Natal Perfeito escrita por Deh


Capítulo 1
Capítulo Único




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Acordo as nove da manhã, troco de roupa e escovo os dentes. Vou até a cozinha e preparo meu cereal, não demora para que Edith nossa governanta apareça sorridente e dizendo:

—Bom dia Mike e Feliz Natal!

Não muito contente eu digo:

—Bom dia Edith, mas dia vinte e cinco é amanha.

Ela dá uma risadinha.

—Me perdoe, Feliz Véspera de Natal sabichão.

Eu sorrio levemente e então ouço meu iphone tocar, pego ele e vejo a foto da minha mãe, instantaneamente eu atendeu:

—Oi mãe!

—Hey querido, como está?

—Estou bem, comendo meu cereal e divagando com Edith sobre a véspera de natal. Então você já chegou? Quer que eu e Ray te busquemos no aeroporto?

—Mike... -Ela começou e eu já sabia o que viria a seguir.

—Mas mãe você prometeu que estaria em casa na véspera de natal.

—Eu sei querido, mas devido a neve os voos foram suspensos sem previsão...

Eu então disse irritado:

—Eu disse para você vir na semana passada, eu sabia que isso ia acontecer.

—Mike... -Ela me alertou, mas eu não dei ouvidos.

—Você prometeu! Esse será o pior Natal...

—Não querido, só porque eu não estou aí, não significa que o natal esteja acabado. Você ainda tem o seu pai...

Eu ri sem graça.

—Papai não liga para o  Natal a menos que você esteja aqui, provavelmente ele não voltará para casa até a noite. Você sabe que ele prefere aquela escritório do que a mim.

—Mike isso não é verdade...

—É sim mãe e você sabe, até você prefere atuar do que a mim. Eu não posso culpa-los afinal.

—Mike não diga isso, eu e seu pai amamos você e não seja uma garotinha chorona como Louis.

Um sorriso me escapou.

—Pelo menos o tio Louis vai as apresentações de ballet da Katrina.

Do outro lado eu ouvi ela suspirar.

—Mike por favor... Você sabe que se dependesse de mim eu estaria aí.

Me dei por vencido:

—Eu sei mãe, eu só sinto a sua falta.

—Eu também sinto sua falta querido, mas prometo que assim que eu chegar em casa, nós podemos ter o nosso natal.

—Mesmo que seja em Janeiro? -Eu perguntei um tanto cético.

—Não chegará a tanto Mike.

—Tudo bem mãe, até mais.

—Tchau Mike e eu amo você.

—Eu também te amo.

Após encerrar a ligação suspirei e notei que Edith me encarava.

—Ela não conseguirá chegar a tempo para o Natal, então acho que você está presa a mim Edith.

—Ela estaria aqui se pudesse Mike.

Eu suspirei.

—Eu sei...

Terminei meu café da manhã e fui jogar vídeo-game, não demorou muito e ouvi a campainha tocar, não me dei ao trabalho de ir atender, Edith fez isso e não demorou para eu ouvir aquela voz irritante ao meu lado.

—Bom dia Mickey, eu e minha mãe estamos indo ao shopping e pensei que talvez você gostaria de ir.

Encarei Katrina por alguns momentos:

—Desde quando você me faz um convite tão legal?

Ela rola os olhos:

—Eu sou uma garota legal e eu soube que sua mãe não está vindo.

—Ela te ligou?

—Algo assim... -Eu a olhei em expectativa. -Ela ligou para minha mãe e ela achou que seria legal você passar o dia com a gente.

—E você não se importa?

Ela deu de ombros:

—Não realmente.

—Podemos assistir aquele filme do Aquamen que você queria ver...

Ergui a sobrancelha para ela:

—Você assistiria um filme da DC por mim Trina?

Ela deu de ombros:

—Você é meu amigo Mickey e embora eu prefiro a Marvel, estou disposta a fazer esse sacrifício por você.

Dei de ombros e concordei.

—Isso é ótimo, talvez agora eu entre para a lista dos bonzinhos.

Dei uma risada:

—Você terá que fazer bem mais que isso Litt.

Ela rolou os olhos:

—Não enche Specter.

Tratei logo de pegar meu casaco e me despedir de Edith e assim segui Katrina e sua mãe em direção ao carro delas.

