Me sinto largada escrita por GabiCampos


Capítulo 2
Sua vida


Notas iniciais do capítulo

Eu tenho sérios problemas com capítulos grandes então nunca os consigo fazer, mas se muita gente apoiar quem sabe eu não faça.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/772210/chapter/2

— Entre – A voz proferida do outro lado acabou por ficar um pouco abafada graças a grossa porta de madeira e ao ser aberta dava entrada a pequena sala do mestre da guilda. Era uma sala simples, uma janela extensa que ficava atrás da cadeira do pequeno senhor, uma mesa consideravelmente grande que continha inúmeros papeis a serem organizados, uma cadeira de cada lado e algumas pequenas decorações como quadros e vasos. – O que te traz aqui, Lucy?

O coração se apertou, tinha tanta coisa a falar mas parecia que sua voz já não existia mais, o sorriso gentil do mestre ainda estava ali intacto esperando que Lucy se pronunciasse, talvez fosse sua mente mas o mestre parecia entender tudo que estava acontecendo mesmo que nada tivesse sido falado.

— Antes de tudo, acho melhor que se sente! – Aquilo soou, ao mesmo tempo, como um pedido e uma ordem, Lucy não conseguia diferenciar, mas assim o fez.

— Eu preciso de ajuda – Com muito esforço e após alguns minutos sua voz saiu, fraca, quase como um sussurro, seus olhos já quase não continham brilho ou aquela alegria que antes eram tão costumeiro, sua pele parecia cansada da idade como se já fosse muito velha e sua cor cada vez parecia mais branca, tudo isso foi reparado em silencio pelo senhor que a encarava esperando que dissesse algo a mais. – Eu não sei o que anda acontecendo comigo, não consigo nem contar a ninguém tudo que esta preso na garganta, ta doendo sabe? Eu só quero que tudo volte a ser como era. – pequenas lagrima rolavam discretamente em seu rosto, não tinha forças para guardar e seu coração dizia que ali era um bom momento para isso.

— Tudo isso vem acontecendo desde a volta de Lisanna, certo? – o mestre a surpreendeu, nem ela mesma havia reparado neste detalhe, o encarou com um misto de surpresa e culpa. – Não precisa mentir, conheço meus filhos melhor que qualquer pessoa – uma pausa em suas palavras e Lucy se sentiu acolhida naquele momento, realmente ela tinha feito a escolha certa.

Ao levantar, o mestre caminhou até sua janela e ali permaneceu alguns segundos até que chamou a garota ao seu lado – Está vendo? A quanto tempo você não admira uma paisagem? A quanto tempo você não pega uma missão e conhece um novo lugar? Lucy, sei que seu amor pela guilda e todos os integrantes da mesma é maravilhoso... – uma pausa e a encarou seriamente – Mas não pode deixar de viver sua vida por isso, sei bem que não estão fazendo tudo por mal, ela esteve fora por muito tempo, tente entender, tire um tempo para si, mas não para ficar trancada em sua casa, se precisar venha todos os dias conversar comigo, não negarei ajuda nunca. – Lucy nada dizia, seu choro bloqueava seus pensamentos, sua garganta fechada não permitia uma voz, sua única ação foi se abaixar e abraçar seu querido mestre. – Não chore Lucy, você não esta sozinha, não está largada!

—x-

Uma missão? Se tornou bem tentador após sua conversa com o mestre, talvez só precisasse de um tempo longe da cidade, onde tudo lembrava todos, porém nunca tinha sido tão difícil escolher algo que parecesse bom, o quadro também já não estava cheio pois quase toda a guilda haviam saído em missão.

 

“Missão

Ajudar uma vila em sua reconstrução.

Destruída após uma tsunami.

Recompensa: 400.000”

 

Aquilo chamou atenção, não pelo preço ou ser algo, teoricamente falando, fácil. O folheto em suas mãos parecia brilhar, como ser fosse um sinal de que estava indo ao caminho certo.

— Mira, irei nesta missão! – decidida e assustando a albina por chegar como um fantasma, porém a mesma logo se recompôs e deu seu melhor sorriso.

— Ora, mas é claro Lucy. – carimbou o papel, fez umas anotações e o devolveu. – Boa sorte! – e antes que a loira se afastasse, disse o que não podia antes por falta de tempo devido a sua rotina um tanto quanto agitada diariamente. – Senti sua falta na guilda, vê se não some mais. – um ultimo sorriso gentil proferido e voltou aos afazeres.

Lucy nada disse, mas seu coração agradecia, Mira não sabia o quanto efeito tinha aquelas simples palavras, que talvez para qualquer um seria algo muito normal, mas não para ela. E assim rumou a sua casa, malas não seriam feitas sozinhas

—x-

Poucas roupas, chicote, suas chaves e enfim estava pronta com sua mala. Seu olhar percorreu o quarto como se nunca mais fosse vê-lo, o que era bobagem, mas sabia que seria um tempo considerável, construir uma cidade do zero não deveria ser rápido. Um bilhete deixado em cima de sua preciosa escrivaninha e partiu rumo a estação.

Rumo a sua própria reconstrução.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

COMENTÁRIOS PLS