele nem meu namorado é!

—Oi.—Eu digo, quando a mãe dele abre a porta.

—Oi, aqui.—Eu lhe entrego o obentou.

—O quê? Não vai entrar?

—Não !—Eu grito, já correndo.

Eu tinha sete minutos.

—Por quê não entrou?-

—Porque eu tenho um encontro!-

Por sorte, Sai havia chegado atrasado em casa. Fomos para o encontro e devo confessar que foi sem graça. Só fazíamos isso... nada de novo.

...

No dia seguinte, finalmente era sexta feira! No final de semana , eu iria dormir o dia inteiro e não queria saber de mais nada.  

—Bom dia.—Eu digo ao porteiro.

Pego minhas ferramentas e rego todas as flores das salas, até chegar nas de Deidara.

—Oi hm.—Eu ouvi, ao entrar.

Me espanto. Pensei que ele ainda estaria de cama. Nem bati antes de entrar...

—Oh! Você já veio trabalhar?!—Fico surpresa em vê-lo.

—Na verdade , só vim deixar meus relatórios hm.—ele deixou uma pilha de folhas na mesa.—Irei fazer uma cirurgia agora hm.

Fico de boca aberta, ele não havia mencionado que faria cirurgia.

—Do quê ? Por quê ? Tá tudo bem mesmo?

Ele sorri torto.

—Eu quebrei a costela hm.—Ele fez um gesto pro tronco.—Preciso colocar uns pinos e sei lá o que mais hm.

Ai.. com certeza isso deve doer.

—Boa sorte.—Eu digo.

Ele dá de ombros.

...

Eu disse que iria dormir o dia inteiro no final de semana, mas quem disse que eu consegui se quer pregar meus olhos? Eu só pensava nele e se sua cirurgia havia ocorrido bem.

—Tá tudo bem? – eu mandei minha centésima mensagem pra ele.-

Ele não me respondia, o que me deixava mais agoniada.  

—Amiga..—Temari me chamava.—Larga o telefone e presta atenção na gente!

Estávamos numa sorveteria em grupo.

—Desculpa.—Eu disse.

—Ela só pensa no chefe dela.—Sakura disse irônica.

Eu lhe dou um chute.

—É que ele fez uma cirurgia poxa!—Eu me defendi.

—Aharan.—Tenten disse me mandando um olhar malicioso.

—É sério.

—E o Sai sabe disso?—Karin perguntou.

Engulo um seco, não respondo.

—Ai ai ai amiga, isso não vai acabar bem.—Hinata diz.

—O quê? Como assim?—Pergunto.

—Você tá apaixonada por ele!—Sakura diz, sem paciência.

—Não estou!—Digo ofendida. Era verdade?

—Então larga o celular e vamos tomar o sorvete.—Tenten diz.

Eu não conseguia soltar o celular. Mas poxa , Ino!

...

—Está sim, acabei de acordar.-

Meia noite, ele me responde. Meia noite! Fiquei feliz e irritada ao mesmo tempo.

—Ótimo, fiquei preocupada...-

—Está tudo bem - ele responde novamente.

...

—Quer vim aqui me ver?-

Fico receosa em respondê-lo.  

—Está tarde para pegar ônibus – informo.-

—Não por isso, peço meu motorista para ir te buscar.-

Eu ia mandar que não era necessário, mas ele me mandou um print , no qual o motorista perguntava meu endereço.

Agora, eu não podia recusar.

Cheguei no seu prédio e fiquei pensativa se deveria ou não entrar. Só o veja , e vai embora boba! Eu pensava , quando toquei a campainha.

Nenhuma resposta. Será que dormiu?

De repente, meu celular vibra.

—A porta está aberta, tranque-a quando fechar.-

Abro-a e a tranco, onde estava a mãe dele?  Caminho pensativa pelo corredor. Bato na porta.

—Entra hm.—Ouvi.

Eu abro e o vejo. Estava mais enfaixado do que antes...

—Está tud...

—Só um pouco dolorido hm.—Ele diz de imediato.

Eu caminho lentamente em sua direção.

—Onde está sua mãe?

—Ela só chega amanhã hm.—Ele informa, pegando um pedaço de torta.—Aceita hm?

—Não.—Digo.—Quem fez ?

—A vizinha de baixo hm.—Ele diz tranquilo.

Ergo a sobrancelha, então... ele tinha intimidade com a vizinha de baixo? Notando minha expressão, ele sorri.

—Hey, relaxa... ela tem cinquenta e dois anos hm.—Me assegura.—E é casada hm.

Me sinto uma boba.

—E-eu não disse nada!—Protestei.

—Mas pensou hm.—Ele disse.

Desvio meu olhar dos dele.

—Você não deveria estar comendo algo tão pesado.—Eu digo, mudando de assunto.

—Eu não deveria fazer muitas coisas hm.—Ele rebate.

Volto minha atenção pra ele.

—Bom, vejo que está bem... acho que já vou indo.—Eu já estava de pé, então me viro.

—Mas já hm?—ele pergunta.

Não passe a noite com esse sujeito de novo Ino.