Por mais que Bruce adorasse o novo corte de cabelo do Thor, ele não contestou quando o deus disse que pretendia deixá-lo crescer novamente.

Levou um tempo, mas os fios cresceram. Estavam tão longos quanto antes.

Agora as mechas douradas chegavam até a metade das costas dele e balançavam em ondas sutis quando ele caminhava.

Bruce notou como Thor recuperou certa auto estima, e, quando saíam juntos, ele até fazia uma trança ou algo mais elaborado. Mas na maior parte do tempo, deixava-o solto.

Se Thor fosse um pouco mais atento, ele iria perceber que Bruce – apesar de não saber se preferia o homem com o cabelo curto ou longo, solto ou preso – gostava mesmo era de tocar nos fios dourados e macios.

É claro que Bruce gastou algumas horas aprendendo um ou outro penteado e, sempre que eles tinham um tempinho de ócio, ele praticava suas habilidades com o Deus. Ele juntou o útil ao agradável.

Aquilo se tornou um método de relaxamento para Bruce, um momento de descontração e calma. E quando Thor reparava que o namorado estava se sentindo para baixo, estressado ou nervoso, ele deitava a cabeça em seu colo e deixava Bruce emaranhar seus dedos pelo cabelo longo, fazendo-lhe um cafuné lento. O doutor se distraia aos poucos até alcançar a serenidade. Raramente falavam durante esses momentos. Não precisavam de palavras.

É claro que relaxar não fora a única utilidade que Bruce encontrou para o cabelo de Thor.

Ele também dedicava sua atenção ao cabelo longo nos momentos mais íntimos.

Às vezes eram carícias gentis durante uma relação mais carinhosa. Ou então ele agarrava-os com força para puxar a cabeça de Thor para trás e morder seu pescoço em um ato mais selvagem, fazendo com que gemidos roucos viessem do fundo de sua garganta.

E ele também brincava com os fios quando dormiam abraçados, depois de aplacar a tensão. Bruce podia sentir o sono chegar lentamente enquanto acariciava-o com ternura... e depois que Thor dormia, vinha a melhor parte: O doutor enterrava seu nariz entre as mechas para sentir o aroma do shampoo. E algumas vezes Thor, de olhos fechados, se via sorrindo enquanto fingia ainda estar dormindo.

Thor trocava de shampoo eventualmente, experimentando novas combinações e apreciando os raros e tímidos elogios de Bruce que, às vezes, comprava uma ou duas marcas já usadas pelo deus. Era como se ele estivesse lhe dizendo o quanto apreciava tal cheiro. Thor adorava ser surpreendido daquela forma sutil.

Mas a surpresa que ele realmente gostava era quando o namorado invadia o banheiro e decidia aplicar-lhe o produto, massageando sua cabeça por longos minutos, sem dar importância alguma para a água do planeta.

Um dia Banner chegou em casa com uma caixa embaixo do braço. Ao ver um secador de cabelo pela primeira vez, Thor sorriu e abraçou Bruce. Alguns minutos depois ele perguntou o quê era aquilo, o quê fazia e para quê precisavam. O doutor riu, com um semblante tão relaxado que contagiou o loiro.

Pois Thor também sabe que quando Bruce Banner ri, coisas boas acontecem.