Chatos, ordinários e dramáticos escrita por Kiki


Capítulo 3
As Casas




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A viagem para Hogwarts seguiu com Roxy dormindo ora na janela ora em cima de Lily. Quando a tia do carrinho passou Lily e Hugo compraram doces com todo o dinheiro que tinham.

“Jay, que se vire.” a menina disse travessa ao gastar o dinheiro do irmão.

As crianças se esbaldaram em açúcar e conversaram sobre os assuntos mais aleatórios possíveis. Dado momento, Lily adormeceu emaranhada em Roxy. Não demorou muito para que Louis fizesse o mesmo se escorando no ombro de Hugo. Abandonado pelos primos que dormiam como bebês, Hugo voltou a jogar no celular, manobrando os braços como podia com Louis quase em cima dele.

Então chegou o trágico momento em que a bateria do aparelho se esgotou. Hugo suspirou tendo que aceitar que passaria o resto da viagem olhando pela janela. Já era noite.

A porta do vagão se abriu de repente e uma menina loira estancou na entrada.

“Oh! Me desculpe, errei o compartimento.” ela sorriu sem graça. Sua entrada repentina fez os outros acordarem.

“Tudo bem.” Hugo a tranquilizou. Ela fechou a porta e saiu apressada.

“O que foi isso?” Lily esfregou os olhos.

“Nada, uma garota errou de compartimento.” Hugo explicou.

Louis se endireitou no banco e espreguiçou acertando o braço no rosto de Hugo de propósito. Hugo revidou, prontamente, com um tapa na orelha do outro garoto e ganhou um sorriso amistoso de volta.

“A gente não deveria colocar o uniforme?” Lou indicou a escuridão da noite pela janela.

“Oh, Merlin! Já devemos estar chegando!” Lily se espantou.

Com isso eles saíram correndo para vestir seus uniformes.

 

****

Atravessar o lago de barco não foi nada agradável na opinião de Hugo. Eles poderiam usar as carruagens como todos os outros faziam. Mas não! Os calouros tinham passar pelas águas escuras que diziam ter uma lula gigante e sereianos. Hugo achou aquela viagem ainda mais desnecessária quando um garoto quase caiu ao tentar descer do barco. Por sorte ele foi segurado por outras crianças.

Hugo observou o menino após ser salvo do que seria uma grande humilhação no primeiro dia em Hogwarts. Ele tinha o rosto pálido, provavelmente por causa do susto, era relativamente alto e com cabelos castanhos.

As crianças que o seguraram, um casal, permaneceram ao lado dele após o incidente. A menina era pequena e tinha o cabelo curto, o menino era parecido com ela na fisionomia, somado a um sorriso gentil. Depois do ocorrido, quando a cor voltava para o rosto do garoto em choque, os três riram juntos. Hugo deduziu que eles já se conheciam antes pelo nível de intimidade que pareciam ter.

E foi observando o trio que algo chamou a atenção de Hugo, eles faziam gestos o tempo todo com as mãos. E não era qualquer tipo de gestos! Hugo conhecia aquele padrão de movimentos, já tinha visto na TV, era linguagem de sinais. Claro que Hugo não entendia o que eles diziam, mas ele ficou maravilhado. Não conseguia parar de olhá-los durante todo o caminho até chegarem ao famigerado Grande Salão.

Durante o caminho, Hugo se dividiu entre observar o trio, seguir seus primos para não se separarem e admirar o castelo de Hogwarts, que ostentava uma arquitetura de encher os olhos.

Chegaram no Salão com os alunos dos outros anos já acomodados em suas mesas. O guia que os esperavam, se intitulou professor Berg, e depois os conduziu para a frente do salão. O momento da seleção chegou e com ele uma tensão pairou sobre os primeiro anos nervosos.

O chapéu seletor estava lá. Era velho. Era feio. E os nomes começaram a ser chamados. Hugo prestou atenção em alguns nomes, mas sabia que esqueceria a maioria mais tarde.

“Adam Higgs” professor Berg chamou.

O garoto, que momentos antes quase caiu no lago, se dirigiu para o banco de seleção. Ele sentou e o chapéu permaneceu um tempo em sua cabeça antes de anunciar:

“GRIFINÓRIA”

Ele não pareceu tão animado como normalmente um aluno selecionado para a Grifinória ficaria. Mas sem hesitar, Higgs caminhou para mesa da casa e sentou cumprimentando seus novos colegas.

Mais alunos foram chamados e Hugo se deu conta que a ordem era alfabética. Ele fez uma classificação rápida na cabeça e logo percebeu: Oh não! Ele seria chamado primeiro que seus primos.

“Hugo Granger-Weasley”

Chegou sua vez. Ele se encheu de uma falsa confiança e caminhou para o banco. Era estranho estar tão exposto na frente de todos, ainda mais quando as pessoas cochichavam e às vezes dava para ouvir as palavras: “Ministra da Magia” ou “...alguma coisa Harry Potter”. Hugo estava acostumado com a reação que seu sobrenome causava, e olha que o efeito do “Potter” era pior, mas ele se sentiu incomodado.

O chapéu foi colocado em sua cabeça e instantaneamente Hugo refletiu sobre como tudo era estúpido. Ele revirou os olhos. Ninguém o entendia. Para ele, aquilo era um artifício bobo de classificar em casas bobas, com critérios superficiais e ainda de forma constrangedora e expositiva.

“Oh! Você acha? Interessante. Isso é novidade para mim. E olha que já estive na mente dos bruxos mais loucos e geniais que existiram.”