Enquanto dirigia Sheila falou:

—Estarei fazendo algumas compras de última hora, nos encontraremos na hora do almoço no McDonalds?

Ambos assentimos, dessa forma assim que chegamos no shopping nos separamos dela e fomos direto comprar a pipoca e os bilhetes para assistirmos ao filme.

—Sua mãe é muito legal Trina, isso e o fato dela ser bem liberal, minha mãe nos deixaria sem supervisão no shopping.

Ela deu de ombros.

—Ela realmente é mais liberal que meu pai, mas ela só nos deixou sozinhos porque confia em nós e sabe que estamos seguros, ela não nos deixaria sozinhos se soubesse que há perigo.

Eu assenti.

—Então você vai passar o Natal com seu pai?

Dei de ombros:

—Se ele chegar em casa em algum momento... Ele vem passando muito tempo no escritório.

Ela assentiu em compreensão.

—Eles têm um caso muito importante, meu pai está chegando tarde ultimamente.

Depois disso entramos na sala escura e nos calamos para assistir ao filme.

Após o filme andamos pelo shopping, enquanto Katrina olhava as vitrines, meninas e lojas é uma coisa que nunca vou entender.

—Então você passará o Ano Novo aqui? -Ela me perguntou aleatoriamente.

—É provável que eu passe em casa e meus pais no trabalho.

—Não seja um garotinho dramático Mickey. Você sempre pode passar conosco, até mesmo a véspera de natal. Embora talvez iremos para Boston no Ano Novo.

—Obrigada Trina, mas não quero incomoda-los.

Ela sorriu brilhantemente.

—Você não incomodaria, você é da família.

Eu retribuo com um sorriso.

—Então você irá na minha apresentação hoje não irá.

Oh Deus eu tinha me esquecido disso! Eu realmente não estava afim de assistir o Quebra Nozes, de novo, mas...

—Eu já avisei ao Ray que ele deve estar disponível para me levar as sete.

Ela me dirigiu um olhar repreendedor.

—É as seis Mike e eu realmente espero que você esteja lá.

Suspirei, ela havia distribuído convites para todos que conhecemos.

—Eu não perderia isso por nada Trina.

Ela assentiu:

—Acho bom e esteja apresentável.

Ela disse olhando meus trajes com desdém:

—O que tem de errado com minhas roupas?

Ela rolou os olhos:

—Nada, só me surpreende que você ande assim, ainda mais sendo filho de quem é.

Dessa vez foi a minha vez de rolar os olhos. Logo nos encontramos com a mãe dela e almoçamos, quando já estávamos no carro, Sheilla me perguntou se eu gostaria de ir para a casa delas, mas eu agradeci e recusei dizendo que eu preferiria ficar em casa, caso meu pai chegasse mais cedo hoje.

Passei a tarde jogando, até chegar cinco horas e eu dar uma pausa para tomar um banho e vestir roupas “adequadas”, olhando no espelho mais uma vez tive a certeza que estava bem vestido e liguei para Ray pedindo para me pegar para levar na apresentação da Katrina.

Assim que Edith me viu ela não poupou elogios:

—Você está muito bonito Mike.

—Obrigado Edith, mas você sabe que eu estou sempre bonito.

Ela riu:

—Realmente você é filho dos seus pais.

—Mas vamos lembrar que realmente o charme ele herdou de mim. -Ouvi a voz distinta do meu pai dizer adentrando a casa.

—Pai? Você chegou cedo hoje. -Eu não pude evitar de sorrir, embora eu não diga isso em voz alta, meu pai é meu herói, afinal não existe advogado melhor em New York do que Harvey Specter.

—Hoje é Véspera de Natal Mike, você não achou que eu ficaria trabalhando até tarde né?

Eu o olhei ceticamente e então conclui:

—Tio Louis fez vocês irem embora mais cedo para poderem assistir a apresentação de Katrina não é?

Ele fez careta assentindo.

—Será uma apresentação interminável. -Ele se queixou

Sendo assim ele foi tomar seu banho e se arrumar, logo nos despedimos de Edith, a quem meu pai deu o resto da semana de folga, o que eu estranhei, mas ele é o chefe não é?

