Os finais de semana, o dia em que os jovens saem e fazem a festa, mas infelizmente os maiores de idade geralmente tem que trabalhar, como era caso de Nino Lahiffe, o homem de vinte anos que tocava na primeira festa que aparecesse, a vida de um DJ não era tão simples como ele pensava.

 Também podemos usar como exemplo Alya Cesáire, a blogueira de dezenove anos que em pleno sábado estava fazendo um evento.

Mas nem todos são azarados a ponto de perder um final de semana incrível na praia, Adrien Agreste com seus vinte anos tinha seus sábados e domingos livres já que trabalhava de segunda a sexta das nove da manhã até as cinco horas da tarde na loja de pranchas da praia de Hossegor, com sorte conseguia pegar umas ondas antes do pôr do sol. Ele mesmo queria esquecer o motivo de ter pegado aquele emprego, lembrava que ali era o lugar mais aceitável para se trabalhar, já que os outros lugares ofereciam a seguinte propaganda:

“Eu tenho um trabalho especial para você, sim, você mesmo! Vai ser de segunda a segunda, trabalhando que nem um cachorro, pra ganhar uma miséria! Você vai querer esse trampo? ”

Claro que não com essas palavras, mas o salário que o loiro ganhava na loja de pranchas era muito bom e dava pra se manter. Pelo menos ele tinha os finais de semana livres, ou pelo menos ele achava que esse fim de semana ia ser só curtição, mas chegou a sua adorada amiga Alya chegou e acabou com suas expectativas.

Ele teria que ficar de babá de uma desconhecida! Existem limites e eles devem ser respeitados, mas vez a morena havia passado muito além deles, qual é, primeira Alya leva uma desconhecida para a casa dela e depois já está querendo deixar o amigo de babá? Isso era loucura.

Ele tinha escolha? Claro que não!

Naquele momento ele só pensava nas mil e uma formas de matar a morena assim que a visse.

Sem muita escolha, ele acordou no sábado as nove e quinze da manhã, tomou um banho e vestiu uma bermuda branca com folhas de palmeira na cor preta, uma regata solta preta e um chinelo (Pausa para loucura da autora: Havaianas, havaianas!). Decidiu não pentear os cabelos, já que não estavam tão bagunçados assim.

Após ter terminado de se arrumar, foi direto para a cozinha, onde rapidamente comeu dois croissants que haviam sobrado da manhã anterior e tomou uma xícara de café. As manhãs sempre eram as partes mais chatas dos fins de semana. Foi ao banheiro e escovou seus dentes.

E ERA AGORA QUE IRIA COMEÇAR: O FINAL DE SEMANA SENDO BABÁ DE UMA DESCONHECIDA!

Foi até a praia, onde ficou esperando e conferindo o horário no celular, eram nove e cinquenta e tinha combinado com Alya de encontrar a ela e a garota estranha na praia ás dez horas.

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—Marinette! Veste isso logo, temos que estar na praia em dez minutos!

—Mas eu nem sei o que é isso que você me deu!

—Vish, esqueci! Tô indo te ajudar!

Alya foi até o quarto de Marinette, ela havia dado um maiô e um short para a garota vestir, mas esqueceu de um pequeno detalhe: Ela não sabia como vestir um short e um maiô!

Entrou no quarto e ajudou a azulada a se trocar, o maiô que Alya havia emprestado era da cor vinho e era transpassado na frente e o short era jeans.

Com a mestiça vestida, Alya lhe deu um par de chinelos e ensinou-a a passar protetor solar e lhe deu uma mochila:

—Mari, isso aqui nós colocamos nas costas e aqui dentro tem o protetor solar, um pouco de dinheiro pra você comer e uma toalha caso algum incidente com água aconteça!

—Certo, obrigada, Alya.

—De nada... Ah, mais uma coisa, se o Adrien perguntar se você quer entrar no mar você fala que não quer e também se ele perguntar se você quer surfar você também diz não.

— O que é surfar?

—Sem tempos pra perguntas! Entra no carro que estamos atrasadas.

—Carro?

—Aquela coisa ali.

