Tanto Adrien quanto Marinette estavam estupefatos, como ele sabia quem Marinette era? Convenhamos, Marinette era nova em Hossegor, então como um cara que ela nunca tinha visto conhecia ela? Era impossível.

Nem a própria Marinette o conhecia, como ele sabia de seu nome? Isso seria um grande mistério, antes que a mesma pudesse pronunciar alguma coisa, o moreno se pronunciou:

—Meu Deus! Marinette! O que você tá fazendo aqui em Hossegor?

—Desculpe, mas... Eu te conheço?

—Aaa, claro que não vai lembrar de mim, quando eu te conheci você era muito pequena... Adrien, você pode atender? Quero conversar com a Marinette.

—Ok.....

Adrien se distanciou indo para o balcão e Plagg puxou Marinette para onde ninguém poderia ver e ouvir a conversa dos dois:

—Como você tá aqui?

—Aqui?

—É! Como você está em terra firme?

—Não sei do que você tá falando! – Ela tentava se passar por desentedida.

—Sério? Não sabe que no lugar dessas pernas deveria ter uma cauda!

—Como sabe?

—Simples, eu conheci seus pais! Como eles estão?

—Eu não sei....

—E Miraculous?

—Como você sabe de Miraculous?

—Ora, todo mundo sabe o nome do lugar onde nasceu.

—Você nasceu em...

—Sim, Marinette, eu nasci em Miraculous. Meu Deus, a Tikki vai pirar quando descobrir que você tá aqui! Mas me conta, como que tem duas pernas no lugar daquela sua cauda vermelha? – Ela afastou os cabelos das orelhas, mostrando os brincos vermelhos com bolinhas pretas. – A Sabine finalmente deu pra alguém? Ela te deu!

—Me deu o quê?

—Olha isso não é momento pra comentar isso, é melhor quando estivermos com a Tikki, ela entende mais disso do que eu, mas não dá pra acreditar... A pequena Marinette já tá desse tamanho.

—É, eu cresci....

—Me responde e Miraculous? Como está?

—Em guerra, descobriram sobre meu pai, minha mãe e eu e o reino se dividiu em dois e decidiram lutar.

—Puxa, eu sinto muito... Por que Tom e Sabine não me chamaram? Eu poderia ter ido ajudar, mas pensando bem, eles devem ter te mandado por saber que eu e a Tikki estaríamos aqui para te ajudar.

—Espera, como você tá com pernas? Eu não vejo n

—Seus pais não foram os únicos a quebrar as leis de Miraculous... Meu pai é tritão e minha mãe humana, a Tikki é assim também, metade ser do mar, metade humana.

—Eu não sabia que mais pessoas tinham quebrados as leis, além dos meus pais.

—Acredite, todos de Miraculous já quebraram regras, mas nem todos são descobertos. Alguém sabe que você....

—Só a Alya.

—Só ela?

—Sim.

—Tem certeza de que ela não vai contar pra ninguém?

—Eu confio nela!

—Eu tenho que voltar pra atender, mas a Tikki precisa te ver, ela vai ficar tão feliz que você tá aqui, consegue vir na praia amanhã?

—Eu não sei....

—Tente vir, é isso ou vamos ter que invadir a casa da Alya. Eu tenho que voltar pro trabalho, vou liberar o Adrien para ele te levar pra casa.

—Tá bem...

Eles seguiram até à frente da loja, onde Adrien estava a quase cem quilômetros por hora de tão rápido que atendia os clientes, Plagg liberou-o e os dois jovens saíram da loja:

—Esqueci de te avisar, a Alya ligou, daqui a uma hora e meia ela vai vir te buscar, o evento já tá acabando, ainda dá tempo de ver o pôr do sol se você quiser.

—Pôr do sol? O que é isso?

—Você vai ver, eu acho que tem o lugar perfeito pra assistir ele.

 Adrien guiou-a até chegarem até chegarem em um morro, eles não precisariam escala-lo, pois como muitas pessoas já iam lá ver o pôr do sol haviam construído uma escada para chegar com mais facilidade ao topo do morro e evitar acidentes.

Subiram a escada e chegaram no topo do morro, tinha um pouco de vegetação, mas nada muito denso, na realidade, estava até um pouco urbanizado, com algumas casas e vendinhas de souvenirs e comidas.

Havia lá um senhor, que aparentava ter seus cinquenta anos, já possuía cabelos grisalhos e era um pouco gordinho, ele estava com um carrinho de sorvetes, ele estava vendendo um sorvete para um casal, logo o Agreste notou a presença do sorveteiro ali, então teve uma ideia:

—Marinette, você já tomou sorvete?

—Sorvete?

—Já vi que não... Vem comigo!

Ele levou-a até onde o sorveteiro estava:

—Adrien! Faz anos que não te vejo garoto, como você está?

—Olá, André, estou bem!

—E vejo que trouxe uma garota, estão juntos desde quando?

—N-não, não estamos juntos! Ela é só uma amiga da Alya e como ela nunca tomou o melhor sorvete da França.

—Nem adianta disfarçar, o André reconhece o amor quando o vê!

—A-amor? – Fala a garota, como o homem achavaque tinha isso entre ela e Adrien?-  N-não, senhor, deve estar confundindo as coisas.

—Se vocês dizem.... Bem, Adrien para você eu darei morango com gotas de chocolate, amora e mirtilos. – A cada sabor que ele dizia, ele acrescentava uma bola de sorvete.

—Obrigado, André.

—E qual é o seu nomezinho, mademoiselle?

—Marinette!

—Certo, para você Marinette, pêssego e menta!

—Obrigada! Adrien, deixa que eu dou o dinheiro dessa vez!

—Não, garotinha, esse é de graça, o primeiro sorvete do André para o casal nunca é cobrado.

—Não somos um casal, André!

— Vão perder o pôr do sol.

—É verdade, vamos!

Adrien a segurou pelo braço e saiu correndo. Chegaram a borda do morro, que era protegida por uma cerca de aço para que ninguém caísse.

Marinette estava maravilhada, aquilo era uma das coisas mais lindas que já havia visto, aquela coisa brilhante desaparecendo do céu, o laranja se misturando com o azul do céu e do mar, era lindo, a areia que fora molhada pelas ondas do mar brilhava junto com o sol, do mar não era possível ver aquela maravilha:

—É lindo! – Os olhos da garota brilhavam.

—Sim, vinha aqui todo dia com a minha... – Ele suspirou. -Esquece! N-não vai provar o sorvete?

—Oh, eu havia esquecido! – Ela pegou a colher e tirou um pouco do sorvete de mente e colocou na boca. – É gelado e doce!

—Sim! Só não toma rápido porque pode congelar o seu cérebro.

—Ok, vou tomar cuidado.

Eles ficaram ali observando o pôr do sol até que tivessem estrelas no céu.

Alya ligou avisando que estava na entrada da praia, o loiro a levou até lá e ambos se despediram um do outro. Contou tudo sobre o seu dia para Alya, tirando a parte da conversa com Plagg, mas quando chegaram em casa, a única coisa que a azulada fez foi deitar no sofá e adormecer, aquele tinha sido um dos melhores dias da sua vida e um dos mais cansativos.