Chegamos ao local e cumprimentamos Katrina antes do show, digo apresentação, e assim fomos aos nossos lugares, notei que entre mim e meu pai havia um assento vago escrito reservado. Franzi o cenho, mas meu pai disse dando de ombros:

—Certamente alguém muito importante deve ter providenciado isso.

Era o meio da apresentação quando o alguém importante chegou e eu não pude deixar de sorrir instantaneamente ao notar seus cabelos ruivos.

—Mãe? -Eu disse ainda não acreditando no que via.

—Shiii -Ela disse fazendo sinal com o dedo e algumas pessoas atrás de nós reclamando.

Ela me abraçou:

—Eu estava com saudade de você baby. -Ela disse sussurrando em meu ouvido.

—Eu também mãe. -Disse bem baixinho, afinal a ultima vez que a vi foi no dia de Ação de Graças que meu pai a surpreendeu me levando junto com ele para passarmos o dia com ela no Canadá, local onde ela está rodando seu último filme.

Com a graça de Deus a apresentação finalmente terminou e fomos cumprimentar Katrina.

—Katrina querida você estava linda, você nasceu para isso. -Minha mãe foi a primeira a elogia-la.

—Obrigada tia Donna, pensei que não viria.

—Ah querida eu sou Donna, sempre consigo dar um jeito. -Ela sorriu vitoriosa.

Após toda a troca de elogios, tio Louis nos convidou para o jantar na casa deles, convidar é a maneira sutil de dizer que ele apenas falou “Vamos todos jantar na minha casa”.

E foi realmente muito divertido o jantar na casa do tio Louis, as brincadeiras a mesa, meu pai deixando tio Louis irritado e minha mãe cutucando meu pai. Enfim estávamos reunidos com nossa família, a “família Pearson Specter Litt”.

Quando fomos para casa eu estava realmente sonolento, mas fiquei acordado todo o caminho até em casa:

—Mas mãe como você conseguiu chegar?

—Eu cobrei alguns favores Mike, afinal eu sou um gênio. -Meu pai falou antes que ela pudesse dizer qualquer coisa.

Ela rolou os olhos.

—Após ligar para você eu estava me sentindo horrível Mike, então liguei para o seu pai que conhecia um cara que conhecia um piloto e no fim tudo deu certo.

Eu sorri para o meu pai, ele realmente é o meu herói.

—E quando tem que voltar?

—Após o Ano Novo.

Eu sorri:

—Isso significa que amanhã podemos acordar tarde e tomar chocolate quente, depois almoçarmos fora e patinar?

Ela assentiu e meu pai acrescentou:

—E abrir os presentes.

Eu realmente estava feliz.

Chegamos em casa, vesti meu pijama e fui para cama. Quando estava quase adormecendo a porta do meu quarto se abriu e ela adentrou devagar, ela deu um beijo na minha testa e disse:

—Durma bem querido.

—Você também mãe e obrigado por estar em casa.

Ela sorriu, a luz do abajur eu vi seus olhos ficarem molhados, mas ela não derramou nenhuma lagrima.

—Eu te amo tanto baby.

—Eu te amo mais mãe. -E então a abracei.

Na manhã seguinte acordei já era mais de nove, ainda de pijama corri para baixo e meu pai já estava sentado no sofá tomando seu chocolate quente:

—Bom dia pai, Feliz Natal!

—Bom dia júnior, Feliz Natal! Sua mãe está na cozinha.

Fui até a cozinha e a encontrei terminando de colocar o chocolate quente na minha caneca do batman:

—Já estava indo acordar você querido.

Eu corri até ela e a abracei:

—Bom dia mãe e Feliz Natal!

Ela retribuiu meu abraço.

—Bom dia Mike. Feliz Natal!

Logo nos reunimos próximos a árvore e então começamos a abrir os presentes. Meu pai havia me dado uma camiseta Yankees autografada e minha mãe me deu um box de livros do Harry Potter edição de colecionador autografados! Isso era demais, os melhores presentes que eu poderia querer. Havia presentes ali dos meus avós, do tio Louis e da tia Sheila, dos meus avós e até da tia Jessica.

Nos juntamos no sofá para assistir ao filme de natal preferido da minha mãe até a hora de sairmos para almoçar. Nós três juntos em New York, assim como deve ser, esse era o Natal Perfeito.   


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