Escritos pelas estrelas escrita por Sofia Bellatrix Black


Capítulo 4
Parte IV




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Parte IV

Incrivelmente, e para incredulidade de Bellatrix, Sirius tinha tomado um banho milagroso, porque assim que ele tinha voltado do duche, ele tinha voltado uma pessoa totalmente diferente, encantador, divertido, cavalheiro, em suma, um anti-Sirius. E por mais que Bella gostasse daquela versão alternativa, ela não podia de achar estranho toda aquela amabilidade.

E aquela situação insólita prolongou-se por mais uma semana, após todos os banhos matinais de Sirius, ele ficava uma pessoa totalmente diferente, encantador, amável e divertido, tomavam durantes as manhãs o pequeno-almoço juntos, e ele era absolutamente um modelo encantador do que seria de um pseudo-namorado. Mas depois, algo ainda mais insólito acontecia, quando chegava ao fim da tarde, já era o Sirius normal. Sarcástico, desafiador e que a deixava de cabelos em pé.

E ela no fim do dia, com tantas mudanças de personalidade dele, que andava com a cabeça as voltas era ela. E o pior, ela sabia que aquilo tinha de ter uma explicação razoável, mas ela queria aquela explicação? Ainda não sabia.

Bellatrix continuava as voltas na cama, pensando e repensando no primo que dormia na divisão ao lado. A cabeça dela, trabalhava, furiosamente na tentativa de perceber como é que aquelas mudanças ocorriam aquele ritmo.

Virou-se mais uma vez na cama, e pegou no frasco transparente que estava em cima da mesa-de-cabeceira, bebeu um golo, pelo menos a poção ajudaria a dormir. Dito e feito, poucos minutos depois, a jovem feiticeira tinha adormecido.

(…)

Naquela manhã, antes de Sirius acordar, ela saiu de casa, olhou a dormir no sofá, sem camisola, dormir todo torcido no minúsculo sofá, a boca ligeiramente aberta emitindo um grunhido engraçado, ela fez uma nota mental para depois usar isso para ridicularizar o primo. Pegou numa caneca para tomar o café e reparou que o açúcar tinha acabado, com ela o açúcar nunca acabava, Sirius é que consumia o açúcar a velocidade da luz, um pote inteiro desde de que ele tinha ido viver com ela. Ela fez, novamente, uma nota mental para comprar açúcar quando voltasse. Bebeu o café, inspirou fundo e ouviu-se um estalico metálico e Bellatrix tinha desaparatado.

            (…)

            Ela nunca tinha estado na casa da irmã mais velha, ou seja, nunca tinha visto a sobrinha de três anos que tinha. Ela sabia que Narcisa sempre estivera presente na vida de Andromeda, mas a relação que ela tinha com Andromeda tinha sofrido alguns percalços, desde que a irmã sairá de casa para casar com Ted Tonks, e não foi por ele ser um nascido muggle, não, o pior não fora isso, fora o sentimento de abandono que ela sentiu com a partida da irmã mais velha, e coincidência, fazia exatamente seis anos que essa partida tinha acontecido. A irmã que sairá aos 18 anos de casar tinha agora 24 e uma filha de 3. Viúva, vítima da guerra que Voldemort tinha instalado, ficará sozinha a criar a pequena criaturinha que também tinha nome de estrela… Bellatrix sorriu. Mesmo expulsa da família, queimada da tapeçaria, ela tinha cumprido com a promessa que todos os Black fazem, todos nós teremos um nome de estrela… bem, todos… todos… não! Narcisa não tinha, mas a verdade, é o que o nome da irmã mais nova, assentava-lhe quem nem uma luva.

            Inspirou bem fundo, estava na soleira da porta, parada. Entrar ali, era marcar um novo capítulo na história delas, das três, Narcisa sempre marcou, muito claramente, a sua posição, aquelas eram as suas irmãs, e ela fazia questão de dividir a sua vida com elas, fosse do agrado do seu marido ou não! Lucius não tinha uma palavra a dizer sobre a família dela, muito menos sobre as irmãs.

            Olhou pelos pequenos vidrais que emolduravam a porta em diversas cores. Narcisa estava sentada no sofá, com uma chávena de chá a frente, completamente embebecida com a pequena Nymphadora no colo, sorrido e brincando com a pequena, daquele sítio era impossível ver a pequena ou até mesmo a irmã mais velha. Inspirou novamente, fundo, focando o seu olhar sobre a porta de madeira escura. Bellatrix coragem! Tu não és cobarde! Sem pensar mais, batendo a porta, firme e segura.