Hugo se sobressaltos com a voz ecoando em sua mente.

“Não se assuste. Continue pensando… Gosto do que pensa. Então quer dizer que você não gosta das nossas queridas casas. Mas por quê?

Segregação? Interessante palavra para estar em uma cabecinha tão jovem. Mas considerando sua linhagem parece plausível.”

A palavra linhagem fez Hugo se lembrar do que Fred lhe disse mais cedo sobre os Weasleys pertencerem a Grifinória e ele sentiu um frio na barriga.

“Ora, ora, ora! Mas o que tem de errado com a Grifinória? Seria uma casa ideal para você… Não? Entendo. Deixe-me ver aqui…

Hum...Hum...Uhum. Que turbilhão de pensamentos. Você é difícil Sr.Granger-Weasley! São muitas exigências. Mas não se preocupe com seus amigos, de todas as preocupações essa é o mais insignificante.

Bem, precisamos nos decidir. Já tomamos muito tempo e infelizmente preciso te colocar em alguma. Algum pedido? Não?... Hum…”

“CORVINAL”

A mesa da Corvinal explodiu em aplausos. O chapéu foi retirado da sua cabeça e ele precisou caminhar para a mesa de decoração azul. De tudo que Hugo passou em sua curta vida, aquele foi o momento mais estranho. Ele se sentiu flutuar até o assento e cumprimentar as pessoas de modo automático. Hugo não conseguiu encontrar seus primos no meio dos outros alunos do primeiro ano, e de repente sentiu outro frio na barriga. Ele não queria ficar longe deles depois de tudo.

Corvinal? Onde ele estava com a cabeça? Deveria ter deixado o chapéu o mandar para Grifinória, pelo menos ficaria com seus primos. Entretanto, só de pensar no leão pomposo, no vermelho imponente e no orgulho que parecia emanar daquela na extremidade do salão, Hugo sentia enjoo. É! Não daria certo afinal. Pelo menos era a Corvinal, já que Sonserina infartaria seu velho pai. O azul de repente parecia uma boa cor, o corvo um animal legal...Mas ele ainda achava que tudo era uma basbaquice.

“Lílian Potter.”

Hugo levantou a cabeça para escutar. Lily saiu do meio dos alunos e foi para o banco. Conhecendo sua prima, Hugo sabia que ela estava a ponto de explodir ou em um estado de êxtase inimaginável. Ele admirou como todo o caminho ela simplesmente não esboçava reação sobre os comentários que o efeito “Potter” causava. Sorrindo, Hugo pensou em como Lily havia nascido para a fama.

“GRIFINÓRIA”

“É claro” Hugo sussurrou para si. Viu Lily sorrir de felicidade e se sentiu alegre por ela.

Quando o professor finalmente chamou o nome, Hugo nunca esteve tão atento até aquele momento. Ele registrou cada movimento do garoto de cabelos claros, olhos azuis e rosto salpicado de sardas. De longe e de perto ele era um Weasley. Louis caminhou confiante até o banco, esse era outro que gostava de atenção, Hugo bem sabia.

O chapéu pousou na cabeça do seu melhor amigo, o coração de Hugo pode ter vacilado e até que o chapéu finalmente anunciou ele prendeu a respiração. No fundo ele sabia que esperança não mudaria o resultado, mas acabou sendo inevitável não senti-la.

“CORVINAL”

“É claro...O QUÊ ?” o ruivinho arregalou os olhos.

Demorou um pouco, mas por fim Hugo sorriu com a visão de Louis radiante e feliz sentando na mesa da Corvinal, bem ao seu lado.

Hugo se sentiu tão alegre que perdeu grande parte do resto da seleção. Ele só voltou sua atenção para os nomes, quando um rosto conhecido caminhou para o banco.

“Mabel Lacaster.” professor Berg tinha dito segundos antes.

“SONSERINA” O chapéu anunciou.

Essa era a garota que abriu o compartimento do expresso  por engano.

“Maxine Green” foi o nome em seguida. Ele pertencia a menina de cabelos curtos que sabia linguagem de sinais.

“LUFA-LUFA”

Mais e mais crianças foram chamadas e apenas duas entre elas receberam a atenção de Hugo: Roxane Weasley: GRIFINÓRIA. Ótimo! Foi uma boa divisão na opinião de Hugo, pois ela ficaria com Lily. E o outro nome foi o de William Wood: LUFA-LUFA. Esse era o garoto de sorriso gentil que também conversava em sinais.

Hugo observou Wood sentar ao lado da garota que era sua amiga, Maxine Green. Eles bateram papo fazendo gestos e Hugo reparou que ela o apresentava para os companheiros de casa. Green falava, Wood não. Ele apenas acenava para as pessoas e afirmava ou negava com gesto o que pareciam ser perguntas feitas pelos outros.

Hugo espichou a cabeça para a mesa vermelha. Rapidamente localizou os cabelos em chamas de Lily e os cachos de Roxy. Adam Higgs estava próximo a elas, ele conversava com os outros grifinório, mas parecia um pouco desanimado.

O resto do jantar foi constituído de discursos da diretora McGonagall, avisos e apresentação de professores. No das apresentações a comida apareceu, todos aproveitaram a refeição. O término de tudo foi a acomodação dos alunos em seus dormitórios. Naquela noite, Hugo deitou em sua cama e adormeceu instantaneamente.


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Notas finais do capítulo

E lá se foi mais um.
Pessoal conta ai o que estão pensando de tudo, em.
Bjs



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