Escritos pelas estrelas escrita por Sofia Bellatrix Black


Capítulo 6
Parte VI




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/772388/chapter/6

 

            Andromeda, olhava naquele fim de tarde, o vestido azul negro que repousava sobre a sua cama, indecisa. Durante as últimas vinte e quatro horas, tentará em vão, encontrar Bella, precisava de falar com a irmã, de lhe contar toda a verdade, pedir perdão por a ter magoado daquela maneira, no entanto, todo e qualquer esforço que Drô tinha colocado em encontrar Bella, não tinha surtido nenhum resultado, nem para ela, nem para Cissy. Se Bellatrix Black não queria ser encontrada, Bellatrix Black não ia ser encontrada, isso era um ponto certo.

            Pensou se realmente queria ir ao baile, Narcisa esperava-a, mas sem Bella, e com toda aquela situação, a última coisa que Andromeda queria era ir a um baile. Inspirou fundo, lembrando-se da promessa feita a Narcisa, teria de ir, começou a vestir-se, com uma réstia de esperança, que talvez Bella aparecesse e pudesse explicar-lhe tudo.

            (…)

            Longe de Londres, Bellatrix mexeu nas cortinas do quarto que ocupava, era amplo e bem iluminado, muito melhor do a vista do seu apartamento em Diagon-All, o cargo oferecido pelo ministério tinha alguns benesses, trabalhar em Paris, um apartamento enorme situado na zona mais cara da cidade da luz, exclusiva de família de bruxos sangue-puro, tudo aquilo que ela podia pedir, no entanto, algo não batia certo.

            Estava ainda para lá de furiosa com as irmãs, da sua vontade nunca, mas nunca mais veria nenhuma delas, no entanto, o sorriso risonho e a inocência pura da sobrinha faziam o seu coração saltar um compasso, tinham-se passado dois dias, e ela já sentia uma imensa saudade daquela pequena e doce criatura, e Sirius… acabara por não o confrontar como era sua intensão inicial. Porque se para ele foi um feitiço para ela foi algo bem real, surreal, mas real.

            Sirius tinha uma faceta completamente encantadora, mas não era isso que Bellatrix almejava nele, era o espírito dele, revolucionário, indomável e livre, como as estrelas, comparou. Era aquele jeito decidido, convicto e firme, raro na maioria dos homens com que se tinha cruzado. Aquele orgulho, que compartilhavam com o nome, é que era difícil, mas ainda assim não menos interessante. Sirius era desafiante como homem, e ela sempre gostara de um bom desafio.

            Olhou o seu vestido imaginando a reação dele ao vê-la. Era um vestido demasiado deslumbrante para ficar guardado, e ela merecia vê-lo uma última vez, a vantagem de ser oficial do ministério inglês, perguntam… Desaparatar e aparatar quando bem lhe apetecia.

            Uma maquilhagem rápida, vestido posto, e os cabelos soltos, e Bellatrix estava pronta. Ah sim claro, o batom, vermelho sangue, como ela gostava… como ele gostava.

(…)

            Vinte e dois anos, um corpo de sonho, um sorriso encantador e um ótimo nome de família (ou como ele detestava pensar), Sirius Black podia figurar na capa mensal da Voz da Feiticeira e ser um best-seller, no entanto ali estava ele, com um fato de gala feito à sua medida, rodeado pelos amigos com os seus respetivos pares, e ele, sozinho.

            Não havia sido por falta de convites, não, Sirius Black tinha sido convidado por diversas mulheres, que não esperaram o convite, tinha sofrido diversos ataques para que convidasse alguém, mas quem ele queria, tinha desaparecido da face da terra em menos de uma hora. A conversa com uma Andromeda cheia de remorsos e uma Narcisa arrependida, Sirius Black estava absolutamente convencido que nunca mais veria Bellatrix, a sua Bella. Era claro que ele sabia que deveria estar sob o efeito de alguma poção, e claro que percebeu que devia ser a Felix Felicius mas acreditou que fora a própria Bellatrix que tinha colocado a poção para o incentivar a dar o primeiro passo, como gostará da atitude deixou tudo andar, pensando até como uma certa ternura que era uma passo típico de Bellatrix, querendo alguma coisa de uma forma subtil e astuta. Nunca, em milhões de anos, poderia adivinhar que foram as suas primas a arquitetar tudo.
Apesar de furioso, prometeu tentar ajudar, afinal Bellatrix e ele precisavam de ter uma conversa.

            Olhou novamente para os amigos, Remus acompanhava Emmeliane Vance enquanto James Potter, claramente, era o par de Lily Evans, sua noiva. E ele, sozinho, apetecia-lhe sair dali, despira a maldita capa de cerimónia, arregaçar a mangas da camisa branca e beber até cair, sim que plano perfeito, que puto de plano perfeito.

            E se Sirius Black tivesse posto em prática o seu plano mais cedo, iria perder a entrada dela no baile.