            Tudo o que bastou para Bellatrix se acalmar, foi Andromeda aparecer. O Bella de Andromeda trouxe a Bellatrix uma calma e uma segurança que só ela, a sua irmã mais velha, lhe podia dar! Era como voltar a sentir-se em casa, novamente, no conforto que ela só sentira com ela. “Entra Bella, está imenso frio aí fora” A irmã avisou-a, sempre no seu tom tão maternal. “Vêm, já acendi a lareira, a Dora detesta o frio” Dora… A pequena menina, já tinha, a semelhança delas, um pequeno diminutivo… Dora, Bellatrix gostava de como aquilo soava. “Vêm, já tinha um chá a tua espera.” Ainda sem dizer mais nada, Bellatrix sentou-se elegantemente no sofá, ainda curiosa para conhecer a sobrinha e sem saber o que dizer e/ou o que fazer. E antes que Cissy retorna-se da cozinha, onde tinha ido buscar açúcar, apareceu então, um pequeno ser.

            A menina era no mínimo, curiosa, os cabelos mudavam constantemente de cor, entre o laranja, o rosa e o azul… mas quando olhou a tia, fixou-os num negro muito escuro repleto de caracóis. Os olhos estavam agora cor avelã, olhavam-na fixamente, a menina tinha os olhos mais bonitos que Bellatrix tinha visto, ela tinha os olhos da irmã, avelã e com grandes cílios.

            E antes que Bellatrix tivesse alguma ação, como por exemplo, não entrar em pânico e chamar a irmã mais velha, a menina sorriu-lhe ternamente, com os dentinhos de bebé e os cabelos a mudarem, novamente, de cor a uma velocidade que quase dava dores de cabeça “Olá titi Bella”

            Como assim? Aquela pequena criança sabia quem ela era? “Nymphadora, deixa a tia Bella sossegada” A voz de Andromeda ecoou pela casa, com uma normalidade que fez Bellatrix se assustar. “Sou a Doô” Ela teve alguma dificuldade em falar o nome dela “E tenho tlês anos e meio” Ela disse sorrindo e mostrando-se orgulhosa da sua apresentação “Titi Bella é linda” Ela disse a mãe sorridente como sempre quando quer Andromeda, quer Narcisa, retornaram a sala.

E antes que Andromeda tentasse tranquilizar Bella, esta sorriu e colocou a sobrinha sobre o colo dela, ainda que meia insegura. Sorriu a menina e disse-lhe “É de família Dora, somos todas bonitas.”

(…)

Bellatrix só ia tomar café, só ia mesmo tomar um café, e quando deu por si, já tinha prometido a Drô que ficaria para o jantar.

“A Dora adormeceu” Andromeda explicou as irmãs sorrindo “E nós, podemos finalmente falar.” Ela disse ocupando o lugar ao lado de Bellatrix no sofá, enquanto Narcisa ocupava o cadeirão “Desculpa” Andromeda pediu a Bella “A Dora pode ser um bocado assustadora” Ela riu da própria expressão mas foi surpreendida por uma Bella muito genuína “Ela é amorosa Drô” Ela disse verdadeiramente e foi tão pouco característico da sempre fria e sarcástica Bellatrix que as duas ficaram em silencio “A Dora sempre soube que tinha duas tias, e eu sabia, que um dia, tu farias parte da vida dela.” Drô respondeu-lhe “E nunca me engano Bella.”

A conversa decorreu agradavelmente, comentaram trivialidades e algumas cusquices que Narcisa contava da alta sociedade “Eu adoro saber os podres dessa gente, sempre adorei” Andromeda comentou trivialmente “E mais!” Narcisa disse “Desde de que o Rabastan Lestrange foi deixado pela Irma Rowle no altar, o irmão mais novo, o Rodolphus não tem pretendentes ainda, fala-se que tem uma namorada, mas até agora nada de saber que é a feiticeira, a quem diga que é uma sangue-puro” Cissy disse “O Lucius não sabe, mas eu aposto que é alguém que ele quer esconder por alguma razão, e conhecendo o Rodolphus não me parece que o facto de a namorada ser sangue-puro ou não fosse realmente importante, tem de haver outra razão para tanto mistério!!” Cissy disse assertivamente “Sinceramente, não sei que anda com ele.” Bellatrix participou na conversa, “Mas ou ele mudou muito, ou se continua com aquela mania que é a melhor da nata, por favor, é bom que a nova pretendente seja surda porque aquilo é impossível de ouvir mais por mais de uma hora.”

“Falando em pretendentes” Narcisa disse com o sorriso tao típico dos Black “Como está a convivência com o Sirius?”