A morena dizia isso enquanto apontava para seu Ford Ecosport e naquele momento a azulada pensava “ O que será que essa coisa faz? ”

Alya enfiou a azulada no carro e não pode evitar de rir com o susto que ela tomou quando o veículo ligou. No caminho da praia Marinette ficava admirada olhando pelo vidro do carro.

Chegaram na praia pelo menos uns cinco minutos atrasadas e isso era um pouco ruim, pois Alya sabia que Adrien não havia gostado da ideia de cuidar de Marinette e terem atrasado poderia irritar ainda mais o loiro.

O Agreste estava na entrada da praia, provavelmente esperando as duas. Foram se aproximando dele e a única coisa que Adrien falou assim que as avistou foi:

—Vocês atrasaram! – Ele falava com um olhar raivoso.

—Desculpa, senhor pontual! A estrada tava cheia pra chegar aqui.

—Não estav..... – Antes que a mestiça pudesse terminar a frase recebeu uma cotovelada de Alya.- Ai, isso doeu.

— Desculpa. Enfim, eu tenho que ir pro evento, divirtam- se!

A morena sai indo em direção do seu carro e os outros dois ficaram em silêncio absoluto por alguns segundos, até que o garoto decidiu quebra-lo:

—Vem, vou te mostrar a praia.

A garota assentiu e o seguiu, ela admirava a paisagem maravilhosa, a areia branquinha misturando com o azul do mar e do céu era maravilhoso, não sabia que o mundo humano era lindo:

— Ali tem umas barraquinhas de comida, se estiver com fome é aqui que você vem e tem umas lojas de colares, roupas, lugares que fazem tererê e tatuagens de hena, todos esses lugares espalhados pela praia.

—Certo. – Dizia a menina fingindo estar animada, mesmo não entendendo quase nada que ele falava.

—O que você quer fazer?

—Eu?

—Dã, tá vendo outra pessoa aqui? Claro que é você!

— Eu não sei... O que você quer fazer?

—Na real, eu queria curtir esse final de semana sozinho!

—Desculpe se eu te incomodo. – Ela fala tristonha e inocente. – Se você preferir eu vou embora.

— Você sabe o caminho de volta?

— Não, mas sempre há um caminho para tudo! O que é aquilo ali? – Ela apontava para um monte de crianças que brincavam com um objeto redondo, o qual Marinette nunca havia visto na vida.

—Aquilo são crianças!

—Não me refiro aos pequeninos, aquela coisa colorida com que eles estão brincando, parece divertido! – Ela olhava maravilhada.

—Fala sério... Aquilo é uma bola! Vai dizer que você nunca viu uma? – A mestiça nega com a cabeça. – Meu Deus, se você teve um caso de amnésia foi muito forte, porque pra não saber o que é uma bola!

— E o que é aquilo ali? – Desta vez ela apontava para um objeto mais estranho ainda, porém possuía as mesmas cores da bola.

—Um guarda-sol.

—Guarda-sol? Ele tira o sol do céu?

—Não! Ele protege as pessoas do sol.

—E aquela coisa ali? O que é?

—Aquilo é uma prancha, como você não sabe o que é uma prancha?

—Me desculpe, se eu fiz alguma coisa errada, é que eu não sei o que é nada e...

—Não... Desculpa, eu perdi a cabeça, é que é estranho, estar na frente de alguém que não sabe de nada, me desculpe, começamos com o pé esquerdo, vamos recomeçar... Olá, meu nome é Adrien Agreste, qual é o seu?

—Marinette Dupain Cheng.

— O que quer fazer, Marinette?

—O que você quer fazer? – Fala a mestiça cruzando os braços.

—A gente vai começar isso de novo? – Marinette soltou uma leve risada. - - De onde você era antes de vir pra Hossegor?

—De .... – No mesmo instante, ela lembra que não podia contar para outras pessoas. - Muito longe, provavelmente você não vai conhecer.

— Eu conheço a França toda, duvido que eu não conheça algum lugar desse país.

—É um lugar muito pequeno, você não vai conhecer.

—Já que insiste em não me contar...

— Não é isso, é que você não vai conhecer.

—Certo.

—Adrienzinho! – Aquela voz aguda Adrien conhecia muito bem.

—Aaa não.... – Foi a única coisa que conseguiu dizer.