            Os longos cabelos negros moviam-se graciosamente, acompanhado os movimentos elegantes dela, a pele imaculadamente branca contrastava com o vestido, e que vestido, era como ver o seu da noite espelhando no seu vestido, os saltos altos faziam um barulho suave, anunciando a sua entrada, elegância e deslumbramento, ela estava deslumbrante, sim. Sorriu quando todas as cabeças se viraram na sua direção, homens desejando-a e mulher invejando-a. Ela era linda, e sabia disso, Sirius olhava-a encantado e parecia tão hipnotizado que não se movia, mesmo quando ela se dirigiu a si.

            “Sirius” Ela chamou “Sirius, tu és o meu par, age como tal por favor” Disse-lhe, incentivando-o a mexer-se. “Bella” Ele disse ainda sem palavras. “Sorri Sirius, estão todos a olhar para nós” Ela disse secamente, mas com um falso sorriso nos lábios “Age com mais naturalidade, por favor”

            “Nós precisamos de falar” Ele começou quando se reuniram no meio do salão. Ela viu as irmãs, olharam-na e dirigirem-se a ela, felizmente foi salva pelos primeiros acordes do violino, indicando a primeira valsa da noite. Sirius sabia dançar, e ela também, e mexeram-se ao sabor das primeiras notas musicais, elegantemente, ela nos seus braços.

            “Bella nós precisamos de falar” Ele pediu “Eu já sei de tudo, a Drô conto-me” Ele disse-lhe, mas acrescentou rapidamente “Ela estava desesperada a tua procura, e estão as duas muito arrependidas do que fizeram”

            “Sirius” Ela disse “É agora” Ela disse e ele ficou perdido. “Roda-me no ar” ela instruiu-o e ele imediatamente executou. “Bella” Ele recomeçou “Eu já desconfiava da poção”

            Mas ela ignorou-o “Bella, a poção só fez efeito a primeira vez, eu não tomei mais” Ele disse sorrindo “Desculpa se achei que eras tu a autora da poção” Ele disse sorrindo e ela olhou indignada, tomando-a nos braços rodando-a elegantemente “Mas não foi a poção, fui eu sempre, só que eu fico nervoso e não sabia o que fazer…” E ele disse atrapalhado “Sirius, a mão, na minha cintura, roda-me”

“Desculpa” Ela murmurou suavemente quando a música terminou “Não posso”.

E com isto, Bellatrix Black desaparatou e Sirius segui-a, segundos depois, mas infelizmente, sem sucesso.

A noite lá fora, estava escura, nem uma estrela no céu. Apenas negro, era como um boicote, se as estrelas choravam por eles, ninguém poderia contemplar a sua beleza no céu.

Quando a encontrou, o céu já não estava negro, na verdade quase amanhecia, ela estava ali, claro que estaria ali. Ele sorriu, já não tinha a capa posta, as mangas da camisa arregaçadas e os olhos estavam cansados, correra atrás dela a noite inteira, vasculhando e procurando cada canto daquela cidade, apenas quando se sentiu quase a desistir, lembrou-se. Claro que ela estaria ali. O pequeno baloiço estava velho e desagastado, mas a vista, essa sim, mantinha-se. O lado congelado em frente e o silencio do inverno reinavam naquele pequeno recanto da floresta.

Silenciosamente, caminhou até ela, colocando a capa sobre os seus ombros, num gesto cavalheiro sorrindo-lhe. Brincaram tantas e tantas vezes ali, quando crianças, era o sítio preferido dela no mundo inteiro, isolado, belo, calmo e sincero, um contraste com a personalidade dela sempre tão intensa. Ele sabia que ela provavelmente teria um feito de aquecimento sobre ela, caso contrário já teria congelado, mas também sabia como ela adorava um gesto cavalheiro.

Sentou-se ao seu lado, não trocaram uma palavra de imediato, apenas sorriram, um para o outro, e deixaram o silencio tomar conta deles.

“Não há como fugir Bella” Ele disse por fim sem cruzar o olhar dele com o dela “Eu estou apaixonado.”

Ela manteve-se em silencio “Eu estou apaixonado por ti” Enfatizou. “E não vou desistir Bella”

“Sei que aceitaste um emprego no ministério, em Paris” Ele disse “Entregarei, segunda de manhã, os papéis para a mobilidade internacional, em poucas semanas estarei também lá, quanto vezes mudares, mudarei também.” Ele disse assertivo.

Dentro de Bellatrix ia um tumulto de sentimentos e pensamentos, apesar de calma e segura por fora, ouvindo atentamente Sirius, dentro de si iam sentimentos de insegurança, duvidas e incertezas. Surgiram sentimento conflituosos, e de repente, toda a negatividade natural de Bellatrix começou a ganhar força e força, mas antes que ela dissesse alguma coisa, a mão dele tocou a dela, entrelançando-a na sua. E de repente, pela primeira vez na vida dela, Bellatrix decidiu dar um salto na incerteza, e até, na felicidade. Sorriram um para o outro.

Talvez naquela noite, eles pudessem ver as estrela novamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Escritos pelas estrelas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.