“Convivência é uma palavra muito forte para a nossa situação… colegas de casa define-nos melhor” Ela disse não querendo, obviamente, partilhar com as irmãs os sentimentos contraditórios que cada vez sentia pelo primo, mas não deixou de observar a expressão, quase imprecptível, de desapontamento da irmã mais velha, que a mesma rapidamente escondeu.

“Drô, eu prometo, eu e o Sirius, nós vamos conseguir dar-nos bem, e vamos ter aquela herança” Ela explicou a irmã “Prometo”.

O que intrigou ainda mais Bellatrix, foi que, apesar do dinheiro permitir a Andromeda uma vida sem preocupações para poder educar e criar Nymphadora, ela parecia esconder mais, ela só não sabia o que era.

“O ministério vai dar um baile” Narcisa decidiu mudar, repentinamente de tema, para marcar o fim da guerra, e o renascer do ministério” Ela disse sorrindo “E o tema são as estrelas” Quer Andromeda, quer Bellatrix sorriram. “Tenho dois convites, um para cada uma de vós” Ela disse e entregou as irmãs os envelopes dourados com o nome de cada um escrito, elegantemente, por ela. “Sem não Drô, a Nymphadora pode ficar com uma ama, alguém da tua confiança, é só uma noite” Ela disse sorrindo “Por favor Drô” Narcisa disse sem sequer dar tempo a irmã para falar.

“Uma noite Cissy, e não fico até de madrugada” Ela disse sorrindo “Podem levar par” Ela frisou esta parte olhando Bellatrix que decidiu ignorar a sugestão, explicita, da irmã mais nova. “Ou não… Vai estar uma mesa, no salão para nós.”

“Eu não me vou sentar na mesa da família Malfoy, Cissy, mas agradeço o convite”

“Na mesa dos Malfoy?” Cissy disse, largando, uma gargalhada, nada sua característica “Bella, o Lucius é o único Malfoy, a mesa está com o nosso nome” Ela disse sorrindo. “Se ainda não repararam na data, é daqui a, exatamente, três semanas.” Ela concluiu sorrindo. “O departamento de aurores também vai estar presente, pergunto-me se o Sirius também vai…”

“De certeza, ele e os Potters são tipo, magicola, não larga” Bellatrix desdenhou. “Ele e aqueles amigos dele, insuportável! Mas o James Potter, esse é o pior! Entre o Rodolphus Lestrange e o James Potter, não sei quem é pior!!” Bellatrix concluiu com desdém. “Enfim, se forem as duas, eu vou com vocês ao baile”

“Esplêndido” Disse Narcisa, o seu plano estava em marcha.

(…)

“Baile?” Sirius disse quase exasperado “Não, não quero! Obrigada Alastor mas não obrigado” Ele disse ao chefe dele, do departamento de Aurores. “Black, não era uma sugestão”

“E qual é a importância máxima desse baile” Ele perguntou começando a parecer irritado “Uma preparação para futuras missões, afinal, podem vir a ter uma missão que tenha de estar infiltrados num baile e precisam de saber como é um”

“Eu sou um Black, infelizmente” Ele disse “Eu ainda não tinha uma semana de vida e deram um baile para a maravilhosa e requintada sociedade para celebrar o meu nascimento! Eu fui a mais bailes até aos 16 anos que qualquer um dos que está nesta sala.” Ele disse “Não vejo, portanto, a necessidade de ir a este bendito baile”

“Black, tu vais” Ele disse de forma autoritária cortando o jovem feiticeiro “É uma ordem”

E então, Alastor viu um Black. O olhar de desprezo, a cara de cinismo e a arrogância típica, Sirius fazia lembrar o seu pai, Órion, que tantas e tantas vezes criticou Alastor perante o ministro, seu amigo de escola. “Black, sem mais discussão”

“Com a sua licença, Mr. Moody” Sirius disse friamente enquanto se retirava “Ah e Black, trás um acompanhante, feminino de preferência, e não os teus três amigos.” Ele disse e Sirius bufou mais uma vez, ardendo por dentro.

Se a velha mãe de Sirius o viesse agora, ir rir-se a bandeiras despregadas, ignorando todas as suas tão intocáveis regras de etiqueta, o seu filho mais velho e revolucionário, num baile organizado pelo próprio ministro. Uma comédia.

Lá fora, a noite já ia alta, e quando Sirius olhou o céu, não vi a sua estrela, estranho, olhou para esquerda, a de Bellatrix também não brilhava. E se os Black tivessem razão, pelo menos quanto a astronomia, adivinhava-se uma noite complicada.


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