A busca pela toalha parecia ser infinita, Nino até brincou com Alya dizendo que seria mais fácil se ela carregasse a sua toalha de Hello Kitty consigo, entretanto, nenhuma brincadeira iria facilitar a busca.

Pensaram em perguntar a Chloe, mas pensaram bem e lembraram que a loira não ajudaria Marinette de forma alguma.

Nino estava desconfiado, por que a azulada precisava tanto de uma toalha? Tudo bem que foi um refrigerante na roupa, mas ele já esteve em situações piores e não precisou se secar tão rápido assim, o que a azulada escondia? Alya sabia o porquê dessa busca pelo pano? Se ele perguntasse, ela ia responder a verdade? Mil perguntas, mas zero respostas.

Procuraram, procuraram e nenhuma toalha à vista! Até que avistaram um dos mordomos de Chloe, o que sempre acompanhava a loira. Sabiam que ele conhecia o hotel melhor do que qualquer um e que faria o que Chloe mandasse acima de tudo, então foram em sua direção:

—Oi, você é o mordomo da Chloe? – Pergunta Alya.

—Sim, meu nome é Jean.

—Ah, bem, a Chloe pediu uma toalha, é que uma amiga nossa derramou refrigerante na roupa e...

—Não precisa dizer mais nada, senhorita, pode ir! Entregarei a toalha para Chloe.

—Não! Q-quer dizer, a nossa amiga está no banheiro e está com muita vergonha, poderia entrega para nós?

—Se assim prefere, tudo bem. Sigam-me.

Os dois seguiram Jean até um armário que estava repleto de panos, toalhas e outro utensílios, o mordomo pegou uma e entregou a Alya:

—Err, pode me dar mais uma? Eu acho que minha amiga vai precisar.

—Aqui está, se a senhorita Chloe precisar de mais alguma coisa venham até mim.

—Obrigada, Jean!

Quando o mordomo saiu, Nino começou a falar:

—Alya, não foi uma mancha tão grande, por que você pediu duas toalhas?

—É porque... porque...

—Por quê?

—Porque pode ter caído no chão do banheiro e sabendo como a Chloe é mesquinha pode culpar ela pelo chão estar sujo e jogar mais refri nela.

—Sabe o que isso tá parecendo? – A garota fez que não com a cabeça.- Uma desculpa bem esfarrapada! Me conta a verdade, Alya Cesáire!

—Eu não posso, Nino!

—Por que não?

—Primeiro, porque você não acreditaria! E segundo eu prometi pra Mari que não ia contar!

—Contar o que, Alya?

—Eu não posso falar!

—Não pode falar o quê? O que essa Marinette tá escondendo?

—Nino, fala mais baixo!

—Eu só vou falar baixo quando você me contar! 

—Eu não posso... – Alya já estava a ponto de chorar. – Eu juro que se eu pudesse eu te contava, só que eu prometi pra Mari que não ia contar nada sem a permissão dela.

—Mas...

—Nessas horas não tem, mas, promessa é promessa!

—Você não pode nem ao menos me falar uma coisinha ou outra, tio, se ela for uma procurada da polícia ou...

—Bem. – Alya respirou fundo.- Digamos que o lugar que ela morava não está em boas condições no momento, os pais dela ainda estão lá e ela tá sofrendo muito.

—O que isso tem com as toalhas e...

—Quando eu puder te contar eu juro que conto.

Eles seguiram em silêncio, ninguém ousava dizer uma palavra para não gerar uma briga novamente, até chegar no banheiro:

—Adrien, você e o Nino já podem ir, deixa que eu cuido da Mari.

—Vocês vão ficar depois que ela se secar?

—Acho melhor não...

—Alya, você ouviu o que a Chloe disse pra ela?

—Não ouvi nada, Adrien. Acho melhor vocês dois irem agora.

—Vamo, brô! – Fala Nino puxando Adrien.

Assim que os garotos de retiraram, Alya conferiu se mais ninguém estava por perto e pediu para que Marinette destrancasse a porta, o que foi feito com muito sacrifício já que era difícil alcançar a maçaneta com uma cauda. Antes de entrar, novamente Alya conferiu se não havia ninguém por perto e, vendo que não tinha ninguém, adentrou o local e novamente trancou a porta:

—Trouxe duas toalhas por precaução, o Nino tá começando a desconfiar.

—Você não disse nada né?

— Eu só falei que no lugar em que você morava a situação tá tensa, mas nos dias de hoje isso pode ser em qualquer lugar do mundo, então ele nem suspeita.

—Valeu, Alya, eu não sei o que eu faria sem você aqui. – Fala a azulada pegando uma das toalhas e começando a se secar, enquanto a morena fazia o mesmo com a parte de baixo da cauda.

—De nada. O Adrien tá preocupado com você.

—Se ele soubesse que eu tô aqui só por causa dessa cauda ele ficaria mais tranquilo, mesmo assim, quanto menos gente saber disso melhor, três já sabem e...

—Três? Não só eu que sei?

—V-você, meu pai e minha mãe!

—Mari...

—Tá legal, a Tikki e o Plagg sabem!

—Esses aí não são os chefes do Adrien?

—Eu sei que parece estranho agora, mas a Tikki é minha madrinha, ela é metade humana, metade sereia, mesma coisa com o Plagg.

—Gente, e eu que me mudei pra cá achando que essa cidade era normal, tô desconfiando que tem mais sereia e tritão infiltrado aqui do que humanos.

—Deve ser. – Diz a sereia rindo. – Desculpa esconder de você, é que eu não sabia como te contar que eu me encontrava escondida com eles, que o Plagg invadia sua casa durante a noite...

—O Plagg invadiu minha casa durante a noite? Como ele não ativou os alarmes?

—Fica tranquila, ele não pegou nada. Sobre o alarme, nem eu sei. Você me perdoa?

—Perdoo, mas só se da próxima vez você me falar que quer ir pra praia no lugar de deixar ele invadir minha casa!

—Prometo.

—Então, você está perdoada. – A cauda de Marinette foi envolvida por bolhas e voltou a ser duas pernas. – Vamos embora daqui?

—Vamos!